Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, novembro 12
LIBERDADE III
O exercício da democracia é complexo e não me refiro às altas esferas dos poderes – todos os poderes – mas ao quotidiano das nossas vidas de cidadãos comuns. Penso em tanta gente conhecida, que não vejo, mas me pode ver, a quem não escrevo, mas me pode ler, a quem não falo, mas me pode falar; penso na manhã de segunda-feira passada quando, enquanto esperava pela inspecção à viatura, fui abordado por um cidadão já entradote aliciando-me para aderir aos ideais da ditadura. Como fazer? Tratar-se-á de um crime público? Chamar a polícia? Quando alguém faz a apologia do salazarismo, insinuando, ou afirmando a bondade do fascismo, o que fazer? Quando alguém usa da liberdade para combater a liberdade o que fazer? Suprimir, ou limitar a liberdade, como empecilho ao cabal exercício da autoridade? Ou exercer a autoridade, de forma justa e proporcional, para salvar a liberdade? É tudo uma questão de equilíbrio para não nos tornarmos assassinos
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