sexta-feira, agosto 25

ANGOLA

Eleições em Angola com resultado pré anunciado. Os crédulos acreditam que algo vai mudar. Creio que nada, de essencial, mudará. De qualquer forma a realização de eleições é um sinal favorável para a emergência do modelo democrático. Os portugueses precisam ter esperança no futuro de Angola.

segunda-feira, agosto 21

O anúncio do calor

Calor abrasador. Quando sinto este bafo quente na rua, em lisboa, sei que ardem os campos de arvoredo por esse país fora. Além do desastre da destruição da natureza, seja qual for a sua estrutura física, os incêndios florestais põem a nu a pobreza que a longura dos campos, por vezes tão perto das cidades, em vão dá a ilusão de esconder. O desastre situa-se de ambos os lados da barricada, tal como nas guerras, pois um incêndio, afinal, não é mais do que uma batalha perdida de que sobram os escombros que o tempo removerá. Que me lembre nunca vi um incêndio florestal a não ser ao longe como no outro dia pelos lados de Canal Caveira visto da autoestrada do sul. Nem todos podemos ter acesso direto ao inferno na terra, nem sequer a encarar o diabo feito labareda vociferante. Como já tem sido dito, e escrito, por quem sabe o país paga, com regular falta de parcimónia, o preço pelo desprezo a que vota o tempo e pela gula endeusada do sucesso (lucro) imediato. Haja saúde!

quinta-feira, agosto 17

Verão Quente

Verão quente! Onde já ouvi esta frase? O mundo mediterrânico arde como se fosse uma terra maldita, em desertificação, abandonada pelo seu povo, ressequida, em boa parte a caminho de ser deserto. Incluindo o sul de Portugal. Alguns falam em terrorismo. Não creio. As mortes dramatizam. Mas os incêndios são recorrentes nestas regiões. Desde que escrevo nas redes sociais com regularidade, pelos finais de 2003, já escrevi inúmeras vezes acerca de incêndios florestais. Não conheço o suficiente do assunto para pronunciamentos de saber feito. Creio somente, por intuição, que a raiz da irrupção dos incêndios está na conjugação da seca com a desertificação humana. Como combater o fenómeno? Invertendo o ciclo da seca e da desertificação. Ocupar humanamente o território e irrigá-lo. Tudo são ideias que levam a politicas consideradas impossíveis ou mesmo utópicas. Esta arreigada descrença em mudanças profundas, assumidas coletivamente, assentes em politicas que valorizem modelos de organização coletiva (não coletivistas), é o travão a qualquer verdadeira mudança. Verão quente! Numa das suas primeiras obras, de juventude, Camus escreveu no capítulo “As amendoeiras”, de Núpcias, o Verão: (…) A primeira coisa é não desesperar. Não prestemos ouvidos demasiadamente àqueles que gritam, anunciando o fim do mundo. As civilizações não morrem assim tão facilmente; e mesmo que o mundo estivesse a ponto de vir abaixo, isso só ocorreria depois de ruírem outros. É bem verdade que vivemos numa época trágica. Contudo, muita gente, confunde o trágico com o desespero. “O trágico”, dizia Lawrence, “deveria ser uma espécie de grande pontapé dado na infelicidade”

terça-feira, agosto 8

Férias...

De regresso de umas curtas férias na terra, no meu caso no Algarve, quase retemperado de longos meses de trabalho extenuantes e pejados de dificuldades. Nas organizações são as pessoas o mais importante ativo mesmo que se anuncie, reiteradamente, o discurso do fim trabalho feito diretamente pelo homem. O tempo não tem parança. Nem a energia é inesgotável. As convicções autenticas não morrem. A vontade de participar não esmorece. O verão continua, as férias serão repartidas, imprevisíveis, tal como a vida em sociedade. Continuar a trabalhar, alongar o tempo todo o tempo.

