segunda-feira, janeiro 30

domingo, janeiro 29

NEVA EM LISBOA

Neva em Lisboa. Uma raridade. Não esperava ver nevar tão a sul depois de, em 1954, ter nevado em Lisboa e, mesmo, no Algarve. Olho pela janela e não há dúvidas. Neste preciso momento, um pouco antes das 3 da tarde, em Lisboa, os flocos de neve bailam no ar. Começa a engrossar. É um nevão!!!!!
Actualização: faltam cerca de 20 minutos para as cinco da tarde. Na zona de Lisboa onde me encontro, após um abrandamento, recomeçou a nevar. O suficiente para causar espanto mas insuficiente para se acumular. As crianças estendem as mãos procurando agarrar os flocos que se escapam.

PRESIDENCIAIS - TRÊS FENÓMENOS

Posted by Picasa Van Gogh – Retrato do Dr. Gachet - 1890 ( junho )

As eleições presidenciais revelaram três fenómenos interessantes dois dos quais têm sido quase esquecidos.

O primeiro fenómeno é a emergência de uma fobia social aos velhos, qualquer coisa que se poderia denominar gerontefobia, [geronte – do grego, “velho” (*)] que a candidatura de Mário Soares revelou. Dir-me-ão que se reuniram no personagem todas as rejeições possíveis de congregar no tempo e no lugar – o máximo denominador comum de todos os descontentamentos.

Não creio que seja só isso e é mais do que isso. É a revelação de um impressionante desprezo social pelos velhos e, mais impressionante ainda, a revelação da acrimónia dos velhos em relação a si próprios. Terrível e monstruoso fenómeno que tenderá a crescer – caso se desmereça a sua abordagem – ao longo dos tempos vindouros.

Os velhos serão os judeus do próximo holocausto e, eles próprios, como os condenados do “Goulag”, se darão por “culpados” apesar de se saberem “inocentes”.

O segundo fenómeno, de sentido contrário, foi o apagamento, nas presidenciais, das expressões políticas do populismo de direita. Os populismos de direita, e extrema-direita, não deixaram de existir mas Cavaco retirou-lhes espaço político aspirando os sentimentos revanchistas para um terreno potencial de concórdia nacional.

Os perigos do bloco central são incomensuravelmente menos ruinosos para a salvaguarda do essencial da democracia e da liberdade do que a tomada de parcelas do poder por facções políticas organizadas expressando os interesses e as ideologias de quaisquer populismos ou extremismos.

O terceiro fenómeno é tudo apontar para que Alegre, e os seus apoiantes, se deram conta do significado do resultado das eleições tendo refreado os ímpetos de alguns arrivistas, que sempre encontram aconchego nos “albergues espanhóis”, no sentido de dividir o PS e abater o governo maioritário socialista em troca da glória efémera de um dia de poder virtual.

Nada substitui a vertigem de um bom combate político mas, chegado o momento da verdade, a realidade é o remédio mais eficaz para combater a mais forte das desilusões. E a realidade é uma Assembleia da República com uma maioria socialista que legisla, um Governo do PS que governa, um Presidente do centro-direita que preside. Cada uma das instituições com o seu papel tendo os seus titulares sido eleitos pelo povo. Não é, convenhamos, nada mau.

Para todos os que desdenham da ordem política vigente o período pós eleitoral é um aborrecimento. Mas, sem prejuízo do dever de condenarmos todas as injustiças que se pratiquem à sombra deste regime, como dizia Winston Churchill: "O preço da grandeza é a responsabilidade."

(*) “cada um dos 28 magistrados , com idade superior a 60 anos, que formavam em Esparta e em outras cidades da Grécia antiga, o Senado, órgão com importantes competências jurisdicionais e políticas” - Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das Ciências de Lisboa.

LIVRO DO DESASSOSSEGO


Original dos dois excertos apresentados, na tradução francesa, por Terres de femmes

324

“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentidos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde.”

