Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sábado, outubro 26
Guerra
As respostas de guerra, segundo os beligerantes, são sempre muito"contidas"...Tenhamos esperança que uma réstia de bom senso prevaleça na comunidade internacional, entre os povos e as nações, para que os danos das guerras encetadas possam ser ainda reparados e a paz seja imposta pela opinião pública que se manifesta por todo o mundo, com toda a força da sua crença no valor inestimável da vida e da liberdade.
terça-feira, outubro 22
CGD
Notícia de hoje a respeito da CGD: "Encerramento de tesourarias em dezenas de agências cria constrangimentos a particulares, empresas, municípios e serviços de Estado". O banco público não valoriza o serviço público, depois queixemo-nos dos desiquilibrios que geram revolta ...
sábado, outubro 19
quinta-feira, outubro 17
O País
O país é pequeno, pobre e periférico. Rico em história e espírito, pobre na fazenda. Os dois processos em curso na comunicação (e um deles no tribunal) mostram à evidência como se tecem os fios que sustentam espertos desvalidos e as elites falidas em vias da insolvência. O BES/GES, dito de outro modo, a banca, e a bola, dito de outro modo, o futebol, antros insondáveis de corrupção. Tanto que faz falta a banca ética e o futebol jogo, que passam por utopias. Segue a dança que se não sabe se no presente, outros, ou os mesmos, modernizados ou transfigurados, não se afadigam, na casa das máquinas, a surripiar a pouca fortuna produzida pela boa gente de trabalho.
segunda-feira, outubro 14
Debate
Um dos aspetos que me suscita maior perplexidade, na questão atual do Orçamento de Estado, é o cerco ao PS tomando como uma das armas de arremeço o debate, a contraposição de ideias, o exercício do contraditório. Salvo a avaliação dos estilos de cada um dos interventores o que resta de saudável na vida democrática, senão o debate de ideias. E a verdade é que, obervando objetivamente o panorama, somente no PS aflora o debate - interno e externo - empurrado, pelo unanimismo dos restantes partidos, para o campo de uma realidade estranha e, quiçá, censurável
quarta-feira, outubro 9
Democracia e liberdade
A grande vantagem da democracia parlamentar é acolher as mais diversas opiniões organizadas, mais ou menos virulentas, mais ou menos assertivas, mais ou menos coloridas, mais ou menos cínicas; a grande vantagem da democracia é servir de palco à liberdade, através da livre expressão de opiniões diversas, que se confrontam, e da afirmação dos espíritos críticos que, sem reserva mental, criam espaços de confluência mesmo quando no ruído imediato tudo parece ser divergência. É um labirinto que cada um de nós pode entender melhor se for capaz de reflectir um tempinho acerca da sua experiência pessoal, profissional ou familiar. Tudo se ganha, e nada se perde, com o exercício da liberdade. Essa liberdade que os mais jovens consideram natural e os mais velhos ostentam como uma conquista. Mas mesmo na democracia é preciso exercitá-la pois a democracia é um lugar que, por ausência do exercício da liberdade, se pode tornar a antecâmara da tirania. A história ensina-nos, com abundantes ilustrações de eventos trágicos, que não vale a pena citar, como a democracia é delicada. Por isso, neste debate, como noutros, compreendo bem, e aprecio, a energia, e a plasticidade discursiva do 1º ministro, e as réplicas não menos notáveis, e tenazes, de alguns dos tenores da actual oposição parlamentar. O debate político exige uma forte capacidade de argumentação, fundadas convicções, conhecimento dos detalhes, fina sensibilidade para passar no crivo do julgamento público, instantâneo, que a mediatização absoluta dos nossos dias, impõe, de forma implacável, como uma espécie de ditadura que, paradoxalmente é, ao mesmo tempo, a última salvaguarda da liberdade.
terça-feira, outubro 8
Liberdade de imprensa
Qualquer um de nós tem a experiência pessoal de aceder à informação mais cedo do que os meios de comunicação tradicionais. A sua lentidão chega a ser enervante para qualquer internauta amador, mediano e sénior, como é o meu caso. Quanto mais para os jovens formados na era digital. Alguma imprensa tradicional tenta recuperar audiências através de enlaces com a “imprensa digital”. Pode ser que dê para adiar, ou atenuar, as perdas mas é um pouco como aquela fase dos primórdios do cinema a cores em que se tentou colorir a fita a preto e branco.
