domingo, julho 7

França

Derrota da extrema direita em França, contra a narrativa dominante. Seguindo-se à vitória dos trabalhistas na Grã Bretanha são duas derrotas para Putin, mostrando que nos grandes países europeus os povos não querem a extrema direita no poder. Por ora nem tudo vai mal na Europa. Deu para sentir um estremecimento ...

A vida

As sociedades em geral e, em particular as ocidentais, debatem-se com o chamado envelhecimento demográfico. Nada de novo. A politica no seio dessas sociedades crispa-se em torno da imigração. O tema serve para radicalizar discursos e incendiar as redes sociais. Acendem-se os piores sentimentos próprios das guerras tribais. Mas os imigrantes são essenciais para combater o envelhecimento demográfico e a quebra da produção em todos os setores de atividade económica. Logo é essencial promover a imigração e cuidar de garantir que o estado social intervenha em prol da boa governança da cidade. Até a estupidez tem limites!

sábado, julho 6

Sinais

O chamado "ar do tempo" é avassalador. Retira da frente do olhar qualquer realidade que contrarie a narrativa dominante. Hoje domina a narrativa do avanço implacável da extrema direita. Mas vejam-se os resultados das eleições no Reino Unido e, noutra esfera, no Irão. No primeiro caso os trabalhistas retomam o poder de forma poderosa, a esquerda ganha numa potência europeia; no segundo ganhou um candidato dito moderado, ou seja, o que no Irão anuncia sinais de mudança num regime teocrático.

sexta-feira, julho 5

Inglaterra

“Há muitas razões para a hostilidade oficial contra a Inglaterra (boas ou más, políticas ou não). Mas não se fala de um dos piores motivos: a raiva e o desejo mesquinho de vermos sucumbir quem ousou resistir à força que nos esmagou.” Albert Camus, in Caderno n.º 4 (Janeiro 1942/Setembro 1945).

quarta-feira, julho 3

FUTEBOL

Tout ce que je sais de plus sûr à propos de la moralité et des obligations des hommes, c'est au football que je le dois.” - Albert Camus

sexta-feira, junho 28

COSTA, o eleito

Já foi consumada a eleição de Costa, diga-se entre pares (ou ex pares) e, de súbito, o inimigo público nº 1 de quase todos os não socialistas, passou ao mais insigne mediador, negociador, fazer de pontes e consensos de que há memória. A hipocrisia na politica não tem limites.

quinta-feira, junho 27

António Costa

Chove em Lisboa. Ainda não foi tomada a decisão pelo Conselho Europeu de nomear António Costa para presidir ao mesmo. Mas parece certo pelo jogo dos equilibrios entre as várias famílias politicas. A extrema direita e a direita extrema não gostam. Alguns comentadores e influenciadores intrigam e desvalorizam. Compreendo que a luta politica não cessa às portas de uma decisão como esta. Mas uma coisa é certa: se Costa avançar teremos dois portugueses a ocupar dois dos cargos de maior influência politica global: Guterres e Costa. Haja saúde!

segunda-feira, junho 24

Lugares escondidos da mente

Não li ainda mas achei interessante. Em particular a digressão que leva a referir "a aparência tranquila e socialmente aceite dos psicopatas". Que nalguns casos ocupam cargos ao mais alto nível.

domingo, junho 23

Portugal - 24 junho de 1128

“Na era de 1166 [ano de 1128], no mês de Junho, na festa de S. João Batista, o ínclito Infante D. Afonso, filho do conde Henrique e da rainha D. Teresa, neto do grande imperador da Hispânia, D. Afonso, com o auxílio do Senhor e por clemência divina, e também graças ao seu esforço e persistência, mais do que à vontade e ajuda dos parentes, apoderou-se com mão forte do reino de Portugal. Com efeito, tendo morrido seu pai, o conde D. Henrique, quando ele era ainda criança de dois ou três anos, certos [indivíduos] indignos e estrangeiros pretendiam [tomar conta] do reino de Portugal; sua mãe, a rainha D. Teresa, favorecia-os, porque queria, também, por soberba, reinar em vez de seu marido, e afastar o filho do governo do reino. Não querendo de modo algum, suportar uma ofensa tão vergonhosa, pois era já então de maior idade e de bom carácter, tendo reunido os seus amigos e os mais nobres de Portugal, que preferiam, de longe, ser governados por ele, do que por sua mãe ou por [pessoas] indignas e estrangeiras. Acometeu-os numa batalha no campo de S. Mamede, que é perto do castelo de Guimarães e, tendo-os vencido e esmagado, fugiram diante deles e prendeu-os. [Foi então que] se apoderou do principado e da monarquia do reino de Portugal.” “Anais de D. Afonso, Rei dos Portugueses”, citado por José Mattoso, em “D. Afonso Henriques” que, de seguida, comenta: “Este texto mostra que o seu autor considerava a batalha [de S. Mamede, 24 de Junho de 1128] como o primeiro episódio da história portuguesa."

