Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sábado, dezembro 20
Jantar com os amigos
O jantar de ontem. Com uma conversa mais detalhada acerca de blogs. O meu amigo editor do www.turing-machine.blogspot.com foi solicitado a falar da sua experiência. Foi num jantar entre mil milhões de jantares, por esse mundo, além de almoços, ceias, pequenos-almoços, jejuns, penitências, sopas, fomes … conforme a hora, o lugar e a condição económica, social, crença e religião das gentes desses lugares. A diferença é que fomos nós que estivemos no jantar de ontem. Eu estive lá. Em todos e em cada um de nós, os que estivemos lá, subsistem uma multidão de diferenças – disposição pessoal, disponibilidade afectiva, interesse intelectual... – sem as quais não teria sentido o gesto humano de jantar em comum. Não sei discorrer acerca de blogs. O meu acabou de nascer um pouco por acaso. Embora um acaso pensado. O meu blog nasceu da necessidade de criar um espaço de liberdade para a minha participação individual na vida pública. Em comunicação com os outros. Ponto final. Estou de acordo, pelo menos, em que o blog permite a expressão livre de uma complexidade de interesses que coexistem em cada um de nós. Claro que depende de uma tecnologia. Gera desconfianças e perplexidades? Mas todo o progresso foi assim construído. É o risco de uma qualquer forma de participação humana, seja qual for a sua expressão, poder conduzir ao disparate e ao erro. Resta intacto o critério decisivo para avaliar o interesse em utilizar uma tecnologia, ou em participar de um projecto, que é o de acrescentar algo ao valor da liberdade. Estou convicto que neste caso a resposta é afirmativa. O jantar foi agradável.
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