Por mero acaso estou a ler “Escritos Sobre Uma Vida Ética”, de Peter Singer , em coincidência com o anúncio público da passagem de Jorge Coelho do mundo da política para o mundo empresarial.
Não faço juízos de intenção acerca das opções pessoais e profissionais seja de quem for. Jorge Coelho é livre, mesmo considerando a sua notoriedade como homem político, de dar à sua vida profissional o destino que lhe aprouver.
No entanto a minha observação benévola desse facto que a comunicação antecipa, almofadando a opinião pública, é estilhaçada pela leitura do livro de Singer, destinado a iniciados, do qual se pode ler aqui uma critica elucidativa.
A notícia referente à anunciada passagem de Jorge Coelho, de armas e bagagens, para o mundo empresarial, suscitou-me a reprodução deste excerto :
“Persistem ainda algumas dúvidas pessoais sobre a ética. Supomos que viver eticamente será uma tarefa difícil, desconfortável, de abnegação e, geralmente, sem qualquer recompensa. Concebemos a ética separada do interesse pessoal; supomos que aqueles que fazem fortunas com negócios baseados em informação privilegiada ignoram a ética, embora sigam eficazmente o interesse pessoal (desde que não sejam apanhados). Fazemos exactamente o mesmo quando preferimos um emprego mais bem pago, ainda que tal signifique que vamos ajudar a fabricar ou a promover um produto que não faz bem nenhum ou que provoca doenças nas pessoas. Por outro lado, pensa-se que aqueles que deixam escapar as oportunidades de progredir na sua carreira por causa de “escrúpulos” éticos acerca da natureza do trabalho, ou que desistem do seu bem-estar a favor de boas causas, estão a sacrificar os seus próprios interesses para obedecer aos ditames da ética. Pior ainda, podemos vê-los como papalvos, que deixam escapar todo o divertimento que podiam estar a ter, enquanto os outros tiram partido da sua vã generosidade.”
Confesso-me, humildemente, um papalvo militante … vale a pena ler este livro.
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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, abril 3
quarta-feira, abril 2
La sociedad virtual
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É interessante como Fidel Castro responde com a “Carta ao VII Congresso da UNEAC” a manifestações de liberdade de expressão do pensamento, postas a circular pela internet, como o post La sociedad virtual . Fidel fala de um novo mundo que ele sabe que já não se compadece com o regime político cubano e o modelo de sociedade que ele próprio criou. O progresso das comunicações, e a tímida abertura à sua utilização generalizada em Cuba, traz consigo a morte política do regime. [A notícia divulgada em Portugal].
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VERDADES QUE PARECEM MENTIRAS
Por entre o ruído das mentiras do 1º de Abril passou despercebida uma notícia importante que, no entanto, até pouco tempo atrás, para meu espanto, só o Correio da Manhã deu à estampa:
ainda se lembram da posição dos polacos face ao Tratado de Lisboa?
ainda se lembram da posição dos polacos face ao Tratado de Lisboa?
terça-feira, abril 1
segunda-feira, março 31
O DESTINO MARCA A HORA NO PSD
Pacheco Pereira, discordâncias político-ideológicas à parte, pega o touro pelos cornos. Toda a gente sabe que o que ele pensa tem toda a acuidade política. Mais difícil é dizê-lo. Não se trata de uma questão doméstica do género zanga entre comadres. Toda a gente sabe que a liderança actual do PSD não é credível nem levada a sério por ninguém nem, porventura, por alguns dos próprios protagonistas da dita. Resta saber se alguém se “chega à frente”, se não é demasiada tarde, se há golpe de asa para gerar uma expectativa positiva, ou seja, capacidade para afirmar uma alternativa política credível à maioria socialista. Estou certo que seria vantajoso para todos, governo socialista incluído, que fosse possível o surgimento dessa alternativa. Receio que Pacheco Pereira seja visto como um franco-atirador desesperado. Mas mesmo que seja esse o caso, honra lhe seja feita!
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Todos felizes
hyeyoung kim
Correia de Campos, como sempre, claro e incisivo, acerca da descida do IVA.
O país mereceu bem este pequeno prémio. Se a economia melhorar lá fora, sobretudo se ganharmos competitividade, investirmos um pouco mais, controlarmos o consumo, cortarmos no desperdício e olharmos menos para o umbigo, os próximos prémios virão naturalmente. O que não podemos fazer agora será perder a agenda, ou trocá-la pela dos outros. A baixa do magro ponto percentual tem que ser escrutinada até ao âmago, para controlar infecções oportunísticas; a gestão da coisa pública tem que se lembrar que foram sacrificados 500 milhões de euros de receita; os investidores têm que sair mais das covas, sem o guarda-chuva do estado; o cidadão lamuriento e manhoso tem que saber usar a argúcia e a energia do queixume para ajudar mais o colectivo; os media têm que iniciar um pequeno ciclo de recuperação da auto-estima e em certos casos mesmo, da objectividade e independência perdidas.
Correia de Campos, como sempre, claro e incisivo, acerca da descida do IVA.