quinta-feira, junho 20

Corrupção

Acerca da corrupção o que me apráz dizer: que se criem politicas de proteção, e incentivo, aos cidadãos honrados para o exercício de funções dirigentes. Este é o princípio e o fim de todas as politicas anti corrupção.

quarta-feira, junho 19

MP

”O MP é uma estrutura hierarquizada – é assim que está na lei. Mas não é assim na prática: o MP é um poder feudal neste momento. Há o conde, o visconde, a marquesa e o duque!”, Pinto Monteiro - ex-Procurador Geral da República (excerto de entrevista em vida).

segunda-feira, junho 17

ANJOS E MARVÃO LIBERTAÇÃO - 50 ANOS

Um dos acontecimentos mais marcantes a que assisti no período imediatamente a seguir ao 25 de Abril de 1974 foi o da recusa dos oficiais milicianos (João) Anjos e (Carlos) Marvão em comandar uma acção destinada a reprimir uma greve dos trabalhadores dos CTT. Na verdade a unidade militar na qual, no dia 17 de Junho de 1974 (?), ocorreu esse acontecimento era aquela onde eu prestava serviço militar: o 2º Grupo de Companhias de Administração Militar (ao Campo Grande). Alguém dos poderes provisórios, saídos da revolução, não sei quem, decidiu que caberia àquela unidade militar estrear um tipo de intervenção que colocaria as forças armadas, acabadas de sair triunfantes do 25 de Abril, contra uma acção reivindicativa de trabalhadores. Foi uma decisão surpreendente, ainda para mais, quando nos demos conta que o comando da força repressiva seria cometido a oficiais milicianos. Lembro-me de nos terem reunido e de um oficial superior encetar a tarefa impossível de ordenar a um oficial miliciano (ou oficiais) que comandasse a força. Começou por uma ponta na qual, por acaso, se haviam posicionado o João Mário Anjos e o Carlos Marvão. Não sei já qual foi o primeiro a recusar a ordem mas indagado o segundo, que também recusou, o oficial resolveu suspender a diligência. Logo a seguir, na terceira posição, se não me falha a memória, estava eu próprio. Nos dias 25 e 26 de Junho foi concretizada a prisão dos oficiais rebeldes que seguiram para a prisão da Trafaria. A greve dos trabalhadores dos CTT terminou no dia 20 de Junho mas a posterior prisão daqueles oficiais despertou a mais profunda indignação dando origem a diversas manifestações, com significativa participação popular, de que possuo registo de duas: a primeira convocada para 28 de Junho no Campo Grande, junto à Churrasqueira, e a segunda realizada no dia 9 de Julho na Praça Marquês de Pombal proibida, aliás, pelas autoridades. Segundo uma cronologia do Centro de Documentação 25 de Abril Os manifestantes recusam-se a obedecer e desfilam até ao Marquês de Pombal. O MES convocou as manifestações, pelo menos, através de três comunicados: o primeiro subscrito pela Comissão Política, com data de 27 de Junho (dois meses após o 25 de Abril), com o título Dois Milicianos Presos na Trafaria Por Não Quererem Reprimir os Trabalhadores, o segundo e terceiro, ambos subscritos pelos Grupos Socio-Profissionais Mistos, sem data, com os títulos Exijamos a Libertação dos Milicianos Presos e Libertemos Anjos e Marvão! A Luta Continua! O Robin Fior, designer inglês, apanhado em Lisboa pela revolução, que foi o autor do símbolo e dos primeiros materiais de propaganda do MES, concebeu um inesquecível cartaz, com a palavra de ordem Anjos e Marvão Libertação. O cartaz de que não possuo qualquer exemplar físico ostenta um design gráfico invulgar para a época sendo, certamente, uma das peças de propaganda mais notáveis daquele período (na imagem que ilustra este texto). Um dos oficiais milicianos presos era, nem mais nem menos, o João Mário Anjos que havia, comigo e o António Dias, bastante antes do 25 de Abril, constituído uma das «células» do MES que, por essa altura, «marinava» entre a semi-clandestinidade, que nós pensávamos que o serviço militar exigia, e a legalidade que o 1º de Maio, ainda fresco na memória de todos, reclamava. Conviveríamos com esta ambiguidade durante os meses seguintes pois, na verdade, vivíamos, com ou sem razão, na incerteza dos destinos da revolução que aquelas inopinadas prisões pareciam confirmar.

domingo, junho 16

Futebol

O futebol interessa-me pelo jogo, o jogo pelo jogo sempre me interessou desde criança. Os negócios em que o futebol profissional está mergulhado é uma lástima. O predominio do mercantilismo, se não mesmo da escravidão, em sentido literal, é desprezível.

sábado, junho 15

Inveja

O país é pequeno, pobre e desigual. Algumas luminárias fustigam os portugueses que se libertam da apagada e vil tristeza. A inveja, sempre a inveja ... esta estranha palavra.

quinta-feira, junho 13

PESSOA - CARTA A ADOLFO CASAIS MONTEIRO (Excertos)