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Não dá porque a revolução tecnológica não vai parar e, pelo contrário, vai acelerar a democratização do acesso à produção e divulgação, simultânea, de conteúdos (maus, assim-assim e de boa qualidade) na esfera das chamadas redes sociais. Esta dinâmica parece não ter regresso, inviabilizando a apropriação pelo velho modelo de imprensa dos novos suportes tecnológicos que explodem e se consolidam, quer em quantidade, quer em qualidade. Acrescentemos ainda a IA. Os governos esbracejam mas não invertem o sentido do progresso restando-lhes, sendo democraticos, cuidar da liberdade de imprensa. A coisa está difícil!
domingo, outubro 6
Guerra iminente
Tudo aponta para que no 1º aniversário do massacre de 7 de outubro o governo de Israel, apoiado diretamente pelos USA, lançe um ataque contra o Irão. Se assim for estará aberta a porta para uma guerra regional, senão mais além. Os USA, no caso, assumem a partilha do comando militar no terreno ( e politico) o que não acontece na Ucrânea em vias de ser abandonada à sua sorte. Mas as armas são as mesmas e colocar-se-á a questão de saber das razões pelas quais a Ucrânia não pode usar armas americanas para atacar alvos militares no Rússia, se Israel as pode usar para atacar o Irão. No meio de tudo, por cá, discutem-se detalhes de um acordo orçamental, quando as bases do dito podem ser radicalmemnte alteradas pela guerra iminente.
sábado, outubro 5
República, sempre!
Às 8,30 da manhã passava pela Rua do Ouro, em triunfo, a artilharia, que era delirantemente ovacionada pelo povo. As ruas acham-se repletas de gente, que se abraça. O júbilo é indescritível! A essa hora, no Castelo de S. Jorge, que tinha a bandeira azul e branca, foi içada a bandeira republicana. O povo dirigiu-se para a Câmara Municipal, dando muitos vivas à REPÚBLICA, içando também a bandeira republicana. (…) Vê-se muita gente no castelo de S. Jorge acenando com lenços para o povo que anda na baixa. Os membros do directório foram às 8,40 para a Câmara Municipal, onde proclamaram a República com as aclamações entusiásticas do povo. O governo provisório consta será assim constituído: presidente, Teófilo Braga; interior, António José de Almeida; guerra, Coronel Barreto; marinha, Azevedo Gomes; obras públicas, António Luís Gomes, fazenda, Basílio Telles; justiça, Afonso Costa; estrangeiros, Bernardino Machado. Governador Civil, Eusébio Leão. Em quase todos os edifícios públicos estão tremulando bandeiras republicanas. A polícia faz causa comum com o povo, que percorre as ruas conduzindo bandeiras e dando vivas à República. (Transcrito de O Século, quarta feira, 5 de Outubro de 1910, publicação de última hora.) Raúl Brandão, in Memórias “O meu diário” – Volume II Perspectivas & Realidades
quinta-feira, outubro 3
ANTÓNIO GUTERRES
O governo de Israel, que não o seu povo, assume-se como dono da verdade, isento do cumprimento das leis internacionais, atacando ferozmente uma personalidade que luta pela paz e concórdia entre os povos e as nações. Para não esquecer!
quarta-feira, outubro 2
terça-feira, outubro 1
domingo, setembro 29
Folgas
O Médio Oriente incendeia-se ameaçando um conflito alargado, não se vislumbrando uma solução de paz, pelo menos, até às eleições nos USA. Países como Portugal, energeticamente dependentes, deveriam acautelar os efeitos de um eventual choque provocado pela disrrupção de cadeias de abastecimento. Não deixar de dispôr de folgas em stoks a todos os níveis incluindo orçamental. No debate do OE não se fala no assunto...