O país mereceu bem este pequeno prémio. Se a economia melhorar lá fora, sobretudo se ganharmos competitividade, investirmos um pouco mais, controlarmos o consumo, cortarmos no desperdício e olharmos menos para o umbigo, os próximos prémios virão naturalmente. O que não podemos fazer agora será perder a agenda, ou trocá-la pela dos outros. A baixa do magro ponto percentual tem que ser escrutinada até ao âmago, para controlar infecções oportunísticas; a gestão da coisa pública tem que se lembrar que foram sacrificados 500 milhões de euros de receita; os investidores têm que sair mais das covas, sem o guarda-chuva do estado; o cidadão lamuriento e manhoso tem que saber usar a argúcia e a energia do queixume para ajudar mais o colectivo; os media têm que iniciar um pequeno ciclo de recuperação da auto-estima e em certos casos mesmo, da objectividade e independência perdidas.
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Dirão alguns que, a ano e meio de distância, estou a incutir nos portugueses a indispensável renovação do mandato do actual governo. Claro que sim. Mas digam-me qual a melhor alternativa? Para retomar o jargão económico, o custo de oportunidade de mudar de orientação política, dada a fragilidade do tecido, só conduziria a rasgões maiores, exigindo remendos mais caros e de eficácia e beleza não garantidas.
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JAIME ALBERTO GAMA JARDIM
Estive um par de horas afastado das notícias que emergem das centrais de comunicação de todos os centros de interesse. Em boa verdade, para ser sincero, não dou grande importância à maior parte das notícias. Sei que alimentam uma indústria e servem interesses particulares, nascem e morrem, a maior parte delas, sem deixar rasto. Mesmo colocando-me na posição dos políticos e dos gestores no activo, que gerem recursos e expectativas relevantes, compreendo cada vez melhor aquela frase célebre de Cavaco que, um dia, quando exercia o papel de primeiro-ministro, disse que não lia jornais e de outra vez – ou na mesma – desapareceu de cena fazendo notícia o facto de ter dito que se havia retirado para o “pulo do lobo”. O mundo seria muito melhor com menos notícias e menos opinião publicada, seja por via oficial, oficiosa ou comentada. Vem este arrazoado a propósito da discursata de Jaime Gama - a segunda figura do estado! – colocando Alberto João Jardim no pedestal de um insigne homem de estado. Sorrio. Segue-se, em breve, a visita à Madeira da primeira figura do estado. Todos somos livres de dizer o que nos interessa e, no caso de Gama, as suas palavras não foram, certamente, um improviso de momento. Apesar de também não ter gostado do que ouvi as palavras de Gama não se devem incluir no rol das palavras excessivas. O discurso de Gama só pode significar o armistício entre o governo da república e o governo regional da madeira. Deve estar para breve assinatura do tratado de paz. Fica por saber quem paga a conta. Somos nós!
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domingo, março 30
RELÂMPAGO - Nº 21
Comprei ontem, finalmente, a Revista Relâmpago nº 21 dedicada a Jorge de Sena. Já deu para ler alguns trabalhos nela insertos. Este é, sem dúvida, um importante contributo para o conhecimento da figura e da obra de Sena quando se aproxima o 30º aniversário da sua morte. Em breve publicarei os meus sublinhados de leitura no Caderno de Poesia.
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sábado, março 29
MARI LUZ
Fotografia daqui
'ESCÁNDALO JUDICIAL EN EL CASO MARI LUZ'
La Fiscalía destapa graves errores judiciales
'ESCÁNDALO JUDICIAL EN EL CASO MARI LUZ'
La Fiscalía destapa graves errores judiciales
Quase não se fala deste assunto em Portugal. É claro que com os males dos outros podemos nós bem. Mas este caso tem todos os ingredientes para fazer o delírio dos talóides: pedofilia, desaparecimento de criança, subsquente campanha para a sua descoberta, presumível crime de abuso sexual, descoberta do cadáver, funeral, investigação policial fulminante com descoberta do presumível criminoso (à consideração superior!), tentativa de linchamento à porta do tribunal … declaração pública do pai da vítima, antes da audição do presumível criminoso, que devia ser, pela sua dignidade e grandeza, integrada nas disciplinas de educação cívica … cito de cor “não desejo para o criminoso que sofra o que sofri …”
O assunto já era apetecível e pungente mas… eis, senão quando, é descoberto que o presumível criminoso devia estar preso à data do crime, por crimes anteriores, da mesma natureza, cometidos contra a sua própria filha … e a ordem de prisão – na sequência da sentença de condenação - não terá sido cumprida … devido a um conjunto de erros judiciais grosseiros …
Colocando-me na posição do director de um tablóide português, em queda de vendas, e quase todos os órgãos de comunicação são tablóides em queda de vendas, pergunto: o que é que Espanha tem que nos falte a nós? Não é justo!
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A GUERRA DO IRAQUE
José Pacheco Pereira, Público (só para assinantes)
O tema tem sido abordado, vezes sem conta, em todo o mundo. Como provam os acontecimentos dos nossos dias, cinco anos depois do início da “guerra do Iraque”, estamos na presença de uma guerra civil.
Parece da mais elementar lógica, mesmo para os leigos em política internacional, que a guerra iria acabar assim quanto mais se aproximasse o dia da retirada das tropas ocupantes. O Iraque é um troféu cobiçado pela sua riqueza em hidrocarbonetos – vulgo petróleo – escrevo sobre um tema banal: a guerra, o domínio das matérias-primas e das rotas, a subjugação dos povos e as suas revoltas, o papel das religiões e das alianças político-militares mundiais, regionais e locais.
