quarta-feira, junho 2

MANUEL ALEGRE - HOJE


Não há vida sem diálogo. Mas o diálogo foi, hoje, na maior parte do mundo, substituído pela polémica. O século XX é o século da polémica e do insulto. Eles ocupam, entre as nações e os indivíduos, e mesmo ao nível das disciplinas outrora desinteressadas, o lugar que tradicionalmente cabia ao diálogo reflectido. Dia e noite, milhares de vozes, empenhadas, cada uma por seu lado, num tumultuoso monólogo, lançam sobre os povos uma torrente de palavras mistificadoras, de ataques, de defesas, de exaltações. Mas qual é o mecanismo da polémica? Consiste em considerar o adversário como inimigo, por conseguinte a simplificá-lo e a recusar vê-lo. Aquele que insulto, já não sei de que cor são os seus olhos, ou se acaso sorri, e como o faz. Tornados quase cegos por obra e graça da polémica, já não vivemos entre os homens, mas num mundo de sombras. (…)

Albert Camus – alocução feita na sala Pleyel em Novembro de 1948, in Actualidades - Contexto
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terça-feira, junho 1

MUNDIAL IV



Camarões fritos por um Portugal melhorzinho.
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FERREIRA GULLAR

Imagem daqui

Como vai longe o dia, Maninho,
em que a gente podia ser comum

Entre ervas burras, folhas molhadas de mamona
e salsa
a gente podia ser
simplesmente
nossas mãos nossos pés nossos cabelos
e o que queimava dentro
no escuro

Como vai longe o tempo como as águas
batendo na amurada
alegremente
como os peixes
vivendo no seu músculo
o mistério do mundo

Ferreira Gullar [Toda poesia /Dentro da noite veloz]

[Outros poemas de Ferreira Gullar.]
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segunda-feira, maio 31

FERREIRA GULLAR - Prémio Camões


O poeta e dramaturgo brasileiro Ferreira Gullar, nascido em 1930, venceu o Prémio Camões 2010, anunciou hoje a ministra da Cultura Gabriela Canavilhas em Lisboa acompanhada pelos membros do júri.

Um dia li, de um fôlego, “Toda a Poesia” de Ferreira Gullar e escrevi em cima das páginas impressas com a sua magnífica poesia uma série de 25 modestos poemas. Só assim acontece quando por detrás da leitura vive o gozo dela por ser voluptuosa a relação com a poesia mais do que com a técnica perfeita dela. No caso de Gullar é tudo mais do que perfeito mesmo quando se não entende, em suas linhas, perfeição alguma. É um ir mais além. Um nada que se subentende. Uma voz que se eleva por cima do pensamento.

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domingo, maio 30

FARENSE

O Farense subiu à 2ª Divisão. Eis uma notícia que me enche o coração de alegria. O clube da minha cidade, no qual me iniciei na prática desportiva, afundado pelos erros de gestão, e a má sorte, emerge devagar. Algo está a mudar e espero que a cidade e o futebol se não prejudiquem mutuamente e, pelo contrário, se engrandeçam. Uma tarefa difícil e exigente. Mas se no passado, tantas vezes, foi possível por que não no presente?
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In A Defesa de Faro
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Portugal Old, New and Undiscovered



MUNDIAL (III)

Conversa, relações públicas, publicidade, fazem parte do fenómeno do futebol. É a parte do negócio. As audiências, as transferências, as comissões, os empresários, a capacidade de gerar a paixão de que o povo precisa. No fim, se o jogo for limpo, o que duvido, vence a selecção que resistir melhor à pressão, recolhendo para si o maior reconhecimento público. Portugal vai iniciar o Mundial como a terceira selecção no ranking da FIFA. À nossa frente somente a Espanha e o Brasil. Mesmo que a glória seja efémera, ainda para mais em tempo de crise, a nossa obrigação é ganhar um lugar entre as quatro melhores.
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sábado, maio 29

