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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sábado, fevereiro 23
O " DIFUSO MAL-ESTAR" DA SEDES
A SEDES divulgou uma tomada de posição, à maneira de manifesto, acerca do “estado da nação”. O sentimento que me provoca o teor do documento é, como se diz nas praças financeiras, misto. É tudo verdade e aplica-se a qualquer país e, por isso mesmo, é tudo mentira e não se aplica a país algum. Ao correr da pena e para aqueles leitores que estejam minimamente atentos à gestão da coisa pública, à história recente da nossa democracia e ao percurso dos subscritores do dito documento, que pode ser lido na íntegra aqui, fui tentado a fazer-lhe uns despretensiosos comentários puxando os títulos de cada ponto e a primeira frase de cada um. O que mais impressiona é o primeiro ponto versando acerca do “difuso mal-estar”. [IR AO FUNDO E VOLTAR.]
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sexta-feira, fevereiro 22
quinta-feira, fevereiro 21
DEUS NÃO DORME
É uma coisa sem grande importância mas representa 12 (doze) anos da minha vida. É claro que tudo é relativo mas, na vida de um cidadão comum, 12 anos é muito tempo. Na verdade, foi a 21 de Fevereiro de 1996 que tomei posse como Presidente da Direcção do INATEL. Para quem quiser saber o significado da sigla basta fazer uma pesquisa. A efeméride não é nada estimulante para mim pois a sete anos de gestão seguiram-se cinco anos de processos. E a coisa ainda não acabou. Um dia se tiver saúde, paciência e memória talvez me dê ao trabalho de contar algumas peripécias deste processo que poderá ter alguma utilidade na sociabilização do conhecimento dos meandros da administração e de como os gestores honestos dificilmente escapam aos cantos de sereia e, finalmente, quando se não deixam comprar, à sanha persecutória dos guardiões do “sistema”. A coincidência mais curiosa que, oportunamente, assinalei, foi a derrota da direita nas últimas eleições legislativas ter ocorrido a 20 de Fevereiro de 2005 exactamente o último dia do meu mandato caso não tivesse sido exonerado em 4 de Fevereiro de 2003. Deus não dorme!
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quarta-feira, fevereiro 20
PS - TRÊS ANOS DEPOIS DE UMA HISTÓRICA VITÓRIA ELEITORAL
Missy Gaido Allen
Faz hoje três anos que o PS arrebatou a maioria absoluta nas eleições legislativas. Venho à ribalta desta tribuna pessoal para reafirmar o meu apoio, no essencial, à política do governo PS que saiu legitimado dessas eleições. Faço-o de uma forma desinteressada. Não precisamos de alienar o sentido crítico, nem de abdicar das opiniões próprias para assumir, em liberdade, as nossas convicções.
Há três anos atrás, por estes dias, escrevi, na própria noite da vitória, umas breves notas acerca da vitória do PS; depois fui à rua, imaginem, para celebrar a vitória e de regresso a casa, escrevi, sob o título Vitórias e Derrotas:
A deambulação pela noite eleitoral, com o meu filho, foi registada pela TVI. Uns segundos em directo na TV têm uma força inimaginável. Os sinais de ter sido visto emanam como um relâmpago na noite escura. Coisas de um novo “espaço público”.Afinal brandir uma bandeira na rua é uma tradição que vem de longe. Seja festivo, seja de revolta é um acto próprio de uma cidadania activa.Mais difícil foi brandir a bandeira do PS, partido vencido em 2002 (Ferro Rodrigues), doloroso em 1991 (Jorge Sampaio), dramático em 1985 (Almeida Santos) e romântico em 1987 (Vítor Constâncio).Convém não esquecer: desde o 25 de Abril as vitórias, para o PS, são intervalos entre derrotas. As derrotas, para o PSD, são intervalos entre vitórias.
Hoje, três anos passados, por entre dúvidas e perplexidades acerca de algumas políticas, acções e inacções do governo socialista, mantenho tudo o que, nessa noite, pensei, fiz e disse.
Faz hoje três anos que o PS arrebatou a maioria absoluta nas eleições legislativas. Venho à ribalta desta tribuna pessoal para reafirmar o meu apoio, no essencial, à política do governo PS que saiu legitimado dessas eleições. Faço-o de uma forma desinteressada. Não precisamos de alienar o sentido crítico, nem de abdicar das opiniões próprias para assumir, em liberdade, as nossas convicções.
Há três anos atrás, por estes dias, escrevi, na própria noite da vitória, umas breves notas acerca da vitória do PS; depois fui à rua, imaginem, para celebrar a vitória e de regresso a casa, escrevi, sob o título Vitórias e Derrotas:
A deambulação pela noite eleitoral, com o meu filho, foi registada pela TVI. Uns segundos em directo na TV têm uma força inimaginável. Os sinais de ter sido visto emanam como um relâmpago na noite escura. Coisas de um novo “espaço público”.Afinal brandir uma bandeira na rua é uma tradição que vem de longe. Seja festivo, seja de revolta é um acto próprio de uma cidadania activa.Mais difícil foi brandir a bandeira do PS, partido vencido em 2002 (Ferro Rodrigues), doloroso em 1991 (Jorge Sampaio), dramático em 1985 (Almeida Santos) e romântico em 1987 (Vítor Constâncio).Convém não esquecer: desde o 25 de Abril as vitórias, para o PS, são intervalos entre derrotas. As derrotas, para o PSD, são intervalos entre vitórias.
Hoje, três anos passados, por entre dúvidas e perplexidades acerca de algumas políticas, acções e inacções do governo socialista, mantenho tudo o que, nessa noite, pensei, fiz e disse.
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terça-feira, fevereiro 19
segunda-feira, fevereiro 18
SOLILÓQUIO
Quando me encontro com uma notícia como esta o que me impressiona são as datas. As datas mais que os protagonistas. Aquelas dão-me a medida da tramóia, estes põem-me a meditar acerca da verdade da mentira, ou seja, para ir directo ao assunto, se será possível, como já aconteceu com autarcas argui conhecidos, serem alcandorados pelo voto do povo aos píncaros do poder de estado. Tudo legal.
Mas, nesta notícia, o que mais me impressiona são as datas. A impecável correnteza delas apostas em despachos a culminar por volta do dia 21 de Fevereiro de 2005, faz agora três anos, o das eleições legislativas. Tudo legal.
O diploma dos casinos foi aprovado, promulgado e tudo o que era desejado. Tudo legal. Foi aclarado o que o concessionário desejava ver aclarado. Visto! Informe-se o requerente! Compreendi. Incluindo alguns pequenos detalhes cujo alcance nunca tinha alcançado. E alguns de nós a pensar que cuidando da coisa pública com mil desvelos seria possível alcançar o céu! Deus Nosso Senhor!
E por entre estes devaneios veio-me à memória o final de um poema de Jorge de Sena:
(…)
Chicote? Bomba? Creolina? A liberdade?
É tarde, e estão contentes de tristeza,
sentados em seu mijo, alimentados
dos ossos e do sangue de quem não se vende.
(Na tarde que anoitece o entardecer nos prende).
[In L´ÉTÈ AU PORTUGAL, Agosto 1971]
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domingo, fevereiro 17
PALAVRAS
Correntes. É difícil não corresponder ao desafio. Ainda por cima correntes de palavras. Apesar de pensar que as imagens, muitas vezes, se sobrepõem às palavras. Busquem aqui. Escolher doze palavras preferidas é um jogo e neste momento não sei qual a primeira peça que vou jogar. A minha atracção pelo jogo é ténue ao contrário do meu prazer pela comunicação. Inscrever sinais nos interstícios das decepções. Justapor sinais vitais à morte dos rostos. Ao esquecimento. A luz que derramamos e ilumina a nossa vida e a vida dos outros.
Comunicar por palavras é jogar no tabuleiro de todas as interacções possíveis. Romper barreiras. Acender aquela luz bruxuleante de que falava Sena. Nos limites do saber adquirido em cada tempo ou simplesmente no ronronar da rotina. Tantos já teorizaram acerca deste tema. Não escrevemos, em regra, acerca do que nos toca mais fundo. Não o sabemos fazer. Mas outros escrevem, lúcidos, não interessam os estados de alma, nem as servidões ou as circunstâncias do seu tempo, palavras que tocam todos ou quase todos. São os artistas.
