segunda-feira, março 10

SURPRESAS E AFECTOS

A Helena divulgou na Linha de Cabotagem o livro/objecto Primeiros Poemas (capa e dois poemas), ilustrado com aguarelas e grafismo da Isabel Espinheira, uma micro edição, destinada a ser prenda de Natal para a “família alargada” mas que se tornou, devido ao atraso, simplesmente num livro.

O livro/objecto, de concepção artesanal, apesar de ser realizado em tipografia, é uma homenagem à minha mulher Guida reproduzindo na capa, e no interior, uma fotografia que eu próprio lhe tirei no regresso de uma viagem a Sagres no verão de 1980 ou 81.

Foi inspirado num outro, esse sim de beleza excepcional, uma prenda de Natal que a Helena, no tempo próprio, me enviou. E assim corre a vida entre o que mais interessa: surpresas e afectos.
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domingo, março 9

O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (V)

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LAVAGEM DE DINHEIRO?

• PSD - Novos regulamentos abrem porta a «lavagem de dinheiro», diz Rio – Suponho que estou a ler bem!

O presidente da Câmara Municipal do Porto considerou, este domingo, que as alterações feitas aos regulamentos internos no partido são «graves e perigosas» por abrirem uma «porta à lavagem de dinheiro ao nível do financiamento partidário».

NAIDE GOMES CAMPEÃ

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O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (IV)

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sábado, março 8

O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (III)

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EDUCAÇÃO: HAJA DECÊNCIA!

Holly Roberts

O capítulo da Educação (não superior), do Programa do Governo, subordina-se ao lema MAIS E MELHOR EDUCAÇÃO, sintetizado no subtítulo: Apostar em mudanças estruturais, para conseguir a educação de qualidade para todos.

Hoje dei-me ao trabalho de ler este capítulo do Programa do Governo para me certificar, atendendo à aguardada “manifestação da indignação”, se as políticas que têm vindo a ser prosseguidas, nesta área, traem o programa no qual votei.

Salvaguardando a natureza, obrigatoriamente genérica, do programa de qualquer governo, a idiossincrasia do primeiro-ministro, a catadura da ministra da educação, as vicissitudes originadas por algumas metodologias erradas e calendários mal aplicados, a execução da política de educação, consagrada no programa do governo, cumpre, no essencial, com o compromisso eleitoral. O programa eleitoral no qual votei não está a ser traído!

Sei que é um exercício penoso ler um programa de governo, sei que os programas dos governos valem o que valem, mas quem quiser dar-se ao trabalho de ler este verificará que tudo o que tem vindo a ser anunciado, realizado, ou em curso de realização, para a área da educação não superior, está lá previsto.

Pode acontecer que haja quem não esteja de acordo com o programa do governo, por isso é que existe oposição; pode acontecer que haja quem se tenha enganado no partido em que votou, por não se ter dado conta do teor do seu programa eleitoral, por isso é que existe o acto de contrição; pode acontecer que cada um de nós leia o mesmo texto e o entenda de forma divergente, por isso é que existe a discussão. É a democracia!

Pode acontecer muita coisa, mas ninguém pode acusar o governo, e a ministra da educação, de falta de coerência, no plano programático, ou de falta de coragem, no plano político. Um pouco mais de estudo e um pouco menos de demagogia. Haja decência!
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sexta-feira, março 7

RIO DE JANEIRO CAPITAL DO REINO


Em 29 de Novembro de 1807, após um dia chuvoso, o príncipe d. João, d. Carlota, seus filhos, a rainha d. Maria I, vários outros parentes partiram em meio ao outono lisboeta. Do rio Tejo saíram as embarcações. Seguiram, além da família real, nobres, funcionários da Corte, ministros e políticos do Reino. Cerca de 15 mil pessoas. Os franceses ao chegarem à capital portuguesa em 30/11 ficaram a ver navios, frustrados com a não captura dos governantes lusos. Tudo o que era necessário para permanecer governando foi transportado. Insistia, entrementes, uma sensação dúbia: covardia ou esperteza? D. João estava angustiado. Seu país sendo atacado, o povo morrendo e ele seguindo viagem. Desconfortos psicológicos e físicos. Tormentas nos pensamentos e nos vagalhões dos mares que chegou a atrapalhar a travessia. Escassearam os víveres. Natal, Ano Novo e Dia de Reis se passaram. Então, a terra firme finalmente chegou. Em 22 de Janeiro de 1808 os barcos atracaram na antiga primeira capital do Brasil, a ensolarada Salvador. Porém, o abatido e cheio de dúvidas d. João após 54 dias no mar pisou o solo brasileiro apenas 24 hs depois. Foi o primeiro rei europeu a fazê-lo. Revisões nos navios, um pouco de descanso. Seguiram a viagem em 26 de Fevereiro. Dia 7 de Março a família real chegava ao destino final, a cidade do Rio de Janeiro.
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quinta-feira, março 6

