sexta-feira, dezembro 29

LINHA DE CABOTAGEM

Posted by Picasa Helena F. Monteiro

Mais do que uma preferência a cumplicidade de quem mutuamente se escuta: Linha de Cabotagem.

A DEFESA DE FARO

Posted by Picasa José Garcês

Mais do que uma preferência A Defesa de Faro é um dos blogues com os quais colaboro e que comigo colabora. São as incontornáveis afinidades pessoais e regionais. Sem esquecer o S. C. Farense.

HOJE HÁ CONQUILHAS, AMANHÃ NÃO SABEMOS


No passeio pelos meus blogues preferidos em 2006 “hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

O NEGÓCIO DA MORTE (ACTUALIZADO)

Posted by Picasa Imagem Daqui

EE UU entrega a Sadam a las autoridades iraquíes como paso previo a su ejecución

União Europeia sublinha que se opõe à morte de Saddam

Chovem as notícias contraditórias acerca da execução de Sadam. Se o enforcamento é hoje ou amanhã pouco interessa. O que interessa é que Bush aplaude e anuncia, de forma grotesca, o envio de mais militares para o Iraque enquanto Blair é apanhado, pelo despiste de um avião, na rota de umas férias familiares nos USA.

A União Europeia marca posição contra a pena de morte mais como um ritual de boas maneiras do que como uma verdadeira oposição, fundada em princípios de natureza humanitária e política, à pena capital.

E já agora vale a pena perguntar, o que não tenho visto perguntado por ninguém, como pode a UE ser levada a sério nesta condenação quando o Presidente da Comissão é José Manuel Barroso o mordomo da Cimeira das Lajes que declarou a guerra contra o Iraque com base em fundamentos falsos?

Bush, e os seus fiéis, encontram-se agora numa estranha encruzilhada, apoiando ou condenando, cinicamente, a execução de Sadam, de braço dado com líderes de grupos radicais islâmicos, xiitas, maioritários no Iraque e no Irão

Os assassinos condenam os assassinos à morte. Os que dizem combater o terrorismo internacional, e os que apoiam esse mesmo terrorismo, unem-se na celebração de uma mesma condenação à morte. Que outro facto melhor os poderia unir? A morte! Trata-se de um negócio entre gente que tem as mãos manchadas de sangue pela acção ou pelo consentimento.

Aos cidadãos livres, sem poder para ordenar ao algoz que suspenda o gesto fatal, resta-nos manifestar, pelas palavras, o repúdio pela aplicação da pena de morte.

Num célebre artigo publicado em Novembro de 1948, no Combat, a certo passo, Camus afirma: ”o que neste momento se me afigura desejável é que no meio de um mundo criminoso, se tome a decisão de reflectir no crime e de escolher. Se tal fosse possível, ficaríamos divididos entre os que aceitam ser assassinos e os que, com todas as forças, se recusam a sê-lo. (…)

Mas eu sempre pensei que se o homem que tem esperança na condição humana é um louco, o que desespera dos factos é um cobarde. E, doravante, a única honra está em sustentar teimosamente esta formidável aposta que irá decidir se as palavras são ou não são, afinal, mais fortes do que as balas.”
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DIVAS & CONTRABAIXOS

Posted by Picasa Maria do Rosário Fardilha

Leituras e tomada de vistas em blogues meus preferidos no ano de 2006: Divas & Contrabaixos. Até agora só mulheres.

ALDINA DUARTE

sabor a sal

Posted by Picasa Margarida Delgado

Um passeio pelos meus blogues preferidos de 2006 e, em muitos casos, de sempre. Sem ordem de preferência, em primeiro lugar: sabor a sal.

CATORZE VERSOS

Posted by Picasa Fotografia de Simon Gris

O ruído presente no silêncio profundo
O som ao longe no sentido do vento
O mundo em guerra no corpo dividido
O tempo se abrindo de flores coberto
O traço desenhado no corpo exangue
O tudo e o nada o achado e o perdido
O medo da morte na boca bilingue
O olhar dolorido no grito rasgado
O lábio sequioso na boca se abrindo
O traço que une e não o que divide
O sonho de possuir a dor que trespassa
O coração a sangrar no sonho desmedido
O pudor do futuro no passado ausente
O silêncio presente no ruído do mundo

28/12/2006

quinta-feira, dezembro 28

GERALD FORD

PRANTO PELO DIA DE HOJE

Posted by Picasa Fotografia daqui

Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que nem podem sequer ser bem descritas.

