sexta-feira, junho 8

POESIA

Posted by PicasaDane Shitagi USA, b.1972

Poesia uma dança de palavras sem medo
volteando em torno do seu próprio silêncio
ora de oiro ora de prata

Poesia um tempo solitário assumido
no limite do espaço infindável da invenção
ora sonho ora nada

Poesia um caminho que se alarga crente
no tempo luminoso de uma vida irrepetível
ora livre ora escrava

Poesia uma plenitude nunca alcançada
o espaço da verdade dita ao ritmo da palavra
ora escrita ora apagada

Lisboa, 4 de Junho de 2007

[Inaugurando Caderno de Poesia que acolherá, a partir de hoje, a poesia, própria e alheia, que carecia, há muito, de um espaço autónomo no qual pudesse respirar.]
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MAPA DA EUROPA 1899

Posted by PicasaClique na imagem para ampliar

Uma obra-prima: mapa da Europa de 1899.
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ISTO É DO MELHOR MAS COMO TUDO O QUE É BOM ACABA DEPRESSA!

quarta-feira, junho 6

JORNALISMO DE SARJETA

Posted by PicasaSimon Gris

Escutas comprometem António Costa

O jornalismo que nós temos permite que a edição on line do “Sol” apresente um estranho título na notícia acerca do presumível “Serial-killer” de Santa Comba Dão. Será incompetência da redacção ou pura sacanice? O que será?
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DENÚNCIAS ANÓNIMAS

Posted by PicasaSimon Gris

A maior parte das queixas anónimas vão ter como destino o caixote do lixo.

Não sou eu que o digo. É o DN no âmbito de uma notícia em que se anuncia que o
Código de Processo Penal muda este ano”.

Eu disse isso mesmo numa entrevista que veio a público no dia 31 de Janeiro de 2003: A minha postura é que as cartas anónimas são para o caixote do lixo.
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CARMONA ARRANCA PARA O FEIINHO

Posted by PicasaImagem daqui

A cena podia ser uma variante da “aldeia da roupa branca” em ambiente urbano. Carmona engasga-se comovido quando se refere a Fontão, Ruy de Carvalho, qual basbaque, parecia não saber ao que ia, Gabriela Seara ensaia a pose de uma personagem de Fellini, Toy arranca com o hino, género pimba contemporâneo, todos esboçam um movimento de lábios, é a confirmação da encenação do coitadinho. Até onde chegará esta reincarnação do populismo? Ao que tudo indica, pela amostra, vai dar para o feiinho!
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segunda-feira, junho 4

SUFJAN STEVENS

Sufjan Stevens

O melhor vídeo de Maio foi sem dúvida The lakes of Canada de Sufjan Stevens, com muito vento, frio e um banjo. Gravado no telhado do Memorial Hall de Cincinnati a 28 de Maio, insere-se numa série de gravações improvisadas de lablogotheque, na rua, em corredores ou elevadores, porque qualquer sítio é um bom sítio para filmar.

In Auto-retrato
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O PACTO DE TUI

Dou um salto cronológico para assinalar o “Pacto de Tui” assinado no dia 4 de Junho de 1137. Passam hoje, precisamente, 870 anos. Até à assinatura desse pacto Afonso Henriques não desistira de atacar a fronteira norte, ou seja, o território do reino da Galiza.