(…) Mais uns apontamentos nesta matéria... Eu vejo diante de mim, no espaço incolor mas real do sonho, as caras, os gestos de Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Construí-lhes as idades e as vidas. Ricardo Reis nasceu em 1887 (não me lembro do dia e mês, mas tenho-os algures), no Porto, é médico e está presentemente no Brasil. Alberto Caeiro nasceu em 1889 e morreu em 1915; nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão nem educação quase alguma. Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 (às 1,30 da tarde, diz-me o Ferreira Gomes; e é verdade, pois, feito o horóscopo para essa hora, está certo). Este, como sabe, é engenheiro naval (por Glasgow), mas agora está aqui em Lisboa em inactividade. Caeiro era de estatura média, e, embora realmente frágil (morreu tuberculoso), não parecia tão frágil como era. Ricardo Reis é um pouco, mas muito pouco, mais baixo, mais forte, mas seco. Álvaro de Campos é alto (1,75 in de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um pouco tendente a curvar-se. Cara rapada todos – o Caeiro louro sem cor, olhos azuis; Reis de um vago moreno mate; Campos entre branco e moreno, tipo vagamente de judeu português, cabelo, porém, liso e normalmente apartado ao lado, monóculo. Caeiro, como disse, não teve mais educação que quase nenhuma – só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Ricardo Reis, educado num colégio de jesuítas, é, como disse, médico; vive no Brasil desde 1919, pois se expatriou espontaneamente por ser monárquico. É, um latinista por educação alheia, e um semi-helenista por educação própria. Álvaro de Campos teve uma educação vulgar de liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Ensinou-lhe latim um tio beirão que era padre. Como escrevo em nome desses três?... Caeiro, por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular o que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê. (O meu semi-heterónimo Bernardo Soares, que aliás em muitas cousas se parece com Álvaro de Campos, aparece sempre que estou cansado ou sonolento, de sorte que tenha um pouco suspensas as qualidades de raciocínio e de inibição; aquela prosa é um constante devaneio. É um semi-heterónimo porque, não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e a afectividade. A prosa, salvo o que o raciocínio dá de ténue à minha, é igual a esta, e o português perfeitamente igual; ao passo que Caeiro escrevia mal o português, Campos razoavelmente mas com lapsos como dizer «eu próprio» em vez de «eu mesmo», etc., Reis melhor do que eu, mas com um purismo que considero exagerado. O difícil para mim é escrever a prosa de Reis – ainda inédita – ou de Campos. A simulação é mais fácil, até porque é mais espontânea, em verso.) Nesta altura estará o Casais Monteiro pensando que má sorte o fez cair, por leitura, em meio de um manicómio. Em todo o caso, o pior de tudo isto é a incoerência com que o tenho escrito. Repito, porém: escrevo como se estivesse falando consigo, para que possa escrever imediatamente. Não sendo assim, passariam meses sem eu conseguir escrever. Falta responder à sua pergunta quanto ao ocultismo. Pergunta-me se creio no ocultismo. Feita assim, a pergunta não é bem clara; compreendo porém a intenção e a ela respondo. Creio na existência de mundos superiores ao nosso e de habitantes desses mundos, em experiências de diversos graus de espiritualidade, subtilizando-se até se chegar a um Ente Supremo, que presumivelmente criou este mundo. Pode ser que haja outros Entes, igualmente Supremos, que hajam criado outros universos, e que esses universos coexistam com o nosso, interpenetradamente ou não. Por estas razões, e ainda outras, a Ordem Externa do Ocultismo, ou seja, a Maçonaria, evita (excepto a Maçonaria anglo-saxónica) a expressão «Deus», dadas as suas implicações teológicas e populares, e prefere dizer «Grande Arquitecto do Universo», expressão que deixa em branco o problema de se Ele é Criador, ou simples Governador do mundo. Dadas estas escalas de seres, não creio na comunicação directa com Deus, mas, segundo a nossa afinação espiritual, poderemos ir comunicando com seres cada vez mais altos. Há três caminhos para o oculto: o caminho mágico (incluindo práticas como as do espiritismo, intelectualmente ao nível da bruxaria, que é magia também), caminho esse extremamente perigoso, em todos os sentidos; o caminho místico, que não tem propriamente perigos, mas é incerto e lento; e o que se chama o caminho alquímico, o mais difícil e o mais perfeito de todos, porque envolve uma transmutação da própria personalidade que a prepara, sem grandes riscos, antes com defesas que os outros caminhos não têm. Quanto a «iniciação» ou não, posso dizer-lhe só isto, que não sei se responde à sua pergunta: não pertenço a Ordem Iniciática nenhuma. A citação, epígrafe ao meu poema Eros e Psique, de um trecho (traduzido, pois o Ritual é em latim) do Ritual do Terceiro Grau da Ordem Templária de Portugal, indica simplesmente – o que é facto – que me foi permitido folhear os Rituais dos três primeiros graus dessa Ordem, extinta, ou em dormência desde cerca de 1888. Se não estivesse em dormência, eu não citaria o trecho do Ritual, pois se não devem citar (indicando a origem) trechos de Rituais que estão em trabalho. Creio assim, meu querido camarada, ter respondido, ainda com certas incoerências, às suas perguntas. Se há outras que deseja fazer, não hesite em fazê-las. Responderei conforme puder e o melhor que puder. O que poderá suceder, e isso me desculpará desde já, é não responder tão depressa. Abraça-o o camarada que muito o estima e admira. Fernando Pessoa 14/1/1935

