segunda-feira, janeiro 23

"À Buchenwald..."

Posted by Picasa Imagem daqui

À Buchenwald, un petit Français, à l´arrivée demande à parler à part au fonctionnaire, lui-même prisonnier, qui l´accueille: “C´est que voyez-vous, mon cas est exceptionnel, je suis innocent.”

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

"Um verdadeiro amigo ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir

(…)
Um verdadeiro amigo repovoa uma cidade
um templo o coração o último jardim
(…)

Ruy Belo
PRINCE CASPIAN
Problema da Habitação

CAVACO AGUENTOU A INVESTIDA DAS URNAS

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Cavaco aguentou a investida das urnas. Merece a ilustração acima. Ganhou com cerca de 64.000 votos de diferença face à soma dos votos obtidos pelos restantes candidatos. Bastava um só voto mas é, em qualquer caso, uma vitória escassa face às expectativas da direita. Mas em democracia por um voto se ganha, por um voto se perde.

Soares fez uma declaração de derrota à altura dos seus pergaminhos de democrata. Fiquei, apesar de tudo, confortado. Saber perder é uma grande virtude nas sociedades civilizadas. Honra seja feita. Não ouvi a declaração de Cavaco, pois tenho (temos) muito tempo para o ouvir (10 anos?).

Conclusões breves:

1) A divisão da esquerda pode ter favorecido a vitória de Cavaco, mas um candidato único, apoiado pelo PS, seria sempre vítima do efeito do “voto de punição” face às políticas do governo; a divisão da esquerda é, além do mais, uma consequência inevitável das suas diferenças cuja exposição captou votos que uma candidatura unitária de esquerda afastaria;

2) Com a presente configuração dos resultados a eleição de Cavaco à primeira volta é menos penalizadora para o PS, e para o governo, pois o PS teria enormes dificuldades em manter-se unido no apoio a uma candidatura de Alegre na 2ª volta;

3) Cavaco precisa de tempo para iniciar o processo de reagrupamento do centro direita em torno do PSD enquanto espera recolher os frutos das políticas reformistas do governo PS;

4) A acção presidencial de desgaste do governo PS está limitada pela presidência portuguesa da UE, no segundo semestre de 2007, pelo que a instabilidade política far-se-á sentir, a sério, somente a partir de inícios de 2008, considerando que a legislatura termina em Outubro de 2009;

5) Cavaco corre o risco, no entanto, de desagradar, a breve prazo, ao eleitorado de centro esquerda que nele votou na expectativa de sua acção moderadora face às inevitável medidas impopulares resultantes da acção reformista do governo;

6) A liderança de Sócrates não ficará substancialmente fragilizada face ao desaire eleitoral se souber assimilar internamente as consequências políticas do resultado de Alegre;

7) Pode ter vencido, nesta eleição, a “solução cínica” que vaticinei em 8 de Fevereiro de 2005, num post intitulado “A Hora das Grandes Decisões”, face a uma notícia que atribuía a maioria absoluta ao PS nas legislativas de 20 de Fevereiro desse mês, mas mantenho a ideia chave que a vitória de Cavaco é, no essencial, a médio prazo, um factor de instabilidade política.

domingo, janeiro 22

PAR DE BOTAS

Posted by Picasa Vincent Van Gogh – PAR DE BOTAS

As primeiras projecções dos resultados acabam de ser divulgadas. Nada de surpreendente. Cavaco na frente, provável vencedor à primeira volta. Alegre mais votado que Soares. Jerónimo mais votado que Louçã.

Li hoje, dia de eleições presidenciais, devagar, algumas páginas dos Cadernos de Camus.
Na sequência dessa leitura surgiu a frase, curta e certeira, que pode ser a legenda para o provável resultado destas presidenciais:

Char propose comme devise: Liberté, Inégalité, Fraternité.”

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

Match Point

"E começo a cantar ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir


(…)
E começo a cantar
como quem do poema se esqueceu
e sente viva em si a natureza que só em si viveu
(…)


Ruy Belo
PRINCE CASPIAN
Problema da Habitação

O MAR

Posted by Picasa Azenhas do Mar

O mar não dorme no sossego
Da bonança que ora me toma

Azenhas do Mar, 20 de Janeiro de 2006

sábado, janeiro 21

MÁRIO SOARES

Posted by Picasa Tomei partido por Mário Soares só após a sua decisão de se candidatar. Era um candidato possível que, durante muito tempo, foi dado como “acabado” para este tipo de lides.

Nos últimos dias de campanha, em particular, mesmo no último, mostrou uma capacidade física e uma jovialidade discursiva notáveis.