“…Afonso Henriques aproveitou a rebelião de Garcia de Navarra, como afirmam a História compostelana e a Crónica do Imperador para ocupar pela força os condados de Toroño e de Límia. Este ataque deve ter-se efectuado depois de 1136, quando o Infante fez uma importante doação ao mosteiro galego de Toujos Outos.”
(…)
“Fernão Peres de Trava e Rodrigo Veilaz, conde de Sárria, com outros nobres galegos, procuraram defender os direitos de Afonso VII, opondo-se pelas armas aos portugueses. Os dois exércitos encontraram-se em Cerneja, nas terras de Límia, e travaram uma batalha, tendo Afonso Henriques conseguido capturar Rodrigo Veilaz. Afonso VII estava nessa altura em Palência. Apesar da distância, mais de 300 quilómetros, marchando de dia e de noite, conseguiu chegar a Tui três dias depois e entrava na cidade sem combate.”
(…)
“Sem que haja, pois, notícia de qualquer combate, o facto é que o imperador se encontrou com seu primo (
Afonso Henriques) na cidade de Tui, e aí firmou com ele um pacto de que existe ainda o texto (provavelmente parcial). Foi assinado por Afonso Henriques no dia 4 de Junho de 1137. A evidente submissão que este acto representa é surpreendente, face à anterior vitória de Cerneja. Tem-se procurado explicar a efectiva cedência de Afonso Henriques por ter sido obrigado a acorrer à fronteira sul para defender o território contra uma invasão muçulmana.”
(…)
“Afonso VII devia estar disposto a deixar seu primo tranquilo, contanto que este lhe respeitasse a supremacia, lhe guardasse lealdade e jurasse auxiliá-lo no caso de ser atacado por algum inimigo. (…) Afonso Henriques, por sua vez, pressionado, talvez, por alguma incursão serracena, pode ter assinado o compromisso sem se preocupar demasiado com o seu futuro cumprimento.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, 9.”A homenagem a Afonso VII” – "Nova conjuntura em Leão e Castela”, “O pacto de Tui” e “A opinião dos eruditos”, pgs. 100/103. (9)
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TANGO

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domingo, junho 3

PUTIN

Posted by PicasaFotografia daqui

Primeiro Putin afirmou que a “Europa é um "barril de pólvora" e, de seguida, ameaçou a Europa com mísseis nucleares.

Não se conhecem reacções dos políticos portugueses a estas declarações do presidente da Rússia. Devem estar em reflexão. O que verdadeiramente os preocupa é a OTA e o perigo que Sócrates representa para a democracia. São uns brincalhões …

Logo, por coincidência, são dois políticos portugueses – Barroso e Sócrates – que vão estar na “cabeça do touro”, ou seja, enfrentando, na primeira linha, o recrudescimento da guerra-fria que se desenha, de forma aberta, com estas declarações de Putin.

Talvez fosse chegado o momento dos políticos portugueses, os lideres de opinião e os donos dos grandes “media”, darem um pouco mais de atenção aos temas internacionais que condicionam o futuro da Europa e, consequentemente, de Portugal. Ou pensam ser possível um regresso à autarcia?
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ALuaFlutua

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CARLA BRUNI

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sábado, junho 2

D. AFONSO HENRIQUES - RESPONSABILIDADES POLÍTICAS

Voltando à génese do conflito que opôs D. Teresa a seu filho Afonso Henriques de passagem para a segundo capítulo do livro de José Mattoso do qual temos vindo a transcrever alguns sublinhados da minha leitura pessoal.


“Ora, durante os seis anos que se seguiram à instalação de Fernão Peres de Trava (em Janeiro de 1121) na região de Coimbra e ao sancionamento da sua autoridade pela “rainha” D. Teresa, aqueles nobres, (a “aristocracia nortenha”) que até então confirmavam a maioria dos diplomas condais, deixaram de aparecer na corte.”
(…)
“Não conhecemos os pormenores da divergência que opôs os senhores portucalenses a D. Teresa e aos Travas, mas o mais verosímil é que Fernão Peres, uma vez adquirida a tenência de Coimbra, os excluísse de qualquer papel de chefia no combate contra o Islão e, por conseguinte, da glória inerente à participação destacada na guerra santa e das vantagens materiais e simbólicas que dai adviriam.”
(…)
“Os documentos de que hoje dispomos nada dizem acerca do que se passou então, no que concerne às relações entre os senhores revoltados e D. Teresa. Só sabemos que deixaram de confirmar documentos condais., o que quer dizer que abandonaram a corte.”
(…)
“Não temos meios de seguir os acontecimentos no terreno, mas o facto de, em 1125, se ter verificado uma segunda vaga de deserções da corte significa que, nesse ano, o movimento ganhou tal força que se tornou difícil contê-lo. Ignoramos se houve então algum episódio que provocou o alastramento da revolta, ao ponto de deixarem a rainha e os Travas quase completamente isolados.
(…)
“Como é evidente, a revolta dos barões portucalenses não foi, de início, comandada por Afonso Henriques. Em 1122 ele era demasiado jovem para tomar uma decisão desse género. Resultou, portanto, de um movimento espontâneo da aristocracia portucalense, sem intervenção do príncipe. Como foi que ele resolveu tomar o seu comando?”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “2. Responsabilidades políticas” – "A aristocracia nortenha e os condes galegos” e “A investidura de Afonso Henriques como cavaleiro”, pgs. 36/38. (8)
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AS VOZES

