sexta-feira, abril 15

MEU POVO, MEU ABISMO



Meu povo é meu abismo.
Nele me perco:
a sua tanta dor me deixa
surdo e cego.

Meu povo é meu castigo
meu flagelo:
seu desamparo,
meu erro.

Meu povo é meu destino
meu futuro:
se ele não vira em mim
veneno ou canto –

               apenas morro

Ferreirra Gullar

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“Meu Povo, meu Abismo”

Tão belo o poema
Tão curto e conciso
Tão presente tão futuro

Tão belo o poema
Que nem preciso ser
Poeta p´ra escrever
Um poema no espaço
Livre de seu destino

Tão belo o poema
Que podia ser hino

15/3/2008

3 comentários:

hfm disse...

Belíssimo!

Galeota disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Galeota disse...

Disponibilidade

Vem ver a vida/Passar silenciosamente/Como a ave no ar claro./

Vê-a que desce.Prende-a./Nas tuas mãos em concha/Fica um instante./

Deixa-a fugir. Outras há.

Ruy Cinatti