sexta-feira, setembro 27
Água
Tomo conhecimento de que foi estabelecido um pré acordo com Espanha acerca da gestão da água, ou seja, para simplificar, dos caudais dos rios e Alqueva. Sabemos que a água é um bem escasso e uma das grande questões, pois briga com a independência nacional, que pode gerar uma crise séria entre os dois países ibéricos. Mas podemos estar certos que não vai ser tema de debate público, como se de uma banalidade se tratasse.
terça-feira, setembro 24
Politica
A politica, ao contrário do que alguns querem fazer crer, é uma actividade nobre. Mesmo nos tempos que correm em que proliferam os seus detractores sempre, pela sua parte, a praticando mesmo quando a denigrem. O ambiente de crise social, em todos os tempos, encosta o discurso político à tentação do messianismo. Nada a fazer pois dele emerge a própria natureza humana. Mas não confundo todos os políticos com a massa da qual emergem. Nem os seus discursos que sendo todos feitos de palavras advêm de diversas formações filosóficas e experiências de vida. Nem confundo politica com unanimidade no silêncio. Nem politica é a busca de consensos sem divergência nos programas e no choque de concepções antagónicas da vida em sociedade e do futuro da homem. Tudo na vida diverge e converge em uníssono e a exaltação da acção politica é a de encontrar o justo equilíbrio na diferença. E a de saber conviver com ela em liberdade. Convém não diabolizar as eleições, como exercício dessa liberdade.
sábado, setembro 21
Sofia Loren - 90 anos
Sofia Loren nasceu a 20 de Setembro de 1934. É uma das mulheres mais fotografadas de sempre. Um traço forte gravado no meu imaginário. Parabéns.
quinta-feira, setembro 19
Catástrofes
Ocorrem acontecimentos catastróficos todos os dias, horas e minutos. Na vida pessoal e profissional, na saúde e na educação, na vida familiar e comunitária, não vale a pena exemplificar. Na maior parte dos casos não têm repercussão pública, ficam com cada um, com cada família, com cada comunidade. Os grandes acontecimentos catastróficos, envolvendo grandes comunidades regionais, nacionais ou globais, como as epidemias, tarramotos, atentados, guerras ou incêndios florestais afetam-nos a todos, por incidência direta ou indireta. De uns e outros retiram-se ensinamentos que permitem mudar de vida no plano individual ou coletivo. Mas será sempre mais dificil mudar de vida se enfraquece a confiança em quem governa ou cresce a incapacidade da sociedade em gerar laços de verdadeira cooperação e solidariedade, para além dos votos piedosos.
domingo, setembro 15
A manifestação
Faziam travessuras revolucionárias pelo MES perto da porta do quartel, em Cascais, no imediato pós 25 de abril. Alguém de dentro se lembrou de os prender e enviar para a PSP, criando um mal estar próprio da época. Eram 3, ou 4, mas o quarto ninguém se lembra já qual seria. Gerou-se um movimento reclamando a sua libertação e foi convocada uma manifestação. As pressões resultaram e foram libertados. A manifestção estava convocada e restava saber o que fazer com ela. Decidiram mantê-la e foi encabeçada pelos detidos reclamando a sua própria libertação. (Episódio contado ontem num almoço evocativo dos 50 anos do 25A.)