CGTP – o insuportável peso da idade


Já está disponível no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR o artigo com o título em epígrafe. Aqui deixo os seus três primeiros parágrafos.

Enquanto Carvalho da Silva proferia o seu discurso “pronto-a-vestir” que assenta na perfeição a qualquer governo, seja qual for o estádio de desenvolvimento da sociedade e da economia, a CGTP criou, no âmbito do seu XI Congresso, uma regra que exclui da sua direcção os sindicalistas sexagenários. Estava dado o sinal à sociedade e, em particular, ao mundo laboral, de que a CGTP não é para velhos.
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Esta não é uma questão menor, desde logo, porque confirma a intenção de eliminar a influência de dirigentes que, segundo todas as informações, defendem pontos de vista divergentes face à tendência política dominante naquela central sindical. Jerónimo de Sousa, nascido em 13 de Abril de 1947, não poderia hoje, pela sua “provecta idade” (60 anos), ser dirigente da CGTP mas pode, por ironia, ser secretário-geral do PCP.
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Mal se imaginava que a CGTP, confrontada com a implosão do mundo social que esteve na sua génese, enveredasse pelo caminho da “fobia gerontológica”. Quando se sabe que um dos lados mais dramáticos das sociedades do nosso tempo é o estigma da idade, a desvalorização da experiência, a distância entre as aspirações dos cidadãos comuns e os objectivos das grandes organizações, como pode o afastamento dos mais velhos do comando da CGTP arvorar-se em bandeira de renovação e modernidade?
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PEDRO DORIA

Sou de esquerda e continuarei de esquerda. Para mim, isto quer dizer que o Estado laico tem responsabilidades econômicas perante a sociedade, deve serviços a ela. Quer dizer que acredito que as empresas também têm responsabilidades econômicas e sociais perante a comunidade que as sustenta. Acredito em liberdade de expressão sobretudo e não acredito em laissez-faire sem vigília. Mas entre as idéias de Thomas Jefferson e as de Lênin, sigo com as de Jefferson.
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A RUA



Chris Dunker

Tenho a certeza que a próxima manifestação da “Frente Comum” vai ser a maior manifestação de sempre pois cada uma das manifestações da “Frente Comum” é sempre a maior manifestação de sempre.
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NO MEIO - A VIRTUDE - NO MEIO

Pedro Vieira, in 5 Dias

Sempre me causou uma profunda estranheza a manutenção de Rui Marques, durante tanto tempo, em tão delicada missão de estado, ou seja, à frente do organismo que trata da questão da imigração, aquela que muitos consideram, hoje, a questão social mais importante do mundo ocidental. Mistérios, entre muitos, da governação socialista.

Nada tenho contra a pessoa do Rui Marques, nem sequer duvido da sua competência técnica, mas a matéria que é mister ser tratada no organismo que ele administrou é de natureza eminentemente política. Sempre um conservador pode executar uma política progressista e um progressista executar uma politica conservadora. Há mesmo conservadores mais progressistas que muitos socialistas que conheço.

Para desempenhar funções de direcção na administração pública o mais importante é a definição rigorosa da missão, a confiança pessoal e política, a competência técnica e a lealdade institucional. Mas, no caso em apreço, trata-se de uma das áreas mais sensíveis da política de qualquer governo, na qual entroncam questões de natureza social, educacional, civilizacional, cultural, de segurança interna, e por aí fora, o que exige uma sintonia política muito apertada. Não me parecia ser o caso. Mas talvez só Deus soubesse!

