terça-feira, junho 1

CV-12

Revelo um novo blog do Brasil que dá pelo título de Cera.Quente

Bom de escrita. Eis o CV da autora:

"26 anos, mulher e criança todos os dias, ácida, um tanto mal-humorada, fanática por cinema, amante do bom e velho rock 'n' roll, se dói quando vê criança ou animal sofrendo, leal, cheia de defeitos, antítese em pessoa, meio áspera, mas verdadeira. Alma delicada e inofensiva, língua cortante muitas vezes agressiva. Aspirante a algo ainda não descoberto, sentimental e tímida que acha que finge bem ser extrovertida. É só."


Turismo em Crise

Na actividade turística as notícias são impiedosas. Em 2003 as viagens internas caíram 16,6% e as viagens ao estrangeiro 12,4%. Este não é só mais um indicador da crise económica. O turismo é uma actividade transversal e multidisciplinar, na economia e na sociedade, constituindo um revelador muito sensível do "estado da nação".


Os resultados da actividade turistica nacional, em 2003, foram maus. Os de 2004 não deverão ser melhores. Todos os indicadores apontam para uma situação desastrosa, este ano, das taxas de ocupação da hotelaria, em particular, no Algarve, o maior destino turístico nacional.

A crise na actividade turística não aproveita a ninguém? Certamente que perdem a maioria das empresas (fracos negócios)e os cidadãos (menos qualidade de vida). Mas os preços das viagens, da hotelaria (e da restauração), sobem como se o país vivesse uma época do "ciclo alto" da economia.

Há quem queira ganhar muito em pouco tempo. Por influência, e sob o pretexto, do Euro 2004, os preços dos produtos turísticos subiram astronómicamente. Serão verdadeiras as notícias de acordos, entre diversos operadores, tendo em vista a obtenção de vantagens ilícitas da forte procura no curto período da realização do Euro?


Vistas de Rua (5)

Rua das Janelas Verdes

A rua das Janelas Verdes é uma referência na cidade de Lisboa. Nunca morei lá. Não sei muito bem porquê. Mas está naquela categoria de ruas que me seduzem. Umas porque nelas vivi, como a Sampaio Bruno (Campo de Ourique), a Travessa do Possolo (Lapa) ou a Calçada da Estrela, outras porque sim...

A Rua das Janelas Verdes tem um encanto muito especial talvez pela fusão de diversos encantos. Corre debruçada sobre o Tejo mas não o toca, é debruada a casas amigáveis e assume uma fusão de estilos, tradições e ressonâncias da cultura portuguesa que nos abraça.

Tem hotéis que não agridem o espaço originário. Tem Largos e escapatórias para outras ruas e largos que só vistos. Tem quase tudo o que se pode exigir a uma rua antiga onde se respira a memória do tempo. Mora lá o Museu Nacional de Arte Antiga.

O seu jardim e as refeições que lá tomei, em tempos idos, com pessoas do meu coração, fazem, para mim, a beleza do lugar. Talvez essa seja uma das razões do meu fascínio. Mas o Museu é, em si mesmo, uma preciosidade. Nele se encontram algumas das mais importantes obras de arte residentes em Portugal. No entanto julgo saber que é muito pouco visitado pelos portugueses.

Com os seus pecadilhos, que agora não vêm ao caso, a rua das Janelas Verdes é um encanto.

segunda-feira, maio 31

"Glória" de Vivaldi

O José Pedro Castanheira, prestigiado jornalista do Expresso, divulgou pelos amigos uma iniciativa que merece mais ampla difusão:

"Concertos, esta semana, não são apenas no Rock in Rio. Quem gostar, também pode assistir ao "Glória" de Vivaldi. É já na quarta feira, ou então durante o fim-de-semana.

Desde o princípio do ano que o Grupo Coral de Benfica (de que este vosso amigo faz parte, como baixo) tem vindo a trabalhar esta peça fantástica do grande compositor de Veneza. É um grupo inteiramente amador, mas superiormente dirigido pela Ana Venade. Chegou agora a vez de cantarmos para os nossos amigos. À frente da Orquestra Jovens Músicos e do Grupo Coral de Benfica estará o maestro Henrique Piloto. Os solistas serão a soprano Ana Leonor Pereira e o contratenor Manuel Brás da Costa.

