Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, abril 25
25 de Abril - uma cerimónia
Pela primeira vez desde o 25 de abril de 1974 assisti hoje ao vivo, na Assembleia da República à celebração oficial do seu 42º aniversário. Na verdade nunca havia desejado partilhar a celebração formal de uma revolta, que o povo transformou em revolução, no ambiente formal de um parlamento. Mas o Presidente da AR, Eduardo Ferro Rodrigues, no exercício das suas funções, decidiu por amizade antiga e forjada na luta politica contra a ditadura, ter a delicadeza de me endereçar o convite. Não o podia recusar e não me arrependo. Neste dia, tantos anos passados, pude apreciar a energia, moldada ao ambiente institucional da AR, de uma evocação do 25 de abril pela voz, e presença simbólica, de alguns dos seus mais destacados protagonistas. Muitas faces presentes, muitas memórias de ausentes, e sempre a liberdade forjada por uma multidão de gestos generosos que se não podem, nem devem, esquecer. A liberdade fica mais forte quando os democratas a cortejam e exaltam. Uma cerimónia onde fiquei a saber, quase sem margem de engano, que as duas mais altas figuras do estado, por caminhos diferentes, convergem na defesa dos valores da democracia politica e da liberdade, valores que o 25 de abril, que eu próprio vivi, restituiu à comunidade.
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