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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sexta-feira, abril 4
quinta-feira, abril 3
PAPALVOS
Por mero acaso estou a ler “Escritos Sobre Uma Vida Ética”, de Peter Singer , em coincidência com o anúncio público da passagem de Jorge Coelho do mundo da política para o mundo empresarial.
Não faço juízos de intenção acerca das opções pessoais e profissionais seja de quem for. Jorge Coelho é livre, mesmo considerando a sua notoriedade como homem político, de dar à sua vida profissional o destino que lhe aprouver.
No entanto a minha observação benévola desse facto que a comunicação antecipa, almofadando a opinião pública, é estilhaçada pela leitura do livro de Singer, destinado a iniciados, do qual se pode ler aqui uma critica elucidativa.
A notícia referente à anunciada passagem de Jorge Coelho, de armas e bagagens, para o mundo empresarial, suscitou-me a reprodução deste excerto :
“Persistem ainda algumas dúvidas pessoais sobre a ética. Supomos que viver eticamente será uma tarefa difícil, desconfortável, de abnegação e, geralmente, sem qualquer recompensa. Concebemos a ética separada do interesse pessoal; supomos que aqueles que fazem fortunas com negócios baseados em informação privilegiada ignoram a ética, embora sigam eficazmente o interesse pessoal (desde que não sejam apanhados). Fazemos exactamente o mesmo quando preferimos um emprego mais bem pago, ainda que tal signifique que vamos ajudar a fabricar ou a promover um produto que não faz bem nenhum ou que provoca doenças nas pessoas. Por outro lado, pensa-se que aqueles que deixam escapar as oportunidades de progredir na sua carreira por causa de “escrúpulos” éticos acerca da natureza do trabalho, ou que desistem do seu bem-estar a favor de boas causas, estão a sacrificar os seus próprios interesses para obedecer aos ditames da ética. Pior ainda, podemos vê-los como papalvos, que deixam escapar todo o divertimento que podiam estar a ter, enquanto os outros tiram partido da sua vã generosidade.”
Confesso-me, humildemente, um papalvo militante … vale a pena ler este livro.
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Não faço juízos de intenção acerca das opções pessoais e profissionais seja de quem for. Jorge Coelho é livre, mesmo considerando a sua notoriedade como homem político, de dar à sua vida profissional o destino que lhe aprouver.
No entanto a minha observação benévola desse facto que a comunicação antecipa, almofadando a opinião pública, é estilhaçada pela leitura do livro de Singer, destinado a iniciados, do qual se pode ler aqui uma critica elucidativa.
A notícia referente à anunciada passagem de Jorge Coelho, de armas e bagagens, para o mundo empresarial, suscitou-me a reprodução deste excerto :
“Persistem ainda algumas dúvidas pessoais sobre a ética. Supomos que viver eticamente será uma tarefa difícil, desconfortável, de abnegação e, geralmente, sem qualquer recompensa. Concebemos a ética separada do interesse pessoal; supomos que aqueles que fazem fortunas com negócios baseados em informação privilegiada ignoram a ética, embora sigam eficazmente o interesse pessoal (desde que não sejam apanhados). Fazemos exactamente o mesmo quando preferimos um emprego mais bem pago, ainda que tal signifique que vamos ajudar a fabricar ou a promover um produto que não faz bem nenhum ou que provoca doenças nas pessoas. Por outro lado, pensa-se que aqueles que deixam escapar as oportunidades de progredir na sua carreira por causa de “escrúpulos” éticos acerca da natureza do trabalho, ou que desistem do seu bem-estar a favor de boas causas, estão a sacrificar os seus próprios interesses para obedecer aos ditames da ética. Pior ainda, podemos vê-los como papalvos, que deixam escapar todo o divertimento que podiam estar a ter, enquanto os outros tiram partido da sua vã generosidade.”
Confesso-me, humildemente, um papalvo militante … vale a pena ler este livro.
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quarta-feira, abril 2
La sociedad virtual
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É interessante como Fidel Castro responde com a “Carta ao VII Congresso da UNEAC” a manifestações de liberdade de expressão do pensamento, postas a circular pela internet, como o post La sociedad virtual . Fidel fala de um novo mundo que ele sabe que já não se compadece com o regime político cubano e o modelo de sociedade que ele próprio criou. O progresso das comunicações, e a tímida abertura à sua utilização generalizada em Cuba, traz consigo a morte política do regime. [A notícia divulgada em Portugal].