Aqui ficam as informações dos três espectáculos:

- Quarta-feira, 2 de Junho, 21.30 horas, na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa (junto ao Centro Comercial Fonte Nova);
- Sábado, 5 de Junho, 21.30 horas, em Sintra, na Igreja de São Martinho;
- Domingo, 6 de Junho, 16.00 horas, em Lisboa, na Igreja de São Mamede (à Rua da Escola Politécnica).

A entrada é livre

Espero que gostem. Um abraço do
José Pedro Castanheira"

(Para depois fica um comentário ao livro de que o JPC é co-autor acerca da odisseia da filha do major Silva Pais - para quem não sabe, ou já se esqueceu- director da PIDE, polícia política do regime fascista, até ao 25 de Abril de 1974. Já li o livro. É fantástico e merece uma abordagem mais aprofundada.)


CV-11

Um belíssimo blog do Brasil: ALBERGUE MENTAL que se apresenta com esta legenda: "A difícil arte de abrigar tantas personalidades em uma só cabeça. Arquétipos meus separados e humanizados, dividindo mensalmente o mesmo cérebro."



domingo, maio 30

Feira do Livro - 2004

É uma devoção como outra qualquer. Tenho poucas. Para mim é sagrada uma ida à feira do livro que mais não seja por um breve momento. Mesmo umas horas largas são, neste caso, um breve momento. Tenho uma colecção de livros emblemáticos (para mim) comprados, ano a ano, na feira do livro. De vez em quando, na balbúrdia das estantes, descubro um.

Este ano o livro da feira foi "Uma faca nos dentes", de António José Forte (1931/1988), com fotos e desenhos de Aldina, edição da parceria A. M. Pereira. Um livro com toda a obra deste poeta maior do surrealismo português. Com uma "nota inútil" de Herberto Hélder.

O livro estava exposto numa tenda em que se apresentam, em comum, as pequenas editoras. Ali se encontram algumas obras maiores da nossa literatura. Nos fundos da feira sem atendimento pessoal nem cuidados estéticos ou ambientais. Não era de esperar outra coisa. A indústria nem sempre perdoa à criação. A criação que "não vende" é empurrada pela portas dos fundos.

Aqui vos deixo um poema de António José Forte:

Poema

Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada

alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
eu partisse a fumar
o fumo fosse para se ler

alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios

alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar

Fragmentos de Leituras

"O amor, a loucura

Ordem do dia de Bonaparte, Primeiro Cônsul, à sua guarda: "O granadeiro Gobain suicidou-se por amor; era, de resto, muito boa pessoa. É a segunda vez que se verifica um acontecimento desta natureza durante o último mês. O Primeiro Cônsul ordena que seja fixado na ordem da guarda: que um soldado tem de vencer a dor e a melancolia das paixões; que há tanta coragem em sofrer com constância as penas da alma como em ficar em sentido sob a metralha de uma bateria…"

Estes granadeiros amorosos, melancólicos, de que linguagem extraíram eles as suas paixões (pouco concordantes com a imagem da sua classe e da sua profissão)? Que livros teriam eles lido - ou que histórias teriam ouvido? Perspicácia de Bonaparte ao assimilar o amor a uma batalha, não no facto - banal - de dois intervenientes que se enfrentam, mas porque a rajada amorosa, cortante como a metralha, provoca a surdez e o temor: crise, convulsão do corpo, loucura: aquele que está apaixonado à maneira romântica conhece a experiência da loucura. Ora, a este louco nenhuma palavra moderna é dada hoje em dia, e é afinal por isso que ele se sente louco: nenhuma linguagem para roubar - a não ser muito antiga."

"Roland Barthes por Roland Barthes" -14
(Fragmento 3 de 3, pag. 7)

Edição portuguesa: "Edições 70"

Escrevi a páginas 7 do meu "livro artesanal" de excertos de leitura deste livro: "a luta para encontrar a equidistância entre a paixão e o prazer do acto de "estar com" (nem só uma nem só outra daquelas duas atitudes normais, nem o meio termo, mas outra forma de relação)."

sábado, maio 29

José Augusto Seabra

Morreu, em Paris, José Augusto Seabra. Não o conhecia pessoalmente nem discuto o valor da sua obra literária. Assinalo, simplesmente, duas facetas da sua vida que, indirectamente, me ligam a ele. O seu doutoramento em Paris sob a orientação de Roland Barthes cuja obra sempre me fascinou.

