Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
terça-feira, agosto 31
segunda-feira, agosto 30
domingo, agosto 29
sábado, agosto 28
sexta-feira, agosto 27
quinta-feira, agosto 26
quarta-feira, agosto 25
terça-feira, agosto 24
segunda-feira, agosto 23
domingo, agosto 22
sábado, agosto 21
sexta-feira, agosto 20
quinta-feira, agosto 19
CANOAGEM
Portugal será, em breve, uma referência mundial na canoagem. Ninguém vai dar grande destaque ao assunto mas qualquer transferência de um futebolista de quinta ordem faz manchetes. Alguém vai ser capaz de fazer alguma coisa nesta matéria de ética comunicacional?
.Confirmando as expectativa.
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quarta-feira, agosto 18
terça-feira, agosto 17
OBAMA EM PORTUGAL
Esta notícia que, goste-se, ou não, de Obama, goste-se, ou não, dos Estados Unidos, goste-se, ou não da NATO, é uma vitória do governo e da diplomacia portuguesa, um dos acontecimentos mais importantes da política internacional de 2010, suscita comentários pestilentos nas caixas dos ditos em diversos meios. É a liberdade pela qual morreram milhares de americanos nas “praias da Normandia” para libertar a Europa do jugo nazi fascista.
segunda-feira, agosto 16
domingo, agosto 15
O meu encontro com Albert Camus
Tanto tempo passado, como decifrar os caminhos do meu encontro com Albert Camus? Sou levado a crer que me seduziu o ambiente mediterrânico que trespassa a sua escrita. Talvez me tenha atraído o autor existencialista, que hoje sei não ter sido, ou a sua atracção pelo tema do suicídio, ou o alcance político que o apego à defesa da liberdade assume no seu pensamento e acção cívica. O que sei é que um dia pelos meus vinte anos, ou talvez dezanove, cursando um curso superior da área das ciências económicas, caíram-me nas mãos os três pequenos volumes dos Cadernos editados, em Portugal, na Colecção Miniatura, pela Livros do Brasil. Devo tê-los comprado por iniciativa própria, buscando o mero prazer da leitura, impulsionado pela curiosidade de conhecer um autor/personagem, oriundo do sul, como eu, atraído pela sua escrita concisa, demasiado perfeita, segundo alguns detractores, feita de fragmentos que se sobrepõem e interagem.
A minha memória navega por entre uma nebulosa repleta de impressões fortes mas difusas. A escrita fragmentada ajudou, certamente, no entusiasmo da escolha e os sublinhados, a traço grosso, que os livros estoicamente suportaram, testemunham a cronologia íntima de um leitor frente ao objecto do seu desejo.
No Cadernos I, ao cimo, na página 25, escrevi, a esferográfica azul, em perfeito alinhamento gráfico com a palavra Abril, “ – 3 – 1968 – Faro – Cais”. O texto sublinhado de Camus cuja leitura datei diz mais acerca da minha escolha que todas as palavras que possa escrever: “Primeiros dias de calor. Sufocante. Todos os animais estão deitados. Quando o dia começa a declinar, a natureza estranha da atmosfera por cima da cidade. Os ruídos que nela se elevam e se pedem como balões. Imobilidade das árvores e dos homens. Pelas esplanadas mouros de conversa à espera que venha a noite. Café torrado, cujo aroma também se eleva. Hora suave e desesperada. Nada para abraçar. Nada onde ajoelhar, louco de reconhecimento.”
Esta, como outras das minhas escolhas de juventude, podia ser uma escolha actual. As minhas escolhas actuais vão mais além mas encaminham-se, quase sempre, para uma faceta da reflexão de Camus em que olha a mãe natureza e os outros homens com assumido desprendimento pelas coisas materiais sempre deixando transparecer um problema nunca resolvido na sua vida: a sua relação com o sucesso. Como transparece no texto final do Caderno nº 1:
“ (…) Não é necessário entregarmo-nos para parecer mas apenas para dar. Há muito mais força num homem que não parece senão quando é preciso. Ir até ao fim, é saber guardar o seu segredo. Sofri por estar só, mas por ter guardado o meu segredo venci o sofrimento de estar só. E hoje não conheço maior glória que viver só e ignorado. Escrever, minha profunda alegria! (…)”
O prazer dos meus reencontros com Camus renasce quando afloram à memória os momentos felizes da minha juventude, vivida sob o céu azul nas terras do sul, entre uma sinfonia de abraços apertados como se cada dia fora a despedida do mundo, o último dia, o primeiro do último abraço, aquele que marca o prazer de tudo começar. Quente a juventude, rebelde a paixão.
“ … a criança morrera naquele adolescente magro e vigoroso, de cabelos revoltos e olhar arrebatado, que trabalhara todo o Verão para levar um salário para casa e acabava de ser nomeado guarda-redes titular da equipa do liceu e, três dias antes, saboreara pela primeira vez, quase desfalecido, o contacto com a boca de uma jovem.” *
Como tantos outros leitores apaixonados também sinto que em cada livro leio sempre o mesmo livro e, passados 50 anos sobre a trágica morte de Camus, sou capaz de ouvir os seus passos por entre as suas palavras e a actualidade do seu pensamento não deixa nunca de me surpreender:
« Aquilo a que chama cepticismo das novas gerações – mentira. Desde quando o homem que recusa acreditar no mentiroso é o céptico”*
*«O Primeiro Homem»
Publicado em As Artes entre as Letras, edição de 11 de Agosto de 2010
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sábado, agosto 14
VISITAÇÃO
Carlos Tarrats
Hoje é o dia da ida ao campo. Aos sítios onde nasceram meus pais. Casas antigas, árvores que conheço desde que me conheço, minhas raízes nos rostos crestados pelo sol, memórias presentes que dão sentido à vida.
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