Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sexta-feira, junho 24
quarta-feira, junho 22
terça-feira, junho 21
segunda-feira, junho 20
sábado, junho 18
MULHERES
Sophia de Mello Breyner.
"Há tempos num jantar perguntaram-me o que é que eu achava duma senhora fascista ( e desavergonhadíssima) que me odeia a amim e ao Francisco e que nos persegue com malcriações incríveis e calúnias. Eu respondi que a achava boa, inteligente, séria, culta e bem educada. Até os amigos da dita senhora tiveram de dar uma boa gargalhada. É o único sistema: rir de quem nos quer matar." (in Carta a Jorge de Sena de 22 de setembro, 1961).
sexta-feira, junho 17
quarta-feira, junho 15
segunda-feira, junho 13
René Char a Albert Camus – 13 de Julho de 1953
(…) “Je comprends votre fatigue. Je l’éprouve en ce moment. Ou le monde est fou, ou nous le sommes. Lequel est supportable? Finalement, l’âme est recuite, on vit contre un mur. Mais il faut durer, vous le savez comme moi. Durer seulement, et un jour peut-être … (…)»
Fernando Pessoa, nascido, na cidade de Lisboa, em 13 de junho de 1888
“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentidos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde.”
“Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa, aliás, Bernardo Soares, Ajudante de Guarda-Livros na Cidade de Lisboa
sábado, junho 11
MISÉRIA MORAL
"Um tribunal de Londres autorizou o controverso plano do Governo britânico de enviar requerentes de asilo para o Ruanda, rejeitando o apelo de associações de direitos humanos" (in "Expresso") - Um recuo civilizacional num momento em que ocorrem tantos outros sinais de regresso à barbárie. Uma designada potência ocidental não se deixa ficar atrás da Rússia que condena e ataca. A miséria moral em todo o seu explendor.
sexta-feira, junho 10
10 JUNHO
Hoje é dia 10 de junho, um dia como outro qualquer, salvo ter sido escolhido faz tempo, não vem ao caso a razão, para Dia de Portugal. Lembrei-me a propósito do dia 10 de junho de 1977, celebrado na Guarda, como este que hoje se celebra. O que me faz lembrar esse longínquo dia é o discurso que nele foi convidado a proferir Jorge de Sena. Estávamos no fim do chamado período revolucionário, haviam ocorrido as eleições presidenciais, tendo sido eleito Ramalho Eanes, e a voz de Sena, tão pouco chamada a ser ouvida fora dos meios literários e académicos, irrompia como uma fagulha que iluminava temas raramente trazidos à praça pública em eventos de natureza politica, ou afins. A partir desse dia passei a ler a obra de Sena de forma sistemática, em particular a poética, que sempre me inspirou. O discurso de Jorge de Sena, proferido em 10 de junho de 1977, contém tanta actualidade que até dói. Foi uma das suas últimas intervenções públicas em Portugal, senão a última, pois morreu em 4 de junho de 1978 em Santa Bárbara, Califórnia, onde vivia com sua mulher Mécia (já falecida, com a qual me correspondi longo tempo) e a sua vasta prole.
quarta-feira, junho 8
domingo, junho 5
DERROTAR A RÚSSIA
"O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu hoje que Moscovo atacará novos alvos se o Ocidente fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, dizendo que as atuais entregas de armas têm por objetivo "prolongar o conflito"". (Dos jornais digitais)
A Federação Russa escolheu a guerra invadindo militarmente outro Estado, abrindo as portas a uma generalização de reivindicações da reconquistada de territórios, rotas, portos de mar ... perdidos em anteriores conflitos, nalguns casos muito antigos, encerrados por tratados de paz. De forma simples, sem prejuízo de se buscar a paz por todas as formas decentes: ou a Rússia é derrotada ou teremos uma guerra generalizada de consequências incalculáveis como, afinal, todas as guerras. Dizem alguns que é da natureza humana... mas continuo a acreditar nas vantagens da paz e da concórdia entre os povos e as nações.