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VERDADES QUE PARECEM MENTIRAS
Por entre o ruído das mentiras do 1º de Abril passou despercebida uma notícia importante que, no entanto, até pouco tempo atrás, para meu espanto, só o Correio da Manhã deu à estampa:
ainda se lembram da posição dos polacos face ao Tratado de Lisboa?
ainda se lembram da posição dos polacos face ao Tratado de Lisboa?
terça-feira, abril 1
segunda-feira, março 31
O DESTINO MARCA A HORA NO PSD
Pacheco Pereira, discordâncias político-ideológicas à parte, pega o touro pelos cornos. Toda a gente sabe que o que ele pensa tem toda a acuidade política. Mais difícil é dizê-lo. Não se trata de uma questão doméstica do género zanga entre comadres. Toda a gente sabe que a liderança actual do PSD não é credível nem levada a sério por ninguém nem, porventura, por alguns dos próprios protagonistas da dita. Resta saber se alguém se “chega à frente”, se não é demasiada tarde, se há golpe de asa para gerar uma expectativa positiva, ou seja, capacidade para afirmar uma alternativa política credível à maioria socialista. Estou certo que seria vantajoso para todos, governo socialista incluído, que fosse possível o surgimento dessa alternativa. Receio que Pacheco Pereira seja visto como um franco-atirador desesperado. Mas mesmo que seja esse o caso, honra lhe seja feita!
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Todos felizes
hyeyoung kim
Correia de Campos, como sempre, claro e incisivo, acerca da descida do IVA.
O país mereceu bem este pequeno prémio. Se a economia melhorar lá fora, sobretudo se ganharmos competitividade, investirmos um pouco mais, controlarmos o consumo, cortarmos no desperdício e olharmos menos para o umbigo, os próximos prémios virão naturalmente. O que não podemos fazer agora será perder a agenda, ou trocá-la pela dos outros. A baixa do magro ponto percentual tem que ser escrutinada até ao âmago, para controlar infecções oportunísticas; a gestão da coisa pública tem que se lembrar que foram sacrificados 500 milhões de euros de receita; os investidores têm que sair mais das covas, sem o guarda-chuva do estado; o cidadão lamuriento e manhoso tem que saber usar a argúcia e a energia do queixume para ajudar mais o colectivo; os media têm que iniciar um pequeno ciclo de recuperação da auto-estima e em certos casos mesmo, da objectividade e independência perdidas.
Correia de Campos, como sempre, claro e incisivo, acerca da descida do IVA.
O país mereceu bem este pequeno prémio. Se a economia melhorar lá fora, sobretudo se ganharmos competitividade, investirmos um pouco mais, controlarmos o consumo, cortarmos no desperdício e olharmos menos para o umbigo, os próximos prémios virão naturalmente. O que não podemos fazer agora será perder a agenda, ou trocá-la pela dos outros. A baixa do magro ponto percentual tem que ser escrutinada até ao âmago, para controlar infecções oportunísticas; a gestão da coisa pública tem que se lembrar que foram sacrificados 500 milhões de euros de receita; os investidores têm que sair mais das covas, sem o guarda-chuva do estado; o cidadão lamuriento e manhoso tem que saber usar a argúcia e a energia do queixume para ajudar mais o colectivo; os media têm que iniciar um pequeno ciclo de recuperação da auto-estima e em certos casos mesmo, da objectividade e independência perdidas.
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Dirão alguns que, a ano e meio de distância, estou a incutir nos portugueses a indispensável renovação do mandato do actual governo. Claro que sim. Mas digam-me qual a melhor alternativa? Para retomar o jargão económico, o custo de oportunidade de mudar de orientação política, dada a fragilidade do tecido, só conduziria a rasgões maiores, exigindo remendos mais caros e de eficácia e beleza não garantidas.
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JAIME ALBERTO GAMA JARDIM
Estive um par de horas afastado das notícias que emergem das centrais de comunicação de todos os centros de interesse. Em boa verdade, para ser sincero, não dou grande importância à maior parte das notícias. Sei que alimentam uma indústria e servem interesses particulares, nascem e morrem, a maior parte delas, sem deixar rasto. Mesmo colocando-me na posição dos políticos e dos gestores no activo, que gerem recursos e expectativas relevantes, compreendo cada vez melhor aquela frase célebre de Cavaco que, um dia, quando exercia o papel de primeiro-ministro, disse que não lia jornais e de outra vez – ou na mesma – desapareceu de cena fazendo notícia o facto de ter dito que se havia retirado para o “pulo do lobo”. O mundo seria muito melhor com menos notícias e menos opinião publicada, seja por via oficial, oficiosa ou comentada. Vem este arrazoado a propósito da discursata de Jaime Gama - a segunda figura do estado! – colocando Alberto João Jardim no pedestal de um insigne homem de estado. Sorrio. Segue-se, em breve, a visita à Madeira da primeira figura do estado. Todos somos livres de dizer o que nos interessa e, no caso de Gama, as suas palavras não foram, certamente, um improviso de momento. Apesar de também não ter gostado do que ouvi as palavras de Gama não se devem incluir no rol das palavras excessivas. O discurso de Gama só pode significar o armistício entre o governo da república e o governo regional da madeira. Deve estar para breve assinatura do tratado de paz. Fica por saber quem paga a conta. Somos nós!