325

Ficções do interlúdio, cobrindo coloridamente o marasmo e a desídia da nossa íntima descrença.”

“Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa, aliás, Bernardo Soares, Ajudante de Guarda-Livros na Cidade de Lisboa


Edição Richard Zenith, Parque Expo 98 SA
Assírio e Alvim

"Somos de longe ..."

Posted by Picasa Van Gogh - CIPRESTES COM DUAS FIGURAS - 1890

(…)
Somos de longe e temos de voltar
(…)

Ruy Belo
NO TÚMULO DE SARDANAPALO
O Problema da Habitação

sábado, janeiro 28

SOM

Posted by Picasa André Bernard

Mais o som do silêncio se adensa
E a linha do horizonte se faz pura

Lisboa, 27 de Janeiro de 2006

[Nos 250 anos do nascimento de Mozart]

1952 - CAMUS/SARTRE

« Temps modernes (*). Ils admettent le péché et refusent la grâce. Soif du martyre. »

« L´enfer, c´est le paradis plus la mort. »

« L´enfer est ici, à vivre. Seuls échappent ceux qui s´extraient de la vie. »

« Qui témoignera pour nous ? Nos œuvres. Hélas ! Qui donc alors ? Personne, personne sinon ceux qui nos amis qui nous ont vus dans cette seconde du don où le cœur tout entier se vouait à un autre. Ceux qui nous aiment donc. Mais l´amour est silence : Chaque homme meurt inconnu. »

« Septembre 52. Polémique avec T. M. (**). Attaques « Arts » « Carrefour » « Rivarol ». Paris est une jungle, et les fauves y sont miteux. »

« Parvenu de l´esprit révolutionnaire nouveaux riches et pharisiens de la justice. Sartre, l´homme et l´esprit, déloyal. »

(*) Il s´agit de la revue de Jean-Paul Sartre

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

(Uma série de excertos, ao contrário do habitual, contendo parte da sequência de reflexões de Camus no auge da sua polémica com J.P. Sartre.)

RUA DO SOL A SANT´ANA

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

(…)
e as farmácias começam a fazer negócio
e crescem muitas vezes nalgum pátio assustadoras vozes
e descem das montanhas elefantes brancos todos os rebanhos
e partem por nós dentro todos os caminhos
e a noite enfuna as árvores de vento
e unge em suas assombrosas mãos o corpo da cidade
esmaga-lhe a boca arquiva-lhe os cabelos
mata-lhe os olhos dá-lhe nas esquinas cotovelos
precisamente porque há um caminho para o mar
e em certos gestos nascem coisas muito grandes
e é dia lá onde o olhar dos loucos abre
Levanto-me dos olhos para o meu poema
regulo o vento evito-lhe as esquinas
e levemente o levo pela mão à noite
e dou-lhe a calculada dose em minha provisória morte
Levantam-se nas casas todas as mulheres
as menos belas olham as mais belas
as da Jónia passeiam levemente nuas
as de Tarso veladas e Paulo morto há pouco
E a esperança, quando o sol afasta as nuvens
com róseos dedos sobre Esparta ou a arenosa Pilos,
que o tempo para sempre haja mudado
E houve uma tarde e uma manhã primeiro último dia
Ó homens há séculos erguidos e caídos
magnanimi heroes nati melioribus annis
vindos no lombo dos meses menos habitáveis
de hirtas mãos abertas entre a vida
talvez vos não receba o coração
de uma grande cidade em construção

Ruy Belo
In “O problema da Habitação” – Alguns Aspectos
“Todos os Poemas –I” – Assírio & Alvim

[Na sequência de um comentário e sugestão da Helena, da Linha de Cabotagem, em sua homenagem, transcrevo aqui os versos finais do poema de Ruy Belo, “Rua do Sol a Sant´ana”, disponível, na íntegra, no IR AO FUNDO E VOLTAR, o que deve constituir uma estreia absoluta na blogosfera pois o não encontrei, senão na versão publicada em livro, após afanosas pesquisas]

sexta-feira, janeiro 27

Acerca da Crise da Justiça - Duarte Lima na A.R.

