segunda-feira, junho 11

BANCO DE BLOGS

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçalves

Ele há quem se preocupe com a sua quintarola e seja capaz de puxar o gatilho da caçadeira por dá cá aquela palha. São questões de partilhas, caminhos apagados pelo tempo, apropriações ilegítimas, vinganças póstumas, o mundo das sacanices de que é feito o mundo dos homens.

Ontem, numa entrevista à SIC Notícias, o Saldanha Sanches disse umas coisas fortes, que são a pura da verdade, acerca dos negócios sujos do reino, e seus meandros, mas a sensação que dá, ao comum dos cidadãos, é que não há volta a dar.

Seria da mais elementar prudência, para a salvação do regime democrático, que surgisse uma pequena luz a iluminar os caminhos da justiça. Mas eu já li muita coisa e quero crer que tenho que dar razão ao Camus quando dizia, cito de cor, “o ridículo de ver homens a julgar outros homens!”.

Imaginem a Polícia Judiciária a investigar o BANCO DE BLOGS!
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domingo, junho 10

FERNANDO PESSOA

Posted by PicasaFotografia daqui

FERNANDO EM PESSOA

A propósito do Dia de Portugal, Fernando Pessoa apresentado, ironicamente, em espanhol pois, na verdade, são tantas as raízes comuns que, apesar dos fortes preconceitos nacionalistas, as nações da ibéria, sendo separadas pela história, são inseparáveis pela cultura.

Ver também em Caderno de Poesia.
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PORTUGAL

Posted by PicasaImagem daqui

“Na era de 1166 [ano de 1128], no mês de Junho, na festa de S. João Batista, o ínclito Infante D. Afonso, filho do conde Henrique e da rainha D. Teresa, neto do grande imperador da Hispânia, D. Afonso, com o auxílio do Senhor e por clemência divina, e também graças ao seu esforço e persistência, mais do que à vontade e ajuda dos parentes, apoderou-se com mão forte do reino de Portugal. Com efeito, tendo morrido seu pai, o conde D. Henrique, quando ele era ainda criança de dois ou três anos, certos [indivíduos] indignos e estrangeiros pretendiam [tomar conta] do reino de Portugal; sua mãe, a rainha D. Teresa, favorecia-os, porque queria, também, por soberba, reinar em vez de seu marido, e afastar o filho do governo do reino. Não querendo de modo algum, suportar uma ofensa tão vergonhosa, pois era já então de maior idade e de bom carácter, tendo reunido os seus amigos e os mais nobres de Portugal, que preferiam, de longe, ser governados por ele, do que por sua mãe ou por [pessoas] indignas e estrangeiras. Acometeu-os numa batalha no campo de S. Mamede, que é perto do castelo de Guimarães e, tendo-os vencido e esmagado, fugiram diante deles e prendeu-os. [Foi então que] se apoderou do principado e da monarquia do reino de Portugal.”

Anais de D. Afonso, Rei dos Portugueses”, citado por José Mattoso, em “D. Afonso Henriques” que, de seguida, comenta: “Este texto mostra que o seu autor considerava a batalha [de S. Mamede, 24 de Junho de 1128] como o primeiro episódio da história portuguesa."

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”S. Mamede”, pg. 45 (11)
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PARIS HILTON

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sábado, junho 9

NEVOEIRO SOBRE O AEROPORTO

Posted by PicasaFotografia Daqui

Até hoje só pronunciei uma frase acerca da magna questão do novo aeroporto de Lisboa. Foi para dizer que a Portela é uma localização demasiado afastada do centro de Lisboa, os acessos são maus e escassos, nunca foi construída uma ligação do Metro (um dia alguém vai explicar porquê?), a 2ª circular é uma ruela congestionada, em suma, teria sido preferível o Campo Grande aproveitando, por exemplo, os terreno onde, posteriormente, foi construída a Cidade Universitária. Mas agora que já está na Portela, paciência!

É uma beleza ver passar os aviões rente às nossas cabeças, atravessando toda a cidade pelo corredor sul, desde a ponte 25 de Abril, até que um dia, longe vá o agoiro, um se despenhe, por exemplo, em cima do Estádio de Alvalade ou da casa do Dr. Soares, pois, na verdade, por razões que a razão desconhece ainda há quem defenda a solução chamada Portela+1, ou seja, à maneira dos países ricos em soberba, fazer tábua rasa das questões ambientais e de segurança, e, em vez de um, passar a contar com dois aeroportos comerciais em Lisboa.

Mas eis que surge o Mateus, que estando a preparar a solução Ota, por conta do governo, surge a propagandear a solução Alcochete, que outro destacado técnico, o Viegas, que já não trabalha nos estudos por conta do governo, parece que preparou, por conta da CIP, embora não se saiba ao certo se foi por conta da CIP, um pacote de contra soluções à OTA que vai entregar ao PR que, conforme manda a lei da República, não é tido nem achado nestas matérias.