sábado, julho 22

NOVO TEMPO

A politica em Portugal sofreu uma mudança de qualidade com a entrada em cena da fórmula politica pós eleições legislativas de 4 de outubro de 2015. Quanto mais tempo ela durar, ao que tudo indica poderá durar a legislatura completa, mais se acentuará a deriva populista com expressão partidária - à falta de um partido de extrema direita - nos partidos mais à direita do espetro politico tradicional. Estamos a assistir, no nosso país, a um fenómeno novo que consiste na emergência de um discurso populista, explorando temas, desde há muito assumidos por partidos da extrema direita europeia, mas que em Portugal parece encontrarem acolhimento em partidos do sistema. Poderá tratar-se de um fenómeno pontual ou, provavelmente, o inicio do processo de criação de uma formação politica assumidamente de extrema direita. Não creio que o PSD possa vir a transformar-se nessa formação quer pela sua história, quer pela natureza da sua base social, quer pelo seu enquadramento internacional. Mas no presente contexto algo terá que acontecer no sentido do reajustamento partidário. Estamos no inicio de um novo tempo politico.

quarta-feira, julho 19

ALBERTO MARTINS

A luta politica é uma expressão do debate de ideias em torno de interesses materiais conflituantes, ou opostos, de conceções doutrinárias, ou filosóficas, divergentes no que respeita à organização da sociedade ou à própria vivência individual. Em democracia o debate, e combate politico, é realizado de forma pacifica, ou seja, pelo confronto de ideias sendo as decisões tomadas através do voto.
Hoje o Alberto Martins, exercendo o mandato de deputado eleito pelo PS, anunciou no Parlamento, para minha surpresa, o abandono da vida politica ativa.
Dei por mim a pensar que a democracia representativa em Portugal atingiu, com todos os seus defeitos, a idade madura. Pois foi possível que um ativista da luta contra a ditadura (que ganhou reconhecimento, e notoriedade, por ter, publicamente, desafiado a autoridade do "mais alto magistrado da nação", na crise académica de Coimbra, em 1969) tenha encerrado um ciclo completo de intervenção politica, desde os anos 60 do século passado, através de sucessivas conquistas, num ambiente de normalidade institucional, em plena liberdade.
Acrescento para os menos bem informados, que são quase todos os fazedores de opinião, jornalistas profissionais, ou outros, como hoje ficou demonstrado, que Alberto Martins não foi sempre militante do PS.
Após o 25 de abril de 1974, durante largos anos,(não sei precisar até quando)foi destacado militante, e dirigente do MES (Movimento de Esquerda Socialista),tendo, posteriormente, aderido ao PS, por opção própria, tal muitos outros entre os quais me incluo.
Para o Alberto Martins os meus desejos de felicidades pessoais, com um abraço fraternal.

domingo, julho 9

SMO

Republico um post de 29 de setembro de 2004. Acerca de um tema pouco popular - o Serviço Militar Obrigatório - que ganhou atualidade pelas piores razões, que sempre defendi ou, em alternativa, o serviço civico obrigatório. Qualquer dos modelos, em diversas modalidades, existe em países da UE desde há muito ou está a ser retomado.

Serviço Militar Obrigatório

O Dr. Portas surge, ufano, a proclamar o fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO). O acontecimento aparece aos olhos da grande maioria como uma grande conquista civilizacional. Em particular aos olhos da juventude. As juventudes partidárias rejubilam.

O Dr. Portas ostenta um orgulho que estaria nas antípodas das suas próprias convicções caso fosse um verdadeiro patriota. No momento em que se consagra o fim do SMO quero afirmar que sempre fui a favor da conscrição, ou seja, do “alistamento militar”.

Acho que o fim do SMO é uma cobardia moral e um sinal de resignação patriótica.

A partir de agora o país ficará a dispor de forças militares profissionais. A maioria dos jovens nunca terá acesso à experiência militar. Nunca saberá manejar uma arma. Nunca terá a noção real do que é a defesa nacional. O país perderá um dos últimos redutos onde se exercitava o sentimento de pertença à comunidade nacional.

Ficam os ex-combatentes para o exercício da demagogia patrioteira. Ficam as compras de armamento para o aumento da despesa pública. Ficam os edifícios e os terrenos militares devolutos para combater o deficit.

