Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, outubro 27
Aniversário
Hoje é dia de aniversário do meu filho Manuel. Está longe no espaço mas perto do coração. (A mãe, o gato e nós ...).
sábado, outubro 26
A violência
Todo o espaço público é ocupado pela violência. A violência intensifica-se, alastra-se e normaliza-se por todo o mundo. A novidade do nosso tempo é a velocidade e expontâneidade de informação em rede, que se tornou parte integrante, e relevante, desse manto de violência. Ao mesmo tempo renasce e difunde-se, como pano de fundo, sob novas formas, o ideário nazi-fascista, fundado na intolerância extrema ao diferente. As perpectivas de futuro são sombrias.
Guerra
As respostas de guerra, segundo os beligerantes, são sempre muito"contidas"...Tenhamos esperança que uma réstia de bom senso prevaleça na comunidade internacional, entre os povos e as nações, para que os danos das guerras encetadas possam ser ainda reparados e a paz seja imposta pela opinião pública que se manifesta por todo o mundo, com toda a força da sua crença no valor inestimável da vida e da liberdade.
terça-feira, outubro 22
CGD
Notícia de hoje a respeito da CGD: "Encerramento de tesourarias em dezenas de agências cria constrangimentos a particulares, empresas, municípios e serviços de Estado". O banco público não valoriza o serviço público, depois queixemo-nos dos desiquilibrios que geram revolta ...
sábado, outubro 19
quinta-feira, outubro 17
O País
O país é pequeno, pobre e periférico. Rico em história e espírito, pobre na fazenda. Os dois processos em curso na comunicação (e um deles no tribunal) mostram à evidência como se tecem os fios que sustentam espertos desvalidos e as elites falidas em vias da insolvência. O BES/GES, dito de outro modo, a banca, e a bola, dito de outro modo, o futebol, antros insondáveis de corrupção. Tanto que faz falta a banca ética e o futebol jogo, que passam por utopias. Segue a dança que se não sabe se no presente, outros, ou os mesmos, modernizados ou transfigurados, não se afadigam, na casa das máquinas, a surripiar a pouca fortuna produzida pela boa gente de trabalho.
segunda-feira, outubro 14
Debate
Um dos aspetos que me suscita maior perplexidade, na questão atual do Orçamento de Estado, é o cerco ao PS tomando como uma das armas de arremeço o debate, a contraposição de ideias, o exercício do contraditório. Salvo a avaliação dos estilos de cada um dos interventores o que resta de saudável na vida democrática, senão o debate de ideias. E a verdade é que, obervando objetivamente o panorama, somente no PS aflora o debate - interno e externo - empurrado, pelo unanimismo dos restantes partidos, para o campo de uma realidade estranha e, quiçá, censurável
quarta-feira, outubro 9
Democracia e liberdade
A grande vantagem da democracia parlamentar é acolher as mais diversas opiniões organizadas, mais ou menos virulentas, mais ou menos assertivas, mais ou menos coloridas, mais ou menos cínicas; a grande vantagem da democracia é servir de palco à liberdade, através da livre expressão de opiniões diversas, que se confrontam, e da afirmação dos espíritos críticos que, sem reserva mental, criam espaços de confluência mesmo quando no ruído imediato tudo parece ser divergência. É um labirinto que cada um de nós pode entender melhor se for capaz de reflectir um tempinho acerca da sua experiência pessoal, profissional ou familiar. Tudo se ganha, e nada se perde, com o exercício da liberdade. Essa liberdade que os mais jovens consideram natural e os mais velhos ostentam como uma conquista. Mas mesmo na democracia é preciso exercitá-la pois a democracia é um lugar que, por ausência do exercício da liberdade, se pode tornar a antecâmara da tirania. A história ensina-nos, com abundantes ilustrações de eventos trágicos, que não vale a pena citar, como a democracia é delicada. Por isso, neste debate, como noutros, compreendo bem, e aprecio, a energia, e a plasticidade discursiva do 1º ministro, e as réplicas não menos notáveis, e tenazes, de alguns dos tenores da actual oposição parlamentar. O debate político exige uma forte capacidade de argumentação, fundadas convicções, conhecimento dos detalhes, fina sensibilidade para passar no crivo do julgamento público, instantâneo, que a mediatização absoluta dos nossos dias, impõe, de forma implacável, como uma espécie de ditadura que, paradoxalmente é, ao mesmo tempo, a última salvaguarda da liberdade.