Muitas vezes aventei a viabilidade da sua candidatura mas ninguém me levava a sério. Outros foram mais audazes.

Já o escrevi, expliquei e repliquei: sempre votei em Mário Soares. Amanhã, de novo, serei fiel a mim próprio: Mário Soares.

Aconteça o que acontecer, bem-haja.

"Não sou moderno"

Posted by Picasa “Pequena baía antes de Tenés, na base de uma cadeia de montanhas. Semicírculo perfeito. Ao cair da noite uma plenitude angustiada plana sobre as águas silenciosas. Compreende-se então porque é que os Gregos formaram a ideia do desespero e da tragédia sempre através da beleza e do que nela há de opressivo. É uma tragédia que culmina. Ao passo que o espírito moderno produz o seu desespero a partir da fealdade e do medíocre.

É o que Char quer dizer talvez. Para os Gregos, a beleza é o ponto de partida. Para um europeu, é um fim, raramente atingido. Não sou moderno.”

Albert Camus

Caderno nº5 (Setembro de 1945/ Abril de 1948) -1964-Editions Gallimard, tradução de
António Ramos Rosa, Colecção Miniatura das Edições “Livros do Brasil”.

sexta-feira, janeiro 20

ANOITECE

Posted by Picasa Fotografia de José Marafona

A noite anoitece, apuro o ouvido
É o búzio da infância doutro mar
O que me assobia e me entristece

Azenhas do Mar, 8 de Janeiro de 2006

quinta-feira, janeiro 19

DÁLIAS

Posted by Picasa Imagem daqui

(…)
nas dálias de um jardim deixámos resumida a infância
(…)

Ruy Belo

PRINCE CASPIAN
O Problema da Habitação

O PREDADOR DOS TEMPOS DE ANTENA

Posted by Picasa Para quem ainda tivesse dúvidas acerca da desigualdade da exposição mediática dos candidatos presidenciais a marktest esclarece:

Na primeira semana de 2006, foi Cavaco Silva o candidato presidencial que protagonizou mais tempo de informação televisiva, de acordo com os dados do serviço Telenews da MediaMonitor.

Cavaco – por artes mágicas – é tratado como se fosse candidato único. Jerónimo, no extremo oposto, é tratado como se fosse representante de um grupúsculo político.

Uma vergonha! Mas aqui d´el rei quem a denuncie!

Um Edifício do Futuro

Posted by Picasa O Primeiro-ministro de Portugal, inaugurou hoje, no INETI, um edifício denominado de Edifício Solar XXI.

É um edifício projectado e construído por Portugueses, por uma nova geração de Arquitectos e Engenheiros que acredita que o “caminho se faz caminhando” e construindo, pensando no futuro e daí o nome Edifício Solar XXI.

Primeiro porque é um edifício que usa o SOL, como fonte de energia, os painéis na sua fachada produzem energia eléctrica que é consumida pelo próprio edifício e, no futuro, os edifícios serão assim construídos.

Em segundo lugar é um edifício que pensou no ambiente, pois pouco consome em termos de energia e pouco emite em termos dos denominados Gases de Efeito de Estufa.

E, em terceiro lugar, é um edifício que pensa no cidadão utilizador; reduzindo o consumo energético a factura é mais pequena e finalmente permite um conforto térmico, no seu interior, maior do que em qualquer outro edifício.

O plano tecnológico pode ser também isto, o somatório de iniciativas e projectos, grandes ou pequenos, mas marcantes em determinado momento histórico.

Hélder Gonçalves

quarta-feira, janeiro 18

INVESTIDA FINAL: AS URNAS

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Quando o debate na política é diabolizado algo vai mal no reino da democracia. Assim foi desde o início desta campanha presidencial. Cavaco não é, certamente, um aspirante a ditador mas colocou, até ao fim, o debate como uma realidade, no mínimo, excêntrica à política quando, afinal, é a sua essência.

A comunicação social replica os diálogos dos cidadãos com Soares, e vice-versa, como a evidência de uma rejeição do candidato que se expõe à opinião crítica. A frontalidade política de Soares, em campanha eleitoral, passa para a opinião pública como acto descortês, senão mesmo de soberba, ou malcriado.

Cavaco, no debate político, faz o género do touro manso, que encosta às tábuas, não investe quando citado a preceito, mas que, à falsa fé, é capaz de uma cornada fatal que perfura o intestino do lidador.

Elevado ao pedestal do vencedor antecipado os idólatras de Cavaco imaginam-no dando voltas à arena exibindo três orelhas e um rabo.

Aguardem, tranquilos, até ao fim, não vá o matador ser colhido, na derradeira sorte, pela única e verdadeira investida final: as urnas.