quinta-feira, setembro 12
Pelos 50 anos do nº 0 do jornal "Esquerda Socialista"
O MES, como todos os partidos nascidos com o 25 de Abril, também criou a sua própria imprensa. Aquando da eclosão do 25 de Abril, somente o PCP dispunha de uma verdadeira imprensa própria, com tradição e enraizamento. Os diversos movimentos de base que haviam de confluir no MES produziam folhas volantes, opúsculos, boletins, mais ou menos ao sabor dos acontecimentos, e conforme as necessidades do momento. Salvo, claro está, as colaborações individuais de muitos dos seus fundadores em publicações marcantes da sociedade portuguesa dos anos 60. Esta é uma breve resenha da história da imprensa do MES, como sempre, apoiada em documentação que tenho em minha posse e, não somente, em impressões subjectivas. O grande entusiasta da criação de um jornal do MES foi César de Oliveira mas a própria natureza do Movimento, criado pela confluência de correntes surgidas de lutas sectoriais, tornou a tarefa mais difícil. A “Comissão de Imprensa” foi criada numa reunião da Comissão Politica realizada em 12/6/74 sendo encabeçada por Eduardo Ferro Rodrigues e César de Oliveira mas o Jornal só viria ser publicado em 11 de Setembro. Ao contrário do que se poderia supor a primeira ideia formalizada para título do jornal do MES não foi “Esquerda Socialista” mas “A Luta Operária” e integra uma proposta subscrita por aquela “Comissão de Imprensa” titulada: “PROPOSTA – JORNAL DO MOVIMENTO DE ESQUERDA SOCIALISTA” – A apresentar à I Assembleia Nacional de Militantes do MES”. Trata-se de uma proposta detalhada que além do título propõe uma periodicidade semanal, o dia da publicação (5ª feira), o formato (tablóide), nº de páginas: 12 e subtítulos: “Órgão do Movimento de Esquerda Socialista” e “ O socialismo em Portugal será obra dos Trabalhadores Portugueses”. Desta proposta inicial sobreviveu quase tudo, menos o título que havia de ser substituído por “Esquerda Socialista” já que o anterior, conforme consta num documento posterior, “não ganhou o suficiente apoio”. Mas não restam dúvidas que foi César de Oliveira o verdadeiro impulsionador da criação do Jornal do qual foi director interino dos 7 primeiros números da 1ºa fase, que decorreu entre Setembro de 1974 e o I Congressos de Dezembro desse ano, na qual foram publicados 11 números. O número zero, já com César de Oliveira ao leme, foi publicado em 12 de Setembro de 1974, merecendo a megalómana tiragem de 100.000 exemplares e no seu editorial são apontados os 6 objectivos que devia prosseguir: “a) a informação e a análise das lutas; b) a informação e análise da realidade portuguesa; c) a promoção do debate político entre os militantes do MES; d) a divulgação das posições do MES à escala e regional; e) a divulgação e análise das experiências internacionais e f) contribuir para a elevação do nível de consciência das classes trabalhadoras …”. É claro que a avantajada tiragem também foi devidamente explicada mas não evitou, apesar das vendas estimadas entre 20 e 30.000 exemplares, ter sido, ainda antes da edição do nº1, acumulada uma dívida de 176 contos. O nº 1, com o subtítulo “Órgão do Movimento de Esquerda Socialista” saiu a 16 de Outubro de 1974, com uma tiragem de 35.000 exemplares, e até ao I Congresso de Dezembro, saíram regularmente, sem falhas, 11 números. Parte da tiragem era então vendida ao preço de 2$50, com 12 páginas e a duas cores. César de Oliveira, em carta publicada no nº 7, demite-se de Director interino, justificando essa demissão por razões pessoais às quais se sobrepunham, certamente, a evolução e o teor do debate e as consequentes divergências que haviam de desembocar na primeira dissidência consumada aquando do I Congresso. Entre o nº 7 e o nº 11 a Direcção do “Esquerda Socialista” foi assumida por Rogério de Jesus consumando, como se afirma num documento posterior, “a vitória duma “certa concepção obreirista que derrotou o intelectualismo dos “doutores” que vieram a dar origem ao GIS e à actual esquerda do PS”. Não posso deixar de referir o papel marcante, nesta fase iniciar, entre os esquecidos criadores do movimento o designer Robin Fior, um estrangeiro em Lisboa por altura da eclosão do 25 de Abril. Foi ele que desenhou o símbolo do MES o único, adoptado pelos partidos portugueses, com uma declarada feição feminil; Robin foi também o autor da linha gráfica da primeira série do jornal "Esquerda Socialista" e concebeu um conjunto de cartazes surpreendentes pela sua ousada modernidade. Os materiais gráficos do MES, em particular, os da sua fase inicial, alcançaram uma rara qualidade que bem merecia uma cuidada recolha, estudo e divulgação pública.