terça-feira, outubro 8
Liberdade de imprensa
Qualquer um de nós tem a experiência pessoal de aceder à informação mais cedo do que os meios de comunicação tradicionais. A sua lentidão chega a ser enervante para qualquer internauta amador, mediano e sénior, como é o meu caso. Quanto mais para os jovens formados na era digital. Alguma imprensa tradicional tenta recuperar audiências através de enlaces com a “imprensa digital”. Pode ser que dê para adiar, ou atenuar, as perdas mas é um pouco como aquela fase dos primórdios do cinema a cores em que se tentou colorir a fita a preto e branco.
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Não dá porque a revolução tecnológica não vai parar e, pelo contrário, vai acelerar a democratização do acesso à produção e divulgação, simultânea, de conteúdos (maus, assim-assim e de boa qualidade) na esfera das chamadas redes sociais. Esta dinâmica parece não ter regresso, inviabilizando a apropriação pelo velho modelo de imprensa dos novos suportes tecnológicos que explodem e se consolidam, quer em quantidade, quer em qualidade. Acrescentemos ainda a IA. Os governos esbracejam mas não invertem o sentido do progresso restando-lhes, sendo democraticos, cuidar da liberdade de imprensa. A coisa está difícil!
domingo, outubro 6
Guerra iminente
Tudo aponta para que no 1º aniversário do massacre de 7 de outubro o governo de Israel, apoiado diretamente pelos USA, lançe um ataque contra o Irão. Se assim for estará aberta a porta para uma guerra regional, senão mais além. Os USA, no caso, assumem a partilha do comando militar no terreno ( e politico) o que não acontece na Ucrânea em vias de ser abandonada à sua sorte. Mas as armas são as mesmas e colocar-se-á a questão de saber das razões pelas quais a Ucrânia não pode usar armas americanas para atacar alvos militares no Rússia, se Israel as pode usar para atacar o Irão. No meio de tudo, por cá, discutem-se detalhes de um acordo orçamental, quando as bases do dito podem ser radicalmemnte alteradas pela guerra iminente.
sábado, outubro 5
República, sempre!
Às 8,30 da manhã passava pela Rua do Ouro, em triunfo, a artilharia, que era delirantemente ovacionada pelo povo. As ruas acham-se repletas de gente, que se abraça. O júbilo é indescritível! A essa hora, no Castelo de S. Jorge, que tinha a bandeira azul e branca, foi içada a bandeira republicana. O povo dirigiu-se para a Câmara Municipal, dando muitos vivas à REPÚBLICA, içando também a bandeira republicana. (…) Vê-se muita gente no castelo de S. Jorge acenando com lenços para o povo que anda na baixa. Os membros do directório foram às 8,40 para a Câmara Municipal, onde proclamaram a República com as aclamações entusiásticas do povo. O governo provisório consta será assim constituído: presidente, Teófilo Braga; interior, António José de Almeida; guerra, Coronel Barreto; marinha, Azevedo Gomes; obras públicas, António Luís Gomes, fazenda, Basílio Telles; justiça, Afonso Costa; estrangeiros, Bernardino Machado. Governador Civil, Eusébio Leão. Em quase todos os edifícios públicos estão tremulando bandeiras republicanas. A polícia faz causa comum com o povo, que percorre as ruas conduzindo bandeiras e dando vivas à República. (Transcrito de O Século, quarta feira, 5 de Outubro de 1910, publicação de última hora.) Raúl Brandão, in Memórias “O meu diário” – Volume II Perspectivas & Realidades
quinta-feira, outubro 3
ANTÓNIO GUTERRES
O governo de Israel, que não o seu povo, assume-se como dono da verdade, isento do cumprimento das leis internacionais, atacando ferozmente uma personalidade que luta pela paz e concórdia entre os povos e as nações. Para não esquecer!
