terça-feira, julho 8

SEDES: NOVIDADE=0

Sophie Thouvenin

Depois de ler as notícias que anteciparam o mais recente documento da SEDES pensei que se tratasse de uma tomada de posição política arrasadora da acção do governo. Assim uma espécie de manifesto da oposição contra as políticas dos governos de Salazar e Caetano com as tonalidades próprias de um combate pela mudança de regime. Alguma coisa verdadeiramente estimulante. Afinal não! Esperei para ler o documento na íntegra e o que dele transparece são comentários razoáveis ao “estado da nação” apontando desvios em cada uma das áreas abordadas à medida das orientações ideológicas dos autores. Trata-se, pois, mais de um conjunto de recados dirigidos ao governo e, em particular, ao ministro A ou B do que uma crítica estruturada à acção do governo que para tal seria necessário pegar no seu programa e escalpelizá-lo. A SEDES não envereda por esse caminho e fica-se, com mérito, pelo comentário político permitindo, por demérito comunicacional, que a opinião pública não se sinta absolutamente nada chocada com a denúncia de um abrandamento da densidade das reformas promovidas pelo governo porque vêm aí eleições. Estavam à espera que o governo, em véspera de eleições, desencadeasse uma “guerra civil”?
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FIDEL: PRINCÍPIOS ELEMENTARES DE POLÍTICA QUE O PCP NÃO APREENDE

Rene Burri

A sua imagen no diploma escolar é uma surpreendente faceta do culto da personalidade que o regime cubano, apesar de todos os disfarces, presta a Fidel Castro. Mas acerca da Colômbia, Fidel, no fim da vida activa, dá uma elementar lição de política aos dirigentes do PCP que estes não apreendem. Vale a pena ler o artigo “La paz romana” na íntegra.

Expresé con claridad nuestra posición en favor de la paz en Colombia, pero no estamos a favor de la intervención militar extranjera ni con la política de fuerza que Estados Unidos pretende imponer a toda costa y a cualquier precio a ese sufrido y laborioso pueblo.

Critiqué con energía y franqueza los métodos objetivamente crueles del secuestro y la retención de prisioneros en las condiciones de la selva. Pero no estoy sugiriendo a nadie que deponga las armas, si en los últimos 50 años los que lo hicieron no sobrevivieron a la paz. Si algo me atrevo a sugerir a los guerrilleros de las FARC es simplemente que declaren por cualquier vía a la Cruz Roja Internacional la disposición de poner en libertad a los secuestrados y prisioneros que aún estén en su poder, sin condición alguna. No pretendo que se me escuche; cumplo el deber de expresar lo que pienso. Cualquier otra conducta serviría sólo para premiar la deslealtad y la traición. [Sublinhado meu.]
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segunda-feira, julho 7

CULTO DA PERSONALIDADE

Un diploma y mucha confusión, ou seja, o diploma de 7º ano do filho de Yoani Sanchez
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TGV

Martine Franck
The new train at the station "L'Homme de Fer."

Esta direita cujos interesses o PSD acolhe, centrifugando dirigentes a uma velocidade estonteante, consegue deixar de cara à banda qualquer vulgar cidadão. Eu não me queria meter por estes atalhos pois negócios são negócios e o TGV não está à margem dos interesses que se movem à ilharga e por dentro da política.

Mas, se bem entendo, aqueles que hoje são contra o TGV são os mesmos que antes o defendiam, com mais linhas, entre linhas e encargos. (através daqui).

Não se sabe, é certo, se Manuela Ferreira Leite é contra o TGV. O que ela diz é que não há dinheiro para nada e Cavaco parece que começou a mostrar o seu jogo ensaiando jogar o jogo dela, ou vice-versa.

O mais certo é que esta direita ultramontana, dos costumes às realizações materiais, nacional paternalista, clame contra a construção de uma estrada de ferro moderna que nos ligue à Europa, necessária por razões de integração no espaço geoestratégico que é o nosso, por razões de ecologia, por razões de economia, por todas as razões que a direita também conhece mas que, no lugar da oposição, desdenha.

Face a esta deriva, ao governo socialista compete, ponderada a relação custo benefício e o interesse nacional, fazer como Duarte Pacheco em relação a Salazar: realizar a obra que os cépticos e detractores depois se hão-de montar nela (a obra) e tecer-lhe loas como se fora obra sua!
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NUCLEAR

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sexta-feira, julho 4

Fidel, o PCP e a libertação de Ingrid Betancourt -

Burt Glinn - CUBA. CASTRO, Fidel. 2001.

