terça-feira, outubro 31

HOJE DEU-ME PARA FALAR DE FUTEBOL

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Hoje deu-me para falar de futebol que acompanho com atenção mas sem fanatismo. É uma daquelas actividades, quer gostemos quer não, na qual Portugal é competitivo no contexto internacional. Nada de novo. Todos os rankings internacionais o confirmam.

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Acontece, por outro lado, que o futebol permite alimentar as amizades pois mesmo quando as nossas fidelidades clubistas são diferentes das dos nossos amigos sempre nos condoemos com o seu sofrimento de “derrotados” mesmo que nos “regozijemos” com as nossas vitórias. Poucas actividades da vida social permitem tal compensação afectiva.

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Escrevo a poucas horas de um jogo importante do Sporting, na Alemanha, e penso no meu filho que lhe deu para o sportinguismo, com lugar cativo e tudo, nos meus amigos TL e FF, em todos aqueles que passam a vida a sofrer por um sucesso que é um bem escasso para quase todas as equipas que por aí disputam campeonatos e competições.

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Como o clube do meu coração – o Farense – está falido e a militar no mais baixo escalão do futebol do Algarve – a II Divisão distrital – já não sofro pois, como sabiamente disse o seu treinador, o grande jogador que foi Carlos Costa, já não dá para descer mais. Por isso restrinjo o meu clubismo a saber dos seus resultados, através do “A Defesa de Faro”, e a sentir que o Farense ainda mexe podendo, a prazo, contribuir para o ressurgimento de uma equipa do sul na Primeira Liga. [A sul de Setúbal não há nenhuma, mas na Madeira há duas!]

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Quanto aos jogos de hoje e amanhã das três equipas do topo do futebol português, na Liga dos Campeões Europeus, os prognósticos são reservados. Cada uma delas segue a sua estratégia própria: o Sporting aposta nos jovens talentos, nascidos e criados na sua academia, adoptando uma estratégia inteligente e ousada; dá prazer, a qualquer um, observar o desempenho da equipa e o potencial dos seus jovens jogadores. O F.C. Porto aposta no mercado sul-americano buscando aí alguns dos melhores jogadores dos respectivos países, uns já consagrados, outros que o virão a ser. O Benfica prossegue, desde há anos, uma estratégia de acaso na qual as escolhas – de treinadores a jogadores – parecem navegar ao sabor dos objectivos mais ou menos indecifrável dos seus dirigentes.

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Se quisesse fazer um ranking dos três clubes mais representativos do futebol português de clubes classificava-os assim: 1º – Sporting; 2º – F. C. Porto; 3º – Benfica. Este é o ranking competitivo, segundo os padrões tradicionais a qualquer negócio. Mas, na minha afectividade, o clube que ocupa o primeiro lugar no ranking é um dos últimos no ranking da competição. E não imaginam quantos milhares de clubes ocupam os últimos lugares nas competições e o primeiro lugar nos corações dos adeptos.

2 comentários:

hfm disse...

Como eu percebo o seu filho!
Quando falou do Farense fez-me lembrar o empregado da reprografia, de quem gostava muito, da Tomás Cabreira em Faro - um fanático! Ainda me lembro quando lhe entreguei o trabalho final de estágio para reproduzir, ainda a stencil, ele disse-me:
- Tem que ficar pronto até amanhã (6ªf.) é que se o Farense perde este fim de semana, segunda-feira não há nada para ninguém!
Apesar de não ter sido um ano fácil por estar desenraizada, foi simples nos afectos e nas recordações.

Anónimo disse...

FALANDO DE FUTEBOL.

Meu Caro Ed

Acompanhar o futebol sem fanatismo, é para aquela rapaziada que diz ser do Belenenses. A não ser que acompanhar não seja sinónimo de gostar. Porque quem gosta de futebol, esse gostar está sempre imbuído de um pouco de fanatismo.

O Sporting na Alemanha até jogou muito bem, Não sendo sportinguista reconheço-lhe classe e juventude na produção de jogo e, neste jogo em particular que podia ter ganho, reconheço-lhe falta de sorte e alguma inexperiência....

Ricardo, Polga, Tello, Tonel, Liedson, Alecsando e Paredes, não são nascidos e criados na academia. O prazer que dá o desempenho da equipa só pode ser atribuído “a qualquer um sportinguista” com um bocado bom de fanatismo, porque se não tiver esse condimento não sei se pode ver ali muita coisa. Achas que vai ganhar a Milão?...

F.C.Porto não me pronuncio.

Agora dizer que “ o Benfica prossegue, desde há anos, uma estratégia de acaso na qual as escolhas – de treinadores a jogadores – parecem navegar ao sabor dos objectivos mais ou menos indecifrável dos seus dirigentes., é obra.

Ed, não serás aí um apaniguado do Farense com uma grande dose de antibenfiquismo. Estou só a perguntar...

Quanto ao teu ranking acerca dos três clubes mais representativos do futebol português de clubes que classificava assim: 1º – Sporting; 2º – F. C. Porto; 3º – Benfica e que consideras que é o ranking competitivo, segundo os padrões tradicionais a qualquer negócio, não está de acordo com o ranking internacional publicado na imprensa de aí há quinze dias, e que é assim: 1º Benfica, 2º F.C.Porto e 3º Sporting

Qualquer dúvida, favor remeter para as tuas palavras: -“ o futebol permite alimentar as amizades...

Aceita um abraço do
João Brito de Sousa
PORTO, 01.11.06