quarta-feira, outubro 2
terça-feira, outubro 1
domingo, setembro 29
Folgas
O Médio Oriente incendeia-se ameaçando um conflito alargado, não se vislumbrando uma solução de paz, pelo menos, até às eleições nos USA. Países como Portugal, energeticamente dependentes, deveriam acautelar os efeitos de um eventual choque provocado pela disrrupção de cadeias de abastecimento. Não deixar de dispôr de folgas em stoks a todos os níveis incluindo orçamental. No debate do OE não se fala no assunto...
sexta-feira, setembro 27
Água
Tomo conhecimento de que foi estabelecido um pré acordo com Espanha acerca da gestão da água, ou seja, para simplificar, dos caudais dos rios e Alqueva. Sabemos que a água é um bem escasso e uma das grande questões, pois briga com a independência nacional, que pode gerar uma crise séria entre os dois países ibéricos. Mas podemos estar certos que não vai ser tema de debate público, como se de uma banalidade se tratasse.
terça-feira, setembro 24
Politica
A politica, ao contrário do que alguns querem fazer crer, é uma actividade nobre. Mesmo nos tempos que correm em que proliferam os seus detractores sempre, pela sua parte, a praticando mesmo quando a denigrem. O ambiente de crise social, em todos os tempos, encosta o discurso político à tentação do messianismo. Nada a fazer pois dele emerge a própria natureza humana. Mas não confundo todos os políticos com a massa da qual emergem. Nem os seus discursos que sendo todos feitos de palavras advêm de diversas formações filosóficas e experiências de vida. Nem confundo politica com unanimidade no silêncio. Nem politica é a busca de consensos sem divergência nos programas e no choque de concepções antagónicas da vida em sociedade e do futuro da homem. Tudo na vida diverge e converge em uníssono e a exaltação da acção politica é a de encontrar o justo equilíbrio na diferença. E a de saber conviver com ela em liberdade. Convém não diabolizar as eleições, como exercício dessa liberdade.
sábado, setembro 21
Sofia Loren - 90 anos
Sofia Loren nasceu a 20 de Setembro de 1934. É uma das mulheres mais fotografadas de sempre. Um traço forte gravado no meu imaginário. Parabéns.
quinta-feira, setembro 19
Catástrofes
Ocorrem acontecimentos catastróficos todos os dias, horas e minutos. Na vida pessoal e profissional, na saúde e na educação, na vida familiar e comunitária, não vale a pena exemplificar. Na maior parte dos casos não têm repercussão pública, ficam com cada um, com cada família, com cada comunidade. Os grandes acontecimentos catastróficos, envolvendo grandes comunidades regionais, nacionais ou globais, como as epidemias, tarramotos, atentados, guerras ou incêndios florestais afetam-nos a todos, por incidência direta ou indireta. De uns e outros retiram-se ensinamentos que permitem mudar de vida no plano individual ou coletivo. Mas será sempre mais dificil mudar de vida se enfraquece a confiança em quem governa ou cresce a incapacidade da sociedade em gerar laços de verdadeira cooperação e solidariedade, para além dos votos piedosos.
domingo, setembro 15
A manifestação
Faziam travessuras revolucionárias pelo MES perto da porta do quartel, em Cascais, no imediato pós 25 de abril. Alguém de dentro se lembrou de os prender e enviar para a PSP, criando um mal estar próprio da época. Eram 3, ou 4, mas o quarto ninguém se lembra já qual seria. Gerou-se um movimento reclamando a sua libertação e foi convocada uma manifestação. As pressões resultaram e foram libertados. A manifestção estava convocada e restava saber o que fazer com ela. Decidiram mantê-la e foi encabeçada pelos detidos reclamando a sua própria libertação. (Episódio contado ontem num almoço evocativo dos 50 anos do 25A.)
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