Posted by Picasa Van Gogh - A ponte em Langlois - 1888

“Tal como na prisão preventiva, as escutas telefónicas começaram por ser usadas como método de excepção para combater determinado tipo de crimes graves. Progressivamente, o seu âmbito foi-se alargando, até chegarmos à situação que hoje vivemos, em que a excepção se transformou a regra. Torna-se, por isso, imperativo tomar uma medida de sanidade elementar, que é a de restringir a admissibilidade das escutas telefónicas àquelas situações de gravidade extrema em que está em causa a vida e a segurança das pessoas, nomeadamente os crimes de terrorismo organizado, de tráfico de droga e os crimes de sangue. E, conhecidos os abusos de que se falou, tal utilização não pode deixar de ser fiscalizada por um órgão independente, eleito pelo Parlamento, com poderes de conhecer e verificar as circunstâncias em que as escutas se processam, garantindo a todos e a cada um que só naqueles casos excepcionais é admissível violar a intimidade da vida pessoal.”

(Leia, na íntegra, no IR AO FUNDO E VOLTAR, a corajosa intervenção, acerca da crise na justiça portuguesa, proferida pelo deputado eleito pelo PSD, Duarte Lima, aplaudida de pé por todas as bancadas parlamentares - excerto acima.)

DILEMA

Posted by Picasa André Bernard

"O problema é que os partidos já não estão no centro da vida democrática, descentraram-se, perderam esse papel, e uma defesa a outrance do sistema partidário versus o populismo não chega".

Pacheco Pereira, PÚBLICO, 26-01-2006


Diria exactamente o contrário. Os partidos, para o bem e para o mal, estão no centro da vida democrática. A não ser que com a ascensão de Cavaco Silva a Presidente, do qual JPP é um apoiante, se pretenda “deslocalizar” o centro da vida democrática para a Presidência da República.

Estaríamos, então, perante uma perversão do regime democrático que, salvo as ficções da democracia directa, participativa, cidadã, ou o que se quiser chamar, só encontra alternativa nas tiranias.

Que se saiba em todos os países da OCDE, da UE, do designado “mundo livre”, ou seja democrático, embora com diferenciação nas relações entre as diversas instâncias do poder, os partidos “estão no centro da vida democrática”.

Se os partidos deixarem de ocupar o “centro da vida democrática” quem o ocupará? Uma pergunta à procura de resposta.

HAMAS

Posted by Picasa "Claro que, por princípio, as eleições são boas, e no caso em concreto até já foram validadas. Mas o que fazer quando ganham os maus?"

George W. Bush, sobre a vitória do Hamas nas eleições palestinianas, "Público" 26-01-2006


Interessante reflexão não tanto por si mesma de tantas vezes repetida ao longo da história da democracia, por exemplo, acerca da ascensão de Hitler ou da vitória eleitoral dos integristas na Argélia, seguida de golpe de estado militar, mas pelo efeito boomerang em relação a quem a profere.

“Mas que fazer quando ganham os maus?” foi exactamente o que pensaram – e disseram – a maioria dos próprios americanos e a esmagadora maioria dos povos do mundo islâmico quando Bush ganhou as últimas presidenciais americanas.

A vitória do Hamas, a guerra no Iraque, a radicalização do regime iraniano, e tudo o que aí vem, não é tanto um problema da democracia mas, antes do mais, um problema da estratégia de “potência única” prosseguida pela administração Bush que, como muitos analistas têm sublinhado, ao contrário de combater o terrorismo, tem criado as condições para o robustecer.

“Por princípio as eleições são boas”… com a excepção dos casos em que ganham os “maus” … Qual o critério político, moral, ideológico, jurídico ou cientifico para identificar – e exterminar (!) – os maus? A raça, o credo, a ideologia…?