Fernando Pessoa - data de nascimento: 13 junho 1888

terça-feira, junho 11

O posicionamento

Curiosos discursos pós eleitorais, na praça pública, de vitória e de derrota. Quem obteve mais votos? Quem congrega mais comentadores? Quem engrossa mais a voz e fala mais tempo? Nestas eleições europeias os democratas mantiveram a maioria. Ontem numa mesa de café ao meu lado um conviva afirmava que a IL é de esquerda. O pai corrigiu. Está difícil o posicionamento. O velho embaixador, tempos atrás, disse que a extrema direita não existe. Está difícil o discurso, em curso.

segunda-feira, junho 10

CAMÕES

A vida de muita gente adorna. Outros naufragam. Outros sobrevivem à tona, a maioria. A energia vital que empurra a vida para a frente, fracassa. Espanta-me a capacidade, de alguns, em conviverem em silêncio com o medo.

sexta-feira, junho 7

VOTO

Eu voto PS. O meu voto, no próximo domingo, não vai falhar como nunca falhou. Não vai mudar como nunca mudou. Até 1979 votei MES e, a partir desse ano, sempre votei no PS. Aliás em 1979 o MES, antes ainda da sua original imolação político/festiva, aconselhou, expressamente, o voto no PS ou na APU. O meu voto, desde esse apelo, nunca sofreu qualquer desvio em eleições legislativas, europeias e presidenciais. Alguns dos meus amigos alinharam nas “aventuras” de Pintassilgo ou de Zenha, do PRD ou UEDS, mas eu sempre votei no PS. É um voto pela liberdade e pela justiça. Não somente pelas utopias que nos alimentam os sonhos por uma vida e um mundo melhores, mas também pela defesa da concretização possível desses sonhos. É uma opção tomada em consciência, formada através de muitas experiências, que deram para compreender que os valores supremos a defender pelo voto são a justiça e a liberdade. E o partido que melhor assegura a defesa desses valores, no nosso tempo, é o PS.

quinta-feira, junho 6

DIA D

A 6 de junho de 1944 as tropas aliadas, compostas no essencial por norte americanos, ingleses e canadianos, desembarcam na Normandia dando início à libertação da Europa do jugo nazi fascista. Morreram milhares de jovens soldados logo nas primeiras horas para que renascesse a liberdade e a democracia, hoje postas novamente à prova.

segunda-feira, junho 3

Tendências e evoluções

As tendências e evoluções politicas a médio/longo prazo não entram, em regra, na atenção mediática alucinante que conforma a opinião pública. Hoje é dado como adquirido que a direita radical ganha terreno e que a direita tradicional busca não perder terreno hesitando no posicionamento face a ela. Mas hoje mesmo soubemos que a candidata de esquerda, mulher pela primeira vez em 200 anos, ganhou as presidenciais no México e que, quase certamente, os traballhistas ganharão as próximas legislativas na Inglaterra. E, ainda mais importante, creio que Biden ganhará nos USA. Se assim fôr vira o jogo. "Sondagem: Partido Trabalhista pode alcançar maioria de quase 200 deputados no Reino Unido A primeira grande sondagem da YouGov desde o início da campanha eleitoral britânica, iniciada há menos de duas semanas, que tenta prever o resultado em cada um dos 650 círculos eleitorais do Reino Unido coloca o Partido Trabalhista a caminho de uma vitória ainda maior do que a que Tony Blair alcançou em 1997 e deixa o Partido Conservador, no poder, em risco de eleger o menor número de deputados no pós-II Guerra Mundial. (in Público")

sábado, junho 1

Estado social/imposto progressivo

A criação, e gestão, do estado social está intimamente ligado ao imposto progressivo. Defender o estado social degradando o imposto progressivo é hipocrisia. Manter na sua integralidade o imposto progressivo é condição fundamental para salvaguardar o estado social.

quinta-feira, maio 30

Maio

Final de maio, o mês das flores, que muitas mãos acariciam - como a minha mãe gostava de rosas - e encantam em todos os canteiros vivos por esse mundo fora. Os homens, a mais das vezes, não são merecedores de apreciar a sua beleza que, para sorte da humanidade inteira, se espraia por fora deles. O mercantilismo, sem principios, tende a matar a justiça, capturando-a, tornando-a parte dos negócios. O desespero de muitos à mingua do pão exige um fortalecimento da justiça para defesa da liberdade. Muito mais além do que um valor abstrato a liberdade merece, tal como as flores, os maiores cuidados. Não como ornamento de uma sociedade injusta mas como garantia de ser possível lutar pela plenitude do exercício dela. A imprensa, em todas as suas formas, exige ser servida por cidadãos livres o que se mostra cada vez mais dificil à nossa observação. E, no tempo presente, o mais perigoso nem são os meios da imprensa tablóides que todos sabem do formato e dos fins que prosseguem, mas dos meios chamados de referência que lutam pelas audiências e cedem, em prol do que julgam ser a sua salvação económica, às facilidades do populismo.

