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sábado, setembro 10

Recato e prudência

A sensação que, por vezes, sinto de se apertar o cerco em torno dos valores nos quais fui educado. Não que esses valores sejam puros, e intocáveis, mas por permitirem, sem guerras, mostrar a superioridade da vida democrática, preservando a liberdade e a paz. Vem isto a propósito de discursos públicos proclamando virtudes que deveriam manter-se privadas e de mortes das mais sortidas qualidades que, de diversas formas, me tocam fundo. As instituições que zelam, em democracia, pelo cumprimento da lei devem guardar o seu prestígio e honorabilidade defendendo-se dos seus protagonistas quando estes rompem os deveres do recato e da prudência através da divulgação pública do teor de suas tarefas, mesmo de forma subliminar, ou dos seus estados de alma. Pois como se sentirão os cidadãos defendidos se se tornar dominante a ideia de que a justiça assentou arraiais nas televisões, nas redes sociais e nas páginas dos jornais?

quarta-feira, julho 14

COMO ACREDITAR?


Mitch Dobrowner

Verdade? Mentira? Realidade? Ficção? Se for verdade desejaria que fosse mentira. Se corresponder à realidade gostaria que fosse ficção. Em qualquer caso a notícia é construída a partir de testemunhos dos protagonistas. Hoje antes de dar de caras com esta notícia escrevi: O que dizer do cansaço, das decisões que nos contrariam, do caminho difícil da modernidade, da ineficiência, da recusa em caminhar adiante, em fazer melhor, em vencer as dificuldades, em nos ultrapassarmos a nós mesmos; o que dizer da recusa em cumprir o dever, em pensar no melhor caminho, em nos sentarmos a reflectir em comum, em partilhar a felicidade e o destino infeliz; o que dizer de tudo o que nos faz sofrer; o que dizer da nossa vida mergulhada na incerteza, ou na certeza de que a nossa reputação pode cair na rua de um momento para o outro; tanta gente a tratar da justiça, e nós acreditamos? Dêem-nos razões para acreditar na justiça …

domingo, maio 16

A "JUSTIÇA"


Fotografia de Hélder Gonçalves

A justiça em Portugal não é feita pela hora do nosso tempo mas por uma hora antiga. São infindáveis os danos das penas aplicadas pela usura do tempo. A suspeita duradoira faz a vez do castigo. Assim se encobrem os culpados com o silêncio dos inocentes. O quarto poder decide a pena a aplicar a que se segue o silêncio da morte. Diz-se que só os ricos podem lutar contra a injustiça. Eu digo que nem os ricos. A justiça passeia-se impune perante os olhos da nossa sociedade impotente. Até quando? [A propósito, e apesar, do que aqui se escreve.]
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domingo, julho 26

CAMPUS DA JUSTIÇA

[Clique na imagem para ampliar]
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Para aqueles que reclamam do PS que demonstre as obras do seu governo aqui deixo uma breve reflexão, bem informada, acerca do recentemente inaugurado Campus da Justiça.
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segunda-feira, abril 6

NÁUSEA


Toda a gente fala mesmo os que sempre mostraram que não têm vocação para falar, sem uma palavra autêntica de arrependimento, ou de auto-crítica sincera, antecipando juízos que não lhes competem e sem deixar chegar ao fim os julgamentos de cujos processos foram tristes protagonistas. Até aos limites da náusea, sem carisma, nem dignidade institucional.
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