Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles, Editado por Eduardo Graça
As BalasDá o Outono, as uvas e o vinho,/Dos olivais, azeite nos é dado./Dá a cama a mesa e o verde pinho,/As balas deram sangue derramado./Dá a chuva o Inverno criador,/Às sementes dá sulcos o arado,/No lar a lenha em chama dá calor,/As balas deram sangue derramado./Dá a Primavera o campo colorido,/Glória,coroa do mundo renovado./Aos corações dá o amor renascido,/As balas deram o sangue derramado./Dá o Sol as searas pelo Verão,/O fermento no trigo amassado./No esbraziado forno cresce o pão,/As balas deram sangue derramado./Dá cada dia ao Homem novo alento,/De conquistar o bem que lhe é negado./Dá a conquista um puro sentimento,/As balas deram sangue derramado./De meditar, concluir, ir e fazer,/Dá sobre o mundo o Homem atirado./À paz de um mundo novo onde viver,/As balas deram sangue derramado./Dá a certeza o querer e o construir,/O que tanto nos negou o ódio armado./Que a vida construida é destruir,/As balas deram sangue derramado./Essas balas deram sangue derramado,/Só roubo e fome e sangue derramado./Só ruína e peste e sangue derramado,/Só o crime e morte e o sangue derramado./ Adriano Correia de Oliveira
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As Balas
Dá o Outono, as uvas e o vinho,/Dos olivais, azeite nos é dado./Dá a cama a mesa e o verde pinho,/As balas deram sangue derramado./
Dá a chuva o Inverno criador,/
Às sementes dá sulcos o arado,/
No lar a lenha em chama dá calor,/
As balas deram sangue derramado./
Dá a Primavera o campo colorido,/
Glória,coroa do mundo renovado./
Aos corações dá o amor renascido,/
As balas deram o sangue derramado./
Dá o Sol as searas pelo Verão,/
O fermento no trigo amassado./
No esbraziado forno cresce o pão,/
As balas deram sangue derramado./
Dá cada dia ao Homem novo alento,/De conquistar o bem que lhe é negado./Dá a conquista um puro sentimento,/As balas deram sangue derramado./
De meditar, concluir, ir e fazer,/Dá sobre o mundo o Homem atirado./À paz de um mundo novo onde viver,/As balas deram sangue derramado./
Dá a certeza o querer e o construir,/O que tanto nos negou o ódio armado./Que a vida construida é destruir,/As balas deram sangue derramado./
Essas balas deram sangue derramado,/Só roubo e fome e sangue derramado./Só ruína e peste e sangue derramado,/Só o crime e morte e o sangue derramado./
Adriano Correia de Oliveira
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