Tenho como certo que Bush e Blair sabiam, mais do que qualquer um de nós, tudo acerca do Iraque e das razões da guerra que iriam declarar. As grandes potências não desencadeiam guerras sem razões estratégicas, estudo dos inimigos, avaliação das forças, impacto nas opiniões públicas, basta conhecer um pouco da história das guerras passadas.
Tinham andado pelo Iraque muitas missões - das Nações Unidas e dos serviços secretos que não dormem – escreveram-se muitos relatórios - conhecidos e por conhecer - e esgrimiram-se muitos argumentos acerca da natureza do regime de Saddam que, aliás, foi uma criação daqueles que o destruiram.
Para mim que sou leigo na matéria, nem simpatizo com quaisquer dos contendores, se me dão licença, só não entendo – nunca entendi – o afã dos Pachecos Pereiras deste mundo em defender a política dos senhores Blair e Bush, em particular, aquela decisão de fazer a guerra do Iraque em detrimento da diplomacia.
A ditadura de Saddam? As ligações deste a Bin Laden? As armas de destruição maciça? Com excepção da ditadura está mais que provado que era tudo mentira. E quanto a ditaduras só não interessam às grandes potências as que se recusam a fazer-lhes o jogo. Vamos a ver quando a China se constipar!
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sexta-feira, março 28
BARÓMETRO
(Clique na imagem para aumentar)
As sondagens valem o que valem mas este barómetro político de Março é bastante curioso. Então não é que o PS recupera?
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quinta-feira, março 27
EDUCAÇÃO:INGLATERRA
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Ler “Sociedade mais permissiva do que a escola” texto ao qual cheguei através de “Devo viver numa realidade paralela”.
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O dia em que Sócrates deu uma lição de humildade
Gaylen Morgan
Como é interessante, e dramático, verificar a desvalorização mediática de acontecimentos importantes submersos por episódios menores explorados até à náusea. Vide o artigo de Manuel Serrão, publicado no JN, via PS Lumiar, [também no Ir ao Fundo e Voltar] a propósito da apresentação pública do Contributo para um Plano Estratégico para a Indústria Têxtil e de Vestuário Portuguesa.
Como nunca fui do PS, nem sequer sou socialista, estou mais à vontade para vos dizer que o discurso do Primeiro-Ministro foi vibrante, justo e de uma humildade que impressionou quem está habituado a vê-lo vendido pela Comunicação Social com uma postura arrogante. Já depois do ministro da Economia ter exemplificado com números e dados concretos o "turn over" das indústrias tradicionais portuguesas, mormente o têxtil, vestuário e o calçado, José Sócrates não teve pejo em afirmar que a principal razão que o tinha levado a Famalicão, era a vontade de agradecer aos industriais presentes a contribuição que o sector tinha dado para o fortalecimento e a recuperação da economia portuguesa em 2007.
Como é interessante, e dramático, verificar a desvalorização mediática de acontecimentos importantes submersos por episódios menores explorados até à náusea. Vide o artigo de Manuel Serrão, publicado no JN, via PS Lumiar, [também no Ir ao Fundo e Voltar] a propósito da apresentação pública do Contributo para um Plano Estratégico para a Indústria Têxtil e de Vestuário Portuguesa.
Como nunca fui do PS, nem sequer sou socialista, estou mais à vontade para vos dizer que o discurso do Primeiro-Ministro foi vibrante, justo e de uma humildade que impressionou quem está habituado a vê-lo vendido pela Comunicação Social com uma postura arrogante. Já depois do ministro da Economia ter exemplificado com números e dados concretos o "turn over" das indústrias tradicionais portuguesas, mormente o têxtil, vestuário e o calçado, José Sócrates não teve pejo em afirmar que a principal razão que o tinha levado a Famalicão, era a vontade de agradecer aos industriais presentes a contribuição que o sector tinha dado para o fortalecimento e a recuperação da economia portuguesa em 2007.
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quarta-feira, março 26
LIBERDADE, LIBERDADE
BOAS NOTÍCIAS NA FRENTE DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Joseph McDonald
Há precisamente um ano atrás escrevi um artigo intitulado “DOIS ANOS DE GOVERNO: SINAIS DE ESPERANÇA” no qual assinalava o reconhecimento, por parte da União Europeia, do sucesso da consolidação orçamental encetada pelo governo socialista:
É bom lembrar que os governos da maioria de direita de José Manuel Barroso/Manuela Ferreira Leite e Santana Lopes/Bagão Félix, ao longo de três (3) anos, deixaram um deficit das contas públicas, em 2005, superior a 6%.
Há precisamente um ano atrás escrevi um artigo intitulado “DOIS ANOS DE GOVERNO: SINAIS DE ESPERANÇA” no qual assinalava o reconhecimento, por parte da União Europeia, do sucesso da consolidação orçamental encetada pelo governo socialista:
É bom lembrar que os governos da maioria de direita de José Manuel Barroso/Manuela Ferreira Leite e Santana Lopes/Bagão Félix, ao longo de três (3) anos, deixaram um deficit das contas públicas, em 2005, superior a 6%.
