terça-feira, junho 26

ROLLING STONES

Posted by PicasaImagem daqui

O tempo passa e deixa as suas marcas mas os Rolling Stones surpreendem pela vitalidade que persiste na sua prestação em palco. Acabei de os rever, dezasseis anos depois, e pensei para comigo o que todos nós pensamos: que pena teria sido perder esta oportunidade de os rever. Comovente a evocação de James Brown assim como a mistura de todos os públicos possíveis que, hoje, constitui o seu público. Além do mais uma lição de profissionalismo!
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segunda-feira, junho 25

QUE MARAVILHA! ALÉM DO LIVRO E DAS PALAVRAS - TÃO FAMILIARES - A PASSAR GOSTO MUITO DAS MOLAS DA ROUPA!

POLÍTICOS E CIDADÃOS

Posted by PicasaBart Pogoda

Quando um político se considera atingido na sua honra e dignidade pessoal está, pelos deveres da função, inibido de se defender tal como qualquer cidadão? Dizem alguns que ser insultado faz parte dos “ossos do ofício” de um político que se preze.

Caso acontecesse que os detentores de cargos políticos – eleitos ou não eleitos – abdicassem da defesa da sua honra e dignidade, enquanto cidadãos, estaríamos a admitir que a política é uma actividade destinada a ser exercida por heróis ou por crápulas.

Os primeiros, pelas suas qualidades de excepção, sairiam sempre incólumes de todos os ataques, os segundos, sairiam, igualmente, incólumes, por serem protegidos pelas regras da indignidade de que seriam eles próprios os mentores e os gestores.

Mas como a democracia é um regime de cidadãos que respondem em igualdade, de direitos e deveres, perante a lei, os políticos são, regra geral, cidadãos comuns, embora empossados, pelo voto da comunidade, em funções executivas ou de representação.

Por esse facto não perdem os seus direitos de cidadania e mal seria se abdicassem de os exercer da mesma forma que a comunicação social é livre de criticar a acção dos políticos, mas não pode, impunemente, manipular e mentir, pondo em causa a sua honra e dignidade, enquanto cidadãos.

É bom não esquecer que estão a correr nas instâncias judiciais muitos processos, além deste, mais recente, resultante de uma acção de José Sócrates, e que reportam a acontecimentos anteriores nos quais foram envolvidos diversos dirigentes políticos socialistas! Ou já se esqueceram?

[A propósito desta citação de António Barreto feita pelo Tomas Vasques.]
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domingo, junho 24

BATALHA DE SÃO MAMEDE - UMA EFEMÉRIDE ANTIGA

Posted by PicasaImagem daqui

Há exactamente 879 anos, no dia 24 de Junho de 1128, travou-se a batalha de São Mamede que é tomada como tendo sido o início do reinado de Afonso Henriques. Diz a lenda que, ao primeiro embate, com as forças do conde de Trava, seu padrasto, Afonso Henriques teria fugido. O relato mais conhecido acerca do começo do reinado de Afonso Henriques atribuía a vitória de São Mamede aos nobres e não ao Infante:

É este o relato na versão mais antiga da IV Crónica Breve de Santa Cruz em texto que data do princípio do século XIV:

“A fazenda foi feita, e foi arrincado Afonso Anriques e foi mui maltreito. E el, indo a ua légua de Guimarães, achou-se com Soeiro Meedes Mãos d’Água, que o viinha ajudar em a fazenda, e disse-lhe: “como viides, senhor, assi?” Respondeu Afonso Henriques: “Venho mui mal, ca me arrincou meu padrasto e minha madre, que está na fazenda com ele.” E Soeiro Meedes lhe disse: “Nom fezeste siso, que aa batalha fostes sem mim, mas tornade-vos comigo e prenderemos vosso padrasto e vossa madre co ele”. E el disse: “Deus aguise que seja assi,” E Soeiro Mendes lhe disse: “ vós verêes que assi seerá.” E tornou-se entonces com el a batalha, e venceu-a e prendeu seu padrasto e sua madre.” (Simplifiquei alguma pontuação.)

Eis o relato que concede à lenda o seu lugar na história da batalha de São Mamede e aos nobres o papel decisivo na vitória de Afonso Henriques que, assim, teria ficado na sua dependência.

