Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
terça-feira, novembro 29
Fazer durar o tempo ...
Muitos portugueses ainda se interrogam - uns menos crispados, outros menos eufóricos - como foi possível chegar até à aprovação do 2º OE por uma maioria de esquerda apoiando um governo minoritário do PS. Não analisei a fundo a natureza politica dos governos europeus em funções, nem antecipo resultados de próximas eleições e referendos. Dizem as vozes da opinião publicada que a Europa está madura para ser governada à direita imoderada, não liberal, levando a cabo uma barrela fazendo desaparecer da face dela os infiéis de todas as estirpes. O processo pode ter começado a leste da Europa - Hungria, Polónia ... - caminhando para o centro - Áustria, Holanda - eventualmente mais para sul - Itália, França - com o Reino Unido em fase de rutura com a UE, via referendo. Pode ser um falso alarme, um exagero, mas convém não subestimar a realidade que vem anunciando ventos de inesperada(?)intolerância soprados dos USA. No entanto na fronteira mais a ocidente da Europa foi aprovado o OE/2017 por força de um acordo politico à esquerda. O teste da sua robustez ou fragilidade vai começar no próximo domingo quando se souberem os resultados do referendo na Itália e das eleições presidenciais na Áustria. Na frente interna as notícias dos indicadores não serão más, antes pelo contrário, podendo consolidar a prova da viabilidade de soluções de governo mais para além da rotatividade dos partidos do sistema. Se não faltar a clarividência, e coragem, aos partidos que apoiam o governo em funções escapando à defesa pura e dura do seu próprio espaço de sobrevivência politica eleitoral pode ser que seja possível fazer durar o tempo ...
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