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Ora a verdade é que um dia destes o Comissário Joaquín Almunia veio a público dar um forte sinal de confiança na política reformista do governo socialista confirmando o sucesso do programa de consolidação orçamental que deverá ultrapassar o objectivo previsto do deficit de 4,6%, em 2006 (que se fixou em 3,9%), abrindo caminho para alcançar os objectivos de 3,7%, em 2007 e inferior a 3%, em 2008.
No dia em que é apresentado o deficit público, referente ao ano 2007, podemos dizer, sem ponta de exagero, que o governo superou largamente as expectativas; em lugar do deficit previsto para 2007 de 3,7%, o resultado, hoje apresentado, foi de 2,6 %; em vez de uma previsão, para 2008, “inferior a 3%”, a previsão apresentada é de 2,2%.
Mais importante do que tudo, no plano da sociedade, da economia e da política, é o facto do governo ter ganho margem de manobra para, por via da política fiscal, combater os previsíveis efeitos da crise financeira internacional na desaceleração do crescimento económico nacional.
Todas as medidas de desagravamento fiscal, que se antevêem no horizonte, pelo menos, a já anunciada descida do IVA de 21 para 20%, apesar da sua moderação, vão ser denegridas e combatidas pelas oposições mas, como está escrito nas estrelas, serão bem acolhidas pelas empresas e pelos cidadãos. Como diria o outro: é a vida!
No dia em que é apresentado o deficit público, referente ao ano 2007, podemos dizer, sem ponta de exagero, que o governo superou largamente as expectativas; em lugar do deficit previsto para 2007 de 3,7%, o resultado, hoje apresentado, foi de 2,6 %; em vez de uma previsão, para 2008, “inferior a 3%”, a previsão apresentada é de 2,2%.
Mais importante do que tudo, no plano da sociedade, da economia e da política, é o facto do governo ter ganho margem de manobra para, por via da política fiscal, combater os previsíveis efeitos da crise financeira internacional na desaceleração do crescimento económico nacional.
Todas as medidas de desagravamento fiscal, que se antevêem no horizonte, pelo menos, a já anunciada descida do IVA de 21 para 20%, apesar da sua moderação, vão ser denegridas e combatidas pelas oposições mas, como está escrito nas estrelas, serão bem acolhidas pelas empresas e pelos cidadãos. Como diria o outro: é a vida!
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Ai .. Ai ... Liberdade ...
Nadia Wicker
O exercício da democracia é complexo e não me refiro às altas esferas dos poderes – todos os poderes – mas ao quotidiano das nossas vidas de cidadãos comuns. Penso em tanta gente conhecida, que não vejo, mas me pode ver, a quem não escrevo, mas me pode ler, a quem não falo, mas me pode falar; penso na manhã de segunda-feira passada quando, enquanto esperava pela inspecção à viatura, fui abordado por um cidadão já entradote aliciando-me para aderir aos ideais da ditadura. Como fazer? Tratar-se-á de um crime público? Chamar a polícia? Quando alguém faz a apologia do salazarismo, insinuando, ou afirmando a bondade do fascismo, o que fazer? Quando alguém usa da liberdade para combater a liberdade o que fazer? Suprimir, ou limitar a liberdade, como empecilho ao cabal exercício da autoridade? Ou exercer a autoridade, de forma justa e proporcional, para salvar a liberdade? É tudo uma questão de equilíbrio para não nos tornarmos assassinos. [A partir desta reflexão acerca de como actuar face à selva em que se transformaram as caixas de comentários dos sites, blogues, jornais …].
O exercício da democracia é complexo e não me refiro às altas esferas dos poderes – todos os poderes – mas ao quotidiano das nossas vidas de cidadãos comuns. Penso em tanta gente conhecida, que não vejo, mas me pode ver, a quem não escrevo, mas me pode ler, a quem não falo, mas me pode falar; penso na manhã de segunda-feira passada quando, enquanto esperava pela inspecção à viatura, fui abordado por um cidadão já entradote aliciando-me para aderir aos ideais da ditadura. Como fazer? Tratar-se-á de um crime público? Chamar a polícia? Quando alguém faz a apologia do salazarismo, insinuando, ou afirmando a bondade do fascismo, o que fazer? Quando alguém usa da liberdade para combater a liberdade o que fazer? Suprimir, ou limitar a liberdade, como empecilho ao cabal exercício da autoridade? Ou exercer a autoridade, de forma justa e proporcional, para salvar a liberdade? É tudo uma questão de equilíbrio para não nos tornarmos assassinos. [A partir desta reflexão acerca de como actuar face à selva em que se transformaram as caixas de comentários dos sites, blogues, jornais …].
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terça-feira, março 25
segunda-feira, março 24
"O CASAMANTO"
Eu vi mas não quis acreditar. Pela manhã em cima da mesa do café. Logo hoje que tinha reparado na entrevista à Naide Gomes. E a tinha linkado. Logo hoje que me chamaram a atenção para o editorial “O Clube dos Poetas Mortos e o dos Disparates Vivos”. Fui ler, já tarde, o dito editorial do José Manuel Fernandes com o qual até poderia estar de acordo salvo as referências depreciativas que faz a quase tudo o que ele próprio defende. Mas isso são contas de outro rosário.
O Director do “Público” é o que se poderá chamar um “liberal democrata” e eu até assisti à entronização, pelo Dr. Mário Soares, dos dissidentes da UDP no ideal que ele tão bem sintetiza, aplicado à escola, em quatro palavras: “tradição”, “disciplina”, “honra” e “excelência”.