sábado, junho 4
PORTUGAL - AS NAÇÕES QUE PERDURAM SÃO UM PROCESSO SEMPRE EM MARCHA
“Na era de 1166 [ano de 1128], no mês de Junho, na festa de S. João Batista, o ínclito Infante D. Afonso, filho do conde Henrique e da rainha D. Teresa, neto do grande imperador da Hispânia, D. Afonso, com o auxílio do Senhor e por clemência divina, e também graças ao seu esforço e persistência, mais do que à vontade e ajuda dos parentes, apoderou-se com mão forte do reino de Portugal. Com efeito, tendo morrido seu pai, o conde D. Henrique, quando ele era ainda criança de dois ou três anos, certos [indivíduos] indignos e estrangeiros pretendiam [tomar conta] do reino de Portugal; sua mãe, a rainha D. Teresa, favorecia-os, porque queria, também, por soberba, reinar em vez de seu marido, e afastar o filho do governo do reino. Não querendo de modo algum, suportar uma ofensa tão vergonhosa, pois era já então de maior idade e de bom carácter, tendo reunido os seus amigos e os mais nobres de Portugal, que preferiam, de longe, ser governados por ele, do que por sua mãe ou por [pessoas] indignas e estrangeiras. Acometeu-os numa batalha no campo de S. Mamede, que é perto do castelo de Guimarães e, tendo-os vencido e esmagado, fugiram diante deles e prendeu-os. [Foi então que] se apoderou do principado e da monarquia do reino de Portugal.”
“Anais de D. Afonso, Rei dos Portugueses”, citado por José Mattoso, em “D. Afonso Henriques” que, de seguida, comenta: “Este texto mostra que o seu autor considerava a batalha [de S. Mamede, 24 de Junho de 1128] como o primeiro episódio da história portuguesa."
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”S. Mamede”
MULHERES
A minha mãe Tolentina, desafiante e determinada, sempre receosa do mal que pudesse acontecer aos seus, inventando como lhes acudir, acompanhar, incentivar. Uma saudade eterna.
quarta-feira, junho 1
CAVACO, O AMORFOCRATA
Cavaco o amorfocrata, ou seja, o democrata sem forma definida, volta ao ataque desta vez no papel de humorista. Que Deus tenha o seu pensamento em descanso!
"Cavaco dá os parabéns pela maioria absoluta: com a “vontade de fazer reformas e habilidade no diálogo” de Costa, “tudo correrá na perfeição”". (In "Expresso")
segunda-feira, maio 30
domingo, maio 29
FERNANDO PIMENTA
Estou curioso para saber como o país através das suas instituições e titulares das mesmas vai agradecer ao Fernando Pimenta o seu extraordinário percurso de vitórias a nível mundial numa modalidade desportiva "não futebol"...
"O canoísta português Fernando Pimenta esteve hoje envolvido em três das quatro medalhas de ouro conquistadas pela seleção portuguesa na Taça do Mundo de Poznan, na Polónia.
O duplamente medalhado olímpico luso venceu as provas individuais de K1 500 metros e K1 1.000 metros e, juntamente com Teresa Portela, ganhou a prova mista de K2 500, num dia em que também João Ribeiro e Messias Baptista venceram, em K2 200." (Dos jornais digitais)
sábado, maio 28
MULHERES
Maria Casares, filha do último 1º ministro do governo repúblicano deposto pelo golpe de Franco, que partiu para Paris, com a mãe, logo em 1936, com a idade de 14 anos. Havia de tornar-se no ambiente terrivel de guerras, exílios e os mais hediondos crimes, numa atriz de mérito reconhecido que a grande custo aprendeu a lingua francesa de forma a ser aceite pelo público e critica. Viveu com Albert Camus uma paixão amorosa ardente e tumultuosa que durou desasseis anos até à morte trágica de Camus (janeiro 1960).
sexta-feira, maio 27
LULA
"Lula mais perto de vencer à primeira volta eleições presidenciais no Brasil" (In "Expresso")
Estava na cara que liberto de processos judiciais impeditivos de uma candidatura presidencial Lula ganharia logo que desse o primeiro passo. O seu regresso à presidência do Brasil terá um impacto relevante na politica internacional. O resultado final do seu exercício abre um mundo de interrogações. Ver-se-á se lá chegar ...
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