Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, outubro 11
domingo, outubro 10
Ferreira Gullar - em alguma parte alguma
Em algum lugar
esplende uma corola
de cor vermelho-queimado
metálica
não está em nenhum jardim
em nenhum jarro
da sala
ou na janela
não cheira
não atrai
não murchará
apenas fulge
em alguma parte alguma
da vida
Numa viagem de trabalho a Porto Alegre, da qual regressei hoje mesmo, entrei numa livraria e encontrei o novo livro de Ferreira Gullar: em alguma parte alguma. O poema que transcrevo intitula-se Uma corola e o seu penúltimo verso dá o título ao livro.
sexta-feira, outubro 8
quinta-feira, outubro 7
segunda-feira, outubro 4
domingo, outubro 3
BRASIL
Hoje é dia de eleições no Brasil nas quais o voto é obrigatório e electrónico. Devo dizer que concordo. Um grande país democrático, uma potência emergente que se afirmou após dois mandatos de Lula que assumiu, de forma corajosa, que é possível governar em favor dos pobres sem alimentar o desprezo dos ricos. Lula que recusou uma emenda à Constituição que lhe permitiria voltar a candidatar-se. O Expresso - versão digital - no dia das eleições no Brasil mantém, desde há mais de 24 horas, em manchete declarações de Jerónimo de Sousa...
.Apuramento do resultado.
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sábado, outubro 2
sexta-feira, outubro 1
quinta-feira, setembro 30
quarta-feira, setembro 29
Bonnie & Clyde
Morreu Arthur Penn, realizador de Bonnie & Clyde, um filme da minha vida. Um dia, com um grupo de amigos, fui ver um filme que acabara de estrear, talvez no Cinema Condes, ali para os Restauradores. Sem saber ao que ia, pois iamos simplesmente ao cinema ou talvez sabendo pois do grupo fazia parte o Félix Ribeiro (ilustre amigo e filho do fundador, e director, da Cinemateca pelos idos dos anos 60), ao longo daquela tarde deixei-me surpreender. Bonnie & Clyde é um filme que não sei criticar, pois não sou crítico de cinema, mas que me marcou para toda a vida. O seu autor morreu hoje mas não morreu a marca que a sua obra deixou em mim. Salvé!
.Ler aqui e também aqui
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terça-feira, setembro 28
segunda-feira, setembro 27
domingo, setembro 26
sábado, setembro 25
sexta-feira, setembro 24
MARIA JOÃO PIRES
Leve, levitava
num som interior
quase etérea dessacralizada
num mundo outro, sem penumbras.
Os lábios - sábios domadores do compasso -
antecediam promessas
visualizavam harmonias
e, sob as mãos de Pierre Boulez,
sem batuta,
organizavam-se sons, que escorriam,
impetuosos puros vibrantes
das cúpulas e colunas
do Mosteiro dos Jerónimos.
Ao fundo, desfocado em bruma
- como D. Sebastião -
Camões pensou
que os dedos daquelas mãos,
femininas e rudes,
tinham dobrado o Bojador.
Depois, adormeceu e pacificou.
Maria F. Monteiro
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quinta-feira, setembro 23
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