Quando os amantes da liberdade e da democracia hesitam, ou enveredam por apreciações erradas acerca da natureza dos seus inimigos, o resultado inevitável é a guerra injusta. Espero estar enganado.

quinta-feira, janeiro 26

"Se não amas ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir

(…)
Se não amas o Deus que tu não vês
como hás-de – pois o vês – amar o homem teu irmão?
(…)

Ruy Belo

NO TÚMULO DE SARDANAPALO
O Problema da Habitação

No Deserto

Posted by Picasa Paula Rego – No Deserto

Durão Barroso diz que o "verdadeiro teste" ao programa de reformas português virá em 2007

Se não desse para chorar dava para rir. Então o nosso estimado ex-primeiro Ministro, três dias depois da vitória de Cavaco, seu criador, vem exortar o governo socialista a fazer aquilo que ele não fez.

Mais rigor, mais de tudo aquilo que os governos de direita, ao primeiro dos quais presidiu, entre Março de 2002 e Fevereiro de 2005, não realizaram …

O prazo de 2007 não podia ser menos inocente. No segundo semestre de 2007 Portugal assumirá a presidência da EU. A esquerda dá sinais de divisão e o PS, em particular, ameaça deixar Sócrates a pregar no deserto.

O mais tardar a partir dos inícios de 2008 iniciar-se-á o verdadeiro assalto ao poder. São os detentores dos mais altos cargos, protagonistas dos desastres do passado que, com o maior desaforo, anunciam veladamente a estratégia da direita portuguesa: “uma maioria, um governo, um presidente.”

quarta-feira, janeiro 25

As Praias do Brasil

Posted by Picasa Imagem daqui

« J´ai toujours aimé la mer sur les plages. Et puis sur les plages désertes de ma jeunesse la boutique a proliféré. Maintenant je n´aime plus que le milieu des océans, là où l´existence des rivages paraît improbable. Mais un jour, à nouveau, sur les plages du Brésil, j´ai compris qu´il n´est pas pour moi de plus grande joie que de fouler un sable vierge á la rencontre d´une lumière sonore, pleine des sifflements de la vague. »

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

terça-feira, janeiro 24

"e partem ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir

(…)
e partem por nós dentro todos os caminhos
(…)

Ruy Belo

RUA DO SOL A SANT´ANA
O Problema da Habitação

LOVE

Posted by Picasa Paula Rego – Love

A magnífica vantagem da democracia, apesar da ignorância e do medo, é o direito à liberdade de opinião. Vemos, ouvimos e lemos. Não é necessário, é mesmo ultrajante, que alguém nos aponte as fronteiras da liberdade.

Quem acreditar que o espaço da liberdade pode ser demarcado está, mais uma vez, a cometer um erro grosseiro. A liberdade não tem fronteiras. Nem donos, nem deuses, simplesmente homens com suas forças e fraquezas.

Quem acreditar que a política, em democracia, pode viver sem partidos, ou contra os partidos, está a cometer outro erro grosseiro. Pois mesmo que se não proclame como partido um movimento que agite a ideia da regeneração dos partidos é, em si mesmo, um partido.

As ideias puras em política quando pretendem passar à acção prática transformam-me ou em tragédia ou em comédia. Aqueles que queiram manter-se fiéis à pureza dos seus ideais devem aplicar, a si próprios, a máxima de Camus que se mantém plenamente actual: “Não sou feito para a política pois sou incapaz de querer ou de aceitar a morte do adversário.”

(Depois de uma volta pelos meus blogues favoritos, imediatamente após conhecidos os resultados das eleições presidenciais).

segunda-feira, janeiro 23

"À Buchenwald..."

Posted by Picasa Imagem daqui

À Buchenwald, un petit Français, à l´arrivée demande à parler à part au fonctionnaire, lui-même prisonnier, qui l´accueille: “C´est que voyez-vous, mon cas est exceptionnel, je suis innocent.”