terça-feira, maio 28

Ucrânia

A Ucrânia hoje, sem que seja possível adivinhar o futuro, é um símbolo para a Europa democrática, com todos os seus defeitos, uma grande criação de um espaço de democracia e de paz. Trava-se lá uma guerra entre duas concepções do mundo, como sempre acontece, liberdade ou tirania. Não tenho dúvidas do valor inestimável da defesa da liberdade, mesmo concedendo a existência de negócios tenebrosos que se acoitam na liberal deriva do capitalismo dominante entre os seus defensores. Mas como ser tolerantes com a tirania? Como aceitar os regimes dominados pela vontade do imperador? Putin no caso, eleito com quase 100% dos votos, numa gigantesca caricatura de democracia que só tolos levam a sério. Ao defender a fronteira da liberdade honram-se os princípios e os valores da democracia e da liberdade. Nada mais resta do que apoiar a atual Ucrânia na sua luta, augurando que, no futuro, não vejamos traídos os valores que hoje defendemos.

segunda-feira, maio 27

BASTA!

Sei da complexidade da situação no médio oriente, da grande caminhada, pós II Guerra, para criar o estado de Israel com todas as consequências na Palestina, das guerras e atrocidades cometidas em nome de todos os credos, das razões dos moderados e radicais de ambos os lados, mas, hoje por hoje, é preciso parar os desmandos do governo de ultradireita de Israel. Um acordo é preciso, urgente!

sábado, maio 25

Liberdade

A questão da liberdade, abordada por Camus, no imediato pós guerra, por volta de Setembro/Outubro de 1945, mantém plena actualidade: "Gosto imenso da liberdade. E para todo o intelectual, a liberdade acaba por confundir-se com a liberdade de expressão. Mas compreendo perfeitamente que esta preocupação não está em primeiro lugar para uma grande quantidade de Europeus, porque só a justiça lhes pode dar o mínimo material de que precisamos, e que, com ou sem razão, sacrificariam de bom grado a liberdade a essa justiça elementar. Sei estas coisas há muito tempo. Se me parecia necessário defender a conciliação entre a justiça e a liberdade, era porque aí residia em meu entender a última esperança do Ocidente. Mas essa conciliação apenas pode efectivar-se num certo clima que hoje é praticamente utópico. Será preciso sacrificar um ou outro destes valores? Que devemos pensar, neste caso?". (…) "Finalmente, escolho a liberdade. Pois que, mesmo se a justiça não for realizada, a liberdade preserva o poder de protesto contra a injustiça e salva a comunidade. A justiça num mundo silencioso, a justiça dos mundos destrói a cumplicidade, nega a revolta e devolve o consentimento, mas desta vez sob a mais baixa das formas. É aqui que se vê o primado que o valor da liberdade pouco a pouco recebe. Mas o difícil é nunca perder de vista que ele deve exigir ao mesmo tempo a justiça, como foi dito. (...)" Albert Camus, in “Cadernos” – Setembro/Outubro de 1945

sexta-feira, maio 24

O Esgoto

"Mês e meio depois do cerco policial ao Teatro Capitólio, antes e durante o debate entre os candidatos Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, o Departamento de Investigação e Ação Penal arquivou o caso sem fazer uma só diligência. Vale a pena reproduzir parte das extraordinárias conclusões. “No local não foi possível apurar quem seriam os promotores de tal manifestação. Da mera leitura do auto de denúncia [preenchido pela PSP…!] é patente a inexistência de indícios que permitam conduzir à identificação dos autores daquela factualidade, não tendo sido identificado qualquer promotor ou manifestante (..), o que se traduz na impossibilidade prática de diligências de inquérito com vista à sua identificação”. E assim, sem vestígio de pudor, sem qualquer noção da responsabilidade e exuberante má-fé, o Ministério Público (MP) enfiou na gaveta a primeira grande ameaça ao Estado de Direito conduzida por aquilo que nos habituámos a designar por “forças da ordem”; mas que, como se vê, não hesitam em usar o poder que o Estado lhes atribui para reivindicar os seus direitos profissionais. Recordo que antes desta poderosa exibição de força um dirigente sindical já ameaçara boicotar as eleições de 10 de março. A situação é grave. Do ponto de vista das corporações, a maior ameaça ao Estado de Direito há muito que não vem dos militares. O Almirante Gouveia e Melo passeia a sua romântica altivez a bordo da farda da Marinha, mas, na verdade, não apenas as armas são escassas e velhas — muitas sofrem de obstipação crónica —, como os militares foram reduzidos a uma sombra do que já foram em número, coesão e peso na sociedade portuguesa. O espaço que ocupavam está agora nas polícias. Já sei que o alerta contra a extrema-direita cai em saco roto. Convém, no entanto, notar que as polícias estão de facto infiltradas por estas correntes que têm como porta-voz o Chega e André Ventura. É evidente que o fascismo histórico não voltará, não vamos admirar o Ventura de braço estendido no Terreiro do Paço; contudo, a versão 2.0 da extrema-direita — uma versão com fabulosos recursos e armas digitais — está a fazer a sua paciente caminhada rumo ao poder. Em Itália, já lá está e outros países vão seguir-se. A desvalorização do que está à vista é, por isso, um erro histórico imperdoável. O MP, dentro da sua diversidade, agora optou por tornar-se cúmplice. Como é sabido, o 25 de Abril aconteceu também por razões de carreira, no caso dos militares, embora as motivações fossem muito mais profundas. Desta vez, não haverá revolução nem cravos perfumados — a grande golpada está em curso a céu aberto e já nos habituámos ao fedor." André Macedo, in Jornal Económico