Mas, azar dos azares, dei todas as voltas possíveis pois não acreditava que fosse possível. Quer na versão em papel, quer na versão digital, ainda acessível, a manchete do “Público” de hoje é um disparate vivo que não honra a disciplina, nem a excelência da tradição. Para um chamado diário de referência não está nada mal!
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OS OPERÁRIOS
Bill Kane
Os operários com os fatos cansados e as mãos penduradas ao lado do corpo. Os operários revestidos a gangas puídas. Os seus passos ressoam a meus ouvidos. A cadência antiga peça a peça, rosca a rosca, brasa a brasa. Os operários envergonhados no meio dos colarinhos brancos. A fuligem assumida contra a pose esvaziada. Os operários carregam mãos nas pontas do cansaço. Caminham por entre paredes de vidro. Sobem aos andaimes. Sinalizam as medidas. Cortam as pontes. Alisam as estradas. Falam línguas em sonoros gestos sem palavras. Multicolores. Onde estão os operários que erguiam punhos? Hoje as mãos dos operários repousam penduradas ao lado do corpo.
Os operários com os fatos cansados e as mãos penduradas ao lado do corpo. Os operários revestidos a gangas puídas. Os seus passos ressoam a meus ouvidos. A cadência antiga peça a peça, rosca a rosca, brasa a brasa. Os operários envergonhados no meio dos colarinhos brancos. A fuligem assumida contra a pose esvaziada. Os operários carregam mãos nas pontas do cansaço. Caminham por entre paredes de vidro. Sobem aos andaimes. Sinalizam as medidas. Cortam as pontes. Alisam as estradas. Falam línguas em sonoros gestos sem palavras. Multicolores. Onde estão os operários que erguiam punhos? Hoje as mãos dos operários repousam penduradas ao lado do corpo.
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domingo, março 23
NAIDE GOMES [ENTREVISTA]
(…) transformo-me em competição: faço figuras, caretas, viro um animal.
Entrevista de Naide Gomes ao “Público”. Vale a pena ficar registada. Na entrevista transparece não só a aspiração de uma atleta de alta competição a transcender-se, como uma personalidade que merece a ribalta.
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"TRABALHAR CANSA"
Referi, num post anterior, “Trabalhar Cansa” título da principal obra poética de Cesare Pavese. Fiquei a matutar no sentido equívoco daquela referência. Fui consultar a edição portuguesa, profusamente sublinhada, da qual respigo esta definição sintética do sentido daquela obra:
“Trabalhar Cansa tem como leitmotiv a solidão, em que se repetem obsessivamente os temas da evasão e da fuga, a vida é um cárcere, repetição inútil, destino inelutável. Das suas páginas ressaltam sobretudo as figuras do rapaz que foge de casa, do velho, da prostituta, enfim, dos que são incapazes de inserir-se no ritmo da existência comum, que é a dos adultos que trabalham.” [Carlos Leite]
No Caderno de Poesia publico "Last blues, to be read some day", o último poema de Pavese, escrito em inglês, como se fora um epitáfio.
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O PCP E O TERRORISMO
Passava os olhos, distraidamente, pelo DN quando me dei conta de uma pequena notícia referindo o editorial do AVANTE. O dito editorial intitula-se: TAREFAS DOS COMUNISTAS. As tarefas que nele são apontadas são duas: as eleições de 2009 e o Congresso do PCP.
Temas banais para um jornal partidário. Suponho que os órgãos de imprensa dos outros partidos devam abordar, de quando em vez, os mesmos temas.
Temas banais para um jornal partidário. Suponho que os órgãos de imprensa dos outros partidos devam abordar, de quando em vez, os mesmos temas.
Mas o que mais chama a atenção neste editorial do órgão de imprensa do PCP é, no contexto da propaganda anti-socialista, a condenação do anúncio pelo ministro da administração interna de um «novo crime da apologia do terrorismo».
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(...) As recentes declarações do ministro da Administração Interna, Rui Pereira – anunciando o «novo crime da apologia do terrorismo», na base de um conceito de terrorismo elaborado pelo maior centro terrorista do mundo - são altamente preocupantes: pelo que confirmam em matéria de subserviência rastejante deste Governo aos ditames do imperialismo internacional, e pelo que indiciam no que respeita à predisposição do Governo PS/Sócrates de prosseguir e acentuar os atentados à democracia, à liberdade, à Constituição da República Portuguesa.(...)
Este poderia ser um bom motivo para o aprofundamento de uma discussão filosófica acerca dos conceitos de crime, liberdade e terrorismo, entre outros, pois a sua importância na vida prática tem sido evidenciada por muitos acontecimentos da actualidade, desde os que ocorreram numa simples sala de aula, aos que ocorrem na vastidão de um país continente, a China, na sua relação com o Tibete.
