Dou um salto cronológico para assinalar o “Pacto de Tui” assinado no dia 4 de Junho de 1137. Passam hoje, precisamente, 870 anos. Até à assinatura desse pacto Afonso Henriques não desistira de atacar a fronteira norte, ou seja, o território do reino da Galiza.
“…Afonso Henriques aproveitou a rebelião de Garcia de Navarra, como afirmam a História compostelana e a Crónica do Imperador para ocupar pela força os condados de Toroño e de Límia. Este ataque deve ter-se efectuado depois de 1136, quando o Infante fez uma importante doação ao mosteiro galego de Toujos Outos.”
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“Fernão Peres de Trava e Rodrigo Veilaz, conde de Sárria, com outros nobres galegos, procuraram defender os direitos de Afonso VII, opondo-se pelas armas aos portugueses. Os dois exércitos encontraram-se em Cerneja, nas terras de Límia, e travaram uma batalha, tendo Afonso Henriques conseguido capturar Rodrigo Veilaz. Afonso VII estava nessa altura em Palência. Apesar da distância, mais de 300 quilómetros, marchando de dia e de noite, conseguiu chegar a Tui três dias depois e entrava na cidade sem combate.”
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“Sem que haja, pois, notícia de qualquer combate, o facto é que o imperador se encontrou com seu primo (Afonso Henriques) na cidade de Tui, e aí firmou com ele um pacto de que existe ainda o texto (provavelmente parcial). Foi assinado por Afonso Henriques no dia 4 de Junho de 1137. A evidente submissão que este acto representa é surpreendente, face à anterior vitória de Cerneja. Tem-se procurado explicar a efectiva cedência de Afonso Henriques por ter sido obrigado a acorrer à fronteira sul para defender o território contra uma invasão muçulmana.”
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“Afonso VII devia estar disposto a deixar seu primo tranquilo, contanto que este lhe respeitasse a supremacia, lhe guardasse lealdade e jurasse auxiliá-lo no caso de ser atacado por algum inimigo. (…) Afonso Henriques, por sua vez, pressionado, talvez, por alguma incursão serracena, pode ter assinado o compromisso sem se preocupar demasiado com o seu futuro cumprimento.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, 9.”A homenagem a Afonso VII” – "Nova conjuntura em Leão e Castela”, “O pacto de Tui” e “A opinião dos eruditos”, pgs. 100/103. (9)
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