quinta-feira, maio 23

Fraquezas

Circulam muitas notícias e algumas evidências acerca da compra de politicos ocidentais pelos russos, e não só na extrema direita. Hoje em dia não sabemos até que ponto vai a fraqueza de caráter de muitos democratas face ao "cheiro do dinheiro" e do poder.
Preocupemo-nos pois!

quarta-feira, maio 22

D. Henrique

“Afonso Henriques herdava de seu pai, o conde D. Henrique, um valor especial (…) De facto D. Henrique era um estrangeiro, nascido noutra latitude, educado de forma diferente dos nobres peninsulares. Pode-se considerar como um aventureiro ousado e ambicioso. As suas qualidades pessoais eram acentuadas pela sua alta ascendência, pois era bisneto de Roberto II, rei de França, …“ (…) “D. Henrique agiu, de facto, como o verdadeiro chefe do grupo de cavaleiros, monges e clérigos de origem francesa, o qual desempenhou um papel muito activo na remodelação da politica e da Igreja no Ocidente peninsular durante a segunda metade do século XI.” (O conde D. Henrique morre em Astorga, no dia 22 de Maio de 1112, ainda Afonso Henriques não fizera 3 anos.) In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "O pai", pg. 19/20. (3)

terça-feira, maio 21

PR

O maior fator de crise política, diria de regime, desde que há eleição direta para PR, dá pelo nome de Marcelo Rebelo de Sousa. Não há volta a dar sejam quais forem as proclamações e decisões que venha a fazer e a tomar até ao fim do seu mandato. É um caso sem paralelo, de razões pouco esclarecidas, mas que carece de explicação ou, pelo menos, de estudo. Aguardemos pelas cenas dos próximos capítulos apertando os cintos.

sábado, maio 18

Liberdade

Com respeito à velha questão da liberdade que se discute, a propósito dos discursos na AR, vale a pena tomar posição. Sempre a favor da liberdade mesmo que as palavras e os gestos se aproveitem dela para ferir princípios e valores que prezamos acima de tudo. A estratégia da extrema direita é a de provocar os limites do uso da liberdade para que alguém imponderado, ou ingénuo, proponha as regras para os seus limites.

quinta-feira, maio 16

CASIMIRO DE BRITO - RIP

O primeiro livro de poesia que comprei foi “Jardins de Guerra”, de Casimiro de Brito, edição da Portugália Editora – Novembro de 1966. Foi comprado em Faro no mês de Março de 1967. O poeta é natural de Loulé mas sempre o considerei um poeta da minha terra, um dos grandes poetas da minha terra como, entre outros, Gastão Cruz e António Ramos Rosa: Faro.,

quarta-feira, maio 15

Indignação

O mundo é feito de diferenças, gentes e territórios, crenças e cores, tudo se mistura, coexiste, se interpenetra, nada é puro a não ser na imaginação dos artistas, que vivam os artistas!, e um dos males do mundo, em todas as épocas, é a elevação ao altar das virtudes da pureza, seja do que for. Tenho a certeza de ser fruto de múltiplas misturas assim como de todos os que me rodeiam. Quando assobiam a melodia da inevitabilidade de nos isolarmos, das ilhas, dos ghettos, dos muros, sinto o frio próprio que antecede a indignação cívica e a luta pela convivência tendencialmente igualitária, assumindo o convívio fraternal entre diferentes.

terça-feira, maio 14

Serve-se o homem todo ou não se serve

“Gosto mais dos homens que tomam um partido do que das literaturas que não tomam partido. Coragem na vida e talento nas obras já não é nada mau. E, depois, o escritor só é comprometido quando quer. O seu mérito é o movimento. E se isso deve passar a ser uma lei, um ofício ou um terror, onde está então o mérito? Parece que escrever hoje um poema sobre a Primavera é servir o capitalismo. Não sou poeta, mas fruiria sem rebuço uma semelhante obra se ela fosse bela. Serve-se o homem todo ou não se serve. E se o homem tem necessidade de pão e de justiça, e se é preciso fazer o necessário para satisfazer essa necessidade, não se deve esquecer que ele precisa também de beleza pura, que é o pão do seu coração. O resto não é sério. Sim, eu desejá-los-ia menos comprometidos nas suas obras e um pouco mais na sua vida de todos os dias.” Albert Camus - in Caderno n.º 5 (Continuação) – 1948 – 1951. Tradução de António Ramos Rosa. Edição “Livros do Brasil”. (A partir de “Carnets II”, 1964, Éditions Gallimard).

