domingo, maio 17

EUROPEIAS: ABSTENÇÃO E PS


Saiu mais uma sondagem acerca das eleições para o Parlamento Europeu (7 de Junho) que dá como vencedores a abstenção… e o PS. Sem novidade. Para o eleitorado a realidade política da UE está muito distante do seu quotidiano. O fenómeno não é sequer uma particularidade de Portugal. Em todas as sondagens publicadas até hoje, acerca das próximas eleições, o PS surge sempre como vencedor e nas duas últimas alcança os seus melhores resultados. Nesta questão de sondagens cada partido valoriza, ou desvaloriza, conforme o seu interesse particular. Mas se o PS, mesmo com uma forte taxa de abstenção, ganhar as “Europeias”, atenta a turbulência dos tempos, tornará ciclópica a tarefa de Manuela Ferreira Leite para as legislativas. Não admira que a agenda do PSD se resuma quase só ao “Caso Freeport”.
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ECONOMIA SOCIAL


PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre a economia social. Versão final da Resolução do Parlamento Europeu sobre economia social, aprovada, por larga maioria, em 19 de Fevereiro de 2009. MEMORANDO PARA AS ELEIÇÕES EUROPEIAS 2009, dado a conhecer pelo Rui Namorado.
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sábado, maio 16

MANUEL ALEGRE

O mais importante e, politicamente, interessante da tomada de posição de Alegre diz respeito às presidenciais. Ao contrário de todas as aparências o tempo que falta para as próximas presidenciais é curto (2 anos). Este foi o primeiro passo para uma futura candidatura presidencial de Alegre. Alegre distanciou-se do PS mas reforçou a sua relação ideológica com o PS. Libertou-se para alargar a sua base eleitoral de apoio para as presidenciais. Elementar! Mas o mais interessante é que, desta forma, criou um facto novo: colocou sob pressão Cavaco se este pensar, como sempre aconteceu com os anteriores presidentes, numa candidatura a um segundo mandato. É que a esquerda sociológica tem sido, em Portugal, sempre maioritária e Alegre pode fazer o pleno da esquerda. E a futura candidatura presidencial de Alegre, que não pode dispensar o apoio do PS, coloca o PS no seu lugar natural de grande partido de esquerda.
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quinta-feira, maio 14

CORRENTES - CONFRONTOS COM A MEMÓRIA

Patti Levey

O Tomás Vasques faz-me um desafio ao qual não me passaria pela cabeça corresponder não viesse de onde vem. Quando li o teor da corrente, e nada tenho contra esta modalidade de estimulo à interacção, vieram-me à cabeça um mundo de personagens, sons e imagens, que povoam o meu imaginário. Algumas são muito antigas mas esse facto só confirma, além da minha antiguidade, como o fenómeno audiovisual e, em particular, a televisão exerce uma influência tão forte sobre as nossas vidas. Num primeiro momento senti-me impotente para corresponder ao desafio mas, bem vistas as coisas, sempre se pode tornear a pesada tarefa de investigar programas, ou séries, de televisão marcantes, de que não me lembro, com rigor, dos títulos recorrendo aos autores. Salvo um ou outro caso lá vão os nomes aos quais se associam mais do que um programa, por vezes, vidas inteiras de presença nas nossas vidas, sem pretensão cronológica, nem linhagem valorativa no que respeita à minha formação pessoal e cultural:


- João Villaret (acompanhado, ao piano, pelo irmão: Carlos Villaret) – uma introdução à poesia acessível a todos e sem concessões à facilidade;

- Mário Viegasum amigo que simboliza, para mim, a força da palavra com um mundo de sensações e revoltas lá dentro;

- António Lopes Ribeiro – o mundo do cinema quando o cinema era quase só o “Museu do Cinema”, acompanhado pelo pianista “mudo” António Melo;

- Vasco Granja – a divulgação do mundo do cinema de animação e da banda desenhada polarizado, ao longo de décadas, por um só nome;