Posted by PicasaO meu irmão Dimas com Ezequiel, meu primo mais velho,
um honrado homem do campo. Já mortos. [Fotografia de família]


As vozes na noite quente
e os passos lá fora,
uma aragem corta o calor
intenso do verão ardente,
ouço o meu tempo passado
ao luar escoar-se
e lembro os rostos gretados
do sol, os braços nus
as veias e o suor salgado
a gotejar na terra seca,
ressequida, revolta
a golpes de enxada

As vozes na noite quente
estou nelas inteiro
e nelas ouço a minha gente.

Faro, 15 de Julho de 2004

(Um poema antigo na sequência
dos exercícios da
Helena acerca
da textura do silêncio, e o mais,
correndo o risco de me repetir.
Mas não nos repetimos sempre?]
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AS GROSSERIAS DO EXPREESSO

Posted by PicasaE o Governo sempre a descer

Tinha prometido a mim próprio que, a partir de hoje, ia ser menos assíduo nas matérias de política. Mas a apresentação, pelo “Expresso online”, desta sondagem não me permite cumprir com o prometido.

Então reparem bem no título da dita notícia suscitada pela sondagem: “E o Governo sempre a descer”.

Depois dêem-se ao trabalho de ler os números:

O PS sobe 2,4%, alcançando 44,6% das intenções de voto, ou seja o patamar da maioria absoluta, e todos os outros descem, salvo o PP que sobe 0,3%;

Sócrates sobe 2%, com Portas (2,1%), sendo a subida de Marques Mendes residual (0,1%);

Quanto aos titulares dos órgãos de soberania todos descem sendo que o Governo é o que desce menos (1,3%) e o Presidente da República o que desce mais (2,7%).

A conclusão do Expresso puxada para título e, provavelmente, manchete da edição em papel – “E o Governo sempre a descer” – é o que se chama, com as letras todas, uma manipulação grosseira ou, mais propriamente, uma vigarice. Paz à alma do Tio Balsemão!

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sexta-feira, junho 1

GREVE GERAL (III)

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CONDUZIR A NAU DE LISBOA A BOM PORTO

Posted by PicasaPedro Moreira – Av. Infante Santo – Lisboa

Eu sei que os desafios que se colocam à Câmara Municipal de Lisboa, entidade que gere o pulmão de uma grande área metropolitana, são múltiplos e complexos. O que digo é que Lisboa precisa de perder gordura e ganhar músculo. Sanear as finanças e criar riqueza. Libertar recursos, desperdiçados na burocracia, para refundar a dimensão solidária do desenvolvimento económico-social.

Também sei que existem em Lisboa várias cidades que se entrecruzam e se misturam. E gente que a habita e nela trabalha. E gente que nela trabalha e a não habita. A Lisboa residencial e a Lisboa empresarial. Cada vez mais magra de indústria e gorda de serviços. Deserta no centro e povoada na periferia. Sangrada e envelhecida de residentes mas atraente e luminosa para os visitantes. A Lisboa cultural e turística pode encantar eternamente sem se rejuvenescer? Duvido!