domingo, maio 12

PESSOAS

Era uma vez um pequeno inferno e um pequeno paraíso, e as pessoas andavam de um lado para outro, e encontravam-nos, a eles, ao inferno a ao paraíso, e tomavam-nos como seus, e eles eram seus de verdade. As pessoas eram pequenas, mas faziam muito ruído. E diziam: é o meu inferno, é o meu paraíso. E não devemos malquerer às mitologias assim, porque são das pessoas, e neste assunto de pessoas, amá-las é que é bom. E então a gente ama as mitologias delas. À parte isso o lugar era execrável. As pessoas chiavam como ratos, e pegavam nas coisas e largavam-nas, e pegavam umas nas outras e largavam-se. Diziam: boa tarde, boa noite. E agarravam-se, e iam para a cama umas com as outras, e acordavam. Às vezes acordavam no meio da noite e agarravam-se freneticamente. Tenho medo - diziam. E depois amavam-se depressa, e lavavam-se, e diziam: boa noite, boa noite. Isto era uma parte da vida delas, e era uma das regiões (comovedoras) da sua humanidade, e o que é humano é terrível e possui uma espécie de palpitante e ambígua beleza. E então a gente ama isto, porque a gente é humana, e amar é bom, e compreender, claro, etc. E no tal lugar, de manhã, as pessoas acordavam. Bom dia, bom dia. E desatavam a correr. É o meu inferno, o meu paraíso, vai ser bom, vai ser horrível, está a crescer, faz-se homem. E a gente então comove-se, e apoia, e ama. Está mais gordo, mais magro. E o lugar começa a ser cada vez mais um lugar, com as casas de várias cores, as árvores, e as leis, e a política. Porque é preciso mudar o inferno, cheira mal, cortaram a água, as pessoas ganham pouco – e que fizeram da dignidade humana? As reivindicações são legítimas. Não queremos este inferno. Dêem-nos um pequeno paraíso humano. Bom dia, como está? Mal, obrigado. Pois eu ontem estive a falar com ela, e ela disse: sou uma mulher honesta. E eu então fui para o emprego e trabalhei, e agora tenho algum dinheiro, e vou alugar uma casa decente, e nosso filho há-de ser alguém na vida. E então a gente ama, porque isto é a verdadeira vida, palpita bestialmente ali, isto é que é a realidade, e todos juntos, e abaixo a exploração do homem pelo homem. E era intolerável. Ouvimos dizer que numa delas, o pequeno inferno começou a aumentar por dentro, e ela pôs-se silenciosa e passava os dias a olhar para as flores, até que elas secavam, e ficava somente a jarra com os caules secos e água podre. Mas o silêncio tornava-se tão impenetrável que os gritos dos outros, e a solícita ternura, e a piedade em pânico – batiam ali e resvalavam. E então a beleza florescia naquele rosto, uma beleza fria e quieta, e o rosto tinha uma luz especial que vinha de dentro como a luz do deserto, e aquilo não era humano - diziam as pessoas. Temos medo - pensavam. E o ruído delas caminhava para trás, e as casas amorteciam-se ao pé dos jardins, mas é preciso continuar a viver. E havia o progresso. Eu tenho aqui, meus senhores, uma revolução. Desejam examinar? Por este lado, se fazem favor. Aí à direita. Muito bem. Não é uma boa revolução? Bem, compreende... claro, é uma belíssima revolução. E é barata? Uma revolução barata?! Não, senhores, esta é uma verdadeira revolução. Algumas vidas, alguns sacrifícios, alguns anos, algumas. É um bocado cara. Mas de boa qualidade, isso. E o rosto que se perdera, que possivelmente caíra do corpo e rolara debaixo das mesas, o rosto? Lembras-te? Como foi que ficou assim? Não sei: tinha uma luz. Sim, lembro-me: parecia uma flor que apodrecesse friamente. Era terrível. Boa noite. E ela trazia um vestido de seda branca, e nesse dia fazia dezoito anos, e estava queimada pelo sol, e era do signo da balança, e tomou os comprimidos todos, e acabou-se. Não compreendo. E julgas tu que eu compreendo? Quem pode compreender? Ela era a própria força, aquela irradiante virtude da alegria, aquele fulgor radical..., compreendes? Sim, sim. Tinha um vestido de seda, e era nova, e então acabou-se. Para diante, para diante. Não se deve parar. Enforquem-nos, a esses malditos banqueiros. Este vai ter trinta e cinco andares, será o mais alto da cidade. Por pouco tempo, julgo eu. Como? Sim, vão construir um com trinta e seis, ali à frente. Remodelemos o ensino. Cantemos aquela canção que fala da flor da tília. Bebamos um pouco. E outro, o que viu Deus quando ia para o emprego?! Isto, imagine, às 8 h. e 45 m. de uma tranquila manhã de Março. Uma partida de Deus? Boa piada. Não amará Deus essas maliciosas surpresas? Um pequeno Deus folgazão?! Ele ficou doido. Começou a gritar e a fugir. Que Deus vinha atrás dele. E depois? Bem, lá construíram o prédio com trinta e seis andares, e o outro ficou em segundo lugar. Isto é o trabalho do homem: pedra sobre pedra. É belo. Vamos amar isto? Vamos, é humano, é do homem. E então as crianças cresceram todas e andavam de um lado para o outro, e iam fazendo pela vida – como elas próprias diziam. E então as condições sociais? Sim, melhoraram bastante. Mas uma delas começou a beber, e depois a coração estoirou, e ficou apenas para os outros uma memória incómoda. Parece que sim, que tinha demasiada imaginação, e levaram-na ao médico, e ele disse: aguente-se, e ela não se aguentou. Era uma criança. Não, não, nessa altura já tinha crescido, bebia pelo menos um litro de brandy por dia. Nada mau, para uma antiga criança. A verdade é que era uma criança, e não se aguentou quando o médico disse: aguente-se. E as ruas são tão tristes. Precisam de mais luz. Mas nesta, por exemplo, já puseram mais luz, e mesmo assim é triste. É até mais tristes que as outras. Estou tão triste. Vamos para férias, para o pequeno paraíso. Contaram-me que ele tinha uma alegria tão grande que não podia aguentar um copo na mão: quebrava-o com a força dos dedos, com a grande força da sua alegria. Era uma criatura excepcional. Depois foi-se embora, e até já desconfiavam dele, e embarcou, e talvez não houvesse lugar na terra para ele. E onde está? Mas era uma alegria bárbara, uma vocação terrível. Partiu. E agora chove, e vamos para casa, e tomamos chá, e comemos aqueles bolos de que tu gostas tanto. E depois? Ele era belo e tremendo, com aquela sua alegria, e não tinha medo, e só a vibração interior da sua alegria fazia com que os copos se quebrassem entre os dedos. Foi-se embora. Herberto Helder, "os passos em volta" - assírio & alvim - 1980