- Vitorino Nemésio (“Se bem me Lembro”) – as palestras de um grande poeta esquecido. As palavras enroladas em sabedoria tradicional por um erudito (açoriano);
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- Padre António Ribeiro (futuro Cardeal Patriarca de Lisboa) – um padre, um bispo, um cardeal, que sabia a arte da comunicação; foi um elo na transição da ditadura para a democracia, moderando os ímpetos numa época de fogo;

- Raul Solnado –uma extraordinária carreira de actor, um comediante ímpar, que deixa uma marca profunda na cena cultural portuguesa ampliada com o surgimento da televisão;

- Herman José - um comediante genial, mal amado no seu próprio país, arrumado na prateleira, ainda ouviremos falar dele;

- Artur Varatojo – não perdia os seus programas e cheguei a escrever-lhe, – fascinava-me a sua relação com os temas policiais;

- Festival da Canção – uma ambivalência político-cultural, ao mesmo tempo, no centro do poder e no lugar da resistência: Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho

- Gabriela Cravo e Canela – uma novela empolgante, luxuriante, sedutora. Assisti a quase todos os episódios como se de uma ida ao cinema se tratasse, …

- A Guerra – por Joaquim Furtado – uma série de documentários para a história do género em Portugal;

- Europeu de Futebol de 2004 – a transmissão dos jogos da selecção portuguesa – ou como sofrer, de forma apaixonada, o sonho da epopeia dos pequenos ganharem aos grandes – ir à janela, sair à rua, olhar as bandeiras nacionais por todo o lado … um ponto de vista acerca do patriotismo …;

- Debate Político – Até ao 25 de Abril de 1974 os portugueses nunca tinham visto um debate político. Muito menos pela TV. Este debate ente Mário Soares e Álvaro Cunhal (6 de Novembro de 1975) foi um momento marcante de uma nova época da vida pública portuguesa.

-RTP Memória - para fechar uma referência a um canal da RTP que é um dos únicos repositórios, na área do áudio visual, da memória da segunda metade do Século XX português.

[Vou passar à Tinta Azul, ao António Pais, ao Macro, à menina_marota e ao Rui Perdigão e que ninguém se sinta obrigado…]
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quarta-feira, maio 13

PERSONAGEM E AUTOR

Ken Rosenthal

Não sei porquê mas a leitura desta requintada pintura com música dentro, hiperligações, e tudo o mais, suscitou-me a necessidade de disponibilizar uma espécie de síntese curricular reduzida, à força, em 120 caracteres. Cada um, neste meio, se desvenda, quando se desvenda, como lhe apetece, pode e sabe. Na verdade trata-se de identificar um pouco melhor, a todos os que aqui chegam, por acaso, ou por vontade própria, o personagem que se esconde por detrás do autor. A fotografia foi só para compor. Mais tarde logo a actualizo. Nada disto tem, na verdade, grande importância mas cada vez gosto menos de anónimos, incógnitos e similares.
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terça-feira, maio 12

MANUEL LOPES

Fotografia de António Pais
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Antes do 25 de Abril, militou no MDP/CDE e foi membro da sua Comissão Política em 1969. Foi fundador do MES (Movimento de Esquerda Socialista) em 1973 e presidiu à sua direcção até 1975.

Sempre apreciei o Manuel Lopes que, a par com o Agostinho Roseta, desempenhou um papel importante na gestação do sindicalismo português no período ante e pós 25 de Abril. Ambos morreram prematuramente. O Agostinho Roseta em 9 de Maio de 1995 e o Manuel Lopes em 15 de Maio de 1999. Honra à sua memória. Ambos foram fundadores do MES como activistas do sindicalismo livre que ganhara influência em diversos sindicatos incluindo o Sindicato dos Lanifícios de Lisboa. Digo sindicalismo livre para assinalar a sua autonomia face a qualquer direcção política partidária, em particular, a do PCP. Não tenho dúvidas que os últimos acontecimentos e a própria evolução do sindicalismo português teriam sido diferentes se fossem vivos. Esclareço que o Manuel Lopes tendo sido fundador do MES não presidiu à sua direcção pois nunca houve nenhum presidente de qualquer direcção do MES. As estruturas eram todas de tipo colectivo (coisas de outros tempos! …) e um bocadinho de feição anarquista. O MES também não foi fundado em 1973 – isso foi o PS – e as datas que melhor podem ser indicadas como de fundação do MES são o 1º de Maio de 1974, com a primeira saída à rua, ou a data do seu 1º Congresso, em Dezembro de 1974.
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sábado, maio 9

