Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, fevereiro 28
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terça-feira, fevereiro 1
segunda-feira, janeiro 31
domingo, janeiro 30
sábado, janeiro 29
sexta-feira, janeiro 28
MORREU AMÉLIA CAMPOS COROA
Morreu Maria Amélia Campos Coroa. Um dia era eu estudante no Liceu de Faro e, naquelas correrias do recreio, sem querer, pisei-a ficando com a sensação de a ter ferido. Os meus receios eram infundados mas nunca mais me esqueci. Era minha professora e senti-me culpado, vá lá saber-se porquê.
Mais tarde acabaria por ser integrado, por influência do meu irmão Dimas, no Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve criado pela família Campos Coroa (os irmãos José e Emílio e Amélia, mulher deste) beneficiando de uma emersão cultural, de cariz progressista, na província salazarista da época que retenho na memória como uma dádiva.
Amélia Campos Coroa é uma mulher de fina sensibilidade, actriz de génio, embora nunca tenha ganho as luzes da ribalta nacional à qual só acedem os profissionais que ela, pelas vicissitudes da vida, nunca foi. Amélia é uma figura admirável de mulher e actriz (por amor) cujo convívio me marcou para toda a vida.
Mais tarde, já após as lides teatrais, aceitou partilhar uma sessão de apresentação de um livro em que disse pelo menos um poema de minha autoria (que sensação senti!) e dela ouvi palavras de sincero repúdio, e solidariedade, pelas inenarráveis circunstâncias do meu afastamento, pela direita beata, da Direcção do INATEL. A notícia da sua morte fez-me chorar lembrando o seu corpo frágil e a sua voz expressiva que no palco se transfiguravam. Honra à sua memória!
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quinta-feira, janeiro 27
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sexta-feira, janeiro 21
PRIMEIROS POEMAS
É um livro artesanal que esgotou na sua edição em papel. A Isabel Espinheira concebeu um livro/objecto muito interessante nos finais de 2007 com os primeiros poemas que escrevi, com intencionalidade poética, nos inícios da década de 80. Era para ter sido uma prenda de Natal para os amigos mas só saíu jé em 2008. Passado todo este tempo a Isabel criou uma edição em formato digital do mesmo livro. Depois de entrar neste LINK encontra em baixo uma setinha que permite folhear. Ele há dias felizes. Horas e momentos também. Mas é preciso que o link funcione e só funciona, para já, quando lhe apetece.
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quinta-feira, janeiro 20
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sábado, janeiro 8
sexta-feira, janeiro 7
RUBEN FARIA
As imagens são da 1ª etapa mas, hoje, Ruben Farias repetiu a proeza ao vencer de novo. Começa a ser um desempenho excepcional para o que suponho ser um "aguadeiro" da equipa.
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quinta-feira, janeiro 6
quarta-feira, janeiro 5
terça-feira, janeiro 4
domingo, janeiro 2
sábado, janeiro 1
DILMA
Uma mulher da minha geração alcança o poder, por via democrátrica, no maior país de língua portuguesa, uma potência emergente que, no futuro próximo, influenciará, de forma decisiva, o futuro do mundo. Quando Lula foi reeleito, apesar de toda a demagogia, era bastante perceptível o sentido sua política. Dilma vai, mais coisa menos coisa, trilhar um caminho de continuidade. Tenho esperança no futuro.
sexta-feira, dezembro 31
quinta-feira, dezembro 30
1963. UMA SURPRESA DE FIM DE ANO
1963 - Equipa de Juniores do Farense
De pé (da esquerda para a direita): Vitor Passos, Cavaco, Eduardo Graça, Silvino Octávio Rosa Santos e Mariano; em baixo: Bastardinho, Leonardo e José Maria.
De pé (da esquerda para a direita): Vitor Passos, Cavaco, Eduardo Graça, Silvino Octávio Rosa Santos e Mariano; em baixo: Bastardinho, Leonardo e José Maria.
Uma boa surpresa de fim de ano que me foi enviada pelo Silvino via facebook. No campo da Alameda, em Faro, a equipa de júniores de basquetebol do Farense na qual eu alinhava com a camisola nº4. Guardei a camisola que é linda e está como nova. Esta é uma actividade de que guardo uma memória bem viva no centro da qual vivem os meus companheiros de equipa. E que dizer do campo da Alameda, assim como do público que, nos jogos com o Olhanense, em regra, se envolvia à pancada e eu, lá dentro, sem perceber nada. Afinal rivalidade exacerbada. A mim só me interessava o jogo pelo jogo. A equipa era mediana em qualidade de jogo mas, apesar de tudo, tinha centrímetros para a época. Eu acrescentava 1,83 cm mas o Silvino, se não erro, era o mais alto. O melhor, salvo melhor opinião, era o Bastardinho. Um abraço para todos.