É assim como se as obras que o Duarte Pacheco mandou construir tivessem sido apresentadas ao Craveiro Lopes, para entalar o Salazar, salvo seja, que, na verdade, parece que nunca concordava com nenhuma grande obra pública porque custavam muito dinheiro – para cima de 200 contos – e ele achava que não faziam falta nenhuma ao progresso da Nação. Haja a Deus! Ora o que o Duarte Pacheco parece que fazia era avançar com as expropriações senão mesmo com as obras, propriamente ditas, e depois todos fingiam que não sabiam de nada e lá se ia fazendo alguma coisinha

Mas, na verdade, o que eu agora queria saber é quanto o estado já gastou em estudos acerca do novo aeroporto de Lisboa. Por mim agradecia que publicassem uma lista com o nome e os montantes auferidos pelas entidades e autores individuais dos referidos estudos. E se estão a pensar realizar mais divulguem, por favor, no caso de ser o Estado, os procedimentos adoptados, os montantes envolvidos, os prazos, as entidades consultadas e aquelas às quais foram, finalmente, adjudicados ou, no caso dos estudos serem por conta de entidades privadas, quem os encomendou e quem os paga.

É que paira um grande nevoeiro sobre o aeroporto de Lisboa! Obrigada.
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AFONSO HENRIQUES CAVALEIRO

“Como é evidente, a revolta dos barões portucalenses não foi, de início, comandada por Afonso Henriques. Em 1122 ele era demasiado jovem para tomar uma decisão desse género. Resultou, portanto, de um movimento espontâneo da aristocracia portucalense, sem intervenção do príncipe. Como foi que ele resolveu tomar o seu comando?”

“Não é provável que se tivesse deixado envolver no movimento que, segundo a minha hipotética reconstrução, teria sido comandado por seu aio Ermígio Moniz. Mesmo que tenha sido este o seu aio e que vivesse com ele até aos 11 ou 12 anos, deixou, em 1120, de estar na sua dependência, porque, a partir de então, encontramos muitas vezes a sua subscrição nos documentos de D. Teresa. (…)

Até 1127, não se pode apontar nenhum indício seguro de qualquer conflito entre ele e a “rainha”. A evolução dos seus sentimentos deve ter ficado marcada pela cerimónia de investidura como cavaleiro, em 1125 ou 1126, mas as dúvidas acerca das circunstâncias em que esta se deu impedem-nos de estabelecer uma relação clara entre os factos.”
(…)
“Os autores modernos que adoptam uma interpretação voluntarista do papel do infante, e que lhe atribuem desde o princípio a chefia da revolta, como faz, implicitamente, o autor dos
Anais, tendem, por isso, a colocar neste momento o início do afastamento do infante para com a sua mãe e fazem da cerimónia cavaleiresca um acto de rebeldia.”
(…)
“Se aceitarmos a veracidade da referencia ao lugar, (
Zamora) teremos, logicamente, de admitir que a cerimónia se teria realizado com o acordo de D. Teresa, e, dadas as suas relações com Fernão Peres, também com o seu consentimento. Dir-se-ia que se tratava de assegurar os direitos de D. Afonso à sucessão, quem sabe se para apaziguar a oposição dos barões portucalenses ou para prevenir a concorrência de um eventual filho de Teresa e Fernão Peres aos direitos sucessórios do infante.”
(…)
“Todavia, se esta manobra se destinava também, na mente de D. Teresa e dos Travas, a apaziguar os protestos dos nobres portucalenses, não teve o efeito que desejavam. Em vez de esvaziar a sua oposição, teve o efeito contrário, a julgar pela nova vaga de deserções da corte, nesse mesmo ano de 1125, como já vimos.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”A investidura de Afonso Henriques como cavaleiro”, pgs. 38/39. (10)
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sexta-feira, junho 8

POESIA

Posted by PicasaDane Shitagi USA, b.1972

Poesia uma dança de palavras sem medo
volteando em torno do seu próprio silêncio
ora de oiro ora de prata

Poesia um tempo solitário assumido
no limite do espaço infindável da invenção
ora sonho ora nada

Poesia um caminho que se alarga crente
no tempo luminoso de uma vida irrepetível
ora livre ora escrava

Poesia uma plenitude nunca alcançada
o espaço da verdade dita ao ritmo da palavra
ora escrita ora apagada

Lisboa, 4 de Junho de 2007

[Inaugurando Caderno de Poesia que acolherá, a partir de hoje, a poesia, própria e alheia, que carecia, há muito, de um espaço autónomo no qual pudesse respirar.]
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MAPA DA EUROPA 1899

