sexta-feira, janeiro 14

Orlando Ribeiro

Querem conhecer uma grande figura portuguesa do nosso tempo?

A Biblioteca Municipal do meu bairro de Telheiras foi baptizada com o seu nome: Orlando Ribeiro

Veja aqui e aqui.

Um Caso de Polícia

O assunto já era conhecido mas ganhou, subitamente, algum impacto mediático.
O blog r.precision investigou e publicou.

Mas falta a parte da história do magistrado enquanto Inspector Geral da Segurança Social cargo que exerceu, nomeado pelo Dr. Bagão Félix, até assumir as funções de Director da PSP.

Como se pode ler em vários blogs nada disto teria importância nenhuma não se desse o caso da Junta Médica ter decidido o que decidiu pelas razões que agora se conhecem.



Paisagem

Desejei-te pinheiro à beira-mar
para fixar o teu perfil exacto.

Desejei-te encerrada num retrato
para poder-te comtemplar.

Desejei que tu fosses sombra e folhas
no limite sereno desta praia.

E desejei: <dos horizontes que tu olhas!>>

Mas frágil e humano grão de areia
não me detive à tua sombra esguia.

(Insatisfeito, um corpo rodopia
na solidão que te rodeia.)

David Mourão-Ferreira

quinta-feira, janeiro 13

Eleições - Faltam 37 dias

Os partidos da maioria de direita tentam empurrar o PS para um lugar de governo virtual. Como se o PS já fosse responsável por uma política cujos efeitos negativos o povo julgará nas urnas em 20 de Fevereiro.

Os partidos da coligação do governo demissionário tentam colocar-se no lugar da oposição a um governo virtual do PS. A penalização nas urnas dessa maioria virtual é possível de explorar pela convicção esmagadora, enraizada na opinião pública, de que o PS vai ganhar as eleições.

Faltam 37 dias. Um tempo longo para a direita. Mas um tempo escasso para o PS. A direita esconde com dificuldade as suas divisões profundas. Entre partidos, no seio de cada partido e, de forma perturbante, no interior do PSD. É essa fraqueza que o PS tem de explorar.

Mas para isso o PS tem de apresentar o seu programa eleitoral depressa e bem. Os ensaios, convenhamos, não têm sido brilhantes.

Neve em Lisboa

(…)
“E entramos por fim no que mais interessa: acabado o impulso das primeiras palavras, afastei a cadeira distraidamente e levantei-me, tentando delinear o seguimento da peça, cuja ideia me surgira só no acto de escrever. Nenhum plano anterior, nenhum esboço. Levantei-me e andei para a janela, metido na pele do inquilino, perguntando a mim mesmo (ou a ele) se não haveria outras perguntas a fazer antes duma decisão que podia ferir o equilíbrio do mundo ou coisa parecida. Foi quando a madrugada explodiu numa féerie mais ou menos nórdica, como se tivesse realmente bastado mexer na cadeira, na ordem pré-estabelecida do quarto, para desencadear o imprevisto: uma tempestade de neve em Lisboa.” (…)

“O Aprendiz de Feiticeiro” – Carlos de Oliveira
Fragmentos – Pag. 6 (1 de 3)

Nudez


A natureza chegando a estação certa despe-se sem pudor ao olhar dos homens e não detém a sua marcha. Imagem de Helder Gonçalves.

Árvores

O Helder Gonçalves é fotógrafo amador. Fotografa por prazer e amor à arte. Iniciei a edição de imagens com fotos de sua autoria.

Conheço essa sua faceta há bastante tempo. Temos um projecto, em parceria, para editar um livro.

Mas para já vamos editar um conjunto de posts com imagens de árvores legendadas com textos curtos. As fotos são dele, os textos são meus. Uma série experimental dedicada às árvores.

quarta-feira, janeiro 12

Nevou a Sul

Uma página interessante do meu “livro artesanal” com fragmentos do “O aprendiz de Feiticeiro”, de Carlos de Oliveira, é, sem dúvida, a página 5. Nessa página, antecedendo um longo fragmento, que ocupa mais de duas páginas, escrevi um texto que assinala um dos acontecimentos mais extraordinários a que assisti na minha vida.

Eis esse curto texto:

“Noite de 1 para 2 de Fevereiro de 1954. Digo eu que andava na memória à procura desta data há anos. Depois dessa noite nunca mais nevou no Algarve (nem no sul). Foi quando vi pela primeira vez nevar ainda não tinha 7 anos e recordo como se fosse hoje. O meu pai abençoou a neve, o frio, tudo, pois fazia o carvão depositado ao ar livre pesar mais”.

O fragmento de Carlos de Oliveira começa assim:

“Contudo, relato a seguir o que me aconteceu na noite de 1 para 2 de Fevereiro de 1954, quando venci por fim a proibição interior e alinhei sem emendas ou hesitações os sessenta e três versos da primeira fala de “O Inquilino”….”

