sábado, agosto 9

NAGAZAKI - 80 ANOS

BOMBA ATÓMICA: “O mundo é o que é, isto é, pouca coisa é. Eis o que cada um pode concluir depois de ontem, depois de ouvir o formidável concerto que a rádio, os jornais e as agências de informação harmoniosamente acabam de difundir sobre a bomba atómica. Podemos concluir com efeito, entre os numerosos comentários entusiastas, que qualquer cidade de importância mediana pode ser totalmente destruída por uma bomba com o tamanho de uma bola de futebol. Vai ser preciso escolher, num futuro mais ou menos próximo, entre o suicídio coletivo e a utilização inteligente das conquistas científicas.” Albert Camus, in Atuais.

Ser razoável

O mundo está a ferro e fogo. Por estes dias está a vencer a linguagem da força em desfavor do diálogo na busca do consenso. Ser somente razoável tornou-se ato de coragem.

quarta-feira, agosto 6

HIROSHIMA - 80 anos

Em 6 de agosto de 1945 os americanos lançaram a primeira bomba atómica (o Enola Gay), o seu "little boy", sobre Hiroshima. Os assassinos continuam a ensombrar a vida dos povos.

sexta-feira, agosto 1

Desconcerto

É sabido da investigação que quanto mais fracos são os sindicatos, menos frequentes e intensas as greves, maiores as desigualdades. Quando se pretende desiquilibrar o contrato social em beneficio do patronato limitam-se os direitos dos trabalhadores e descredilizam-se os sindicatos. Ou introduzem-se internamente fatores inibidoras da sua ação livre. Parece uma conversa antiga. Vem a propósito das noticias propaladas por dirigentes patronais no sentido de liberalizar os despedimentos e aumentar o horário de trabalho, em algumas condições, para as 60 horas semanais. Um desconcerto em busca de pôr termo à paz social.

quarta-feira, julho 30

Sacanagem

Grande parte das notícias que circulam nas redes e em sites são dirigidas a publicos vulneráveis, sub representados pelas instâncias de poder tradicionais. Não admira que os governos corram atrás desse mundo sem mostras de mudança. Lembrei-me das notícias plantadas para denegrir a imagem pública de Centeno...

quinta-feira, julho 24

Um erro politico monumental

A não recondução de Centeno é um erro politico monumental seja qual for a perspetiva. Em particular para o PSD porque rompe com um preceito não escrito de recondução, ainda para mais libertando Centeno para outras voos que, no futuro, pode sair caro à direita. Para o país porque se desperdiça talento dando um sinal de que a competência não resiste à voragem do poder. Não podemos ficar indiferentes a estes tristes episódios.

quarta-feira, julho 23

GAZA

Uma tragédia humana a que não se pode ficar indiferente. O governo de Israel, com a cumplicidade de boa parte da comunidade internacional, está a pisar todas as linhas vermelhas. É um projeto de expansão que sacrifica todos os principios humanitários.

domingo, julho 20

Venham mais cinco

Extraordinária exposição de fotografias, de fotógrafos estrangeiros, de entre o 25 de abril a novembro de 1975. Muitas delas não as tinha antes visto mas, no conjunto, são um retrato fiel e impressivo dos acontecimentos.

sábado, julho 19

Ordem

Há sempre muita gente bem intensionada, e boa, no dealbar das ditaduras. A narrativa é sempre a da necessidade de pôr ordem na casa. Mas para que essa narrativa colha é necessário que a desordem tome conta das ruas e dos espiritos. Será que hoje para o sucesso da dita basta a desordem instilada nas redes sociais?

quinta-feira, julho 17

Respeito

Chegou-me às mãos este livro versando acerca do campo da morte lenta do Tarrafal. O contato com as biografias breves, e fotografias pessoais, de todos os desterrados para este autentico campo de concentração, é fonte de uma profunda comoção. Os democratas têm que ter muito cuidado quando desconsideram, ou maltratam, as forças politicas que ainda hoje estão presentes na praça pública, em particular, os comunistas. Honra à sua memória.

quarta-feira, julho 16

Atenção

Convenhamos: grande parte das notícias que ocupam o espaço público são irrelevantes, evaporando-se passadas 24 horas. Assim com a maioria dos protagonistas politicos que raro deixam marca. Sempre será mais próprio do humano que sobrevive na selva mundana dar atenta primazia, e atenção solidária, aos que sofrem de privação dos meios de sobrevivência.Talvez esteja próximo da doutrina social da igreja, sendo agnóstico.