As leituras de Barthes foram para mim um prazer e influenciaram fortemente (com as de Camus) a minha formação cultural. De facto sempre me interessei mais pelas "letras" do que pelas "ciências", apesar da minha formação académica de economista. Daí que este blog assuma, para estranheza de alguns, a publicação de uma sequência de posts com textos de Barthes.

Outra faceta tem a ver com o facto de ter sido do seu tempo de Ministro de Educação, por volta de 1983, que decorreu uma experiência de relançamento do ensino técnico profissional de cuja avaliação muito beneficiou o processo, em 1989, de concepção e lançamento do ensino profissional e, em particular, das escolas profissionais de cujo projecto fui coordenador.

A este assunto voltarei no próximo fim-de-semana a propósito de um artigo, de minha autoria, que será publicado no Semanário Económico.



Hiper-hipocrisia

O primeiro ministro acusou o Partido Comunista de ser responsável por tudo o que de mal possa acontecer ao país: terrorismo, atentados e outros males maiores, deixando pairar a ideia de que os comunistas são os "papões", argumento típico de qualquer líder de um regime fascista. Parece mentira mas é verdade. Não há palavras para qualificar esta tomada de posição do primeiro ministro. Como está a decorrer o Rock in Rio e o Euro-2004 vem a caminho...e as eleições europeias também...

Mas o que á surpreendente (ou talvez não) é que Cavaco (ex-primeiro ministro do mesmíssimo PSD) passe, ao mesmo tempo, a ideia de reconciliação com os comunistas. Que outro sentido podem ter os elogios a Álvaro Cunhal, líder histórico dos comunistas portugueses. Como Cavaco é o mais que provável candidato presidencial, apoiado pelo PSD, estamos perante a mais descarada hiper-hipocrisia política. A direita no poder, de facto, não olha a meios para atingir os seus fins...

"Um papel fundamental para a democracia" Cavaco elogia Álvaro Cunhal


O ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva enalteceu quarta-feira o papel de Álvaro Cunhal para a democracia portuguesa, ao intervir na apresentação do livro da jornalista Maria João Avillez, que reúne entrevistas ao líder histórico comunista. " (Expresso online)



sexta-feira, maio 28

CV-10

O erro - "e agora?"

Apontaram-me um erro no post acerca da vinda a Portugal do Paul McCartney. Não devia ter escrito, num dos parágrafos, "hajam" mas sim "haja" . Logo me soou a erro. (O exercício da conjugação do verbo soar é muito estimulante!-vejam o presente do indicativo). Mas passou. Fica aqui a rectificação e não vou mexer no dito post.

Quando se escreve de primeira sem corrector automático (ou com um corrector estúpido que não é capaz de inventar nada!) o risco de errar aumenta exponencialmente. Mesmo agora estou correndo esse risco. Tenho a convicção de que é preferível errar a ficar tolhido pela fobia do perfeccionismo. Precisamos é de estar disponíveis para reconhecer e corrigir o erro. Esta é uma disposição mais difícil do que parece, não é?

Eis senão quando me deparo com o "jornal do blogueiro" perorando (o dicionário, por favor, sabem que está sempre a meu lado…) perorando? sei que existe mas…consulta concluída, não há dúvida está lá…dizia, perorando acerca do erro. Mas eis que com estas diligências para corrigir um erro cheguei ao post CV-10: é que acerca deste tema o jornal do blogueiro fala muito bem. Ora vejam lá.

Parapente em Linhares, acabou?

O António Aguiar meio desesperado, meio indignado, enviou-me este email. Também o enviou para o Pedro Pedrosa e não só... Transcrevo-o quase na íntegra, com ligeiras adaptações, apesar de ser longo. Mas é uma causa comum pela qual vale a pena lutar e que não considero perdida.

"Quero agradecer-lhes o facto de, através do blog Absorto, se terem publicamente insurgido contra o abandono de Linhares como local privilegiado de voo em parapente. Li os alertas "Parapente em Linhares acabou?", "Em defesa do Open de Parapente de Linhares" e "Oportunismo Amorfo ou o (Des)Envolvimento", que estão aqui e aqui apesar de ser necessário procurar um pouquinho.

De facto, apesar dos vossos alertas e de alguma imprensa regional o ter referido, parece que é o fim do parapente em Linhares. É que, ao que parece, os pilotos estão resignados ou esquecidos das glórias que este desporto ali alcançou. Esquecidos também, os habitantes, para quem a procura de Linhares por forasteiros nada parece ter significado ou, talvez, não tenham ainda notado que este ano não há Open de Parapente.