quarta-feira, setembro 11
segunda-feira, setembro 9
Outro pré candidato
É um daqueles casos que permitiria ao Almirante Américo Tomáz, com a sua habitual clarividência, afirmar: "tive que o demitir porque o nomeei!"
sábado, setembro 7
Cavaco
Cavaco publicou um artigo mas ninguém prestou cavaco. Era acerca do despesismo. Um recado ao governo por entreposta pessoa, no caso, o PS. Haja paciência!
sexta-feira, setembro 6
quarta-feira, setembro 4
Aniversário
O meu pai Dimas nasceu num dia 4 de setembro, aniversário que nunca esqueço, não sei explicar a razão. Talvez a afetuosidade, uma infinita compreensão, o não dito, sempre presente mesmo quando longe no espaço e no tempo. Sinto a sua presença tantos anos passados, lembro-me de todos os ancestrais, mas do meu pai a lembrança é diferente . Vive comigo, uma companhia de sempre e para sempre.
segunda-feira, setembro 2
Poder
“O deputado de Constantine que é eleito pela terceira vez. No dia da eleição morre ao meio dia. À noite vão aclamá-lo. A mulher aparece à sacada e diz que ele está ligeiramente fatigado. Pouco depois, o cadáver é eleito deputado. Era o que era preciso.”
Albert Camus, in
“Caderno” n.º 2 (Setembro de 1937/Abril de 1939)
domingo, setembro 1
Representação
O pequeno, pobre e periférico Portugal emerge, na cena internacional, com dois politicos no exercício de altos, e influentes, cargos: Guterres e Costa. Ponto.
sábado, agosto 31
sábado, agosto 24
1944 - PARIS LIBERTADA
Amanhã celebra-se o 80º aniversário da libertação de Paris da ocupação nazi. Nesse dia Camus escreveu um notável editorial para o jornal Combat, órgão da Resistência, intitulado: LA NUIT DE LA VÉRITÉ que começa assim:
Tandis que les balles de la liberté sifflent encore dans la ville, les canons de la libération franchissent les portes de Paris, au milieu des cris et des fleurs. Dans la plus belle et la plus chaude des nuits d’août, le ciel de Paris mêle aux étoiles de toujours les balles traçantes, la fumée des incendies et les fusées multicolores de la joie populaire. Dans cette nuit sans égale s’achèvent quatre ans d’une histoire monstrueuse et d’une lutte indicible où la France était aux prises avec sa honte et sa fureur. (...)
80 anos é muito tempo mas nada é mais importante do que celebrar a liberdade e os acontecimentos que a evocam em toda a sua força telúrica. Desde esse dia a Europa tem vivido um longo período de paz que somente hoje, no tempo que é o nosso, está verdadeiramente em perigo.
quarta-feira, agosto 21
Trabalho/tempo
Opúsculo de 1917. Quando se fazem arrumações. A História do 1º de maio e da luta pela jornada de trabalho das 8 de trabalho. A questão do tempo de trabalho é uma longa história que nunca acabará.
domingo, agosto 18
Violência
A violência intensifica-se, alastra-se e normaliza-se por todo o mundo. A novidade do nosso tempo é a velocidade e expontâneidade de informação em rede, que se tornou parte integrante, e relevante, desse manto de violência. Ao mesmo tempo renasce e difunde-se, como pano de fundo, sob novas formas, o ideário nazi-fascista, fundado na intolerância extrema ao diferente. As perpectivas de futuro são sombrias.
sábado, agosto 17
Idadismo
A notícia parece credível e não foi desmentida, antes confirmada. A provedoria de justiça está a desembaraçar-se dos seus trabalhadores mais velhos. É uma orientação de gestão e a sua aplicação obedece, certamante, à legislação aplicável. Mas a provedoria de justiça, como o título indica, não pode diferenciar negativamente em função da idade. É simples e carece de explicação.