Não me vou dar ao trabalho de descodificar a sordidez das ideias que subjazem a esta linguagem urdida nos imaginários subterrâneos da liberdade em que se movem os dirigentes os PCP. Sou daqueles que pensa que, hoje em dia, temos que estar preparados para tudo. Mas estarei enganado se disser que me parece vislumbrar neste discurso do PCP a defesa do terrorismo? Ou para o PCP existe um “terrorismo bom” e um “terrorismo mau”?
sábado, março 22
CHINA - HEGEMONIA MUNDIAL
A crise da última semana, no Tibete, só mostra duas coisas: o fato de ser uma ditadura e, portanto, simplesmente ignorar as questões de direitos humanos persistem sendo o maior obstáculo ao ingresso da China no universo das superpotências.
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Putain, ça suffit ! Elles en ont assez de se faire insulter. Samedi 22 mars, l’association Les Putes organise la Pute Pride : une marche de fierté pour toutes les travailleuses du sexe. Leur combat vise essentiellement la fameuse LSI, ou «Loi Sarkozy». Rassemblement à 13h, place Pigalle à Paris.
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sexta-feira, março 21
VOANDO SOBRE UM NOVELO DE EQUÍVOCOS
Reproduzir cenas de violência? Não vou por aí. O ambiente informativo nacional já está saturado com as imagens da refrega entre uma professora e uma aluna por um telemóvel. A mediatização do caso pode suscitar todas as leituras: falta de autoridade dos professores, indisciplina dos alunos, alheamento dos pais face ao processo educativo, … por aí fora. Mas tudo é apresentado, a reboque das imagens colhidas na sala de aula, como se fora um estúdio, de uma forma demasiado simples.
Prefiro sublinhar o testemunho, clarividente, de Álvaro Almeida Santos, Presidente do Conselho das Escolas:
Penso que aquilo que espoleta esta situação é, de facto, o uso dos telemóveis e uso de novas tecnologias, que têm colocado novos problemas às escolas”, afirmou Álvaro Almeida dos Santos, entrevistado esta sexta-feira no Jornal da Tarde. Para o presidente do Conselho das Escolas, os telemóveis constituem hoje “um dos aspectos que desencadeiam mais situações de conflito e também de perturbação dentro das escolas e nas salas de aula.
Prefiro sublinhar o que diz o Portal do Ministério da Educação acerca do Estatuto do aluno:
As alterações ao Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, publicadas no Diário da República, reforçam a autoridade dos professores e a autonomia das escolas, ao mesmo tempo que simplificam e agilizam procedimentos, conferindo maior responsabilidade aos pais e aos encarregados de educação.
O que diz a Lei nº 3/2008, de 18 de Janeiro?
O que diz o Artº 15º da Lei, a respeito dos deveres dos alunos, tocando no assunto em apreço?
q) Não transportar quaisquer materiais, equipamentos tecnológicos, instrumentos ou engenhos, passíveis de, objectivamente, perturbarem o normal funcionamento das actividades lectivas, ou poderem causar danos físicos ou morais aos alunos ou a terceiros;
O que poderá dizer um cidadão normal face ao conhecimento dos factos e da legislação, apesar de todas as polémicas, dificuldades e crispações? Cumpra-se a lei!
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DIA MUNDIAL DA POESIA
Trata-se de uma edição bilingue, português/espanhol, da obra de Fernando Pessoa, de autoria de Sebastián Santisi, um extraordinário empreendimento individual para a divulgação da poesia de Fernando Pessoa no universo dos falantes da língua de Cervantes.
Bem-haja! s@ntisi.com.ar
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quinta-feira, março 20
BUSH - FUGA PARA A FRENTE
New York Times
President Bush used the fifth anniversary of the start of the war in Iraq on Wednesday to make the case for persevering in a conflict that could have many more anniversaries.
President Bush used the fifth anniversary of the start of the war in Iraq on Wednesday to make the case for persevering in a conflict that could have many more anniversaries.
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A CHINA
Pedro Doria publica dois postes, um terceiro está prometido para amanhã, acerca da China. A China está no centro de todas as atenções, é uma espécie de epicentro do futuro, por razões económicas e financeiras, geoestratégicas, de regime (a situação no Tibete faz piscar um sinal de alerta!) e pela organização dos Jogos Olímpicos, e seu improvável boicote, vale a pena abrir o capítulo China.
A ler A China como ela se vê 1: Democracia e A China como ela se vê 2: Direita e esquerda que termina assim:
A ler A China como ela se vê 1: Democracia e A China como ela se vê 2: Direita e esquerda que termina assim:
Na China, qualquer transformação é feita sempre com muita lentidão. Mas o governo tem consciência de que, no exterior, as condições de vida no país são vistas como selvagens. A queda à esquerda tem a ver com a percepção de que a economia de mercado ampliou a desigualdade ao mesmo tempo em que enriqueceu o país. Mas também tem a ver com a questão da imagem. Os chineses querem mais poder no mundo e, neste jogo de influência, imagem conta.
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quarta-feira, março 19
EDUCAÇÃO: ELES LÁ SABEM PORQUÊ!
Na sequência dos combates dos últimos tempos, a propósito da reforma da educação, reparemos que enquanto em Portugal se discute o processo de avaliação do desempenho dos professores em França as greves, e manifestações, são contra o despedimento de professores. Em Portugal o governo resolveu a questão da colocação dos professores (na sua maior parte) fixando-os por um período de três anos nas escolas a que ficam afectos. É a ansiada estabilidade do corpo docente – uma velha reivindicação da classe - que hoje foi esquecida pelos críticos do governo. Aqui ninguém fala em despedimentos de professores, pelo contrário, parece haver um compromisso firme do governo em não incluir os professores no chamado quadro de excedentes. É a ansiada estabilidade do corpo docente que, paradoxalmente, parece não revelar mais do que pérfidas intenções do governo em denegrir a imagem dos professores.