Rui Marques, finalmente liberto daquela missão, deu um sinal da sua excentricidade propondo-se criar um partido politicamente situado, no meio, entre o PS e o PSD. Aperto as meninges e não encontro esse lugar, não diviso o espaço, mas como diz o post que me inspira: o rui marques bem sabe que no meio está a virtude. e a esperança de portugal.
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quarta-feira, março 5

O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (II)

Big Wins for Clinton in Texas and Ohio; McCain Clinches Race as Foe Concedes

Para o campo democrático, quanto à escolha presidencial, o prognóstico é reservado para quem quiser ganhar seja quem for que ganhe. Revelo a minha preferência por Hillary apesar da esquerda bem pensante europeia se ter enamorado por Obama.

Posso estar enganado mas julgo que se enganam aqueles que pensam que Obama representa o renascer da esperança no futuro da esquerda na América e no mundo.

Quero crer que Hillary, face à dura realidade da América, na era pós Bush, equilibrará, de forma mais fiável, na política interna e externa, o renascer da esperança na esquerda com o pragmatismo necessário para a gestão da crise.
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O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (I)

In Público

Um polícia desfralda a bandeira chinesa na Praça Tiananmen, em Pequim. O Congresso Nacional do Povo começa hoje e durará quase duas semanas.
Foto: David Gray/Reuters
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terça-feira, março 4

A AVALIAÇÃO


(…)

No domínio da educação, a mudança envolve necessariamente os professores. Os mais diversos estudos internacionais mostram que o enfoque na selecção e na qualidade dos professores constitui o factor mais significativo de diferenciação entre os sistemas que apresentam os melhores resultados em matéria de capacitação dos alunos para o ambiente cultural a económico moderno. Entre os países que mais rapidamente o reconheceram contam-se alguns onde o choque da imigração foi mais forte e obrigou, conjuntamente com a abertura da economia, a uma mutação mais radical. Não consta que os professores se tenham considerado atacados pela mudança de métodos. Apenas em França vimos isso acontecer e os resultados estão à vista, tanto em matéria de emprego como de coesão social. É entre esses modelos que temos de escolher e só podemos lamentar que uma classe que precisa de ser respeitada opte pelo insulto como instrumento de “defesa”.
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VENDE-CE

Imagem daqui

Na minha viagem do último fim-de-semana ao Algarve, uma “ida à terra”, pelo meio de festividades familiares, da inauguração da exposição de Alfredo Garcia Revuelta, na Galeria Trem, de uma visita ao Museu Municipal de Faro, guiada pela própria directora Dália Paulo (competentíssima), o meu filho assinalou, na estrada a caminho de Olhão, o anúncio pintado na parede do casarão: VENDE-CE …
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segunda-feira, março 3

UMA GUERRA SUJA

Todos os cenários são possíveis. Mas uma coisa é certa: as lideranças políticas da Venezuela e do Equador – admiradas por certa esquerda ocidental - mostram ao mundo a sua relação íntima com as FARC. Chavez pensa que descobriu o ovo de Colombo: vende as suas boas graças ao ocidente e, em troca, financia as FARC. Não sei qual o preço praticado por refém. Deve depender da importância, pessoal, social e política de cada um, para os compradores da sua liberdade. A França revelou que o nº 2 das FARC, morto no ataque do exército colombiano, era um seu interlocutor. Vive-se por ali um dos mais dramáticos episódios da história contemporânea com todos os ingredientes dos poderes podres: reféns, droga, petróleo e armas.
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VIVENDO E TRADUZINDO

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AS BORRAS DE IMPÉRIO (IV)

Nubar Alexanian

Portugal é feito dos que partem
e dos que ficam. Mas estes
numa inveja danada por aqueles terem
sido capazes de partir, imaginam-lhes a vida
a série de triunfos sonhados por eles mesmos
nas horas de descrerem da mesquinhez em que triunfam
todos os dias. E raivosamente
escondem a frustração nos clamores
da injustiça por os outros lá não estarem
(como eles estão), do mesmo passo
que se ocupam afanosamente em suprimi-los
(não vão eles ser tão tolos –
- a ponto de voltarem).

8/6/1971

Jorge de Sena.

[AS BORRAS DE IMPÉRIO (I) (II) (III) e (IV) no Caderno de Poesia]
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ENCASINADO

Pois eu também acho. Os meandros do negócio envolvem gente grada – a que já foi citada e outra que se mantém a recato – e o regime parece que não aguenta ir a jogo. São uns merdas!
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