quinta-feira, agosto 15
15 de agosto de 1109
"Em 1109, nasce, pois, um menino, primeiro filho da condessa D. Teresa e do conde D. Henrique. Estava ligado por laços hereditários à família régia de Leão e Castela.” (…). “Os escribas do conde D. Henrique e da condessa D. Teresa quase nunca se esqueciam, nos seus diplomas, de recordar que ela era filha do “grande” rei Afonso; os de Afonso Henriques, sobretudo os primeiros, lembravam que ele era neto do mesmo rei; e por volta dos anos 1185-1190 o cónego de Santa Cruz de Coimbra que redigiu os Anais de D. Afonso, Rei dos Portugueses referia-se ainda a ele como ”o grande imperador da Hispânia D. Afonso”” (…). “Em 1109, ano de nascimento de Afonso Henriques, havia, sem dúvida, quem não esquecesse a humilhante derrota sofrida pelo mesmo rei em 1085, na Batalha de Zalaca, contra as tropas almorávidas, nem, nos anos seguintes, a perda de muitas outras cidades importantes da fronteira; mas o ambiente de angústia pelo risco de perder um esplendor tão elevado contribuía, até, para engrandecer a sua memória. Afonso Henriques ficou para sempre ligado a essa referência. Considerava-se, por transmissão materna, como o legítimo herdeiro de um avô glorioso, cuja memória tinha obrigação de honrar, procurando imitar os seus feitos. Era reconhecido como tal pelos seus súbditos”. In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "O quadro familiar: o avô", pg. 18/19.
quarta-feira, agosto 14
GUERRA(2)
A minha perceção é que já estamos em guerra pois não se vislumbram nem capacidade, nem vontade, das lideranças politicas determinantes para estabelecer alianças que fomentem a paz. A fraqueza da liderança americana é flagrante e as aleições podem não inverter essa situação, podem mesmo agravá-la. Na verdade a evolução do regime vigente na Ucrânia é uma incógnita - a guerra obsta à realização de eleições - e a invasão da Rússia um passo muito perigoso; o governo de Israel está fortemente condicionado pelas forças de extrema direita, augurando uma das maiores tragédias do nosso tempo com final trágico e apoio militar dos americanos; as ditaduras teleológicas do médio oriente, xiitas e sunitas, quase sem exceção, ameaçam eternizar-se; sem falar dos regimes vigentes na Rússia e na China e das suas ambições para a conquista do domínio do mundo com liquidação das democracias liberais ou sua subalternização. A guerra, à falta de estadistas à altura dos perigos que se alastram e aprofundam, pode ganhar novas formas e alcançar uma grau de destruição inimaginável.
terça-feira, agosto 13
GUERRA
A paz está verdadeiramente comprometida, estando iminente uma escalada com alargamento dos confrontos do Médio Oriente (Israel/Irão) e na Europa (Ucrânia/Rússia). Este mês de agosto pode ser a antecâmara de uma nova guerra à escala mundial. Boas férias!
quinta-feira, agosto 8
terça-feira, agosto 6
Tim Walz
Kamala escolheu Tim Walz para candidato à vice presidência. É provável que seja pouco conhecido nos USA, apesar do seu longo CV, daí a necessidade de insistir na sua apresentação. Mas os ataques que a candidatura de Trump lhe fez são motivo de regozijo. As águas estão a ficar bem separadas e as eleições americanas são as mais importantes de todas. Ali diz-se tudo de forma aberta e frontal. Fico contente.
segunda-feira, agosto 5
Bolsas
As bolsas afundaram hoje para níveis raramente vistos nos últimos anos. É assinável como indício de crise no sistema financeiro com impacto dificil de estimar. As guerras eternizam-se e ameaçam alargar-se -o médio oriente é ponto critico - as presidenciais americanas avizinham-se, com um doido na corrida, a especulação tem limites...
sábado, agosto 3
Mitra
O trabalho publicado no "Expresso" acerca da Mitra, um depósito de miseráveis do Estado Novo, suscita-me repulsa pelo esquecimento. Hoje seria necessário dispor de um observatório potente para detetar todas as situações de miséria que as há, muitas.
