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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, novembro 19
domingo, novembro 18
BÉLGICA/KOSOVO
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sábado, novembro 17
sexta-feira, novembro 16
quinta-feira, novembro 15
VERDADES
Fotografia daquiO Presidente da República, o Primeiro-Ministro, os Ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros – Ministros, Secretários de Estado, Secretários-Gerais, Directores-Gerais, etc... não vão incomodar-se com a manchete do “EXPRESSO” sobre a furia digitalizadora de um Ministro da Defesa nas vésperas de largar o cargo?
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TERREIRO DO PAÇO
Este é um tema recorrente da gestão da cidade de Lisboa. Parece mentira mas é verdade: o Terreiro do Paço é um es-paço demasiado grande. O Marquêz de Pombal mandou reconstruir Lisboa, após o terramoto de 1755, com visão de futuro. Mas o futuro não se deu bem com a visão do Marquêz.
Ali está aquela Praça, fronteira ao majestoso Tejo, delimitada por edifícios de porte bastante apreciável, como tantas outras Praças nobres nos centros históricos das cidades, por esse mundo fora, vazia ou falsamente preenchida de animação.
Para o Terreiro do Paço ninguém é capaz de forjar um conceito arrojado que lhe dê vida, tornando-o visitável, transformando-o num centro de atracção cosmopolita. Não vou cometer o suicídio de avançar com ideias à toa. Mas basta que os especialistas sejam chamados a apresentar propostas e haja dinheiro para as concretizar. Aos curiosos que tenham viajada um pouco pelo mundo basta puxarem pela memória.
Quantas praças fascinantes, plenas de actividade económica, com acessibilidades, lugares e eventos interessantes para visitar, gente enchendo as esplanadas e animação cultural, são a imagem de marca de tantas cidades. O Terrreiro do Paço, com o Tejo ali tão perto, vai continuar agonizante?
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quarta-feira, novembro 14
PIDE - "A INFORMAÇÃO E OS INFORMADORES"
Ainda a propósito da PIDE e do livro “a história da PIDE”, de Irene Flunser Pimentel, interessou-me, particularmente, o Capítulo XI: “A Informação e os Informadores”. Trata a autora, neste capítulo, da “realidade desse mundo de denúncias que manchou o século XX e faz hoje parte da história portuguesa.”O número de informadores não é apresentado pois “a DGS destruiu um ficheiro onde era feita a correspondência entre os pseudónimos usados pelos informadores e a sua identificação real”. No entanto tudo parece apontar, segundo diversas fontes, para um número nunca inferior a 20 000. Não vou entrar na pungente similitude entre muitos dos comportamentos do sub mundo da denúncia anónima durante a ditadura e em plena democracia.
Quero simplesmente referir o facto de ter encontrado, neste capítulo, duas situações curiosas às quais me encontro, indirectamente, associado . A primeira vem ao caso a propósito da infiltração, nos anos 70, de um tal Viseu em organizações da extrema esquerda, entre elas a União Revolucionária Marxista Leninista (URML), tendo aquele Viseu prestado informações “acerca do militante Joaquim Luciano, também denunciado por Francisco Cabedal (…)” [pag. 331]. Ora eu próprio acompanhei muito de perto, num determinado período, o referido Luciano em inúmeras e continuadas “actividades subversivas”, em particular, na área cultural. Deveria ser o resultado de uma espécie de aliança entre o embrionário MES e a URML . Mas nunca supus que o Luciano tivesse tanta importância para que a PIDE exercesse sobre ele tão apertada vigilância.
A outra referência, a pag. 336, surge nos parágrafos que a autora dedica aos informadores do meio estudantil. Não me espanta que se refira nestes termos à sua actividade na faculdade que, por acaso, eu próprio frequentava: “Mas os informadores mais prolixos no meio estudantil foram os do ISCEF, que assinavam por “Glória e Vera Cruz”, eram dois irmãos de Aveiro , estudantes finalistas em 1973, que recebiam, cada um , 1 000$00 pelos serviços prestados. Em 12 de Janeiro de 1968, enviaram à PIDE um relatório acerca de uma reunião de alunos no decorrer da qual um deles apanhara “discretamente” um papel que tinha sido trocado entre os estudantes Serras Gago, Alberto Costa [o actual Ministro da Justiça] e Júlio Dias. Em Abril de 1969, “Glória e Vera Cruz” informaram que os representantes da Academia de Lisboa na Comissão Nacional dos Estudantes Portugueses eram Alberto Costa, Arnaldo de Matos e Carlos Pimenta ”. [Digo eu: uma verdadeira aliança PCP/MRPP].
Neste passo, numa nota de rodapé, são referidos outros nomes referenciados na pasta 212, ISCEF 1968/69: “Horácio Faustino, Cordovil [qual deles, Xico ou João?], João Isidro, Horácio, António Manso, Jofre Justino, Quim Zé, Gavião, Emanuel [o actual Secretário de Estado Orçamento?], Coelho e Pratas.” Parece que estou a vê-los!