LIBERDADE


Um caso prático de supressão das liberdades individuais num país onde vigora o “socialismo real” – Cuba.

Denúncia no El Pais e no Generación Y
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BPP

John Chervinsky

"A doutrina de direita sobre a economia de mercado falhou claramente"

Quando hoje surgem os discursos dos representantes da direita acerca da ética, da responsabilidade social, resguardando-se de usar a palavras mercado, desde a direita liberal até à direita social, estamos perante uma fraude escondida por trás de um discurso ideológico que encobre um recuo sem perder de vista o regresso ao passado.

Quando os clientes do BPP se revoltam e reivindicam do estado que lhes garanta o dinheiro que entregaram a um banco privado estamos perante um exemplo prático que nos deveria ensinar que “"A doutrina de direita sobre a economia de mercado falhou claramente".

O que é mais extraordinário no caso é que a direita não se coloca, abertamente, ao lado dos depositantes do BPP, como seria coerente com a sua doutrina, explicando-lhes que a sua doutrina sobre a economia de mercado falhou e que, como consequência, eles são as suas vítimas.

O que a direita política faz, cinicamente, como é de sua tradição, é tentar arrastar o estado para o centro da resolução de um problema que resultou da aplicação das suas doutrinas acerca da economia e dessa forma tornar o governo cúmplice da sua ideologia, dos seus erros e refém do desespero dos que arriscando, conforme as regras de mercado que a direita defende, perderam.

Só faltava serem os pobres e remediados, através do apoio do estado, a pagarem os desvarios de poderosos, ou de habilidosos, que se meteram em aventuras com as quais agora fingem nunca terem sonhado. Se o governo quiser ser misericordioso no caso BPP que seja mas arrisca-se a jogar pela janela fora o seu futuro político.
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quinta-feira, maio 7

OS DIAS DA CAPITULAÇÃO

Maio de 1945 – os dias da capitulação

Kapitulation in Berlin-Karlshorst 9. Mai 1945 um 00.16 Uhr: Generalfeldmarschall Wilhelm Keitel unterzeichnet die bedingungslose Kapitulation des Deutschen Reiches.
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UM ROUBO À VISTA DESARMADA

Daqui

Drogba não se conteve. "It's a fucking disgrace". As palavras do costa-marfinense (qualquer coisa como "puta de vergonha") contra o árbitro norueguês Tom Henning Ovrebo foram o sinal mais marcante da revolta dos ingleses pela arbitragem no jogo frente ao Barcelona. Agora Drogba pode vir a ser castigado pela UEFA, mas Guus Hiddink, o treinador, já saiu em sua defesa: "Compreendo o seu comportamento e vou protegê-lo". Foto: Eddie Keogh/Reuters

[Vi o jogo de princípio ao fim e foi muito evidente que só um milagre evitaria a eliminação dos Ingleses. Uma lição de falta de ética, um ensaio prático, à vista do mundo, de favorecimento descarado, e sei lá o que mais… O senhor árbitro era norueguês, o país mais próspero da Europa, o que comprova que não há uma relação directa entre prosperidade e seriedade. Fiquei do lado dos nossos aliados ingleses, contra os nossos aliados catalães, do lado dos mais fracos!]
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segunda-feira, maio 4

A SONDAGEM DE ABRIL

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Como sempre digo as sondagens são o que são, servem para a gerir expectativas o que, em política, já não é pouco. As sondagens da Universidade Católica são consideradas as mais fiáveis. O que é que esta tem de especial? O PS, surpreendentemente, ou talvez não, continua na frente, acima dos 40% apesar da crise e de tudo o resto. Os resultados dos outros partidos é assim como um processo de vasos comunicantes: o PSD sobe na medida em que o PP desce; o PCP desce na medida em que o BE sobe. Esta leitura é, naturalmente, simplificada pois os ganhos e perdas são o resultado de cruzamentos mais complexos.