terça-feira, julho 30
JO
O desporto popular em Portugal é o futebol. Com suas misérias e glórias.Existem inúmeros meios de comunicação, programas e comentadores, que se intitulam do desporto mas se resumem ao futebol. Não admira que a multidão de modalidades desportivas que desfilam nos JO só mereçam destaque no decurso dos JO. Não admira que a prestação dos atletas portugueses nos JO não corresponda às expetativas. No futebol não estamos neles representados, o negócio é fraco!
sábado, julho 27
Mulheres
“As rosas retardatárias de Santa Maria Novella e as mulheres, neste domingo de manhã em Florença. Os seios libertos, os olhos e os lábios que vos fazem bater o coração, a boca seca e um calor nos rins.” Albert Camus, in Núpcias.
terça-feira, julho 23
KAMALA - Fico contente
Em Novembro de 2021. "Kamala Harris protagonizou esta sexta-feira um momento histórico ao tornar-se, ainda que por pouco mais de uma hora, a primeira mulher presidente dos Estados Unidos, após Joe Biden lhe ter transferido os poderes - o Presidente teve de se submeter a uma colonoscopia A administração de Joe Biden, que na véspera de completar 79 anos é a pessoa mais velha a ocupar o cargo de Presidente, continua a estabelecer recordes e Kamala Harris, que já se havia tornado a primeira pessoa negra e descendente do sul da Ásia a ser vice-presidente, foi agora Presidente interina dos Estados Unidos durante uma hora e 25 minutos." (In "Expresso")
domingo, julho 21
IMPOSTOS (2)
Ainda a questão fiscal que está no centro do debate do OE 2025. Há propostas que apontam para o imposto proporcional, ou seja, a mesma taxa para todos, o que já foi tentado por governos de ideologia liberal, sem sucesso. O imposto é progressivo quando a taxa é mais alta para os mais ricos, crescendo em função dos rendimentos (que podem ser do trabalho, de capital...). O imposto é regressivo quando a taxa diminui para os mais ricos. Simplifico. No essencial a progressividade, aquisição moderna, visa combater as desigualdades, assegurando as funções do estado social (saúde e educação publicas ...). Quando se cria a perceção que o sistema de impostos é injusto coloca-se uma questão clássica a quem paga impostos, ou seja, a todos: vale a pena pagar impostos para beneficiar os que menos precisam? Eu pago impostos, entendo e aceito a necessiddae social de pagá-los, mas quando me dou conta que estou a pagar para benefício dos que têm mais rendimento do que eu, fico em guarda. Depois entro em alerta e finalmente contesto. É o que passa na sociedade em geral.
sábado, julho 20
IMPOSTOS
Não sei mais do que as notícias dizem acerca do OE para 2025. Mas interessa-me o tema. Não tanto pelo lado da politica que, pelo que passa através dos media, simplifica demasiado o tema. Aqui, como em França e "urbi ed orbi", é o PS que está no centro de todas as decisões. Ou seja o partido do equilibrio entre forças sociais - pensionistas/trabalhadores no ativo/empresários/emprendedores/inteletuais... - o PS decidirá o próximo futuro. Tenho para mim que ganhará a conciliação em desfavor da afirmação dos principios. Mas em qualquer caso será para o PS fatal se abdicar da defesa do imposto progressivo em todas as esferas. A coisa é simples: quam ganha mais paga mais, sendo discutivel a intensidade da progressividade, aí o busilis da discussão. Será que existem negociadores capazes de conciliar, salvaguardadndo todos principios e interesses em presença? Veremos.
quarta-feira, julho 17
Contas
A França passa por estas dias por uma crise das contas públicas com um deficit, em 2023, de 5,5% do PIB. As coisas não têm grandes perpetivas de melhorar com a crise politia em curso. Qual a história recente desta crise: Macron apostou tudo no crescimento económico, com redução de impostos mantendo o estado social. Está tudo muito bem documentado. As chamadas contas certas são condição basilar para a credibilidade das politicas publicas e dos Estados, ainda mais hoje do que nunca em plena globalização. A alternativa é o regresso aos nacionalismos e sua contraparte inevitável: a guerra.