segunda-feira, julho 14

Resistir

As barreiras ideológicas diluiram-se, parece impor-se o uso da força no jogo da geopolitica, a verdade relativiza-se banalizando a mentira. Quantos dirigentes, militantes, eleitores dos partidos professam dos seus valores e principios fundadores? Quantos sociais democratas sabem do que se fala quando se fala de social democracia? E os socialistas de socialismo? As ideias politicas misturam-se, turvam-se, tornam-se salobras. As ideologias são devoradas pelas imagens instantâneas mas insisto nos livros que sob diversas formas vão resistir. E no culto dos heróis da liberdade.

sábado, julho 12

50 anos

Assinalo com júbilo a presença do PR nas cerimónias dos 50 anos da independência das ex colónias. Ninguém mais honra o compromisso do 25 de abril com o fim das guerras coloniais e a independância das colónias. Bem haja.

quarta-feira, julho 9

Imigração

Chovem os relatórios e estudos de entidades nacionais e internacionais que evidenciam a importância da imigração para a sustentabilidade demográfica e económica do país. Aqui como em todo o mundo. É a mobilidade da força de trabalho que mais contribui para a criação de riqueza. O patriotismo está do outro lado dos populismos.

segunda-feira, julho 7

Liberais

A disputa da liderança da IL anuncia-se com candidata única. Os liberais não sentem a vontade do exercício da plena liberdade de escolha.

sábado, julho 5

Centeno

É voz corrente que Centeno vai sair. Quem decide é o governo. Se Centeno não for reconduzido governador do BP será enviado um sinal errado à sociedade. Mais um.

sexta-feira, julho 4

Presidenciais

Quais os interessses que estão em jogo? Que ideias e valores? Basta que alguém ofereça confiança na defesa da liberdade - das liberdades civis. Não é fácil. Pão sem sal é que não.

terça-feira, julho 1

A propósito da situação atual

"São precisos holocaustos de sangue e séculos de história para provocar uma imperceptível modificação da condição humana. Tal é a lei. Durante anos tombam cabeças em série, reina o Terror, proclama-se a Revolução e consegue-se no fim substituir a monarquia legítima pela monarquia constitucional." Albert Camus, in "Cadernos" - Caderno nº 5 - Setembro 1945/Abril de 1948 - Livros do Brasil.

sábado, junho 28

"PSD deixará o PS escolher próximo Provedor de Justiça"

Esta manchete é uma vergolha no jogo partidário, assinalando a subalternização do PS, como se o futuro fosse unidirecional. Hoje predominam as forças conservadoras radicais, com laivos de extremismo, (onde já assistimos a isto!), amanhã outro galo cantará. Resta o tempo, até quando?, por vezes o tempo encurta ...

quarta-feira, junho 25

A propósito de Mark Rutte

"Os holandeses, oh!, são muito menos modernos! Têm tempo, repare neles. Que fazem? Ora bem, estes senhores vivem do trabalho daquelas senhoras. São, de resto, machos e fémeas, umas burguesíssimas criaturas que têm o costume de vir aqui, por mitomania ou estupidez. Em suma, por excesso ou falta de imaginação. De tempos a tempos, estes senhores puxam pela faca ou pelo revólver, mas não julgue que com muito empenho. O papel exige, eis tudo, e morrem de medo, disparando os últimos cartuchos. Posto o que, acho ainda mais moralidade neles que nos outros, aqueles que matam em família, pelo desgaste. Não notou ainda que a nossa sociedade está organizada neste género de liquidação? Já ouviu falar, naturalmente, daqueles minúsculos peixes dos cursos de água brasileiros que se lançam aos milhares sobre o nadador imprudente e o limpam, em alguns instantes, a pequenas bocadas rápidas, não deixando mais que um esqueleto imaculado? Pois bem, é essa a organização deles. «Quer uma vida limpa? Como toda a gente?» Dirá que sim, naturalmente. Como dizer que não? «De acordo. Vai ficar limpinho. Aqui tem um emprego, uma família, lazeres organizados.» E os dentes minúsculos cravam-se na carne até aos ossos. Mas sou injusto. Não é a organização deles que se deve dizer. Ela é a nossa, ao fim e ao cabo: é a ver quem limpará o próximo." Albert Camus, in A Queda