José Mattoso, de cuja biografia de Afonso Henriques retiro os elementos que aqui vos deixo, remata o capítulo 3 da sua obra, intitulado: “Os primeiros passos de um jovem príncipe”, com as seguintes palavras:

“ (…) Tomando como fundamento a evolução dos sinais de validação usados na chancelaria régia, dir-se-ia que só mais tarde, a partir dos anos 1150-1160, se atribuiria à autoridade do fundador da monarquia o carácter de um carisma pessoal. Estes indícios devem relacionar-se com o papel que os barões portucalenses desempenharam na “revolução” que expulsou os Travas e deu o poder a Afonso Henriques, deixando-o, todavia, dependente da nobreza nortenha até ele se emancipar da sua influência, à medida que foi assumindo um papel cada vez mais decisivo na condução da guerra santa.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”3. Os primeiros passos de um jovem príncipe”, pgs. 47 e 57 (15).
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SEJAM QUAIS FOREM AS RAZÕES E A NATUREZA DOS CRIMES - CONTRA A PENA DE MORTE, SEMPRE!

CAMUS/CHAR - CORRESPONDÊNCIA

Posted by PicasaRené Char

Finalizada a leitura da “Correspondance – 1946-1959”, entre Albert Camus e René Char (e Anexos). Este tipo de literatura é, para muitos, nos quais me incluo, fascinante tanto mais quanto melhor conhecemos a biografia e a obra das personagens em presença o que, no meu caso, acontece com Camus.

Nesta “Correspondência”, além de uma amizade, profunda e sincera, entre dois homens, que atingindo notoriedade pública não perderam a capacidade de viver a vida em pleno, transparece a consonância ideológica e a partilha de causas comuns, tanto no plano da literatura, e da intervenção artística, como no plano político.

Não esqueçamos que ambos foram membros activos da Resistência e que, em circunstâncias que Char descreve num belo texto intitulado “Naissance et jour levant d’une amitié”, de Janeiro de 1965, se tornaram amigos e confidentes desde o Outono de 1946 (ou 47) até à morte de Camus, em 4 de Janeiro de 1960. Esta é uma daquelas amizades que vai além das circunstâncias da vida tornando-se num caso de fidelidade que, além do mais, é consciente e merecedora da própria reflexão de ambos.

Mais alguns dos meus sublinhados de leitura:

Albert Camus a René Char – 29 de Junho 1953

(…) “Je comprends votre fatigue. Je l’éprouve en ce moment. Ou le monde est fou, ou nous le sommes. Lequel est supportable? Finalement, l’âme est recuite, on vit contre un mur. Mais il faut durer, vous le savez comme moi. Durer seulement, et un jour peut-être … (…)»

René Char a Albert Camus – 13 de Julho de 1953

“On ne se trempe pas deux fois dans la même forêt …Oui peut-être, mais on ne l’apprend que plus tard. Je ne vous envoie pas «une carte postale» mais ma pensée très affectueuse qui peut vous venir de partout où je me trouve.»

E em 20 de Outubro de 1953

(…) “Je me suis souvent entendu demander par des gens au sentiment incrédule: Comment commencer une amitié? Par le vide qui la précède?
«Dans une mains où je me lis et dans un cœur où je me sens», etc. (…)
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MÚSICAS DE ITÁLIA

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sexta-feira, junho 22

CHAR/CAMUS - CORRESPONDÊNCIA

Posted by PicasaRené Char

René Char à Albert Camus (6 de Maio 53):

(…) Vous êtes un des rares hommes, Albert, que j’aime et que j’admire d’instinct et de connaissances à la fois (les deux si souvent se détruisent), ces hommes que le temps, le souci, l’espoir, la fatigue puis l’allégresse de vivre font grandir chaque jour dans notre cœur dont ils occupent et dessinent le sommet que la nature ne nous a point donné et qui n’est dû qu’à nous et à cet infime nombres de frères que nous chérissons et qui nous éclairent à tout moment là-haut.» (…)

Albert Camus à René Char (13 de Maio 53):

(…) C’est une bonne, une grande chose, que de pouvoir vous lire en ce moment, spécialement, et, en tout temps, je pourrai revenir vers votre poésie, la seul avec laquelle je vive, depuis des années maintenant.» (…) Tant que je n’aurais pas trouvé un ordre acceptable, ma vie continuera d’être une exténuante tension. Par bonheur ma santé est bonne – et j’ai mon travail, où je peux rire et pleurer à mon aise.» (…)
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POLÓNIA NA UE - PARA LEMBRAR QUE A 2ª GRANDE GUERRA AINDA NÃO ACABOU! A ALEMANHA ESTICA A CORDA! PARECE QUE FOI SALVO O ESSENCIAL E A CORDA NÃO QUEBROU! CONFIRMA-SE O ACORDO.

NO PROMISES

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SERÁ VERDADE? SERÁ MENTIRA? INFORMAÇÃO? PROPAGANDA? É O VERÃO!
ANTÓNIO COSTA PARECE PODER CHEGAR LÁ!

quinta-feira, junho 21

SILÊNCIO, A OBRA VAI COMEÇAR!