DIFERENÇAS

Posted by Picasa Camus Jovem

(…) «Les chrétiens ont commencé par être douze – les marxistes deux.»

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

terça-feira, janeiro 17

PRESIDENCIAIS - POLÍTICA OU O QUÊ?

Posted by Picasa Paula Rego

"Mário Soares anuncia que Estaleiros Navais de Viana do Castelo não vão ser privatizados"

Soares afirmou algo que a maioria dos trabalhadores, dos Estaleiros de Viana, e não só, gostam de ouvir. Aqui d´el rei! Se apoiar as medidas do governo, aqui d´el rei! Se atacar as políticas do governo aqui d´el rei!

Hoje Soares colocou em cima da mesa a grande questão destas eleições presidenciais: o governo socialista e a sua política reformista. O que está para além do papel moderador do PR, o que está para além dos poderes formais, positivos ou negativos, do PR, os poderes da chamada “magistratura de influência”.

Não são os arautos da candidatura de Cavaco que defendem a tese do reforço dos poderes do PR? Que possa até presidir a conselhos de ministros? Que tenha um papel mais activo nas área da economia e finanças? Não é disso que muitos comentadores dizem que o povo gosta e o país precisa?

Soares não pode anunciar as boas notícias aos trabalhadores mesmo quando o governo confirma nunca ter anunciado as más?

A campanha para as eleições presidenciais é um acto político ou uma romagem de saudade ao país ancestral do beija-mão?

PRINCE CASPIAN

Posted by Picasa Fotografia de Philippe Pache

(…)
Quantas vezes descemos nós do sóbrio tronco ou provámos a água
que de uns primeiros olhos para nós se erguia
sobre o rugir oceânico das árvores despertas
e as lágrimas na face das palavras primitivas?
(…)

Ruy Belo
PRINCE CASPIAN
Problema da Habitação

segunda-feira, janeiro 16

HAJA RESPEITO!

Posted by Picasa Um dia numa instituição na qual trabalhei num alto cargo de chefia reparei que alguém tinha tomada iniciativa administrativa de pedir facturas detalhadas das chamadas feitas através dos telemóveis dos dirigentes.

Nada de extraordinário até ao dia em que confirmei que a sua leitura fazia o gáudio de alguns que se dedicavam a espreitar os fluxos telefónicos e a tentar reconstruir as vidas dos seus titulares.

Na hora tomei a decisão de fazer com que se solicitassem, como regra, facturas simples e, como excepção, caso fosse necessário, facturas detalhadas. Os portugueses têm uma atracção doentia para espreitar para dentro da vida dos outros.

Não me espanta o caso do “envelope 9”, nem os excessos nas escutas telefónicas, é a bisbilhotice, arreigada no quotidiano dos portugueses, elevada à dignidade de instituição para a defesa do ordem e dos bons costumes.

Um pouco mais de Portugal e um pouco menos de Europa, ficaria aberto o caminho para os arautos da tirania surgirem de peito descoberto. Por enquanto marcham, contrariados, em silêncio compungido, na sombra do chefe, pois nos países civilizados os debates se combinam antes das eleições e o chefe não faz nada “para descredibilizar a democracia ou faltar ao respeito aos portugueses”.

Haja Deus!

VILLA-LOBOS

Posted by Picasa Imagem daqui

«28 février 1952. La découverte du Brésil, de Villa-Lobos – avec lui la grandeur revient dans la musique. Chef-d´œuvre – je ne vois que Falla aussi grand.»

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

CHILE - PRESIDENCIAIS

Posted by Picasa Fotografia de Hélder Gonçalves

"La socialista Bachelet gana las elecciones presidenciales de Chile

Con el 97,71% de los votos escrutados ha conseguido el 53,49% frente al 46,51% del conservador Piñera

La candidata socialista Michelle Bachelet ha ganado las elecciones presidenciales chilenas con una ventaja de casi siete puntos porcentuales sobre el derechista Sebastián Piñera, según el escrutinio oficial. Con el 97,71% de los votos escrutados, Bachelet ha obtenido el 53,49% frente al 46,51% de Piñera, quien ha reconocido su derrota.

En su primer discurso, de unos quince minutos, la presidenta electa ha afirmado que fue "víctima del odio" pero que ha dedicado su vida "a revertir ese odio". Ante medio millón de partidarios que la ovacionaban continuamente, Bachelet ha prometido trabajar incansablemente por Chile, "porque no hay tiempo que perder, son sólo cuatro años".

Ler no “El País”. A comunicação social portuguesa passa, no essencial, ao lado do assunto.