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Felizes os portugueses.
Felizes os portugueses.
Mais um santo de longínquo
e nebuloso passado
sendo o futuro incerto,
e nem sinais de “gripe suína”
por perto.
e nebuloso passado
sendo o futuro incerto,
e nem sinais de “gripe suína”
por perto.
No meio da arena
as investigações prosseguem.
Felizes os portugueses.
As notícias do dia fizeram-me
lembrar um poema que
Jorge de Sena escreveu
no longínquo ano de 1974:
FESTA ALEGÓRICA
O bobo do imperador Maximiliano
organizou uma festa alegórica
que o povo e a corte de soberano à frente
saborearam em grandes gargalhadas:
juntou na praça todo o cego pobre,
prendeu a um poste um porco muito gordo,
e anunciou ganhar o dito porco aquele
que à paulada o matasse. Os cegos todos
a varapau se esmocaram uns aos outros,
sem acertar no porco por serem cegos,
mas uns nos outros por humanos serem.
A festa acabou numa sangueira total:
porém havia muito tempo que o imperador
e a corte e o povo não se riam tanto.
O bobo, esse tinha por dever bem pago
o fabricar as piadas para fazer rir.
SB, 7/1/74
.
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