Veja-se, acima, a infografia resultante da sondagem e comentários aprofundados no MARGENS DE ERRO.
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sábado, maio 2

UMA FRAGATA LONGE DO 1º DE MAIO


A notícia do El Pais só ganha valor porque a imprensa portuguesa tratou o acontecimento com uma displicência surpreendente com base num breve despacho da Lusa. As razões para esta displicência serão muitas mas uma delas é, certamente, a azáfama dos directores editoriais a pressionarem os jornalistas para desencantarem novidades acerca do caso Freeport. Na verdade os jornalistas já interiorizaram que o caso se banalizou mas as pressões parecem não lhes deixarem tempo, nem disponibilidade, para tratarem outros temas... (Isto é tudo mera ficção da minha parte … e, já agora, o Prof. Louçã ainda não disse nada acerca das agressões a Vital Moreira …).
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sexta-feira, maio 1

ONDE É QUE EU JÁ VI ISTO?

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Vital Moreira agredido e insultado na manifestação da CGTP-IN

A comunicação social preocupada, acima de tudo, com as notícias dará o devido eco a esta manifestação de sectarismo e intolerância. São estes pequenos nadas que nos ensinam muito acerca da natureza política das organizações. Desespero, vingança, ódio? De tudo um pouco. Significativamente no 35º aniversário do dia em que, na verdade, caiu o fascismo em Portugal, a pouco mais de um mês das eleições para o Parlamento Europeu (7 de Junho), o facto é, em si mesmo, lamentável. Uma contrariedade para os adversários do PS.

Ainda só com o título, mas sem notícia, o Expresso online já ostentava o primeiro comentário de um leitor que sintetiza o programa político das correntes populistas, da esquerda à direita:

Desconheço os contornos que rodearam esta hipotética agressão, contudo, afirmo que foram bem empregues, dado que os vermes devem ser sovados e eliminados, e este é mais um rugoso ácaro que tem como objectivo primeiro parasitar no el dorado do parlamento Europeu.

Ou este outro comentário retirado do Público online:
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Tá tudo dito: Manobra política do PS! Nada que saber! Em caso de derrota do PS, isto vai servir para apaziguar espirítos numa possível coligação de esquerda com o PCP. Um dos casos mais prováveis é que tenha sido tudo uma encenação para enganar o povo. Com a recente alteração na Lei do Financiamento dos Partidos, o PCP passou a poder amealhar dinheiro do grosso, daí que passe a ser um amiguinho do PS. É tudo manobra política
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As imagens dos insultos, e agressões, a Vital Moreira são feeínhas. Pelos lados do PCP, Jerónimo de Sousa, num primeiro momento, tomou uma posição que vai ficar para a história, do género "não comento o que não vi". Mais tarde o PCP colocou-se na incómoda posição de vítima e não se ouviu uma palavra saída da boca de Ilda Figueiredo! Alguns jovens jornalistas aprenderam mais ontem, acerca da política portuguesa, do que em toda a sua vida. Que lhes faça bom proveito!
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De uma notícia no JN (a renúncia da PSP, a ameaça de Carvalho da Silva e o cinismo de Jerónimo de Sousa):

Nenhum dos agentes da PSP presentes se aproximou da confusão.

"É preciso ter algumas cautelas quanto à forma de fazer campanhas eleitorais e aos espaços escolhidos".

"Não vou comentar o que não vi"
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