Sophia de Mello Breyner Andresen

In “Livro Sexto” – 1962

[Ressonância de 28 de Dezembro de 2003.]

quarta-feira, dezembro 27

NOVOS E VELHOS JORNAIS

Posted by Picasa Fotografia Daqui

A publicidade refina-se e ganha expressão nos jornais diários on line. Uma certa imprensa, produzida e vendida nos suportes tradicionais, está em vias de extinção. Alguma já está mesmo morta mas ainda não deu por isso. Outra na mão de patrões mais atentos migra para os novos suportes. Os mais hábeis deles, como o que produz este jornal on line, já percebeu que tem que libertar, gratuitamente, toda a informação. A publicidade trata do resto. A nossa imprensa on line é lenta em renovar as notícias, quer que os leitores paguem um produto de má qualidade e arrasta os vícios do formato tradicional para as versões on line. A sua modernização nem é muito exigente: basta olhar para o lado e copiar …

LIVROS DO PAI NATAL

Posted by Picasa Imagem daqui

O Pai Natal prendou-me não com uma sombrinha de chocolate, como noutros tempos, mas com outras coisas. Entre os livros, na sua maioria, bastante interessantes, desde sugestões a surpresas, entregas imediatas e encomendas, aqui assinalo os mais sugestivos:

1 – “Máscaras de Salazar”, de Fernando Dacosta – a leitura vai avançada e é muito interessante, pelo menos, para o meu gosto. Integra-se num género difícil de classificar;

2 – “A Longa Marcha”, de Ed Jocelyn e Andrew McEwen – muito sugestivo e moderadamente ilustrado;

3 – “As Origens do Totalitarismo”, de Hannah Arendt – um clássico que ainda não li;

4 – “Voz Consonante” – Traduções de Poesia por António Ramos Rosa, organização de Ana Paula Coutinho Mendes – o poeta tradutor/tradutor poeta;

Das encomendam faltam: “D. Afonso Henriques”, de José Mattoso e “Camus et l'homme sans Dieu”, de Arnaud Corbic

terça-feira, dezembro 26

A PENA DE MORTE

Posted by Picasa Fotografia daqui

Sadam Husein já está morto. Politicamente morto. Mas Bush, perdido nos labirintos da sua política suicidária, exige sangue. É a fuga para a frente de um político desesperado. A execução de Sadam será mais uma acha para a fogueira da guerra civil no Iraque e a insegurança no mundo. Afinal uma banalidade que Bush introduziu na cena internacional. Faça-se justiça. Mas nada nos demove na condenação da pena de morte.

O "CICLO DO ABSURDO"

Posted by Picasa Fotografia Daqui

Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução (1)

(…) Sous la triple forme du théâtre, du roman et de l’essai, Camus explore ce qu’il a lui-même appelé le «cycle de l’absurde»; il affirmera, beaucoup plus tard,* qu’il avait «un plan précis» quand il a commencé son œuvre ; après l’absurde et la «négation» viendraient la révolte et « le positif » ; et il envisageait un troisième «étage», le cycle de Némésis, autour du thème de l’amour auquel devait appartenir Le Premier Homme. Aussi étonnante que soit cette vue si claire de l’avenir, qui se manifeste, dès cette époque, dans ses Carnets ou ses lettres, on sait qu’il construira son œuvre, effectivement, selon cette succession de «cycles». (…)

Si l’expérience de l’existence est à l’origine de cette prise de conscience, si Camus examine de près – quoi qu’on en ait dit – l’existentialisme chrétien ou athée, il refuse d’être confondu avec les philosophes existentialistes : ce n’est pas l’En-soi, ou le Pour-soi, qui l’intéresse, mais la manière d’appréhende le monde, l’Histoire, la relation à soi et aux autres.