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

"Um verdadeiro amigo ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir

(…)
Um verdadeiro amigo repovoa uma cidade
um templo o coração o último jardim
(…)

Ruy Belo
PRINCE CASPIAN
Problema da Habitação

CAVACO AGUENTOU A INVESTIDA DAS URNAS

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Cavaco aguentou a investida das urnas. Merece a ilustração acima. Ganhou com cerca de 64.000 votos de diferença face à soma dos votos obtidos pelos restantes candidatos. Bastava um só voto mas é, em qualquer caso, uma vitória escassa face às expectativas da direita. Mas em democracia por um voto se ganha, por um voto se perde.

Soares fez uma declaração de derrota à altura dos seus pergaminhos de democrata. Fiquei, apesar de tudo, confortado. Saber perder é uma grande virtude nas sociedades civilizadas. Honra seja feita. Não ouvi a declaração de Cavaco, pois tenho (temos) muito tempo para o ouvir (10 anos?).

Conclusões breves:

1) A divisão da esquerda pode ter favorecido a vitória de Cavaco, mas um candidato único, apoiado pelo PS, seria sempre vítima do efeito do “voto de punição” face às políticas do governo; a divisão da esquerda é, além do mais, uma consequência inevitável das suas diferenças cuja exposição captou votos que uma candidatura unitária de esquerda afastaria;

2) Com a presente configuração dos resultados a eleição de Cavaco à primeira volta é menos penalizadora para o PS, e para o governo, pois o PS teria enormes dificuldades em manter-se unido no apoio a uma candidatura de Alegre na 2ª volta;

3) Cavaco precisa de tempo para iniciar o processo de reagrupamento do centro direita em torno do PSD enquanto espera recolher os frutos das políticas reformistas do governo PS;

4) A acção presidencial de desgaste do governo PS está limitada pela presidência portuguesa da UE, no segundo semestre de 2007, pelo que a instabilidade política far-se-á sentir, a sério, somente a partir de inícios de 2008, considerando que a legislatura termina em Outubro de 2009;

5) Cavaco corre o risco, no entanto, de desagradar, a breve prazo, ao eleitorado de centro esquerda que nele votou na expectativa de sua acção moderadora face às inevitável medidas impopulares resultantes da acção reformista do governo;

6) A liderança de Sócrates não ficará substancialmente fragilizada face ao desaire eleitoral se souber assimilar internamente as consequências políticas do resultado de Alegre;

7) Pode ter vencido, nesta eleição, a “solução cínica” que vaticinei em 8 de Fevereiro de 2005, num post intitulado “A Hora das Grandes Decisões”, face a uma notícia que atribuía a maioria absoluta ao PS nas legislativas de 20 de Fevereiro desse mês, mas mantenho a ideia chave que a vitória de Cavaco é, no essencial, a médio prazo, um factor de instabilidade política.

domingo, janeiro 22

PAR DE BOTAS

Posted by Picasa Vincent Van Gogh – PAR DE BOTAS

As primeiras projecções dos resultados acabam de ser divulgadas. Nada de surpreendente. Cavaco na frente, provável vencedor à primeira volta. Alegre mais votado que Soares. Jerónimo mais votado que Louçã.

Li hoje, dia de eleições presidenciais, devagar, algumas páginas dos Cadernos de Camus.
Na sequência dessa leitura surgiu a frase, curta e certeira, que pode ser a legenda para o provável resultado destas presidenciais:

Char propose comme devise: Liberté, Inégalité, Fraternité.”

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

Match Point

"E começo a cantar ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir


(…)
E começo a cantar
como quem do poema se esqueceu
e sente viva em si a natureza que só em si viveu
(…)


Ruy Belo
PRINCE CASPIAN
Problema da Habitação

O MAR

Posted by Picasa Azenhas do Mar

O mar não dorme no sossego
Da bonança que ora me toma

Azenhas do Mar, 20 de Janeiro de 2006