JARDIM BORDALLO PINHEIRO


Fui visitar o Jardim Bordallo Pinheiro, criação de Joana Vasconcelos, no Museu da Cidade. Tão perto de minha casa, familiar à vista na passagem para o centro da cidade, mas pouco visitado. Mas valeu muito a pena a visita. O Jardim Bordallo Pinheiro é uma pequena jóia no género. Mas o museu merecia dispor de alguns equipamentos que o tornariam mais acolhedor e atraente. Pequenos detalhes e modernidades que não acarretam despesa … mas essa parte fica para as sugestões que vou enviar para a CML.
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terça-feira, maio 25

SINAIS DE GUERRA


Werner Bischof    -   SOUTH KOREA. Kaesong. South Korean soldiers. Located just below the 38th parallel, in 1951 Kaesong was chosen as the sight of the first truce talks between Northern and Southern Korea, and in 1953 it was incorporated into North Korea. Between 1950 and 1953 the Democratic People's Republic of Korea (North Korea) fought against the Republic of Korea (South Korea). The United Nations, with the United States as the principal participant, joined the war on the side of the South Koreans, and the People's Republic of China came to North Korea's aid. The armistice divided Korea into a Northern and a Southern part, along the 38th parallel. 1952.

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segunda-feira, maio 24

Mundial (II)



A coisa começou mal!
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'Património de Origem Portuguesa no Mundo'

A partir daqui uma verdadeira notícia do mundo da cultura. É hoje lançado, pelas 18,30 horas, na Fundação Gulbenkian, o primeiro de três volumes da obra 'Património de Origem Portuguesa no Mundo', dedicado à ‘América do Sul. Arquitetura e Urbanismo’. O projecto, que teve início em 2007, é coordenado pelo Prof. José Mattoso.
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sábado, maio 22

MOURINHO - MAIS UMA VEZ! ...



AI...AI ...


ALBERT CAMUS - “UNA VISIÓN Y UN PENSAMIENTO EN EVOLUCIÓN”


Hace 50 años, el 4 de enero de 1960, Albert Camus murió en un accidente de auto, lo que privó al mundo muy tempranamente de uno de los más eminentes escritores, Premio Nobel de Literatura 1957.

En conmemoración de este hecho se realizará en Buenos Aires, los días 23, 24 y 25 de agosto de 2010, el Coloquio Internacional : “Albert Camus, una visión y un pensamiento en evolución”.

Con el auspicio de la Société des Études Camusiennes,de la Alianza Francesa, de La Academia Nacional de Ciencias de Buenos Aires y de la Cancillería Argentina, con la adhesión de la Fundación Villa Ocampo, se organiza el COLOQUIO INTERNACIONAL ALBERT CAMUS “UNA VISIÓN Y UN PENSAMIENTO EN EVOLUCIÓN” que se llevará a cabo los días lunes 23, martes 24 y miércoles 25 de agosto de 2010 en la Ciudad Autónoma de Buenos Aires (República Argentina).

[Por informação de Maria Luísa Malato que me diz poder vir a realizar-se um Colóquio em Portugal no final do ano.]
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quinta-feira, maio 20

BANQUEIROS AOS SEUS LUGARES ...


Justine Reyes

Dá vontade de chorar - mais raiva do que tristeza - ouvir dizer isto àqueles mesmos que durante anos massacraram os portugueses com campanhas intensivas no sentido contrário àquilo que hoje apregoam em tom dramático senão provocatório. Lembro-me de um dia ter sido eu a massacrar um mensageiro qualquer, coitado, sediado algures num call-center, dando-lhe recado para transmitir ao chefe que não queria mais cartão de crédito nenhum, que estava farto de receber telefonemas com as mais incríveis ofertas, que não me telefonassem mais àquela hora, que as vantagens que me ofereciam eram impossíveis de cumprir, blá blá blá … há que tempos que o telefone não toca (!) mas os mandantes, hoje, não mostram arrependimento (nem se suicidam!), antes pelo contrário, escondem de forma agressiva, e grosseira, as suas responsabilidades como se os cidadãos, clientes … consumidores … tivessem nascido ontem. Honra seja feita aqueles poucos banqueiros que, certamente, por pudor, se mantêm em recato.
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