segunda-feira, julho 15
Paradoxo
Nos USA ocorreu um atentado contra um candidato presidencial republicano por um jovem que se diz ser filiado nos republicanos. Logo aqui se vê mão dos democratas ...
domingo, julho 14
MEMÓRIA
O meu pai Dimas à janela da casa onde nasci. Foi através dela que conheci um mundo banhado pela claridade da luz do sul. Vivi debruçado nesta janela até aos oito anos. Todo o tempo necessário para aprender a natureza.
Paredes brancas de cal. Ladrilhos coloridos. Ruas de terra batida. Vistas de campos espraiados até ao mar. Recantos floridos. Sombras de árvores de frutos. Mãos carinhosas. Telhas de barro quente. O azul transparente do mar.
A família sobreviveu a todas as adversidades próprias das épocas de guerra. Razão mais que suficiente para, apesar da tirania, se sentir feliz. O meu pai era uma pessoa honrada e ensinou-me a liberdade. Honra e liberdade. Foi essa a herança que dele recebi. Fica-lhe bem a moldura daquela janela na qual aprendi a sonhar.
A casa permanece intacta e habitada e esta é uma das suas duas janelas térreas. O encanto que lhe encontrava estendia-se à vizinhança, aos corredores internos e às ruas circundantes.
segunda-feira, julho 8
O caso Costa
Um inefável procurador com fama no meio veio a terreiro afirmar que Costa não é suspeito pois de contrário seria arguido. Não creio que tenha vindo a público por sua exclusiva vontade nas vésperas da PGR dizer publicamente de sua justiça. Então o muito falado parágrafo que fez cair o governo de maioria deve-se a ingenuidade? excesso de zelo? perfídia? Quem assume as responsabilidades?
domingo, julho 7
França
Derrota da extrema direita em França, contra a narrativa dominante. Seguindo-se à vitória dos trabalhistas na Grã Bretanha são duas derrotas para Putin, mostrando que nos grandes países europeus os povos não querem a extrema direita no poder. Por ora nem tudo vai mal na Europa. Deu para sentir um estremecimento ...
A vida
As sociedades em geral e, em particular as ocidentais, debatem-se com o chamado envelhecimento demográfico. Nada de novo. A politica no seio dessas sociedades crispa-se em torno da imigração. O tema serve para radicalizar discursos e incendiar as redes sociais. Acendem-se os piores sentimentos próprios das guerras tribais. Mas os imigrantes são essenciais para combater o envelhecimento demográfico e a quebra da produção em todos os setores de atividade económica. Logo é essencial promover a imigração e cuidar de garantir que o estado social intervenha em prol da boa governança da cidade. Até a estupidez tem limites!
sábado, julho 6
Sinais
O chamado "ar do tempo" é avassalador. Retira da frente do olhar qualquer realidade que contrarie a narrativa dominante. Hoje domina a narrativa do avanço implacável da extrema direita. Mas vejam-se os resultados das eleições no Reino Unido e, noutra esfera, no Irão. No primeiro caso os trabalhistas retomam o poder de forma poderosa, a esquerda ganha numa potência europeia; no segundo ganhou um candidato dito moderado, ou seja, o que no Irão anuncia sinais de mudança num regime teocrático.
sexta-feira, julho 5
Inglaterra
“Há muitas razões para a hostilidade oficial contra a Inglaterra (boas ou más, políticas ou não). Mas não se fala de um dos piores motivos: a raiva e o desejo mesquinho de vermos sucumbir quem ousou resistir à força que nos esmagou.”
Albert Camus, in
Caderno n.º 4 (Janeiro 1942/Setembro 1945).
quarta-feira, julho 3
FUTEBOL
Tout ce que je sais de plus sûr à propos de la moralité et des obligations des hommes, c'est au football que je le dois.” - Albert Camus
segunda-feira, julho 1
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