In “ a história da PIDE”, Irene Flunser Pimentel – Circulo de Leitores/Temas e Debates
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terça-feira, novembro 13
PIDE - ABORDAGENS
O passado em discurso directo acerca d´A História da PIDE, de Irene Flunser Pimentel – aprofundando a matéria.
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PIDE - TRÊS MILHÕES DE FICHAS INDIVIDUAIS
A leitura de “a história da PIDE”, mesmo para quem já conheça alguns aspectos centrais da sua realidade, não deixa de ser impressionante. Publicarei alguns sublinhados de leitura. O primeiro mostra como a polícia política da ditadura perseguia uma parte muito significativa da população portuguesa.“Os arquivos foram uma peça fundamental da estrutura informativa da polícia política, embora em 1961 a PIDE apenas tivessa um arquivo geral, denominado Serviço Reservado (SR). Depois, Álvaro Pereira de Carvalho reorganizou o Arquivo Geral (AG), que, em 1974, tinha cerca de três milhões de fichas individuais, correspondentes a um milhão e duzentas mil pessoas, cada uma com três secções, que remetiam para o processo-crime, para os boletins de informação e para os processos directamente políticos.”
In “ a história da PIDE”, Irene Flunser Pimentel – Circulo de Leitores/Temas e Debates
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segunda-feira, novembro 12
domingo, novembro 11
O PAPA E A IGREJA CATÓLICA EM PORTUGAL
As notícias acerca do discurso do Papa aos Bispos portugueses na visita em epígrafe causou muita perplexidade. Toda a gente se interroga acerca do sentido das palavras do Papa que apontam, de forma explicita, críticas à acção e organização da Igreja Católica em Portugal.
É interessante fazer a leitura desse discurso à luz das declarações criticas oriundas dos meios da Igreja Católica, e mesmo de Bispos, ao governo português antecedendo esta visita. Afinal a campanha contra o governo, a propósito da Concordata, apesar de todos os problemas, parece ter sido apenas uma cortina de fumo.
Algo vai mal no Reino da Igreja Católica portuguesa. Julgo não ferir a susceptibilidade de ninguém se traduzir a mensagem do Papa aos bispos portugueses com uma só palavra: ORGANIZEM-SE!
Aqui ficam dois excertos significativos do discurso do Papa:
(…) Neste longo peregrinar, a confissão mais frequente nos lábios dos cristãos foi falta de participação na vida comunitária, propondo-se encontrar novas formas de integração na comunidade. A palavra de ordem era, e é, construir caminhos de comunhão. É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado, tendo em conta que todos somos um, desde quando fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e todos somos corresponsáveis pelo crescimento da Igreja.
(…)
À vista da maré crescente de cristãos não praticantes nas vossas dioceses, talvez valha a pena verificardes «a eficácia dos percursos de iniciação actuais, para que o cristão seja ajudado, pela acção educativa das nossas comunidades, a maturar cada vez mais até chegar a assumir na sua vida uma orientação autenticamente eucarística, de tal modo que seja capaz de dar razão da própria esperança de maneira adequada ao nosso tempo» (…)
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ARTE LISBOA
Ontem numa visita à Arte Lisboa deu para ver muita pintura. Impressionou-me, em particular, um trabalho de Ana Vidigal no âmbito dos Project Rooms – Trabalhos Experimentais. Trata-se de uma instalação representando um quarto ligado a uma história da própria família construída em torno de memórias, fotográficas e epistolares, da participação de um familiar próximo na guerra colonial. Simples, inesperado e comovente.
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sábado, novembro 10
INIMPUTÁVEL
Já toda a gente percebeu que o Dr. Portas é inimputável [“que é irresponsável pelos seus actos”]. Pergunto à boa maneira dos usos da nossa época: se ninguém investiga para que serve a notícia?
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sexta-feira, novembro 9
TRÊS LIVROS
Compro menos livros mas leio mais livros. Deixei ao longo dos tempos muitas leituras incompletas. Caminho às avessas. Leio e releio que é quase o mesmo que o ler original. Espanto-me com as sensações da releitura. Chego a duvidar que leio o já antes lido. Mas tenho a certeza pois, na maioria dos casos, sublinho e anoto os livros.
No entanto, entre ontem e hoje, chegaram a minhas mãos três novos livros. “Toda a Poesia”, de Ferreira Gullar, uma prenda à muito esperada, merecedora, a seu tempo, de comentário autónomo; “O Sonho mais Doce”, de Doris Lessing, pois nunca a li e a atribuição do Nobel me espicaçou e “a história da PIDE”, de Irene Flunser Pimentel, porque sim, basta este sub título, a páginas 335: “Informadores do meio liceal e estudantil (anos 60)”
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