Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quarta-feira, junho 7
terça-feira, junho 6
ACTUALIDADE DESPORTIVA - MUNDIAL DE FUTEBOL
Esta moça aparece sempre que se fala em actualidade e, nestes dias, a actualidade foi tomada de assalto pelo futebol. A selecção nacional vai jogar o mundial na Alemanha. Já deram por isso! Desde o dia 9 de Junho até 9 de Julho vai dar só bola. O ambiente pode aliviar se a nossa selecção for aliviada logo a 21 de Junho das fases seguintes.
Receio que aconteça o desastre mas não o desejo. A selecção pressupõe, por definição, fazer uma escolha, mas não entra na definição de selecção que a escolha recaia sobre os melhores. Tem sempre razão quem faz uma selecção pois aplica, simplesmente, critérios próprios e cada um tem os seus.
Objectivamente a única critica que se pode fazer a Scolari [para quem não saiba é o seleccionador] foi ter escolhido os mesmo que escolheu em 2004. Dizem uns que é sinal de rigor e coerência e outros que é indício próprio da teimosia de um espírito conservador. Mas foi Scolari que conduziu a selecção do Brasil à vitória no mundial antecedente. Trivialidades.
Feitas as contas quer-me parecer que, objectivamente, a selecção que vai entrar em campo terá uma média de idades dois anos superior à do Europeu de 2004.
Queira Deus que me engane e não lhes pese nas pernas a idade e nos bolsos os contratos futuros! Depois do jogo com Angola voltamos ao tema.
JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - RAUL
Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)
Agostinho Roseta e Raul Pinheiro Henriques
O Agostinho Roseta surge, mais uma vez, lembrando-nos a sua pose, ao mesmo tempo, despojada e radiosa.
A seu lado o Raul Henriques que foi, como o José Pratas e Sousa, meu companheiro no serviço militar, desde o primeiro dia da incorporação em Mafra, meu companheiro de todas as aventuras, incluindo empresariais, um economistas das artes e dos ofícios, de ontem e de hoje.
Por coincidência morava, na Av. D. Carlos I, mesmo em frente da sede central do MES e podem imaginar as consequências logísticas e pessoais desse “infortúnio”.
"L´aristocratie, ..."
«Toute société est basés sur l´aristocratie, car celle-ci, la vraie, est exigence à l´égard de soi-même et sans cette exigence toute société meurt.»
Albert Camus
“Carnets – III” - Cahier nº VIII (Août 1954/Juillet 1958)
segunda-feira, junho 5
País Possível
(…)
Enche-se o peito de ar noutros países
onde fora de nós em nós buscamos Portugal
longe do desgastante dia a dia português
(…)
Ruy Belo
PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE
País Possível
A FESTA - JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES
Que surpresas surgem com as imagens! Olhando com atenção, quem o conheça, descobre, por detrás da máscara, o Vítor Esteves. O jantar foi uma festa, pá!
domingo, junho 4
sem título XXXI
Gosto de iniciar o caminho pelo princípio
Onde não se encontra nada o que abraçar
*
Inventar tudo desde o começo mesmo sem
A ideia clara do caminho que hei-de rasgar
*
Buscar a luz que alumia a vida na revolta
Da palavra e na surpresa de afinal confiar
*
Gosto de sentir o frio na testa desabrigada
Cavar fendas na memória e nelas recordar
*
O meu mundo secreto único e indivisível
Separado de todos os mundos é outro mar
*
Gosto de ouvir ao longe sons esquecidos
E nos largos vazios o silêncio a esvoaçar
4 de Junho de 2006
A PAZ - JUNHO DE 1945
Die "Großen Drei" auf der Potsdamer Konferenz v.l.n.r.: Winston Churchill, Harry S. Truman, Josef W. Stalin
sábado, junho 3
"L´histoire, ..."
Albert Camus
“Carnets – III” - Cahier nº VIII (Août 1954/Juillet 1958)
Gallimard
JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - SEM SORRISOS
(Clique na fotografia para ampliar)
Paulo Bárcia (”Didas”) e Eduardo Ferro Rodrigues
Uma fotografia a dois deste jantar, das raras em que os protagonistas se apresentam com um semblante não sorridente. Curiosamente ambos os fotografados foram presidentes da direcção da Associação de Estudantes do ISCEF/ISE.