Posted by PicasaClique na imagem para ampliar

Uma obra-prima: mapa da Europa de 1899.
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ISTO É DO MELHOR MAS COMO TUDO O QUE É BOM ACABA DEPRESSA!

quarta-feira, junho 6

JORNALISMO DE SARJETA

Posted by PicasaSimon Gris

Escutas comprometem António Costa

O jornalismo que nós temos permite que a edição on line do “Sol” apresente um estranho título na notícia acerca do presumível “Serial-killer” de Santa Comba Dão. Será incompetência da redacção ou pura sacanice? O que será?
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DENÚNCIAS ANÓNIMAS

Posted by PicasaSimon Gris

A maior parte das queixas anónimas vão ter como destino o caixote do lixo.

Não sou eu que o digo. É o DN no âmbito de uma notícia em que se anuncia que o
Código de Processo Penal muda este ano”.

Eu disse isso mesmo numa entrevista que veio a público no dia 31 de Janeiro de 2003: A minha postura é que as cartas anónimas são para o caixote do lixo.
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CARMONA ARRANCA PARA O FEIINHO

Posted by PicasaImagem daqui

A cena podia ser uma variante da “aldeia da roupa branca” em ambiente urbano. Carmona engasga-se comovido quando se refere a Fontão, Ruy de Carvalho, qual basbaque, parecia não saber ao que ia, Gabriela Seara ensaia a pose de uma personagem de Fellini, Toy arranca com o hino, género pimba contemporâneo, todos esboçam um movimento de lábios, é a confirmação da encenação do coitadinho. Até onde chegará esta reincarnação do populismo? Ao que tudo indica, pela amostra, vai dar para o feiinho!
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segunda-feira, junho 4

SUFJAN STEVENS

Sufjan Stevens

O melhor vídeo de Maio foi sem dúvida The lakes of Canada de Sufjan Stevens, com muito vento, frio e um banjo. Gravado no telhado do Memorial Hall de Cincinnati a 28 de Maio, insere-se numa série de gravações improvisadas de lablogotheque, na rua, em corredores ou elevadores, porque qualquer sítio é um bom sítio para filmar.

In Auto-retrato
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O PACTO DE TUI

Dou um salto cronológico para assinalar o “Pacto de Tui” assinado no dia 4 de Junho de 1137. Passam hoje, precisamente, 870 anos. Até à assinatura desse pacto Afonso Henriques não desistira de atacar a fronteira norte, ou seja, o território do reino da Galiza.

“…Afonso Henriques aproveitou a rebelião de Garcia de Navarra, como afirmam a História compostelana e a Crónica do Imperador para ocupar pela força os condados de Toroño e de Límia. Este ataque deve ter-se efectuado depois de 1136, quando o Infante fez uma importante doação ao mosteiro galego de Toujos Outos.”
(…)
“Fernão Peres de Trava e Rodrigo Veilaz, conde de Sárria, com outros nobres galegos, procuraram defender os direitos de Afonso VII, opondo-se pelas armas aos portugueses. Os dois exércitos encontraram-se em Cerneja, nas terras de Límia, e travaram uma batalha, tendo Afonso Henriques conseguido capturar Rodrigo Veilaz. Afonso VII estava nessa altura em Palência. Apesar da distância, mais de 300 quilómetros, marchando de dia e de noite, conseguiu chegar a Tui três dias depois e entrava na cidade sem combate.”
(…)
“Sem que haja, pois, notícia de qualquer combate, o facto é que o imperador se encontrou com seu primo (
Afonso Henriques) na cidade de Tui, e aí firmou com ele um pacto de que existe ainda o texto (provavelmente parcial). Foi assinado por Afonso Henriques no dia 4 de Junho de 1137. A evidente submissão que este acto representa é surpreendente, face à anterior vitória de Cerneja. Tem-se procurado explicar a efectiva cedência de Afonso Henriques por ter sido obrigado a acorrer à fronteira sul para defender o território contra uma invasão muçulmana.”
(…)
“Afonso VII devia estar disposto a deixar seu primo tranquilo, contanto que este lhe respeitasse a supremacia, lhe guardasse lealdade e jurasse auxiliá-lo no caso de ser atacado por algum inimigo. (…) Afonso Henriques, por sua vez, pressionado, talvez, por alguma incursão serracena, pode ter assinado o compromisso sem se preocupar demasiado com o seu futuro cumprimento.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, 9.”A homenagem a Afonso VII” – "Nova conjuntura em Leão e Castela”, “O pacto de Tui” e “A opinião dos eruditos”, pgs. 100/103. (9)
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TANGO

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