O patriotismo virou negócio por grosso e a retalho. E negócio chorudo!

sexta-feira, julho 7

CATIVAÇÕES

Escrevo após um intervalo demasiadamente grande para meu gosto que se deve a sobrecarga de trabalho profissional. Nem os acontecimentos que têm feito as notícias nas últimas duas semanas, nem qualquer menos interesse em preencher este espaço que persiste, a duas mãos (as minhas)desde 2003.
O que me apetece escrever tem a ver com a politica que me envolve, fascina ou revolta, conforme os estados de espirito e a disponibilidade de cada momento. Para dizer que os mesmos que reclamavam por cortes na despesa pública (atacar as chamadas "gorduras do estado") não têm autoridade para atacar o governo em funções por ter adotado uma orientação na gestão orçamental que vai nesse sentido - mas por outro caminho diverso do que foi seguido no tempo da troika.
Como muitos economistas já explicaram as cativações não são cortes, são um espécie de suspensão de parte da despesa que, em qualquer momento, pode vir a ser executada permitindo medir, ao longo do tempo, os seus efeitos no deficit. Somente resta um debate técnico acerca da qualidade da execução que quase nunca se faz. Mas isso é um debate sério pelo qual a politica não se interessa.

domingo, junho 25

INCÊNDIOS/


Uma semana passada sobre o fatídico incêndio de Pedrógão sucedem-se as ondas de choque. Faltam apurar, da forma mais rigorosa possível, as causas e as falhas. Tratar-se-á de um desastre natural? É o mais certo. Que tenham confluído no tempo e no espaço todas as condições adversas incluindo falhas no sistema de prevenção? É possível. Que vão resultar consequências a todos os níveis? É inevitável. O mais importante é não perder tempo a tomar medidas para evitar, da forma mais certeira possível, próximas catástrofes. Que podem resultar das mais diversas origens e assumir as mais diversas formas. As pessoas em primeiro lugar, desde os responsáveis aos cidadãos comuns. E nas eleições autárquicas, cuja campanha já está em marcha, que se faça o escrutínio dos programas e respetivas ações concretas na prevenção de catástrofes. Será que alguém vai reparar nesse pormenor?
(Está neste momento a ocorrer um incêndio calamitoso no sul de Espanha - Huelva. A ver se o jornal El Mundo encomenda artigo ou reportagem ao seu jornalista anónimo especialista na matéria!)

sábado, junho 17

CALOR/INCÊNDIOS

Verdadeiramente notável, por estes dias, deste apagado mês de junho é o calor dando inicio, inevitavelmente, à época dos incêndios. E logo virão as mesmas imagens, queixas, e tudo o mais próprio desse terrível flagelo. Estejamos preparados. Ao fim de tantos anos uns habituam-se, outros lucram e todos nos cansamos.
(Escrito antes de ter conhecimento da tragédia que resultou do incêndio de Pedrógão.)

sábado, junho 10

10 de junho

10 de junho, uma data simbólica. Como são importantes os símbolo! O atual PR, Marcelo Rebelo de Sousa, entende essa importância, tal como os atuais titulares dos mais altos cargos (PM, António Costa e o PAR, Eduardo Ferro Rodrigues) por razões que têm a ver com a cultura e o percurso pessoal, e politico, da cada um. Seria interessante fazer uma digressão pelos respetivos percursos para se entender melhor as suas opções em cada momento, face a cada situação e problema concreto. A saída das fronteiras físicas de Portugal para a celebração do Dia de Portugal corresponde ao reconhecimento da realidade de um país e do seu povo que desde há séculos emigra tendo constituído uma diáspora com significado a todos os títulos. Não somos caso único, bastando para tal conhecer a dimensão, por exemplo, das comunidades estrangeiras no Brasil (alemães, italianos, japoneses ... e a sua dimensão) mas, no caso do Brasil, Portugal, bem ou mal querido, é mais do que um país de destino de emigrantes portugueses.

domingo, junho 4

Atentados

Atentados em Londres. Terrorismo. Um fenómeno antigo. Todos os dias ocorrem atentados em lugares menos mediáticos, uma guerra económica, religiosa e politica geral, na qual ninguém se pode eximir a responsabilidades, quer a ocidente, quer a oriente. O dado novo neste puzzle é a eleição do novo presidente dos USA que introduziu nesta guerra global fatores de imprevisibilidade nunca antes vistos. As condições para uma confrontação generalizada amadurecem a uma velocidade estonteante.