Posted by PicasaBart Pogoda

Sempre que perguntarem ao povo português se prefere a obra ou a discussão acerca dela obterão, por regra, como resposta a discussão. Depois da obra realizada, se perguntarem ao povo português, se acha bem que se tenha realizado a obra obterão, em regra, como resposta que sim. Caso a obra tenha sido adiada, se perguntarem ao povo português, se acha bem o adiamento obterão, em regra, como resposta que sim. O problema do povo português não é ter opinião acerca de tudo, e do seu contrário, é o trabalho que dá decidir e mais do que decidir começar, e mais do que começar levar a obra até ao fim.
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Os primeiros passos de um jovem príncipe

Na Batalha de São Mamede [24 de Junho de 1128], Afonso Henriques apoderou-se da herança de D. Teresa pela força. Segundo os Anais, prendeu os seus adversários, isto é, o conde Fernão Peres de Trava e os seus colaboradores; a tradição popular diz que prendeu também sua mãe, mas sabemos, por documentos autênticos, que pouco depois estavam ambos livres na Galiza. (…) Tinha então 19 anos. Podia tomar decisões pessoais. Mas os senhores que o apoiaram eram muito mais velhos, e governavam há muito tempo importantes territórios; entre eles estava, sem dúvida, o seu aio; sem o seu auxílio, Afonso não teria poder algum. Onde estava a verdadeira autoridade? Nas suas mãos ou nas dos nobres que com ele combatiam?
(…)
O papel da nobreza na Batalha de S. Mamede foi representado de forma simbólica no relato “popular” que dela fez a
Crónica Galego-Portuguesa (…) D. Afonso Henriques, derrotado logo no primeiro embate com Fernão Peres de Trava, foge do campo de batalha. Mas surge Soeiro Mendes. Censura-o pela fuga, como se fosse um adolescente, fá-lo regressar ao combate, e ajuda-o a vencê-lo. O significado social deste episódio é evidente: o fundador da nacionalidade devia o seu poder aos nobres.
(…)
Depois de expulsar o conde de Trava e os seus homens, Afonso Henriques concedeu, decerto, algumas benesses aos seus colaboradores, mas estas, se existiram, deixaram poucos vestígios na documentação até hoje preservada. Com efeito, os primeiros diplomas por ele emitidos não favorecem a nobreza mas a Igreja. Destinam-se, em primeiro lugar, a pobres eremitas e a um mosteiro quase desconhecido nas terras de Neiva e Barcelos. Dir-se-ia que o Infante pretende, antes de mais, obter a protecção divina por meio dos privilégios concedidos aos monges mais austeros.
(…)
Assim os primeiros anos do governo afonsino decorrem sob a dupla tutela dos ricos-homens nortenhos que asseguraram a vitória de São Mamede, e do clero que obedecia ao arcebispo de Braga.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”3. Os primeiros passos de um jovem príncipe”,”A relação com a nobreza”, “A relação com o clero”, pgs. 47/49 (14).
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quarta-feira, junho 20

SERÁ PEDIR MUITO À COMUNICAÇÃO SOCIAL QUE EVITE, PELO MENOS ATÉ AO DIA 15 DE JULHO, UTILIZAR A FRASE "O ARGUIDO ANTÓNIO COSTA"?

RESULTADOS E MIRAGENS


(…)
O governo abriu caminho em áreas politicamente muito difíceis; ao mesmo tempo, reduziu o défice, embora não fosse ainda capaz de levar ao termo a alteração indispensável do processo orçamental. Começa agora a ser acusado de não ter conseguido, em matérias como a produtividade, a educação ou a formação profissional, corrigir em dois anos os resultados de erros acumulados em 20 ou 30, mesmo tendo feito mais para os corrigir do que todos os que o antecederam. Isso pode ser atribuído à inevitável luta política em democracia. O que verdadeiramente preocupa é a falta de alternativas coerentes que não se reduzam a esquecer o défice ou a contorná-lo mediante aumentos da dívida pública que mais não fariam do que voltar a agravar a situação.

