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Hoje deu-me para falar de futebol que acompanho com atenção mas sem fanatismo. É uma daquelas actividades, quer gostemos quer não, na qual Portugal é competitivo no contexto internacional. Nada de novo. Todos os rankings internacionais o confirmam.
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Acontece, por outro lado, que o futebol permite alimentar as amizades pois mesmo quando as nossas fidelidades clubistas são diferentes das dos nossos amigos sempre nos condoemos com o seu sofrimento de “derrotados” mesmo que nos “regozijemos” com as nossas vitórias. Poucas actividades da vida social permitem tal compensação afectiva.
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Escrevo a poucas horas de um jogo importante do Sporting, na Alemanha, e penso no meu filho que lhe deu para o sportinguismo, com lugar cativo e tudo, nos meus amigos TL e FF, em todos aqueles que passam a vida a sofrer por um sucesso que é um bem escasso para quase todas as equipas que por aí disputam campeonatos e competições.
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Como o clube do meu coração – o Farense – está falido e a militar no mais baixo escalão do futebol do Algarve – a II Divisão distrital – já não sofro pois, como sabiamente disse o seu treinador, o grande jogador que foi Carlos Costa, já não dá para descer mais. Por isso restrinjo o meu clubismo a saber dos seus resultados, através do
“A Defesa de Faro”, e a sentir que o Farense ainda mexe podendo, a prazo, contribuir para o ressurgimento de uma equipa do sul na Primeira Liga. [A sul de Setúbal não há nenhuma, mas na Madeira há duas!]
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Quanto aos jogos de hoje e amanhã das três equipas do topo do futebol português, na Liga dos Campeões Europeus, os prognósticos são reservados. Cada uma delas segue a sua estratégia própria: o Sporting aposta nos jovens talentos, nascidos e criados na sua academia, adoptando uma estratégia inteligente e ousada; dá prazer, a qualquer um, observar o desempenho da equipa e o potencial dos seus jovens jogadores. O F.C. Porto aposta no mercado sul-americano buscando aí alguns dos melhores jogadores dos respectivos países, uns já consagrados, outros que o virão a ser. O Benfica prossegue, desde há anos, uma estratégia de acaso na qual as escolhas – de treinadores a jogadores – parecem navegar ao sabor dos objectivos mais ou menos indecifrável dos seus dirigentes.
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Se quisesse fazer um ranking dos três clubes mais representativos do futebol português de clubes classificava-os assim: 1º – Sporting; 2º – F. C. Porto; 3º – Benfica. Este é o ranking competitivo, segundo os padrões tradicionais a qualquer negócio. Mas, na minha afectividade, o clube que ocupa o primeiro lugar no ranking é um dos últimos no ranking da competição. E não imaginam quantos milhares de clubes ocupam os últimos lugares nas competições e o primeiro lugar nos corações dos adeptos.