E a Lisboa logística e administrativa pode ser descartada de uma estratégia consistente de desenvolvimento? Não pode! Mas a Lisboa do futuro, se há futuro para Lisboa, é a que resultará do casamento entre o conhecimento e a produção. Não falo de um enamoramento romântico mas de um casamento de conveniência.

Quero dizer que Lisboa pode e deve ser uma cidade do conhecimento. Lisboa tem que investir nas escolas e nas universidades. Nos laboratórios e nos centros de investigação. Lisboa tem que investir na excelência e ser capaz de articular conhecimento, actividade empresarial e criação de emprego.

Mas todas as opções estratégicas serão limitadas se não forem dados sinais concretos de reforma da CML, reorganizando as freguesias, racionalizando os serviços e saneando profundamente as empresas municipais. Sem esquecer a prevenção de catástrofes e a segurança dos cidadãos. É o que todos dizem mas poucos serão capazes de fazer.

Claro que poderia aproveitar para reivindicar obras na minha rua. E que fosse retomada a velha ideia de construir o aeroporto no Campo Grande localização que, desgraçadamente, foi preterida em favor da Portela, lugarejo distante, que nunca foi sequer servido pelo Metro.

Eu também sei que todos os autarcas são sérios até prova em contrário. Mas seria do mais elementar bom senso que os candidatos e, já agora, também os mandatários, além de cumprirem com a lei, no que respeita à declaração de interesses, assumissem o compromisso público de não participar, directa ou indirectamente, em quaisquer estudos e projectos remunerados, ou em empreendimentos lucrativos, em Lisboa, desde o momento da formalização das candidaturas. A iniciativa anunciada pelo Arquitecto Manuel Salgado pode ser um bom augúrio.

E porque vamos a votos declaro o meu apoio a António Costa porque acho que ele tem capacidade pessoal e política, ou seja, experiência, vontade, energia e, sejamos pragmáticos, influência política, para conduzir a nau de Lisboa a bom porto num mar antes navegado por uma esquadra de corsários que o pejaram de destroços.

[Artigo publicado na edição de hoje do “Semanário Económico”.]
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quinta-feira, maio 31

FMI

Posted by PicasaJosé Mário Branco

Se quiserem ouvir um longo, e extraordinário, texto poético dito/cantado por José Mário Branco, porventura um pouco datado, pleno de qualquer coisa indefinível ao longo dos seus 25 minutos, talvez arte, talvez revolta, talvez tudo …

Aproveito a boleia do ANACRUSES para abrir caminho para o FMI.
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GARCIA MÁRQUEZ

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"GREVE GERAL" (II)

Posted by PicasaImagem daqui

De derrota em derrota até à vitória final. Já passaram umas horas. Já todos tivemos oportunidade de formar uma opinião acerca da “greve geral”. O único comentário que fiz torna-se, agora, mais inteligível.

Para bom entendedor Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, fez um balanço surpreendente, sem a habitual % de adesão à greve, mas repleto de recados para dentro da Central Sindical e do PCP. Está à vista um ajuste de contas.
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MANCHESTER UNITED

Posted by PicasaManchester United anuncia contratação de Nani e Anderson

Num raid relâmpago o Manchester United levou para Inglaterra os dois jogadores jovens mais valiosos do futebol português: Nani e Andersen. Gastaram, de uma assentada, mais de 50 milhões mas, no âmbito dos negócios do futebol, é dinheiro bem aplicado.

Assim, no caso de não se desfazerem de Cristiano Ronaldo, passam a contar com 3 dos melhores jogadores do mundo todos na casa dos 20 anos de idade. É obra!
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quarta-feira, maio 30

PORTUGAL SEGURO


Este é um daqueles indicadores que têm muita importância quando somos apresentados como muito maus nalguma coisa. Mas, neste caso, dá gosto ver Portugal como um dos 10 países mais seguros entre 121. Em 9º lugar, entre o Canadá e a Áustria e à frente da Alemanha, Suiça, Holanda, Espanha …
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