Hoje ambos exercem funções diplomáticas. O Paulo Bárcia é Director do Escritório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em Lisboa e o Ferro Rodrigues é Embaixador de Portugal junto da OCDE.
sexta-feira, junho 2
INTIMIDADE
ACTUALIDADE POLÍTICA - II
A moça de olhar refulgente encara a actualidade política de frente. O seu olhar é mais intenso do que aquele que o mais alto magistrado da nação lançou sobre os excluídos oficiais (ou “não incluídos”) aos quais dedicou os dois primeiros dias desta semana, que amanhã finda, e ameaça dedicar mais.
Esta dedicação enternece a alma dos portugueses e até ouvi dizer que nunca um presidente tinha dado tanta atenção a essa classe de cidadãos que, à primeira vista, vivem no interior desertificado e envelhecido.
Os estrategos de Belém são conhecidos. Têm muita escola e, manhosos, sabem que este roteiro é tão velho quanto a nação. Todos os presidentes já o percorreram. Mas este tem mais do que qualquer outro a urgência de cair na graça do mundo que, vai para mais de 10 anos, o fez cair em desgraça.
O “roteiro para a inclusão” é uma operação de marketing, pura e dura, para amolecer as reservas do “povo de esquerda” a um presidente de direita. Um primeiro passo, sorrateiro, para isolar o governo. Deixemos de lado a extravagância de pensar que os estrategos de Belém se afadigam em buscar os caminhos da confluência estratégica.
Habituemo-nos a pensar que, em Belém, tudo é pensado a prazo, friamente, sem concessões aos sonhadores de futuro. Mesmo quando se encena um forçado sorriso de momento (uff!!!) se está a pensar na manutenção e reforço do poder do presidente.
É sempre assim com os mais altos magistrados da nação, é verdade, mas a diferença está no personagem. Nesta função é sempre o personagem, e só o personagem, que faz a diferença. O futuro ensinará aos incautos o que quero dizer!
Verdadeiramente estranho é que ninguém – nem a comunicação social, nem os partidos, nem a sociedade civil – emita um som audível de desmontagem do significado das manobras presidenciais. Têm medo! O salazarismo, ao contrário de todas as aparências, ainda não acabou.
(A actualidade política, para mim, está um bocadinho fora da actualidade, mas é que só leio os cabeçalhos dos jornais nas bancas e, aqui e ali num café, e os jornais “on line” portugueses ainda são em papel, embora usem o suporte digital, e os editores levam uma eternidade a colocar notícias novas. Um meu amigo dirá que estes posts são um mero pretexto para publicar imagens de moças refulgentes, mas não é verdade! A verdade é que o caso do Prof. me fascina. É um fascínio que vem da mais tenra juventude. Alcanço os seus progressos na área da incomunicabilidade. Talvez mais um ano com a Glória de Matos e a coisa lá vá! Acredito que daqui a uns dez anos tenha melhorado muitíssimo. Depois de se fazer compreender, morreremos!)
Nem só do mar é feita a minha praia
(…)
Nem só do mar é feita a minha praia
a vaga que vem vindo enquanto viva
e que fica na página na forma de palavra
palavra fotográfica de coisas
e condição de paz de pensamentos
Pedra a pedra construo o meu poema
e é nele que dos dias me defendo
Nada sei de emoções manipulo morfemas
e nas cidades sinto a solidão dos campos
Humano mesmo se demasiado humano
não peço ou posso privilégios de poetas
e desconheço a carne celebral de que careço nos
sonhos que me semeiam as semanas
cingidas de cidades sossegadas
onde só o silêncio é soberano
À arte dou o que devia à vida
vida que vai por mim contaminada
vida do largo da areia e do vento
Que as minhas palavras firam fundo
(…)
Ruy Belo
A QUESTÃO DO "ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO"
Está disponível no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR , na íntegra, o artigo que intitulei A questão do “envelhecimento demográfico” e do qual, adiante, reproduzo a parte inicial.
É curioso como, de forma recorrente, se atribui a algumas questões do passado o estatuto de novidade. É o caso da questão demográfica e, em particular, do “envelhecimento demográfico” que se pode definir, em duas palavras, como o aumento da proporção das pessoas idosas na população total.
O discurso social (democrata) do Senhor Presidente da República, nas celebrações do 25 de Abril deste ano, fez-me lembrar outros tempos nos quais se preocupava mais com o “monstro” (“deficit”) ou, ainda antes, com o “desenvolvimento” (“betão”).