* Au moment de la remise du prix Nobel, en 1957.

(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
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TUDO É POSSÍVEL

Posted by Picasa Fotografia de Hélder Gonçalves

“Os homens normais não sabem que tudo
é possível”


David Rousset


Queria escrever um poema solto
quando ainda me não ardessem os olhos
e se soltassem leves os pensamentos
nas pontas dos dedos sem entremear
as letras erradas com as certas

Não queria deixar de pensar mas pensar
só no que me desse prazer
e sentir sede sabendo ao certo que era capaz
de encontrar a fonte onde beber
queria …queria…saber ser livre

Toda a vida aspirei à liberdade de crer
mas não sabia que não seria capaz de aceitar
a impossibilidade de os outros pensarem
julgava afinal que seria impossível
o impensável ser possível

segunda-feira, dezembro 25

SIM

Posted by Picasa Fotografia de sophie thouvenin

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

SIM. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM.

TESOURO DE NATAL

Posted by Picasa Imagem Daqui

Quando eu era pequeno aqui a sul, pertinho de onde escrevo estas linhas, a maior alegria da manhã deste dia tinha um nome: sombrinha de chocolate. O sapato era autêntico e a chaminé também, mas o mais importante era a expectativa ansiosa pela chegada do momento de acordar. E o deslumbramento com o refulgir da prata que recobria o meu tesouro de Natal.

domingo, dezembro 24

O PRIMEIRO HOMEM

Posted by Picasa Albert Camus

“A administração das coisas e a direcção dos homens haviam-lhe ensinado muito, mas sobretudo, aparentemente, que uma pessoa sabia pouco das coisas.”

“Sempre tão moderado! Dura tarefa a de agradar!”

“Até o supérfluo era pobre, porque nunca se utilizava.”

“Ele crescera sempre no meio de uma pobreza tão nua como a morte, entre os nomes comuns; em casa do tio, descobria os nomes próprios.”

“A memória dos pobres é menos alimentada que a dos ricos, com menos pontos de referência no espaço, porque raramente saem do lugar em que vivem, e também menos pontos de referência no tempo de uma vida uniforme e sombria. Sem dúvida que existe a memória do coração que, diz-se, é a mais segura, mas o coração consome-se com mágoas e trabalho e esquece mais depressa sob o peso das fadigas. O tempo perdido só se volta a encontrar no caso dos ricos. Para os pobres, assinala somente os traços vagos do caminho da morte. “

Albert Camus

Sublinhados de “O Primeiro Homem” [Edição portuguesa da “Livros do Brasil” que me chegou às mãos em finais de 1994 e na qual escrevi uma longa dedicatória para o meu filho que termina assim: “Hino à vida, saudação àqueles que não têm voz activa, pensamento ligado à acção, defesa da justiça e da liberdade, alerta contra o fanatismo e o totalitarismo.”].

A SUL

Posted by Picasa Fotografia daqui

Está frio a sul, o mais a sul possível, onde nasci, sempre regresso, aos meus lugares de infância, lugares dos meus ancestrais, do berço ao fim da estrada, escura ou iluminada, é a terra que nunca morre e sempre vive em mim povoada de memórias. A nossa terra e a memória dela são um dos sinal certeiro que nos mantemos vivos.

sábado, dezembro 23

FESTAS FELIZES

Posted by Picasa Fotografia de Família – Conceição

Conceição filha de minha tia Lucília, irmã mais nova de meu pai, serena e jovial, fotografada no lugar do anjo que nos encoraja a olhar o futuro.

Contrariado por ser difícil reconciliar-me com as imagens comerciais que representam os desejos natalícios lembrei-me de uma fotografia da comunhão solene da Conceição. Assim já sou capaz de dar as Boas Festas.

Porque o ar puro que emana da imagem dela, fotografada com arte verdadeira, corresponde à própria natureza do ser fotografado. A distância entre a realidade e a imagem que dela se faz encurta-se, aplana-se, tendendo para a representação da felicidade.

ASSIM JÁ POSSO SER FIEL À TRADIÇÃO E DESEJAR A TODOS

FESTAS FELIZES