quarta-feira, maio 24

CENTENO E TUDO

No meio da tormenta, após tanta desconfiança e violência verbal, nos espaços da politica e na sociedade civil, Centeno (Ministro das Finanças) emerge como figura pública de reconhecido prestigio técnico e honorabilidade pessoal. Não era sem tempo e chegou a tempo pois os ciclos económicos são traiçoeiros. Desde sempre que nos meios académicos todos sabiam que Mário Centeno é um economista de elevado nível mas poucos poderiam adivinhar que pudesse afirmar-se na politica, arte na qual julgo nunca tivera uma experiência relevante. Pode dizer-se que são as circunstâncias que o ajudaram, retirando-lhe o mérito profissional e as qualidades pessoais. Mas todos sabemos que não há milagres na gestão da coisa pública ainda para mais neste conturbado e frenético tempo que é o nosso. Quanto durará a sua áurea não sabemos, mas sabemos que o país se apresenta, hoje, perante os portugueses, a europa e o mundo de cara lavada, não por ter subitamente enriquecido mas, a meu ver, por ter encontrado um equilíbrio politico e social que raramente, na nossa história recente, é possível vislumbrar. O que se espera? Que dure quanto baste, seja qual for o vento que sopre mostrando-se capaz de honrar o compromisso democrático e a defesa da liberdade.

domingo, maio 14

13 maio

Nestes últimos dias o espaço público do nosso país foi ocupado por acontecimentos com significado e impacto na opinião pública. Ao contrário do que tantas vezes tem acontecido nos últimos anos não se trata de desastres, crises, crimes....
Uma parte da intelectualidade de esquerda mantém um ruidoso silêncio ou emite opiniões de desagrado. Julgo que ressoa ainda no seu pensamento o mito dos três efes do Estado Novo: Futebol, Fátima e Fado. Mas os nossos tempos são outros e, neste 13 de maio de 2017, qualquer destes efes não se pode assemelhar ao "soporífero social" do outro tempo.
O Futebol internacionalizou-se, continua a ser uma modalidade desportiva fascinante e não é mais uma bandeira, no plano politico, de uma ditadura. Fátima neste centenário, para além da questão da fé, trouxe a Portugal o Papa Francisco e a sua palavra que está nas antípodas de qualquer totalitarismo. O Fado, neste dia, cedeu o lugar a um estilo musical contemporâneo que se distingue pela diferença, lançando um desafio à própria indústria musical. Os "Velhos do Restelo" não escolhem quadrantes políticos e ideológicos...

segunda-feira, maio 8

A minha mãe Tolentina


A minha mãe foi batizada de Tolentina, nascida na freguesia de S. Estêvão de Tavira, de família de camponeses remediados, vivendo dos proventos do cultivo de uma terra de sequeiro a que se juntou, mais tarde, uma horta que, no conjunto, produziam desde os frutos secos aos mimos típicos das produções algarvias. Sempre conheci aquele campo, como lhe chamávamos, convivi com os meus avós maternos, Rosa e José, o meu tio Ventura, os meus primos Gervásio e Ezequiel, todos, sem exceção, dedicados à agricultura. Gente com mãos rugosas e faces marcadas pelas agruras do mister. A minha mãe, pelo casamento, saiu do campo para a cidade cedo, mantendo o espirito de camponesa e fortes os laços que a ligavam à família. Era uma mulher desabrida, obstinada, solidária e crente em que era sempre possível ir mais além. Morreu num dia de aniversário do meu filho Manuel, em minha casa, depois de uma divertida festa na qual animadamente participou. Foi assim cumprido, estou certo, o seu desejo. E vive no meu coração.

segunda-feira, maio 1

1º de maio

Com que então libertos, hein?

Com que então libertos, hein? Falemos de política,

discutamos de política, escrevamos de política,

vivamos quotidianamente o regressar da política à posse de cada um,

essa coisa de cada um que era tratada como propriedade do paizinho.

Tenhamos sempre presente que, em política, os paizinhos

tendem sempre a durar quase cinquenta anos pelo menos.

E aprendamos que, em política, a arte maior é a de exigir a lua

não para tê-la ou ficar numa fúria por não tê-la,

mas como ponto de partida para ganhar-se, do compromisso,

uma boa lâmpada de sala, que ilumine a todos.

