terça-feira, março 16

Associações/associativismo

Pelo que entendi das notícias, que não conheço os documentos que as suportam, o PSD quer legislar no sentido de exigir aos cidadãos candidatos a cargos politicos ou, suponho, de alta direção de entidades da administração pública uma declaração de pertença a entidades associativas nas quais se encontrem filiados. O plural não é inocente pois em estudo recente, no qual participei, cada português encontra-se filiados em média pelo menos em duas associações. A inicitiva de legislar neste sentido carrega em si mesma o ónus de lançar a suspeita sobre a honorabilidade dos cidadãos que livremente decidem associar-se para prosseguir fins, consagrados em estatutos próprios, que só a eles dizem respeito. Qualquer cidadão que mantém um vinculo com uma associação não terá rebuço em assumir essa filiação mas deve ser livre de o fazer em fidelidade com a própria liberdade de associação. Ao que venho é para dizer que a obrigatoridade de declarar filiação associativa para exercer cargos politicos, ou de direção na administração, estabeleceria uma norma constrangedora da liberdade de associação, tendencialmente anti associativa. Terão os autores da ideia a noção de que a democracia liberal fundada em partidos é herdeira do associativismo livre nascido na sua forma moderna na revolução industrial? Que os partidos são associações de cidadãos livres que se autoflagelam ao impôr aos seus filiados declarações de pertença que se dispensam a si próprios para o exercício das direções partidárias.

quinta-feira, março 11

Marcelo - II mandato

Passou um dia sobre a tomada de posse de Marcelo, já parece imenso tempo de tal forma que ia começar a escrever uma frase como se estivesse atrasado no comentário ao reinício de funções do PR. Não é uma rotina, muito menos obrigação,não sou comentador político, simplesmente cidadadão, com acesso à palavra, como na verdade sempre aconteceu, sob diversas formas, desde a adolescência. Marcelo além do mais é um personagem fascinante, diria uma personalidade de rasgos surpreendentes, de sensibilidade autoalimentada pela necessidade de estar presente, de exuberância racional excessiva, uma surpresa para muitos de nós que somos herdeiros do binário tendencialmente simplista da contraposição direit/esquerda. Em 2016 não votei Marcelo, mas depressa percebi (e escrevi)que havia sido eleito um presidente diferente (nem falo em Cavaco), mais atento às necessidades do nosso tempo, quando o povo tende a descrer da democracia, exigindo alento para além de promessas de melhores tempos e carece da segurança improvável trazida por uma palavra afetuosa ou um inesperado abraço. Coisas do imaterial. Desta vez levou o meu voto e logo na noite eleitoral percebi que o mereceu e mais ainda com o discurso de posse. Ele há coisas na politica como na vida que trancendem o que julgavamos como adquiridos imutáveis mudando o sentido dos nossos gest sem mudar a essência das nossas convições.

terça-feira, março 2

No alivio dos efeitos da pandemia

Ao mesmo tempo que os efeitos da pandemias dão sinais claros de abrandamento volta a abrir-se um pouco mais o debate politico. Por estes dias a vacinação comanda a politica. Se na entrada para o verão o desconfinamento inevitável for seguro e robusto a economia recupera em v, o segundo semestre será de forte retoma e a direita politica ficará dividida e apeada até ao final da legislatura. Depois se verá...