Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sábado, janeiro 24
GRÉCIA
As eleições na Grécia do próximo domingo fazem-me lembrar (exagero, está bem de ver) um 25 de abril em janeiro. Um tempo diferente. Um confronto semelhante. Hoje a Grécia não é um país isolado na Europa, integra a UE e, apesar de todas as dúvidas, através de uma decisão politica, adoptou o € como moeda. Um confronto semelhante por ter atingido um ponto de ruptura social - um povo com índices de pobreza, desemprego e desesperança insuportável. Dirão os cínicos que todo o sofrimento e desesperança é suportável. Mas aí teremos que regressar ao tempo das trevas, das masmorras e dos julgamentos sumários pela simples aspiração a viver com decência e liberdade. A Grécia, e as suas eleições de 25 de janeiro, são um teste de stress à UE e ao €, no final de contas, à sua capacidade para assumir e praticar, indo além dos cálculos mercantilistas, a solidariedade de um espaço económico, social e... cultural comum. Um teste, afinal, que tem como cenário o país que é o berço da cultura ocidental - tão incensada nos últimos tempos - e onde nasceu a democracia, tendo ousado levar à prática uma velha utopia que se tornou realidade.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário