Rohmer the Classicist, Calmly Dissecting Desire
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A ler: Maria do Rosário Fardilha.
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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quarta-feira, janeiro 13
HAITI
Haiti. No meio da enorme tragédia do Haiti a vitória da internet, e das redes sociais, sobre os media tradicionais. Quase todas as notícias são divulgadas em primeira mão através da internet. Um cenário de guerra no qual as vítimas fazem a reportagem da sua própria tragédia. Sem mais ninguém a explorá-la.
segunda-feira, janeiro 11
domingo, janeiro 10
Mrs. Robinson
Os conservadores, a moral e os bons costumes: o caso paradigmático de Mrs. Robinson, esposa de Peter Robinson, primeiro ministro da Irlanda do Norte.
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Uma grande lição:
A Srª Iris Robinson, tal como o seu marido, Peter Robinson, primeiro-ministro da Irlanda, pertence ao Partido Democrático Unionista, que é religioso e se confunde com a confissão deles, a igreja presbiteriana fundamentalista. O que ela lê nos livros sagrados, considera-o de forma teocrática, isto é, vale como lei terrena. É bom para ter convicções fortes. Por exemplo, fala-se de homossexuais e a Srª Robinson saca do Levítico, um dos livros da Bíblia, capítulo 18: "Não se deite o homem com um homem como se fosse uma mulher. É uma abominação." Em 2007, foi assim que ela respondeu à BBC. Se o Levítico falou, está falado - é antigo, foi escrito há mais de 3 mil anos, e isso há de dar-lhe alguma autoridade. Até à semana passada, ninguém perguntou à Srª Robinson sobre adultério. No capítulo 20, o Levítico diz: os adúlteros devem ser condenados à morte. Eu tenho para mim, que sou um cínico, que a Srª Robinson é uma cágada. Mesmo perguntada sobre o adultério, ela citaria o Levítico. É que ela leu-lhe os 27 capítulos e nenhum refere explicitamente o que a poderia desmascarar: ser pecado dormir com o homem do talho e o filho do homem do talho. A Srª Robinson, além das convicções fortes, só aceita as que lhe convém. É bem comum a Srª Robinson.
sábado, janeiro 9
ALBERT CAMUS: O LUGAR DO MORTO
“ATENÇÃO FLASH O ESCRITOR ALBERT CAMUS MORTO NUM ACIDENTE DE AUTOMÓVEL EM YONNE, PERTO DE SENS”.
A notícia caía assim sumariamente, a meio da tarde de 4 de Janeiro de 1960, divulgada pela France-Presse. Os pormenores viriam mais tarde. O acidente ocorrera sem causas aparentes: Michel Gallimard vinha a conduzir com Albert Camus ao lado. Atrás, a mulher e a filha de Michel. Velocidade excessiva? Lençol húmido no asfalto? Depois da derrapagem e do choque com um plátano, os ocupantes do banco de trás seriam projectados e sobreviveriam. Michel morrerá alguns dias depois. Albert Camus terá tido morte imediata. Ocupava o lugar do morto. Fez, na passada 2.ª feira, 50 anos.
Maria Luísa Malato Borralho (Faculdade de Letras da Universidade do Porto)
EM MEMÓRIA DE MEU PAI
Não posso deixar mais tempo esta folha em branco por assinalar com um rabisco qualquer, o desejo de participar, estar presente, testemunhar, o medo da folha em branco, por esquecimento de nela assinar a palavra, uma palavra, qualquer palavra, o desejo de pertencer a um espaço, comunidade, lugar, escrever depressa, sem errar, sem entrar no trilho da escrita automática de que tenho ouvido falar e da qual às vezes sinto que passo mesmo a rasar, como agora, cansado, ao fim da noite, com a cabeça a tombar no teclado, num último estertor de energia, no fim do dia, cansado, como o meu pai se devia sentir cansado no fim do seu tempo, MANTENDO A VONTADE DE SE MOSTRAR DIGNO, RECONHENDO-SE, REZANDO, REGRESSANDO AO TEMPO DAS ÁRVORES DE FRUTOS A CUJA SOMBRA DESFRUTAVA DE TODO O TEMPO DO MUNDO, PARA PENSAR COMO FUGIR À MISÉRIA E CRIAR FAMÍLIA, QUE CRIOU, como tantos homens e mulheres do seu tempo que aprendi a admirar, DEIXANDO-ME A MIM QUASE PARA O FIM, como me sinto ligado a todas as tradições que os meus em mim depositaram sem saber e interrogo-me se serei capaz de legar a mesmo doce áurea de uma vida impoluta de fazer tudo o que se exige a um homem fazer. [Em memória de meu pai pelo aniversário da sua morte.]
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sexta-feira, janeiro 8
quinta-feira, janeiro 7
UNIDOSE
Nenhuma farmácia hospitalar ou de oficina em Portugal aderiu à venda de medicamentos em unidose, seis meses após a entrada em vigor da lei, disse à Lusa a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Os mistérios dos negócios da saúde! A indústria se puder vender 20 nunca aceitará vender 1. Sugestão: que cada um faça uma inspecção ao stock de medicamentos, fora do prazo de validade, que lá tem em casa. A chamada unidose, tão reclamada, não interessa senão aos consumidores finais. Quem os defende? Em última instância o estado! Ninguém reclama que se discuta a unidose no parlamento?
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quarta-feira, janeiro 6
ALBERT CAMUS, BREVE BALANÇO
O cinquentenário da morte de Albert Camus foi evocado em muitos blogues portugueses. A maior parte fez referência à cronologia biográfica que elaborei e publiquei. A todos agradeço as palavras amáveis que me dirigiram. Não nomeio ninguém para não cometer a inevitável injustiça do esquecimento. Assinalo, isso sim, o esquecimento generalizado da efeméride pelos meios de comunicação tradicionais portugueses, uma espécie de rasura da memória da criação artística e acção cívica, e política, de um homem que não transigiu, no seu tempo, com o totalitarismo fosse qual fosse a sua natureza. Entre as excepções o Expresso publicará, no próximo sábado, um artigo da Prof. ª Maria Luísa Malato Borralho autora nos anos 80 de um livro, provavelmente o único publicado em Portugal, por autor português acerca de Camus, por sinal, de muita qualidade que bem merecia ser reeditado. Republico a Cronologia, após revisão, por esta autora, AQUI.
terça-feira, janeiro 5
segunda-feira, janeiro 4
ALBERT CAMUS – UMA CRONOLOGIA PELO CINQUENTENÁRIO DA SUA MORTE
Em 4 de Janeiro de 1960 Albert Camus morreu vítima de um violento desastre de automóvel. A propósito do cinquentenário da sua morte escrevi uma cronologia para que se não esqueça a obra e o pensamento de um grande escritor, jornalista, dramaturgo e cidadão atento aos problemas do seu tempo. Um livre-pensador que defendeu, acima de tudo, a liberdade contra todas as formas de totalitarismo.
LER A CRONOLOGIA, NA ÍNTEGRA, AQUI.
sábado, janeiro 2
OS DEVERES DA AMIZADE AJUDAM A SUPORTAR OS PRAZERES DA SOCIEDADE
Fotografias de Hélder Gonçalves (Nova York e Chicago)
A frase em título, respigada dos meus sublinhados dos Cadernos, é uma das que mais me marcou, aquando da primeira leitura da obra de Camus, pelos meus 20 anos, era ele somente um pouco mais velho, como autor, do que eu como seu leitor. Aquela frase contém todo um programa de vida, que tentei tomar como meu, e sublinhei-a a traço grosso. Sei, hoje, como o esquecimento mata as ilusões da juventude. Mas nunca me esqueci dessa leitura inaugural de Camus, através dos Cadernos, e entendi, mais tarde, o significado profundo da sua obra que, ao longo dos anos, fui sendo capaz de ler, e reler, penetrando mais fundo no âmago da sua interpretação dos acontecimentos do seu tempo e da visão de um homem confrontado com o absurdo da existência. Adiante … na próxima 2ª feira passam 50 anos sobre a sua morte e Camus ficará fora do Panteão. [Descobri, entretanto, este excelente texto de Vicente Jorge Silva.]
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sexta-feira, janeiro 1
EDUARDO PITTA - DA LITERATURA
Fotografias de Hélder Gonçalves ( Berlim, Lisboa e Chicago)
Uma saudação especial ao Eduardo Pitta, cujo blogue Da Literatura, comemora, hoje, 5 (cinco) anos de vida.
Estou de acordo. Um blogue é algo parecido com uma câmara de alta precisão. O Da Literatura, certamente que sim. Fotografemos, então, o que nos rodeia e deixemos que as palavras e as imagens falem por si. Abraço.
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quinta-feira, dezembro 31
quarta-feira, dezembro 30
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