(No próximo fragmento surgirá a descrição da neve a cair em Lisboa)

“O Aprendiz de Feiticeiro” – Carlos de Oliveira
Fragmentos – Pag. 5 (1 de 1)

Afinal a Verdade era Mentira

A notícia é extraordinária pelo seu vazio paradoxal.

Os americanos deixaram de procurar o que nunca procuraram porque sabiam de antemão que não existiam armas para procurar.

O que os americanos procuravam era outra coisa que toda a gente sabe o que é e que não vão deixar de explorar porque sabem de antemão que existe.

Os americanos fizeram o favor de dar agora conhecimento ao mundo de que o pretexto para a guerra no Iraque foi arquivado.

O resto do mundo tomou conhecimento. Obrigado.

Grupo de investigadores deixou de trabalhar no terreno antes do Natal.
Estados Unidos deixaram de procurar armas de destruição maciça no Iraque

Os Mergulhos do Ministro (2)

Já me tinha interrogado acerca da constituição de comitiva de Morais Sarmento na viagem a S. Tomé e Principe. As notícias acerca dos petróleos começam a dar ao assunto um interesse que ultrapassa o divertimento.

Qual o teor da mensagem do PM levada por Morais Sarmento e qual o papel do administrador da Galp na comitiva? A coisa é mais complexa do que parecia...para mais com a declaração em que Álvaro Barreto diz que "desconhece ligação de viagem com interesses da Galp".



terça-feira, janeiro 11

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira

Sombras de Inverno


Para a Susana no seu 50º Aniversário
do Helder Gonçalves

Epitáfio

“Chamem um dos velhos cantadeiros de Ançã (a dois passos daqui) e mandem gravar na campa do poeta o epitáfio que ele próprio escreveu:

A dádiva suprema é dar a vida
Ao silêncio de pedra que é a morte.
Larga-me da vida, morte,
Faz-me da morte pedra.


Um desses humildes herdeiros dos escopros de João de Ruão. Chamem-no depressa. Com o sol que está, as palavras ficarão doiradas.”

“O Aprendiz de Feiticeiro” – Carlos de Oliveira
Fragmentos – Pag. 4 (2 de 2)

Forum Novas Fronteiras

Está disponível e funciona

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Foto de Helder Gonçalves

PS, Cuidado!

As sondagens apresentam resultados convergentes.

O PS obteria um resultado em torno dos 46% (maioria absoluta) e, mais importante, quase todos os portugueses pensam que o PS vai ganhar. Os perigos destas sondagens são evidentes para o PS.

Excesso de confiança, forte abstenção, compaixão pelos fracos, idolatria pelo chefe da maioria, menosprezo pelo programa, desprezo pelas diferenças, obsessão pelos lugares, ascensão dos mais medíocres entre os medíocres ... fico-me por aqui.

Espero que surjam, em favor do PS, umas sondagens menos radiosas apesar da actual maioria tudo fazer para perder por muitos.

segunda-feira, janeiro 10

Afonso Duarte

“Agora, pouco importa. Caminho entre o povo, atrás do caixão de Afonso Duarte, o extraordinário gravador de lápides rústicas, e sinto que nem todas as colheitas se perdem, que as coisas se compensam umas às outras no seu obscuro equilíbrio natural.”

“O Aprendiz de Feiticeiro” – Carlos de Oliveira
Fragmentos – Pag. 4 (1 de 2)

Árvore


Uma visão clara e desolada do nosso suave inverno. Continuando a experiência de publicação de imagens. Foto de Helder Gonçalves.

Desculpa lá, ó Zé Manel

"Burros reconhecidos em Bruxelas".

(notícia do "Expresso on line")

Mergulhos

Morais Sarmento foi a mergulhos.

Para uma maioria que pregou, desde o primeiro dia, a “moral e os bons costumes”, o “rigor” e a “austeridade”, que fustigou e fustiga os governos PS e os seus responsáveis pela “bancarrota”, os perseguiu, e persegue, por “despesismo” e por um interminável rol de “crimes” de lesa orçamento público, não está mal esta viagem de Morais Sarmento.

Por mais desculpas e justificações que se possam arranjar, de forma atrapalhada, está na cara que seria, no mínimo, uma manifestação de bem senso e pudor não embarcar para S. Tomé e Principe um ministro e comitiva (que comitiva?), num Falcom fretado, com sessões de mergulho, ...para assinar um protocolo mais meia dúzia de actos de rotina da cooperação.

Nada justifica esta viagem a não ser aproveitar o tempo que resta para gozar dos benefícios do poder. Até para Santana Lopes esta visita "É incómoda". Palavras...