quinta-feira, setembro 23

Política

Alguns aspetos deste periodo eleitoral fazem-me lembrar periodos eleitorais passados, nalguns dos quais, aliás, participei ao de leve. Lembro-me dos tempos de eleições quando o candidato/presidente do PSD era Cavaco Silva, em 1987 e 1991, nas quais obteve maioria absoluta. Portugal havia aderido à CEE em 1986 e começavam a ser anunciados, e a chegar mesmo, os fundos da CEE. Uma "pipa de massa" que permitiu, dando de barato desperdicios e perversões, criar as infraestruturas que não existiam ou estavam uma lástima. Ora Cavaco Silva nas campanhas eleitorais não se referia aos fundos? Não eram os fundos, resultantes da adesão à CEE, (obra de Soares face à qual num primeiro momento Cavaco se opôs) o pano de fundo da politica na época? O que mobilizava a esperança e a vontade dos portugueses mesmo que não fossem da área politica da direita? A Europa e os fundos que nos proporcionou! Assim foi nesse tempo, assim será sempre, seja qual for o partido incumbente e o seu lider. Ninguém pode exigir a um lider partidário que faça o jogo dos adversários. No caso presente António Costa por coincidência de calendários, pois nestas coisas não há adivinhos, tem a seu favor o sucesso da vacinação (Portugal é o pais do mundo com a mais elevada taxa de vacinação completa), e de novo fundos europeus que muito se devem ao seu trabalho no decurso da presidência portuguesa do Conselho da UE. É uma realidade que se imporia sempre, fosse qual fosse a vontade dos protagonistas politicos em presença. Não ando na politica pura e dura, nem nunca andei, salvo nos primórdios do MES, por ter sido muito marcado por uma frase de Camus que li pelos meus 20 anos nos seus Cadernos:"Não sou feito para a política pois sou incapaz de querer ou de aceitar a morte do adversário." Ora quem lá anda a sério ...

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