Coisas que nunca deverão mudar em Portugal
Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento e de pessimismo, não de alegria. Mas o ânimo certo para entrar na época natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me, em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.
1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.
2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc., tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.
3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.
4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.
5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.
6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.
7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.
8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.
9. A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.
10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.
Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.
quarta-feira, dezembro 29
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segunda-feira, dezembro 20
CAMUS, A POLTRONA E A HISTÓRIA - Ou três razões para ler Camus
Maria Luísa MALATO BORRALHO
Professora e ensaísta [1]
1944. Ouviam-se ainda os tiros dos combates nas ruas de Paris. A libertação da cidade fazia-se casa a casa, bairro a bairro. É preciso tomar a Comédie Française. Talvez Sartre. Mas ninguém sabe onde está. Será Albert Camus que o vai encontrar adormecido, numa sala de espectáculos vazia. Comenta com uma gargalhada: “Tu as mis ton fauteuil dans le sens de l’histoire!”
1952. Há alguns meses tinha sido publicado L’Homme Révolté. Ainda que contasse com a reacção crítica de Sartre e dos seus apóstolos, Camus não esperava a virulência do artigo que Sartre encomendara a Francis Jeanson, publicada em Les Temps Modernes. Pensa responder a Jeanson, mas acaba por escrever ao autor da encomenda: insurge-se no final contra a censura brutal daqueles que “n’ont jamais placé que leur fauteuil dans le sens de l’histoire”.
[Ler na íntegra AQUI.]
[1] Membro do Projecto U&D “Utopias literárias e pensamento utópico: a cultura portuguesa e a tradição intelectual do Ocidente – II”, financiado pela FCT e sedeado no Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, Faculdade de Letras da Universidade do Porto (POCTI/ELT/46201/2002).
domingo, dezembro 19
7 ANOS
Fotografia de Hélder Gonçalves
Este blogue faz hoje sete anos. Ao contrário de todas as aparências não deixei de escrever. As palavras encantam-me. Preciso delas para respirar. Os meus amigos estranham a recente escassez de palavras. Estou a poupá-las. Logo ressurgirão. Não entendam essa escassez como uma ausência de opinião. Este blogue sempre foi mais interessante para mim como espaço de memória e partilha de gostos do que de opinião. Um dia explicarei as razões da sua criação e persistência. Mas enquanto não chega esse dia agradeço a fidelidade daqueles que me seguem. Eu também os sigo. E a todos admiro por me seguirem. Em primeiro lugar, aquelas amigas, e amigos, que me conhecem e que conheço, com quem privo, privei e privarei. Mas também todos os outros, os chamados amigos virtuais, uma das mais extraordinárias criações deste tempo que é o nosso. Um blogue é, mais que tudo, um lugar de troca de afectos e paladares entre desconhecidos que se admiram. Eu quero que este continue a ser um pequeníssimo lugar de renovação de esperanças no futuro. Porque o que mais me encanta, apesar do tempo e da distância, são os outros que vivem em mim. Com memória e gratidão. Prossigamos …
sábado, dezembro 18
NATAL 2010
quando o vento bater nas arribas dir-te-ei
do mar a canção. e no grito da gaivota
ouvirás o murmurar cadenciado dos búzios
no meu ouvido. quando da tarde
te contar o embalo recordarás os passos cinzelados
numa cidade do interior. quando te soletrar na areia
o queixume das palavras por dizer,
sorrirás. e, então, amor, verei no teu olhar
o pôr do sol e toda a beleza dos infinitos.
Helena Faria Monteiro
[O belo poema que me foi enviado no postal de Natal pela Helena
que agradeço, e reproduzo, ilustrado por um desenho a tinta da china
de sua autoria.]
do mar a canção. e no grito da gaivota
ouvirás o murmurar cadenciado dos búzios
no meu ouvido. quando da tarde
te contar o embalo recordarás os passos cinzelados
numa cidade do interior. quando te soletrar na areia
o queixume das palavras por dizer,
sorrirás. e, então, amor, verei no teu olhar
o pôr do sol e toda a beleza dos infinitos.
Helena Faria Monteiro
[O belo poema que me foi enviado no postal de Natal pela Helena
que agradeço, e reproduzo, ilustrado por um desenho a tinta da china
de sua autoria.]
sexta-feira, dezembro 17
quinta-feira, dezembro 16
quarta-feira, dezembro 15
terça-feira, dezembro 14
segunda-feira, dezembro 13
domingo, dezembro 12
UM MOMENTO RARO POUSADO NA MEMÓRIA
Como participei na coluna de Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril de 1974 - um dos post com mais visitas deste blogue (percepção empirica).
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sábado, dezembro 11
sexta-feira, dezembro 10
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