Todas as preocupações do chamado “Roteiro para a Inclusão”, que o Senhor Presidente da República iniciou esta semana, são justíssimas. O problema é o tempo, os recursos, a oportunidade e a memória.
quinta-feira, junho 1
BUSH
Imagem antiga mas que me foi sugerida por estes posts [1] [2]
A RECEPÇÃO - JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES
António Pais, Miguel Pamplona e José Catela (Da esquerda para a Direita)
A “Comissão de Recepção”. Não há jantares gratuitos: cada um pagou o seu. É de toda a justiça que surja, pela primeira vez em destaque, o autor das fotografias. No caso desta, certamente, por delegação de competências.
quarta-feira, maio 31
JERICÓ
Minhas muralhas de Jericó ruíram
Como as da lei antiga
Um dia só bastou para as lançar por terra.
Devia ter orgulho de as ter deixado
Cair sem que poeira alguma
As fizesse ainda ser do ar lembradas.
Devia ter orgulho de me ter vencido.
Orgulho de ter surgido inerme e intacto ter ficado.
O meu tesouro – que julgou levá-lo –
Enquanto fomos juntos me tocava.
E, longe, pode-lhe ser contíguo até
Mas a fronteira está em mim.
Devia ter orgulho mas não tenho.
Um vencedor obriga a um vencido
E ele é apenas um traído.
(19.2.61)
José Blanc de Portugal
À MINHA VOLTA
Alguns objectos que me rodeiam à vista e à mão: diversos dicionários – “exactos” diz o da Academia das Ciências de Lisboa e “exatos” diz o do Houaiss. Sempre escrevo rodeado de dicionários!
Imagens arquivadas na máquina e outras que bailam retidas no arquivo da memória.
Livros empilhados. “Todos os Poemas” de Ruy Belo (transcrevo para aqui excertos da sua poesia através de um guia que, um dia, já identifiquei).
“Carnets III” de Albert Camus (leio a toda a hora e transcrevo excertos - ainda faltam muitos – nunca mais vão acabar. Estamos lendo sempre o mesmo livro!).
Agora iniciei o José Blanc de Portugal (transcrevo excertos de “Enéadas” e segue-se “Descompasso”).
E a intensidade da experiência do MES. Um passado sem regresso mas com marcas. Desfiar comentários – quase só suportados pela memória – a propósito das imagens que o António Pais vai descobrindo. Recuando no tempo. A ver até onde vamos chegar!
Um blogue, no meu conceito, quer-se o mais pessoal possível. Singular. Se possível original. Composto com prazer. Duradoiro. Fragmentado. Livre.
Para que se compreenda alguma coisa de nós, através de nós mesmos e dos outros, por entre (e para além) das vicissitudes da vida e do ruído avassalador das notícias das agências. Talvez, mais que tudo, evidenciar as diferenças.
terça-feira, maio 30
"...vrai libéralisme."
"Humboldt. Pour que l´être humain s´enrichisse et se perfectionne, il faut une variété de situations. Le maintien de cette variété c´est l´effort central du vrai libéralisme."
Albert Camus
“Carnets – III” - Cahier nº VIII (Août 1954/Juillet 1958)
JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - ISCTE
(Clique na fotografia para ampliar)
Da esquerda para a direita (de pé): (?); André Março, Zé Serrano, Mila, (?) e António Robalo; 1ª fila: José Pedro Pontes, Nuno Faria, Aires Costa e José Carlos Albino.
Este é pessoal do ISCTE faltando identificar dois dos participantes para cuja tarefa aguardo contributos. A composição dos grupos fotografados pelo António Pais tem, em regra, afinidades facilmente identificáveis. Os grupos mostram, por outro lado, que a participação no jantar foi mais vasta do que a minha memória guardava.
Ainda faltam publicar algumas fotografias muito interessantes do jantar e outras do IV Congresso do MES (o último) que deu origem a esta decisão de extinção o que permitirá esclarecer, de passagem, mais alguns aspectos da parte derradeira desta odisseia politico partidária. (E o mais que verá!)
segunda-feira, maio 29
PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE
(…)
Sou um homem da palavra aquilo que mais passa
e ao mar e ao vento imolo o que na areia escrevo
subida a escadaria dos poetas que antes conduzia
a reais paços de rondós e redondilhas
No limiar do sono sondo a noite e só depois a luz
mais natural na lâmpada que na lua ou dia
Luz solar um momento necessito caminhar
voar aos vários ventos deste ameaçado tempo
sentir a sedução das grandes capitais
em meu vibrátil pulso de poeta
(…)
Ruy Belo
PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE
País Possível
HIPOCRISIA
Apetecia-me falar disto. O PR, o povo e, ao fundo, o ministro Vieira da Silva sorridente. Denunciar a hipocrisia. Fica para sexta-feira.