É possível que nem tudo vá bem no reino da Dinamarca. Mas não se verificam, hoje, no sistema público de educação, as rupturas organizacionais de outros tempos. Nem atraso na abertura dos anos lectivos, nem entropia nos processos de colocação de professores, nem atropelos na adopção dos manuais escolares (finalmente com uma nova lei em vigor) sendo que o que está em causa, no presente debate, é a elevação do nível de exigência do desempenho do sistema público de educação, e de todos os seus protagonistas, do topo à base. Há mudanças, em turbilhão, difíceis de gerir aos diversos níveis da organização do sistema. As escolas são solicitadas a realizar um sobre-esforço só possível pela dedicação e competência da maioria dos seus dirigentes, em particular, os professores. Se assim não fosse como poderia ser assegurado, como tem sido, o regular desenvolvimento das actividades escolares à beira da entrada no terceiro, e derradeiro, período lectivo.
Todos sabemos, os que trabalham no sistema, e os que o observam de fora, que sempre se podem adoptar processos diferenciados para alcançar os mesmos fins. Creio que a gestão política deste complexo processo de mudança, como sempre acontece, poderia ser orientada seguindo um diferente escalonamento das prioridades, mas a verdade é que qualquer reforma na educação, tocando no fundo dos alicerces do sistema, sempre concitaria forte contestação e nunca avançaria, sequer, um milímetro se a firmeza cedesse o passo à hesitação. Mas quero crer que, a breve prazo, será inevitável que as trombetas da concórdia se sobreponham à crispação do confronto.
A opinião pública mantém uma silenciosa reserva face ao alvoroço da refrega e o PR guarda, face aos sindicatos, uma prudente e sábia distância. Eles lá sabem porquê!
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terça-feira, março 18
As pseudo-soluções
No meio de sérios avisos de aproximação de uma crise do sistema financeiro internacional que tem o epicentro nos USA, mas que a todos atingirá, há quem se aventure por mares já antes navegados. Teodora Cardoso lança um aviso à navegação:
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A LUTA DOS TRABALHADORES: AQUI E AGORA
Não sei se o trabalho honesto de cada um de nós vale a pena. Não sei se o trabalho esforçado de cada um de nós vale a pena. A corrente de ideias que sopra com mais força, desde que me conheço, valoriza sempre mais a questão da igualdade. Também acreditei. O pensamento dominante, sob a capa da luta pela justiça, favorece a pobreza. Sem pobreza não se justificaria a caridade e, muito menos, a solidariedade social. Os mais ricos são cada vez mais ricos e os mais pobres cada vez mais pobres. E por aqui nos ficamos. O paradigma igualitário é o guião de todas as justas lutas dos trabalhadores. Sejamos honestos e abramos os olhos! Hoje, aqui e agora, quais são os trabalhadores que lutam? São os trabalhadores assalariados da agricultura e da indústria? São os trabalhadores de todas as artes que usufruem de mais baixos salários? São os trabalhadores pobres e marginalizados? São os trabalhadores desempregados? São os trabalhadores mais velhos, empregados ou aposentados, na posse de todas as suas faculdades? São os trabalhadores imigrantes, mão-de-obra barata, em busca da legalização? São os jovens estudantes liceais ou universitários? São os jovens licenciados em busca de um lugar ao sol? Nada disso! Nada disso! Quem se manifesta então? A classe média dos funcionários públicos auto intitulados de novos explorados, os espoliados do nosso tempo. Que é feito da classe operária que dá o título à maioria dos sindicatos? Trabalha para que se não extinga o seu posto; trabalha para que não se deslocalize a sua fábrica; trabalha para que se não perca a encomenda. Trabalha e, como dizia o poeta, “Trabalhar cansa”. É difícil ultrapassar a ditadura da igualdade que esconde os privilégios daqueles que, na maioria, desprezam os verdadeiros explorados. Para que o trabalho honesto e esforçado valha a pena é preciso vencer o predomínio do paradigma da igualdade. É preciso fazer vencer na sociedade o paradigma do mérito, do trabalho esforçado e competente, em benefício de cada um de nós e de toda a sociedade. Um dia se a liberdade estiver em causa ver-se-ão os verdadeiros trabalhadores na rua a lutar pelas suas verdadeiras causas e aí espero que os manifestantes de hoje se não escondam em suas casas!
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segunda-feira, março 17
ALGARVE, EN 125, PSD E PORTAGENS NA VIA DO INFANTE
Keith Johnson
Ao que parece o PSD ficou muito escandalizado com a afirmação do Ministro das Obras Públicas de que não seria este governo a introduzir portagens na Via do Infante e que tal ideia era, pelo contrário, defendida pelo PSD. Julgo que Mário Lino se deve ter fundamentado nesta afirmação de Marques Mendes, presidente do PSD, aquando da Universidade de Verão de 2007, realizada, ironicamente, no Algarve:
Mas se alguém tem dúvidas então faço mesmo um desafio: acabe-se com as SCUT’s, que custam ao País 750 milhões de Euros por ano, e baixem-se os impostos sobre as pessoas e as empresas. É economicamente mais correcto e socialmente mais justo.
