Sophie Thouvenin
Depois de ler as notícias que anteciparam o mais recente documento da SEDES pensei que se tratasse de uma tomada de posição política arrasadora da acção do governo. Assim uma espécie de manifesto da oposição contra as políticas dos governos de Salazar e Caetano com as tonalidades próprias de um combate pela mudança de regime. Alguma coisa verdadeiramente estimulante. Afinal não! Esperei para ler o documento na íntegra e o que dele transparece são comentários razoáveis ao “estado da nação” apontando desvios em cada uma das áreas abordadas à medida das orientações ideológicas dos autores. Trata-se, pois, mais de um conjunto de recados dirigidos ao governo e, em particular, ao ministro A ou B do que uma crítica estruturada à acção do governo que para tal seria necessário pegar no seu programa e escalpelizá-lo. A SEDES não envereda por esse caminho e fica-se, com mérito, pelo comentário político permitindo, por demérito comunicacional, que a opinião pública não se sinta absolutamente nada chocada com a denúncia de um abrandamento da densidade das reformas promovidas pelo governo porque vêm aí eleições. Estavam à espera que o governo, em véspera de eleições, desencadeasse uma “guerra civil”?
Depois de ler as notícias que anteciparam o mais recente documento da SEDES pensei que se tratasse de uma tomada de posição política arrasadora da acção do governo. Assim uma espécie de manifesto da oposição contra as políticas dos governos de Salazar e Caetano com as tonalidades próprias de um combate pela mudança de regime. Alguma coisa verdadeiramente estimulante. Afinal não! Esperei para ler o documento na íntegra e o que dele transparece são comentários razoáveis ao “estado da nação” apontando desvios em cada uma das áreas abordadas à medida das orientações ideológicas dos autores. Trata-se, pois, mais de um conjunto de recados dirigidos ao governo e, em particular, ao ministro A ou B do que uma crítica estruturada à acção do governo que para tal seria necessário pegar no seu programa e escalpelizá-lo. A SEDES não envereda por esse caminho e fica-se, com mérito, pelo comentário político permitindo, por demérito comunicacional, que a opinião pública não se sinta absolutamente nada chocada com a denúncia de um abrandamento da densidade das reformas promovidas pelo governo porque vêm aí eleições. Estavam à espera que o governo, em véspera de eleições, desencadeasse uma “guerra civil”?
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