Mas esta súbita desistência por todos, inclusivamente pelos autarcas que se limitam a negar a evidência e a nada fazerem para evitar este abandono, não é estranha? Então o parapente em Linhares não era uma instituição turística e desportiva nacional? Procurada por pilotos e espectadores de todo o País e estrangeiro?

Há cerca de dois meses, uma notícia d'"O Interior" dizia: ""O que pretendemos é que o Inatel mantenha os meios logísticos afectos ao parapente e a Linhares da Beira e isso está assegurado", refere António Caetano, edil celoricense, que não duvida que a actividade vai continuar e com "mais força"." Farão sentido estas afirmações? A consequência destas declarações foi ou não foi adormecer a imprensa?

E que faz o Inatel? Limita-se a entregar as casas à autarquia. Mas a autarquia já há muito que sabíamos que não nos queria lá (basta ver como encerraram, com o jantar, o último Open...). Sabia-se que, enquanto lá estivéssemos, não havia parque eólico. Agora o caminho está livre: os pilotos não aparecem, o acesso à descolagem está vedado (uma novidade...) e há um comerciante local que, por três moedas, parece assustar os pilotos.

Os instrutores que até há poucos meses lá estiveram eram o pólo aglutinador dos pilotos nacionais. Acaso sabem se, entretanto, algum instrutor foi contactado pelo Inatel ou pelas autarquias para assegurar a continuidade do parapente em Linhares? Receio bem que ninguém tenha sido contactado.

E já agora, permita-se-me colocar uma dúvida antiga: porque é que o vosso Inatel não percebeu que a verdadeiro eixo do parapente na Serra da Estrela passava pelos instrutores que lá estavam? Porque é que eles, sendo tão importantes para a modalidade, estavam tão longe das responsabilidades duma Instituição que tanto apoiava este desporto, mas que os deixava, ano após ano, na incerteza da prorrogação do seu trabalho de instrutores?

Mais uma vez me afirmo grato pelo vosso interesse, especialmente pelo facto de saber que não são praticantes de parapente, nem têm já vínculo ao Inatel. Na ténue esperança de que esta mensagem e o blog Absorto (...) possam vir a despertar os adormecidos e aéreos praticantes, vou remeter esta mensagem para quantos pilotos conheço.

P.S.: Não é a primeira vez que lhes escrevo: há cerca de dois anos e meio coube-me a mim, quando tinha responsabilidades federativas, alertar o (extinto) IPAMB para o perigo das torres eólicas na Cabeça Alta. Fi-lo com a ajuda do Vítor Baía e do Carlos Vaz (Clube Vertical). Porque há argumentos incontornáveis, e com o vosso apoio e de outras conceituadas instituições ganhámos aquela batalha. Veremos por quanto tempo...

Terá valido a pena?"


quinta-feira, maio 27

CV-9

Já repararam que acrescentei à minha lista novos links. Um agradecimemto especial a pentimento pelo destaque dado ao absorto e ao FC Porto.

Estes links correspondem a blogs do Brasil que tenho apresentado na série CV. Na sequência aqui vos ofereço um novo blog do Brasil.

Quem me ajudou a descobrir este blog sabe do que eu gosto. Vejam lá se conseguem navegar neste hai-kai.

Fragmentos de Leituras

"Violência, evidência, natureza

Não saía dessa ideia sombria segundo a qual a verdadeira violência é a do obviamente: o que é evidente é violento, mesmo se essa evidência for representada suavemente, liberalmente, democraticamente; aquilo que é paradoxal, aquilo que não salta à vista, é-o menos, mesmo se for imposto arbitrariamente: um tirano que promulgasse leis excêntricas seria, feitas as contas, menos violento do que uma massa que se contentasse com enunciar o que é óbvio: o "natural" é, em suma, o último dos ultrajes."

"Roland Barthes por Roland Barthes" -13
(Fragmento 2 de 3, pag. 7)

Edição portuguesa: "Edições 70"

Paul McCartney

É reconfortante podermos ter alguém como Paul McCartney para nos identificarmos. Olha-se à volta e a paisagem está povoada, tantas vezes, de mulheres e homens destroçados e humilhados pelo seu próprio destino. Solidão, tristeza, miséria, doença, dependência, azar, desatino, medo, fobia, maldade, tudo o que nos causa repulsa e nos angustia.