Com o país dividido quase meio século entre os donos da verdade e do poder,

para um lado, os réprobos para o outro só porque não aceitavam que

não houvesse liberdade, e o povo todo no meio abandonado à sua solidão

silenciosa, sem poder falar nem poder ouvir mais que discursos de salamaleque,

há que aprender, re-aprender a falar política e a ouvir política.

Não apenas pelo prazer tão grande de poder falar livremente

e poder ouvir em liberdade o que os outros nos dizem,

mas para o trabalho mais duro e mais difícil de - parece incrível -

refazer Portugal sem que se dissipe ou se perca uma parcela só

da energia represa há tanto tempo. Porque é belo e é magnífico

o entusiasmo e é sinal esplêndido de estar viva uma nação inteira.

Mas a vida não é só correria e gritos de entusiasmo, é também

o desafio terrível do ter-se de repente nas mãos

os destinos de uma pátria e de um povo, suspensos sobre o abismo

em que se afundam os povos e as nações que deixaram fugir

a hora miraculosa que uma revolução lhes marcou. Há que caminhar

com cuidado, como quem leva ao colo uma criança:

uma pátria que renasce é como uma criança dormindo,

para quem preparamos tudo, sonhamos tudo, fazemos tudo,

até que ela possa em segurança ensaiar os primeiros passos.

De todo o coração, gritemos o nosso júbilo, aclamemos gratos

os que o fizeram possível. Mas, com toda a inteligência

que se deve exigir do amadurecimento doloroso desta liberdade

tão longamente esperada e desejada, trabalhemos cautelosamente,

politicamente, para conduzir a porto de salvamento esta pátria

por entre a floresta de armas e de interesses medonhos

que, de todos os cantos do mundo, nos espreitam e a ela.


Jorge de Sena

SB, 2/5/74

POEMAS "POLÍTICOS E AFINS" (1972-1977)

In "40 ANOS DE SERVIDÃO"

sábado, abril 29

ANIVERSÁRIO

Ontem. Não é todos os dias que se comemoram 70 anos de vida. Continuar a trabalhar, obviar ao cansaço da gestão do que me compete gerir, restaurar todos os dias a capacidade de tolerância, não desmerecer da confiança que em mim depositam aqueles que me olham. Seguir em frente com prudência mas sem temor. Obrigada à família e aos amigos que me têm desde sempre apoiado. E sempre a lembrança de meus pais, presentes no meu coração.

sábado, abril 15

SINAIS DE GUERRA

O ambiente está povoado de sinais de guerra. Ataques militares mediatizados, além dos esquecidos combates no terreno, estreias mundiais na utilização de armas, discursos, e mensagens, ameaçadoras afirmadas, e feitas divulgar, por lideres políticos, as potências militares mostram as garras, os povos ainda não se deram conta das danças de guerra nas quais participam sem convite nem convocatória. Pode ser somente a vozearia do medo, ou a cortina que esconde a fraqueza oriunda das interdependências entre os grandes do mundo. Acreditemos que assim seja. Caso contrário a guerra não poupará nada, nem ninguém. Os sinais, por mais que imaginemos a emergência de forças contemporizadoras, assinalam os perigo típicos dos tempos que antecedem as guerras.

terça-feira, abril 11

Guerra, qual guerra?

Estamos sempre no princípio e no fim de qualquer coisa, incluindo a própria vida. Mesmo quando atravessamos períodos considerados pacíficos, livres de guerras ou revoluções violentas, não deixam de ocorrer mudanças profundas nas sociedades. Cada um de nós, nos nossos grupos de pertença, no mais íntimo das nossas convicções religiosas (mesmo quando proclamamos a ausência de qualquer crença religiosa), nos confrontamos todo o tempo com o fim e o principio de qualquer coisa. Desde logo da vida, o bem mais sagrado que nos compete preservar. O ambiente que se respira por todo o lado, a sul e a norte, a oriente e a ocidente, no nosso mundo globalizado, está cravado de atos e declarações de responsáveis políticos (fiquemos por estes) ameaçadoras para a paz e a concórdia entre os povos e as nações. Guerra, qual guerra?