sexta-feira, maio 10

IMBECILIDADES

""Montesquieu. "Há imbecilidades de tal quilate, que seria preferível uma imbecilidade ainda maior."" (Albert Camus, "Cadernos" - Caderno nº 4 - Janeiro 1942/Setembro 1945 - Livros do Brasil)

quinta-feira, maio 9

ANIVERSÁRIO

Hoje é o dia de aniversário da Guida que muito merece desfrutá-lo com ânimo e alegria. Parabéns!

terça-feira, maio 7

BLOCO CENTRAL

Um simples exercício de bom senso explica a razão de não ser favorável à democracia o chamado bloco central. O atual contexto da relação de forças a nível nacional, europeu e mundial mostra a ascensão - ou manutenção - dos populismos radicais. No caso português se o PS e o PSD, partidos do centro esquerda e centro direita, estabelecessem coligação, ou acordo politico com incidência parlamentar, tendo em vista a viabilização de governos minoritários, deixariam livre o espaço da oposição para os partidos populistas radicais. Os governos poderiam, a curto prazo, aparentar fortaleza mas o inevitável descontentamento popular tornaria a direita populista e radical mais forte a médio e longo prazo.

domingo, maio 5

PALESTINA

Crise no Médio Oriente. Em curso deste o final da 2ª Guerra Mundial. Compreendo a indignação face à violência de ambos os lados. O atual governo de Israel, sequestrrado pela extrema direita, adota a violência de Estado concitando a repulsa geral. Só mudam os protagonistas por efeitos da passagem do tempo. O cerne da questão política, que urge resolver, persiste. A existência e coexistência pacífica de dois estados, independentes e viáveis: Israel e Palestina.

sábado, maio 4

O Censor

O Expresso publica a segunda parte de um trabalho acerca de um censor ao serviço da ditadura, que o PCP apadrinhou e a democracia condecorou. É uma pérola que abrilhanta a desmemória coletiva, elevando ao pedestal o perdão sem vergonha. (Fotografia do Campo de Concentração do Tarrafal aquando de uma visita minha).

quinta-feira, maio 2

TARRAFAL

Extraordinário e comovente o livro do João Pina. (Junto fotografia de uma visita minha).

quarta-feira, maio 1

1º DE MAIO

Como sempre, pelo dia do trabalhador, publico as fotografias do 1º de maio de 1974 nas quais se vislumbram o pano que identifica o MES (em organização) e alguns dos seus criadores. Pela minha parte não participei no desfile, ainda retido no quartel, do que hoje me arrependo. Passaram precisamente 50 anos.