É bom que hajam ídolos comuns a várias gerações. Planetários e globais. Que nos encantem e nos tragam, de volta, a esperança. O contrário da perda do entusiasmo pela vida e pela criação. Eis as palavras certas, justas, incisivas mas, ao mesmo tempo, cordatas de Paul McCartney à chegada a Portugal para um espectáculo do "Rock in Rio":

"O Iraque faz lembrar a guerra do Vietname"

Paul McCartney, em entrevista à TSF, afirmou que "o Iraque faz lembrar a guerra do Vietname". O ex-Beatle, que vem ao Rock in Rio actuar sexta-feira pela primeira vez em Portugal, disse que "é preciso tirar lições das guerras e escolher os políticos certos".


O antigo Beatle está preocupado com a violência no Iraque e começa a lembrar-se da guerra no Vietname.

O músico falou num mundo cada vez mais confuso e a precisar de cada vez mais amor. "All You Need is Love", a mesma mensagem quase 40 anos depois.

Por isso, as notícias do mundo podem servir de inspiração a Paul McCartney que continua a sentir a magia de escrever canções.

"Continuo a gostar muito de escrever canções é como uma coisa mágica para mim, tenho muita sorte por me terem dado essa espécie de talento, a inspiração pode vir de qualquer lado", afirmou Paul McCartney.




quarta-feira, maio 26

FCP

Clube Campeão da Europa em Futebol. Sem dúvidas, nem favores Um feito para alegrar a alma dos portugueses. Um país pequeno com um grande campeão.

O povo merece, de vez em quando, uma alegria destas. O Porto ganhou, Portugal ganhou. Neste momento os portugueses são todos do FCP (Futebol Clube do Porto).

Espero que o Governo não estrague a festa, pá! Estejam quietos! Não façam asneiras, pá!


"Grande Rota das Aldeias Históricas" volta a atacar...

Para minha grande satisfação o Pedro Pedrosa lança a iniciativa da "GR-22". Divulgo, na íntegra, o email que ele me enviou. Toda a informação pode ser obtida aqui.

"A Grande Rota das Aldeias Históricas foi criada em 1999 e inaugurada em 2000, sendo, salvo erro, até à data, a mais longa rota pedestre homologada (GR22) marcada no terreno em Portugal, com 540 km. Representou um esforço material e humano considerável, então inserido no projecto Carta do Lazer das Aldeias Históricas.

Apesar de ser um projecto único em Portugal e potencialmente estruturante do turismo da Beira Interior de Portugal, parece votado ao abandono e ao esquecimento, inclusive pelas entidades que o promoveram. Pois chegou a altura de dizer NÃO e manter vivo um itinerário fantástico, pleno de história, cultura, tradições, gastronomia, natureza e gente boa; aldeias e pessoas maravilhosas e únicas que não se encontram em mais nenhum lado.

Para isso juntámos um grupo privado de pessoas que se dispõe a organizar uma actividade que proporciona a descoberta das Aldeias Históricas de Portugal de BTT ou a pé, tirando partido da GR22 e de outros trilhos de elevada beleza.

Acresce o facto de duas novas localidades, Trancoso e Belmonte, terem recebido a classificação de Aldeia Histórica, pelo que terá todo o sentido incluí-las no nosso itinerário e visitas.

Este é pois o desafio que vos lançamos, juntem-se a nós e venham daí à descoberta do Portugal profundo. Queremos demonstrar o seu interesse e iniciar o movimento que leve à manutenção da rota e a sua evolução com as novas aldeias classificadas. Sugestões de outras iniciativas são bem vindas.

O programa que propomos de 28 de Agosto a 4 de Setembro, denominado Travessia das Aldeias Históricas, é diferente dos que eram antigamente organizados (pelo INATEL), para menos pessoas (as inscrições são limitadas) e, esperamos, com mais qualidade. Asseguramos a logística, enquadramento e segurança e deixamos alimentação e alojamento à parte, que pode ser reservado através da organização a preços especiais que estamos a negociar.

O grupo de BTT fará sempre toda a rota em 7 etapas diárias (+ 1 dia de descanso), pelo que tem uma dificuldade média/alta (exigindo preparação previa), enquanto que o grupo de caminheiros é acessível a todos, com percursos pedestres com partida e chegada às aldeias.