Que mais não seja para efeitos de comparação de estilos a declaração de Fidel Castro, a propósito da libertação de Ingrid Betancourt é, politicamente, bastante cuidada ao contrário da do PCP. A diferença está no parágrafo, que transcrevo a seguir:

No restante não há diferenças de fundo mas há limites que Fidel sabe, por experiência, que não podem, nem devem, ser ultrapassados. E um desses limites é, mesmo descontando o cinismo próprio da diplomacia, o que ele designa como “elementar sentimento de humanidade”.
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quinta-feira, julho 3

PALAVRAS DE ORDEM

Às voltas com uma pesquisa dei de caras com uma listagem de palavras de ordem retiradas da colecção de Murais Artísticos de Abril, de Conceição Neuparth, depositada e tratada pelo Centro de Documentação 25 de Abril. Algumas delas pertencem inexoravelmente ao passado mas outras, à falta de ideias, ainda podem servir de inspiração a algumas lideranças partidárias.


A revolução triunfará
A terra a quem a trabalha
A vitória é difícil mas é nossa
Abaixo a exploração capitalista
Casas sim! Barracas não!
Dá mais força à liberdade
Democracia em Portugal só com Freitas do Amaral
Em frente com a Reforma Agrária
Fora com a canalha o Poder a quem trabalha
GNR fora das cooperativas
Greve ao papel higiénico. Compremos os jornais
Independência Nacional
Já não há eleições. D. Sebastião volta para a semana
Junta a tua à nossa voz
Morte ao fascismo
Não ao aumento do custo de vida
Nato fora de Portugal, Portugal fora da Nato
Nem Deus nem Chefe
Nem mais um faroleiro para as Berlengas
Nem Nato nem Pacto de Varsóvia
Ninguém há-de calar a voz da classe operária
O Chile vencerá
O sol brilhará para todos nós
Operários, camponeses, soldados, marinheiros, unidos vencerão!
Otelo para Presidente
Pão Paz Terra Liberdade, Independência Nacional
Por uma vida melhor
Quem tem medo do comunismo?
Rumo ao Socialismo
Sem cultura não há liberdade
Todos unidos com o MFA
Unir – Organizar – Armar (PRP)
Unir Organizar Vencer (MDP)
Viva o 25 de Abril
Viva Staline eternamente na Sibéria
Voto do povo para a vitória do povo

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Ingrid Betancourt em liberdade



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Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
Em resposta a várias solicitações dos órgãos de comunicação social sobre a posição do PCP a propósito da operação de resgate de Ingrid Bettencourt por parte do exército nacional na Colômbia, o PCP considera o seguinte:
1. O resgate de Ingrid Bettencourt após um período em que esteve prisioneira na selva colombiana, coloca em evidência a gravidade da situação em que se encontram centenas de prisioneiros em ambos os lados do conflito e a necessidade de encontrar uma solução humanitária entre as partes.
2. Os complexos problemas em presença, exigem uma solução política e negociada de um conflito que se arrasta há mais de 40 anos sem solução, situação que é em si, inseparável da política de agravamento da exploração e de terrorismo de estado praticada pelo governo neo-fascista de Uribe, conforme tem vindo a ser denunciado pelas forças progressistas e democráticas da Colômbia.
3. O Povo colombiano poderá continuar a contar com a solidariedade dos comunistas portugueses na sua luta contra a opressão e exploração, pela justiça social, pela democracia e soberania nacional.

(A partir de um comentário de MFerrer que agradeço fui em busca da posição do PCP acerca da libertação de I.B.. Cada força política, em democracia, é livre de tomar as posições que entender sem o risco de rapto, degredo ou assassinato. Fico, ao menos, a saber que Ingrid Bettencourt foi resgatada “após um período em que esteve prisioneira na selva colombiana …” e que a Colômbia tem um governo “neo-fascista”. Prometo que vou dar mais um pouco de atenção a este conceito no caso em apreço e noutros.)
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quarta-feira, julho 2

Ingrid Betancourt

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MANUELA FERREIRA LEITE - NOCTURNOS (II)