Aliás o posicionamento do líder do PSD, no verão passado, causou um coro de protestos entre os social-democratas algarvios, nomeando expressamente a Via do Infante, como se pode verificar, entre muitas outras, por esta tomada de posição sob o título: Marques Mendes anseia portagens nas SCUT. Como é isso possível?
Ao que parece o PSD ficou muito escandalizado com a afirmação do Ministro das Obras Públicas de que não seria este governo a introduzir portagens na Via do Infante e que tal ideia era, pelo contrário, defendida pelo PSD. Julgo que Mário Lino se deve ter fundamentado nesta afirmação de Marques Mendes, presidente do PSD, aquando da Universidade de Verão de 2007, realizada, ironicamente, no Algarve:
Mas se alguém tem dúvidas então faço mesmo um desafio: acabe-se com as SCUT’s, que custam ao País 750 milhões de Euros por ano, e baixem-se os impostos sobre as pessoas e as empresas. É economicamente mais correcto e socialmente mais justo.
Aliás o posicionamento do líder do PSD, no verão passado, causou um coro de protestos entre os social-democratas algarvios, nomeando expressamente a Via do Infante, como se pode verificar, entre muitas outras, por esta tomada de posição sob o título: Marques Mendes anseia portagens nas SCUT. Como é isso possível?
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We will never have a perfect model of risk
The current financial crisis in the US is likely to be judged in retrospect as the most wrenching since the end of the second world war. It will end eventually when home prices stabilise and with them the value of equity in homes supporting troubled mortgage securities.
(…)
In the current crisis, as in past crises, we can learn much, and policy in the future will be informed by these lessons. But we cannot hope to anticipate the specifics of future crises with any degree of confidence. Thus it is important, indeed crucial, that any reforms in, and adjustments to, the structure of markets and regulation not inhibit our most reliable and effective safeguards against cumulative economic failure: market flexibility and open competition.
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domingo, março 16
DISSERAM LIBERDADE?
Esta palavra liberdade é uma palavra muito séria. Não é para ser usada para aí aos quatro ventos por quem só se lembra dela quando lhe convém. Entre outras coisas, a liberdade implica a coragem de dar a cara por aquilo em que se acredita. Não me merecem nenhum respeito os professores que passaram a semana anterior à manifestação a falar aos jornais sob anonimato ou nome fictício - perante a complacência ou mesmo cumplicidade dos jornalistas. Diziam que assim se precaviam contra represálias da “ditadura” da ministra da Educação. E, ao aceitaram tal anonimato e a sua justificação, os jornalistas fizeram-se cúmplices dessa acusação gratuita de que a ministra é pessoa para perseguir quem se lhe opuser. Também cá tenho algumas cartas anónimas de professores desses, invariavelmente forradas de insultos e difamações pessoais de toda a ordem. Em nome da liberdade e da sua dignidade ofendida, dizem. Dizem, mas não sabem: a liberdade é outra coisa. E a dignidade também.
Espanta-me a falta de reflexão sobre a inversão ética da tese aqui contida: se alguém se recusa a subscrever as opiniões que emite é porque está com medo; e, se está com medo, é a prova de que a liberdade está ameaçada. Onde houver um cobarde, portanto, será sempre sinal de que a liberdade está em perigo - a conclusão até pode estar certa filosoficamente, o caminho para lá chegar é que representa uma inversão de valores. Se todos falássemos sob anonimato sem dúvida que viveríamos ainda em ditadura. E sabem quem seriam os primeiros a calar-se?
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sábado, março 15
PS: O COMÍCIO DO PORTO
O PS realizou o comício do Porto. Alguns defenderam que se tratou de uma manifestação dispensável, politicamente defensiva. A ideia faz sentido mas a luta política, como qualquer luta, é feita de avanços e recuos, ataques e defesas, rupturas e consensos … e, para encurtar razões, o comício foi um acto político corajoso!
Deu para perceber alguns aspectos curiosos que podem ter passado despercebidos ou ser desvalorizados: o regresso de Jorge Coelho à tribuna, as presenças de Correia de Campos e Isabel Pires de Lima, ministros recentemente remodelados e, mais importante, o sinal público de que Elisa Ferreira poderá vir a ser a candidata do PS à Câmara Municipal do Porto.
Se a minha antevisão estiver certa estes sinais são mais importantes para o futuro do que muitos possam pensar.
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ALGARVE - ESTRADA NACIONAL 125
De vez em quando gosto de regressar à minha terra e aquela estrada faz parte das minhas memórias mais longínquas. Tornou-se, com o passar do tempo, numa espécie de trilho para gincana, ou, se quisermos ser mais realistas, num cemitério. Não sei como vai ser executada a obra, nem o tempo real que vai demorar, mas é mais uma tarefa difícil a que este governo mete ombros. Aos governos pede-se que cumpram os programas e resolvam os problemas. Não sei se é para preparar o lançamento de portagens na Via do Infante mas é um imperativo para a promoção do desenvolvimento do Algarve dispor de uma via rodoviária decente, alternativa à Via do Infante, e essa via só pode ser a Estrada Nacional 125. A solução está mesmo à mão mas o mais difícil é ir além do blá blá blá, ou seja, fazer.
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