Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, outubro 23
António Dias
O António Cavalheiro Dias morreu. Sempre me telefonava no dia 24 de abril. Foi com ele (e com o João Mário Anjos) que partipei no 25 de abril, naquela madrugada inesquecível. Ao volante do seu Datsun com ele percorri os mesmos caminhos da coluna de Salgueiro Maia. Arriscámos tudo, e daquela vez, deu certo. Fomos uma pequena gota de água limpida no mar da multidão que se fez à rua, sorvendo o ar da madrugada e ignorando os riscos. Mais tarde, a 9 de junho de 1974, na primeira assembleia de militantes do MES, ele foi eleito para o secretariado do MES (comigo e mais um punhado de boas vontades), mas não nos demos a conhecer em público pois estavamos ainda a cumprir serviço militar. Esteve em todas de forma discreta, mas era de uma coragem imensa. Aqui chegados, com a morte dele e, antes, do João Mário, fico eu a carregar essas memórias. Hei-de ter tempo para as organizar em livro que tenho planeado na minha cabeça. Honra à sua memória.
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