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quarta-feira, fevereiro 10

O TEMPO E O MODO
























A Fundação Mário Soares, pela sua acção, tem prestado um inestimável contributo para o conhecimento e divulgação da história contemporânea portuguesa. Veja-se a divulgação online da revista O Tempo e o Modo. Clique em Revistas de Ideias e Cultura. [A partir do Almanaque Republicano.]
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terça-feira, janeiro 19

UM CÃO CHAMADO BENFICA


Já não vejo pelas ruas cães vadios como no outro tempo em que fazia a pé o caminho de casa até à escola. Vejo cães de companhia, pela trela, presos na perna da mesa da esplanada enquanto os seus donos tomam café. Ladram e assustam as crianças nas entradas dos estabelecimentos. Os cães vadios devem ter sido exterminados ou vejo-os com olhos diferentes de quando era criança. Numa das poucas fotografias na qual pouso, na época da minha adolescência, vejo-me acompanhado por um cão lá de casa que se chamava Benfica. Reconheço a roupa que me cobria o corpo magro. Faz, quase sempre, calor pelas terras do sul. E o Benfica, indiferente, acompanha-me mal sabendo que aquela é uma das poucas roupas daquele tempo do nada acontecer. Um dia os meus pais esqueceram-se, não sei a razão, do Benfica para os lados dos campos de meus avós maternos. Contaram-me que uns dias depois voltaram ao local e lá estava o Benfica, resistente, na paciente espera. Sempre me quis parecer que ficaram roídos de dores na consciência e que foram na busca do acaso ao reencontro. E tudo correu pelo melhor para felicidade de todos e, em particular, do Benfica. Um dia o Benfica morreu mas não me lembro os detalhes. Devem ter-me escondido o infausto evento ou fui eu que me escondi dele. Mas para mim o Benfica, mesmo perdendo-se na ganância de ganhar, nunca morre.

[Também aqui]
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segunda-feira, dezembro 21

COPENHAGA - UMA SÍNTESE DA DESILUSÃO



Desilusão e falhanço são certamente as palavras mais usadas: um acordo climático não vinculativo foi o máximo que a cimeira de Copenhaga conseguiu depois de 13 dias de negociações e de uma maratona final de 24 horas.
Sobre o tema “aquecimento global”, balanço entre as desconfianças daqueles que duvidam da cientificidade do drama – a que o “climategate” acabou por dar um bocado substancial de razão – e as evidências que nos rodeiam com a decorrente necessidade de “fazer qualquer coisa”.
Parece, no entanto, que os senhores que estiveram em Copenhaga não tinham duvidas: o “aquecimento global”, para eles, é grave e perigoso.
A ser como dizem que é, continua a ameaçar o planeta e o futuro dos nossos filhos. É óbvio, portanto, que aqueles pais que estiveram a debater na Dinamarca nem com os próprios filhos se preocupam.
Vão preocupar-se com “os outros”?
Podemos confiar em gente assim?
Não. Nem pensar nisso. Mas são eles que governam o Mundo. E na maioria dos casos fomos nós que os elegemos.
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A DERROTA DE COPENHAGA
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quarta-feira, dezembro 16

EU CONHEÇO UM PAÍS ...


Daqui


Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.

Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.

Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.

Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.

Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.

Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para toda a EU.

Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.

Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.

Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.

Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.

Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.

Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.

Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pelo Mundo.

O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive... PORTUGAL.

Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.

Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.

Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo).

É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... do que se atrasou em relação à média UE...etc.

Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso.

É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.
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domingo, dezembro 13

CALIGRAFIA DE TRAÇOS E PALAVRAS

Não há termos. Certezas tão
pouco. Linhas bem definidas
que esfumo    interiormente.
Prefiro as minhas.Inventadas
ao sabor do tempo. Fora das
possibilidades e de  todas as
probabilidades.

Incongruentes.Mas com o sal
do mar e das lágrimas.  Mais
puras. Sobreviventes.Cientes
de que a vida  se constrói em
cada margem.   No parapeito
da ponte. Rente ao silêncio e
a todos os gestos.

Militante de incertezas vagueio entre mar e terra apurando sentido
no infinito - meu eterno ponto de fuga.

Setembro 2009

Maria Helena Faria Monteiro


A Helena enviou-me, de oferta, o livro “Caligrafia de Traços e Palavras”, com dedicatória, que espero, em breve, retribuir. É composto de Palavras, Escritos, Anoitecidos, Diurnos, Contos e Poesia, Aguarelas, Desenhos... Acabei de o ler e o mais que digo: obrigada, é lindo.


domingo, dezembro 6

CASA DO PÁTEO - UMA VISITA

Ontem por entre o verde dos campos do Alentejo a caminho da nova casa do António Pais e da Carmo, ali perto do Vimieiro, uma peça de arquitectura e design, pensei nos amigos, companheiros e camaradas (como se dizia, e diz?) que, noutros tempos, calcorrearam os mesmos caminhos na perseguição de um sonho irrealizável. Hoje este caminho real, com sonhos dentro, faz-se em cerca de uma hora, tão longe e tão perto, como se o Alentejo profundo, tão diferente, fosse um arredor de Lisboa. E todos os reencontros e conhecimentos são possíveis, gerações, filhos e netos, amigos e conhecidos, desde que nos reste o prazer do reencontro. Por entre as dificuldades do quotidiano, que sempre as houve, mesmo as despedidas me soam a promessas de novas aventuras crentes no futuro.