Christine Lebeck - Nocturnes

Ainda a propósito da entrevista de Manuela Ferreira Leite (MFL) à TVI, está fora de causa a necessidade e relevância da oposição actuar segundos os processos que considere mais adequados e eficazes. Mesmo nas ditaduras, como todos sabemos, as oposições, embora actuando nas margens, ou fora da lei, de forma pacífica ou violenta, sempre existiram e existirão. Quanto mais em democracia! A questão está no patamar civilizacional em que se encontra a comunidade ao discutir os regimes políticos e as suas regras, nas quais se integra a questão das oposições. MFL disse que ao governo não compete fazer oposição à oposição. Compete-lhe governar. Estou de acordo. Mas à oposição, em democracia, compete mais do que bloquear as iniciativas e projectos do governo. À oposição compete apresentar alternativas quando as encontre melhores do que os projectos do governo ou concordar com os projectos do governo quando não lhes encontre melhores alternativas. É simples e fácil. MFL não é uma política caída do céu, desconhecedora de tudo e todos, uma virgem ofendida com a clausula dos projectos do governo. O jogo do fingimento de MFL não resistirá, como o debate de ontem mostrou, a um minuto de debate, a sério, com Sócrates. Pela simples razão, entre outras que não cabem neste já longo post, que MFL esteve presente no processo de gestação e decisão de todos os mais importantes projectos cujos estudos hoje afirma desconhecer. O azar de MFL é o facto de ter encontrado um primeiro-ministro – goste-se ou não do estilo – que é difícil de igualar no confronto com a adversidade. Quando antes alguns primeiros-ministros, ressalvados os seus méritos, se puseram ao fresco face às adivinhadas dificuldades da governação e aos expectáveis embaraços das explicações que deviam ao país, este primeiro-ministro parece que está disposto à luta (política, entenda-se) mesmo nas condições adversas que se desenham no horizonte. Ora esta atitude pessoal perante a política, indo além da política, faz toda a diferença!
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MANUELA FERREIRA LEITE - NOCTURNOS


Após ouvir, por mero acaso, a entrevista de Manuela Ferreira Leite na TVI lembrei-me do milagre de Ponte de Lima: "Foi uma graça do Cristo crucificado. Ela bem merecia, depois de quatro anos a sofrer, acamada e sem poder fazer nada" (…) "O miúdo começou a chorar e a pedir ao Senhor para ajudar a madrinha, que estava em sofrimento e que sentiu um grande calor por ela abaixo. Mas só ao chegar a casa se apercebeu de que conseguia andar".
MFL também precisa de um grande calor que a percorra por ela abaixo para ganhar eleições. Pois se “não há dinheiro para nada”, tanto melhor para ela que sejam os mesmos a continuar no governo. Com ela não há obras, nem coisa nenhuma, pois não há dinheiro. O pessoal o que precisa é mesmo de uma cangalheira como chefe de governo. Sempre à espera que o telefone toque para a cerimónia do funeral, ora de uma empresa, ora de um projecto sem estudos em ordem, ora de um novo pobre da classe média, ora de um pobre dos verdadeiros, a preços sociais, ela está pronta a organizar o funeral da Pátria. Se ela for a primeira eu também quero morrer. Sei que vou ter um velório de estado! O miúdo começou a chorar e a pedir ao senhor para ajudar a madrinha, que estava em sofrimento ... e coisa e tal …
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terça-feira, julho 1

CD-R GENERACIÓN Y

Yoani Sanchez en Generación Y publicou hoje um post que faz lembrar os tempos da luta contra a ditadura em Portugal: Red ciudadana. Hoje como antes “no hay nada que me resulte más atractivo que aquello que se me impide hacer.” Aqui está um sentimento que Fidel deveria conhecer melhor do que ninguém!
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NEM SEMPRE A CULPA MORRE SOLTEIRA

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segunda-feira, junho 30

UM PRÉMIO

Lara Silva e Manuel Graça vencem o prémio
“Best Delegate Award”

Estou proibido pelo meu filho Manuel de usar imagens suas mas no caso em apreço não estou a transgredir. A imagem surge no site da Escola Alemã de Lisboa associada à divulgação de um prémio, obtido no English Modellparlament in St. Petersburg. Só mesmo quem o conheça será capaz de o identificar.
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CHARLIZE THERON - MADAME FIGARO



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PORTUGAL EM JUNHO DE 2008 SEGUNDO A OCDE

(*) Étude économique du Portugal, 2008

Le Portugal a grandement progressé dans l’assainissement budgétaire et lancé d’importantes réformes structurelles pour moderniser son économie et accélérer sa croissance. Après les performances médiocres de 2001 à 2005, la croissance de la production s’est améliorée ces deux dernières années pour atteindre 1.9 % en 2007, taux encore insuffisant pour combler le net écart de revenu par rapport aux pays plus riches de l’OCDE. Pour tirer pleinement parti de la mondialisation grâce à une croissance plus forte et plus durable et une baisse durable du chômage, il faudra consolider l’assainissement des finances publiques, améliorer l’environnement des entreprises et rendre le marché du travail plus adaptable.
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