Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, novembro 6
A PAZ AINDA SERÁ POSSÍVEL NA EUROPA?
Confuso o nosso tempo, não é verdade? Não terão sido sempre confusos todos os tempos. Cada tempo, defina-se como se quiser definir o tempo, tem suas qualidades, o seu lado luminoso e o lado obscuro, a mor das vezes, violento e pejado de mentiras.
À vista desarmada vislumbram-se os perigos da renúncia à solidariedade mesmo quando se proclamam as suas virtudes; à boca pequena se amesquinham adversários e traem ideais, criando o caldo de cultura de onde sempre emergiram as tiranias.
A Europa vê perigar o sonho dos europeístas que a projetaram como espaço comum, de negócios e de paz, de coexistência e diversidades, espaço de confluência de povos, culturas, religiões e línguas. A Europa da paz e da prosperidade, do desenvolvimento cientifico e social pode desmoronar-se não só pela pressão das economias emergentes como, a meu ver, mais pela fraqueza dos seus dirigentes máximos em cumprir com o ideal que juraram defender.
Estão assim abertas as portas aos extremismos legitimados pelo voto democrático, desde logo, da direita, que caso amarre a França, em próximas eleições presidenciais, a um programa populista, de natureza xenófobo e racista, seja qual for o disfarce, iniciará o principio do fim da época de paz mais longa da história da Europa moderna.
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