Tenho que ir buscar as palavras a qualquer lado. Mesmo que utilize sempre as mesmas palavras. Leia os mesmos livros. Quase. Nas folgas do tempo que formato para não perder o equilíbrio penso nas línguas do mundo com mais falantes. Esse mar de palavras que não seria capaz de representar. Ninguém domina as palavras, muito menos a sua ausência, o silêncio das palavras. Escrevo e as novas tecnologias permitem-me saber que já escrevi duzentas e setenta e tantas palavras, agora já vou em duzentas e oitenta e tantas, nunca conseguimos fixar o número delas …
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Vou inventar doze “palavras preferidas” lembrando-me dos poetas brasileiros que tenho andado a ler como Ferreira Gullar, Manoel de Barros, … e tantos outros que, em todos os tempos e lugares, … inventaram palavras tal como o vozear do povo da minha terra … palavras fora do dicionário oficial das palavras.
Vou inventar doze “palavras preferidas” lembrando-me dos poetas brasileiros que tenho andado a ler como Ferreira Gullar, Manoel de Barros, … e tantos outros que, em todos os tempos e lugares, … inventaram palavras tal como o vozear do povo da minha terra … palavras fora do dicionário oficial das palavras.
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Aqui alinho doze palavras de uso corrente, por ordem alfabética, doze palavras pequenas, um quase poema, dedicado aos que me olham e que, mesmo sem me conhecerem pessoalmente, se interessam, me estimulam e me desafiam, rezam assim:
Aqui alinho doze palavras de uso corrente, por ordem alfabética, doze palavras pequenas, um quase poema, dedicado aos que me olham e que, mesmo sem me conhecerem pessoalmente, se interessam, me estimulam e me desafiam, rezam assim:
Abraço
Amor
Ângulo
Azul
Beleza
Devagar
Longe
Luz
Rosto
Sonho
Terra
Vento
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E, por fim, ainda mais difícil, escolho doze destinatários aos quais passo o desafio de escolher doze palavras:
E, por fim, ainda mais difícil, escolho doze destinatários aos quais passo o desafio de escolher doze palavras:
A FORMA E O CONTEÚDO a gaveta do paulo Aguarelas de Turner algeroz! aluaflutua Assimétrico bem haja CATATAU Divas & Contrabaixos Divino senão fosse humano Linha de Cabotagem meia noite todo dia
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sábado, fevereiro 16
FIGURANTES
Manifestação de professores à porta da sede do PS convocada por SMS. Para mim são figurantes contratados através de uma agência. Como as manifestações políticas espontâneas já deram o que tinham a dar e os professores são exemplares em comportamento cívico só pode ter sido um grupo de figurantes a recibo verde. Esta contratação de figurantes para uma actuação à porta da sede do PS, contra Sócrates, coincidente com o encerramento do congresso da CGTP, para mim deve ser da iniciativa, sei lá, …, devo, por deveres de ética, meditar mais profundamente acerca do assunto … sei lá, …
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XI CONGRESSO DA CGTP - DUAS NOTAS
Jerónimo de Sousa, nascido em 13 de Abril de 1947, não poderia hoje, pela sua “provecta idade” (60 anos), ser dirigente da CGTP mas pode ser secretário-geral do PCP. Imaginem a ironia!
Antonio Augusto Jordão Chora, Coordenador da Comissão de Trabalhadores da VW Autoeuropa, não vai integrar os órgãos dirigentes da CGTP, nem sequer participou como delegado ao Congresso. Ele explica porquê.
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EPIGRAMA (X)
sexta-feira, fevereiro 15
ACERCA DO USO DA VIOLÊNCIA E DA TORTURA
Fotografia daqui
Seis mortos em ataque a universidade – Um jovem entrou numa universidade e matou a tiro cinco pessoas suicidando-se de seguida. Este tiroteio foi o quinto no Estados-Unidos, no espaço de uma semana.
Neste mesmo país está na ordem do dia a discussão acerca da tortura. Bush promete despedir-se em beleza …
Seis mortos em ataque a universidade – Um jovem entrou numa universidade e matou a tiro cinco pessoas suicidando-se de seguida. Este tiroteio foi o quinto no Estados-Unidos, no espaço de uma semana.
Neste mesmo país está na ordem do dia a discussão acerca da tortura. Bush promete despedir-se em beleza …
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