quinta-feira, março 5

5 de março - ano de 2015


É difícil conceber uma campanha eleitoral tão longa no tempo como a que já está em marcha. Mas, ao contrário, mais difícil era entender o tempo em que não havia verdadeiras campanhas eleitorais. Para quem não se lembra esse tempo já existiu - e existe - em muitas partes do mundo e em Portugal estão vivos muitos daqueles que o viveram. Sempre é preferível o confronto aberto das opiniões divergentes, com mais ou menos ruído, ou golpe baixo, do que o silêncio conformista da tirania. Preocupante é o perigo do seu regresso muito bem assinalado hoje pelo 1º ministro francês a propósito do avanço da extrema direita no seu país. Com todos os sobressaltos os países do sul da Europa têm vindo a ser portadores de novos movimentos sociais que, nalguns casos, se transformam em partidos, longe de se fundarem em ideologias fascistas, nazis, ou populistas radicais de direita, mas o mesmo se não pode dizer de França.França é o centro do problema político da Europa no próximo futuro. Não só por fazer parte, com a Alemanha, do núcleo central da ideia da construção da União Europeia - uma ideia destinada à preservação da paz na Europa antes de tudo o mais - como pelo seu peso na economia, história e geopolítica da Europa moderna. Com a eventual emergência de um poder político dominado por um partido de extrema-direita - seja qual for o seu disfarce - a União Europeia estará condenada ao fracasso. E surgirão, em todo o seu terrível esplendor, os sinais de guerra. Estamos cada vez mais perto de um tempo de grandes decisões.      

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