Vejam todos os pormenores em www.az-trails.net/aldeias/, site em construção/evolução, onde serão apresentadas todas as informações relativas à Travessia das Aldeias e podem ser feitas inscrições.

Se não puderem vir, ajudem-nos pelo menos a promover esta iniciativa, enviando a informação aos verdadeiros amantes das coisas belas da vida.

Pedalar é viver,

pedro pedrosa"



terça-feira, maio 25

Bush reforça determinação da Al-Quaeda

O título é um pouquinho forte mas é mesmo o que apetece para esta notícia que desde esta manhã não me sai da cabeça. Então não é que um respeitável Instituto que os nossos publicistas da "esquerda liberal", convertidos ao neo-conservadorismo, não devem considerar suspeito de influências anti-americanas, tornou público um estudo destes!

"International Institute for Strategic Studies
Estudo: Guerra no Iraque reforçou determinação da Al-Qaeda

A Al-Qaeda, rede de Osama bin Laden, continua operacional e estima-se que tenha células em mais de 60 países com 18 mil potenciais terroristas, sendo que a sua determinação foi reforçada com a guerra no Iraque, conclui o relatório deste ano do britânico International Institute for Strategic Studies (IISS), apresentado hoje em Londres.
O estudo diz que os ataques recentes em Espanha, Turquia e Arábia Saudita mostram que o grupo se reconstituiu totalmente depois de ter perdido a sua base no Afeganistão.

Segundo o IISS, são "prováveis" novos atentados organizados pela Al-Qaeda numa Europa com falta de consensos e cada vez mais vulnerável, especialmente quanto às infiltrações terroristas na região do Mediterrâneo. Os próximos alvos deverão ser o Reino Unido e o Sul do continente europeu, nomeadamente o local dos jogos Olímpicos de Atenas, avança o instituto."

Ver notícia completa AQUI

CV-8

Olhe aqui o recentíssimo blog omeufuscafala que descobri através do Pentimento. Quase acabado de nascer mas interessante mesmo...

segunda-feira, maio 24

Vistas de Rua (4)

Carnide

Uma visita de fim-de-semana às ruas e ao largo de Carnide, às portas de Lisboa, mostra-nos uma realidade urbana com um encanto que grande parte da sua região envolvente já perdeu. É verdade que os automóveis circulam e estacionam e o espaço parece comprimido pelas margens que se inundaram de construções.

Mas se nos perdermos no regresso a Telheiras podemos calcorrear uma vasta zona ainda não ocupada pela construção. Carnide ainda é envolvida por algumas hortas e pela interessante zona da Luz que lhe dá acesso do lado de Sete Rios.

Nas suas redondezas surgiu o "Colombo", o novo estádio do Benfica e Telheiras que se transformou numa nova centralidade urbana excessivamente construída. Criaram-se vias rodoviárias que esquartejaram, na maior parte, as antigas hortas.

Mas Carnide manteve o núcleo central com a sua arquitectura de casas baixas e espaços em que se revive o ambiente da "província" às portas da grande cidade.

O Largo está repleta de restaurantes de todas as qualidades e para todos os gostos. Esta é ainda uma parte da Lisboa viva onde, porventura, muitas pensam que a cidade morreu. Uma faceta humanizada do desenvolvimento urbano lado a lado com a especulação imobiliária.

Carnide: um núcleo encantador de Lisboa a preservar.

Fragmentos de Leituras

"Eros e o teatro

A função erótica do teatro não é acessória porque entre todas as artes figurativas (cinema, pintura) só ele oferece os corpos e não a sua representação. O corpo de teatro é ao mesmo tempo contingente e essencial: essencial, não podemos possuí-lo (é magnificado pelo prestígio do desejo nostálgico); contingente, seria possível, pois bastaria sermos loucos por um instante (o que está ao nosso alcance) para saltarmos para o palco e tocarmos o que quiséssemos. O cinema, pelo contrário, exclui, por uma fatalidade da natureza, toda e qualquer passagem ao acto; aqui a imagem é a ausência irremediável do corpo representado.
(O cinema seria semelhante a esses corpos que andam, no Verão, com a camisa amplamente aberta: vejam mas não toquem, dizem esses corpos e o cinema, ambos, literalmente, fictícios.)"


"Roland Barthes por Roland Barthes" - 12
(Fragmento 1 de 3, pag. 7)

Edição portuguesa: "Edições 70"