domingo, junho 14

Junho - dia 14


Um dia após o 13 de junho numa época em que o simbolismo das datas sofre tratos de polé. As fronteiras externas da UE após a euforia do alargamento, e com a emergência da crise, são o epicentro de uma crise não já financeira, mas politica. Os sinais são bastante explícitos mesmo para um leigo em ciência politica. A criação da moeda única sem orçamento único (fosse qual fosse o calendário da sua implementação e o modelo de gestão), e o arrastamento consequente do debate acerca de soluções politicas, de feição federalista, tornaram as regiões de fronteira da UE, cada uma com suas especificidades, bombas ao retardador - Ucrânia, Grécia, Portugal, Espanha, Itália... Não se vislumbram sinais de convergência no sentido de conciliar as democracias representativas, e seu fortalecimento, e os interesses estratégicos das grandes potências. Não é possível, todo o tempo, subalternizar o resultado politico de eleições democráticas sem por em causa o próprio modelo democrático. Se os povos concluírem que de nada vale, através do voto, escolher os governos, e respectivas politicas, não é de admirar que seja o próprio sistema democrático a entrar em colapso. Está a aproximar-se um tempo de grandes escolhas que se podem sintetizar em poucas palavras: guerra ou paz? democracia ou tirania? O que até há pouco tempo parecia um cenário de equações improváveis e longínquas torna-se cada vez mais presente até nos discursos dos mais altos responsáveis pelos estados.

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