Deixo para conhecimento público, por dever de cidadania, uma carta do meu amigo Helder Gonçalves dirigida a António Costa com cujo teor concordo. Sou morador na zona circundante e por mais que puxe pelos neurónios não consigo entender (nem ninguém do agregado familiar) a necessidade e lógica das obras em referência. [Reproduzo somente algumas das fotografias que ilustram o texto.]
Lisboa, 2 de Agosto de 2009
Exmo. Sr. Dr. António Costa, Presidente e Candidato a nova Presidência da CML
Sou munícipe de Lisboa interessado no desenvolvimento sustentado na Cidade, sou Investigador do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia) e vivo no Bairro de Telheiras.
Nas últimas semanas de Julho iniciaram-se umas obras de remoção de duas faixas na Rua Fernando Namora e Rua Prof. Francisco Gentil, foto nº1, que ligam 4 escolas (Escola Secundária Vergílio Ferreira, a Escola EB 2/3 nº2 de Telheiras, Jardim Infantil no cruzamento da Rua Francisco Gentil com R. Hermano Neves e a Escola EB1 nº 57). De início, imaginei que porventura poderia ser a continuação da pista para bicicletas que existe e termina na Escola EB 1 nº57. Percebi de imediato que não se tratava desse projecto, mas antes da criação de lugares de estacionamento em espinha, reduzindo as 4 faixas da R. Fernando Namora a duas faixas (foto nº2), Pelo que questiono:
1. Foi feito algum estudo do impacto desta medida no fluxo de trânsito na zona?
Nota: esta redução de faixas tem implicações em 3 cruzamentos onde confluem fluxos muito densos em situação normal (cruzamento da R. Prof. João Barreira com R. Fernando Namora -foto nº3; cruzamento da R. Fernando Namora com a R. Prof. Simões Raposo, foto nº4; cruzamento da R. Fernando Namora com Azª da Torre do Fato; e o cruzamento das ruas Fernando Namora, Padre Américo, Trav. Da Luz e Rua do Seminário – foto nº 5). Nalguns destes cruzamentos, teremos reduções de fluxo de 3 faixas para uma 1, com semáforos intermitentes no cruzamento da R. Prof. Simões Raposo - foto nº6 e duas paragens de autocarro de permeio. Como cidadão solicito informação sobre o estudo concerteza efectuado pela CML.
2. A obra está Licenciada? Em nenhum dos locais esta afixada qualquer sinalética, indicativa do que se trata e do seu licenciamento.
3. Houve alguma comunicação aos moradores?
Caro Dr. António Costa, tenho ouvido nas suas intervenções que pretende melhorar a vida dos munícipes e inclusive que Lisboa precisa de “pequenas obras ao serviço dos cidadãos”. Parece-me que esta obra, seguramente não vai melhorar a vida dos munícipes desta zona, pois vai criar dificuldades ao trânsito numa zona de ligação entre quatro escolas. Parece-me que a gestão da cidade não se faz desta maneira, uma cidade é um conjunto de pequenas comunidades que vivem em diferentes bairros e que são parte interessada nas soluções a decidir, não é possível fazer obras desta natureza sem uma prévia informação aos cidadãos e sem a possibilidade de diálogo com a população e principalmente sem a conclusão de que é uma obra necessária. E esta é uma questão fundamental, que me leva à pergunta fundamental:
4. A obra é necessária? Nesta Rua já existiam lugares de estacionamento (ver foto nº7)
5. Que obra esta a ser feita entre a Escola EB1 nº 57 e o Jardim Infantil (foto 8 e 8a)?
Espero resposta urgente e apresento os meus cumprimentos;
Helder Gonçalves
Cc: Candidatos à CML, Associação de Residentes de Telheiras; Junta de Freguesia do Lumiar e de Carnide; ACP, blogosfera e comunicação social.
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