Acontece que, no actual enquadramento, esse agravamento seria muito rápido. Primeiro porque o nível de endividamento, público e privado, é já muito – demasiado – alto. Depois porque, dentro da UE e fora dela, abundam as oportunidades de investimento em países competitivos e desejosos de se afirmar. O almejado objectivo de convergência com a Europa não se alcança com aumentos do défice orçamental ou da dívida pública, nem com o estímulo a investimentos assentes no endividamento e no mercado interno sustentado pelo sector público. O caminho para a retoma do mercado interno tem de passar pelo investimento virado para o exterior, que aumente simultaneamente o emprego e a produtividade, únicas bases sustentáveis de crescimento económico. Essa é a trajectória que a economia tem vindo a seguir e que deverá acelerar num enquadramento europeu mais favorável. Abdicar dela em troca de "resultados" a curto prazo apenas levaria à perda de credibilidade e à incapacidade de atrair as competências e o investimento – nacionais ou estrangeiros – indispensáveis para alcançarmos resultados reais em vez de simples miragens. Como Einstein lembrava, não podemos resolver problemas usando os mesmos métodos que nos levaram a criá-los.
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FUTEBOL

Posted by PicasaA Defesa de Faro
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Uma multidão no estádio, em nossa casa, parece-nos sempre pequena. Amigável. Conhecemos muitos rostos. Mesmo as vozes nos são familiares. Os ditos, as recriminações, “seu isto, seu aquilo …”. Uma multidão que incentiva os ídolos de um tempo que é o nosso é como se fosse alguém da nossa família.Os momentos de glória exigem uma multidão que aclame os heróis. Vista de longe a multidão é anónima. Uma massa de gente que grita, aclama, protesta e gesticula. Vista de perto é um mundo de paixões e afectos que se partilham com fervor.As claques podem ser uma degenerescência das multidões que aplaudem por puro prazer apoiando os seus à vitória. O tumulto pode substituir a festa. Mas a essência do futebol é a festa. A partilha do prazer entre pobres, remediados e ricos; homens e mulheres; crianças, jovens e velhos, misturados na turba que ferve na crença na vitória que, tantas vezes, se transforma na melancolia da derrota.A multidão que se manifesta mostra a alma de um povo que aspira a libertar-se das rotinas do trabalho e das agruras da vida. A história das multidões, para o bem e para o mal, é uma parte da própria história das nações, cidades, associações e famílias. O futebol é o sol que ilumina a vida da maioria nas comunidades.

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[Um texto que escrevi a propósito de uma colecção de fotografias mostrando espectadores dos jogos do Farense, no Estádio de S. Luís, em Faro, no qual, enquanto criança, aprendi a gostar de futebol.]
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terça-feira, junho 19

EDUCAÇÃO - AVANÇOS ESTRUTURANTES

Posted by PicasaBart Pogoda

Já escrevi sobre o tema do ensino profissional diversas vezes na sequência de uma experiência de trabalho que, anos atrás, me conduziu até às questões da educação.

Ontem encontrei, por caso, um Director Regional que é meu amigo de infância com o qual troquei dois dedos de conversa da qual resultaram algumas impressões interessantes.

Neste momento está em desenvolvimento, pela primeira vez, desde há muitos anos, uma parceria estratégica entre os Ministério da Educação e do Trabalho no sentido de potenciar o desenvolvimento das ofertas de ensino profissional (no sentido lato) em Portugal.

Parece uma evolução normal, sem nenhuma relevância especial, mas não é disso que se trata: é uma mudança de fundo que permitirá levar a cabo um efectivo combate ao insucesso e abandono escolar precoce que, em Portugal, é uma verdadeira calamidade.

Esse meu amigo, que conhece do que fala, afirma que, finalmente, começa a ser notória uma mudança da imagem social das vias profissionalizantes havendo casos em que muitos pais, de forma consciente, assumem a sua defesa o que seria impensável acontecer alguns anos atrás.

O esforço que está a ser desenvolvido pelo governo na criação de condições para aumentar a oferta, e tornar atraente, o ensino profissional terá como resultado um aumento substancial do número absoluto de alunos que frequentam a escola e o peso relativo daqueles que frequentam as vias profissionalizantes.

É bem possível que, até ao final de 2010, Portugal possa alcançar a meta que foi definida pela Estratégia de Lisboa, que refiro num artigo publicado no já longínquo ano de 2004, ou seja, que 50% dos alunos do ensino secundário (ou do conjunto do 3º ciclo do ensino básico+secundário) frequentem vias profissionalizantes.

Se tal objectivo vier a ser alcançado, como parece ser possível, tratar-se-á de uma extraordinária vitória não só do governo como de todos os participantes activos do sistema educativo envolvidos neste complexo e ambicioso projecto. Este é um verdadeiro desígnio nacional ao qual merece ser dada toda a atenção.
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ENOJAMENTO

Camões não tem culpa. Esta foi uma autêntica interferência do poder político na programação da estação pública de televisão. Um acto próprio do despotismo iluminado. Os defensores da liberdade de informação engoliram, vergonhosamente, este atentado à independência da RTP. Eu não vi nada, nem no original, nem na réplica. Desculpem a sinceridade mas, desde há uns anos para cá, enoja-me aquela cerimónia das condecorações.
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