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domingo, março 30
RELÂMPAGO - Nº 21
Comprei ontem, finalmente, a Revista Relâmpago nº 21 dedicada a Jorge de Sena. Já deu para ler alguns trabalhos nela insertos. Este é, sem dúvida, um importante contributo para o conhecimento da figura e da obra de Sena quando se aproxima o 30º aniversário da sua morte. Em breve publicarei os meus sublinhados de leitura no Caderno de Poesia.
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sábado, março 29
MARI LUZ
Fotografia daqui
'ESCÁNDALO JUDICIAL EN EL CASO MARI LUZ'
La Fiscalía destapa graves errores judiciales
'ESCÁNDALO JUDICIAL EN EL CASO MARI LUZ'
La Fiscalía destapa graves errores judiciales
Quase não se fala deste assunto em Portugal. É claro que com os males dos outros podemos nós bem. Mas este caso tem todos os ingredientes para fazer o delírio dos talóides: pedofilia, desaparecimento de criança, subsquente campanha para a sua descoberta, presumível crime de abuso sexual, descoberta do cadáver, funeral, investigação policial fulminante com descoberta do presumível criminoso (à consideração superior!), tentativa de linchamento à porta do tribunal … declaração pública do pai da vítima, antes da audição do presumível criminoso, que devia ser, pela sua dignidade e grandeza, integrada nas disciplinas de educação cívica … cito de cor “não desejo para o criminoso que sofra o que sofri …”
O assunto já era apetecível e pungente mas… eis, senão quando, é descoberto que o presumível criminoso devia estar preso à data do crime, por crimes anteriores, da mesma natureza, cometidos contra a sua própria filha … e a ordem de prisão – na sequência da sentença de condenação - não terá sido cumprida … devido a um conjunto de erros judiciais grosseiros …
Colocando-me na posição do director de um tablóide português, em queda de vendas, e quase todos os órgãos de comunicação são tablóides em queda de vendas, pergunto: o que é que Espanha tem que nos falte a nós? Não é justo!
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A GUERRA DO IRAQUE
José Pacheco Pereira, Público (só para assinantes)
O tema tem sido abordado, vezes sem conta, em todo o mundo. Como provam os acontecimentos dos nossos dias, cinco anos depois do início da “guerra do Iraque”, estamos na presença de uma guerra civil.
Parece da mais elementar lógica, mesmo para os leigos em política internacional, que a guerra iria acabar assim quanto mais se aproximasse o dia da retirada das tropas ocupantes. O Iraque é um troféu cobiçado pela sua riqueza em hidrocarbonetos – vulgo petróleo – escrevo sobre um tema banal: a guerra, o domínio das matérias-primas e das rotas, a subjugação dos povos e as suas revoltas, o papel das religiões e das alianças político-militares mundiais, regionais e locais.
Tenho como certo que Bush e Blair sabiam, mais do que qualquer um de nós, tudo acerca do Iraque e das razões da guerra que iriam declarar. As grandes potências não desencadeiam guerras sem razões estratégicas, estudo dos inimigos, avaliação das forças, impacto nas opiniões públicas, basta conhecer um pouco da história das guerras passadas.
Tinham andado pelo Iraque muitas missões - das Nações Unidas e dos serviços secretos que não dormem – escreveram-se muitos relatórios - conhecidos e por conhecer - e esgrimiram-se muitos argumentos acerca da natureza do regime de Saddam que, aliás, foi uma criação daqueles que o destruiram.
Para mim que sou leigo na matéria, nem simpatizo com quaisquer dos contendores, se me dão licença, só não entendo – nunca entendi – o afã dos Pachecos Pereiras deste mundo em defender a política dos senhores Blair e Bush, em particular, aquela decisão de fazer a guerra do Iraque em detrimento da diplomacia.
A ditadura de Saddam? As ligações deste a Bin Laden? As armas de destruição maciça? Com excepção da ditadura está mais que provado que era tudo mentira. E quanto a ditaduras só não interessam às grandes potências as que se recusam a fazer-lhes o jogo. Vamos a ver quando a China se constipar!
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sexta-feira, março 28
BARÓMETRO
(Clique na imagem para aumentar)
As sondagens valem o que valem mas este barómetro político de Março é bastante curioso. Então não é que o PS recupera?
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