segunda-feira, janeiro 31

PS - UMA VITÓRIA HISTÓRICA

Extraordinária vitória do PS nas eleições legislativas. Um feito daqueles que fica para a história alcançado nas mais dificeis condições de crise pandémica, económico social, ainda para mais por maioria absoluta. Deixo, por hoje, simplesmente o registo que correspondeu ao meu anseio e também ao meu voto. Que no próximo futuro Costa, como primeiro ministro e a equipa que venha a escolher, sejam dignos da confiança que o povo poturguês, sábio como sempre, lhes concedeu.

domingo, janeiro 30

NUNO TEOTÓNIO PEREIRA - EM MEMÓRIA NO DIA DO SEU 100º ANIVERSÁRIO

O Arquitecto Nuno Teotónio Pereira foi uma daquelas personalidades raras na qual se juntavam um notável curriculum profissional e uma postura de intervenção cívica, persistente e pertinente, assumida desde os tempos da oposição à ditadura. Ele foi, na verdade, um dos arquitectos portugueses contemporâneos capaz, como poucos, de integrar, sem cedências à facilidade, as preocupações sociais e a arte de «arquitectar». Há por esse país muitas obras de sua autoria, ou co-autoria, que testemunham esta simbiose. Nos tempos de brasa do 25 de Abril foi um dos mais proeminentes dirigentes do MES, posição que saiu reforçada aquando da ruptura do grupo de Jorge Sampaio, ocorrida no 1º Congresso de Dezembro de 1974. O MES, na sua curta existência, só participou, de parte inteira, nas duas primeiras eleições da nossa III República: as eleições para a Assembleia Constituinte, disputadas em 25 de Abril de 1975, e as primeiras eleições para a Assembleia da República disputadas em 25 de Abril de 1976. As nossas esperanças iniciais eram muitas elevadas. A lista do MES, pelo círculo de Lisboa, às eleições para a Assembleia Constituinte, foi encabeçada pelo Afonso de Barros a que se seguiram o Eduardo Ferro Rodrigues, o Augusto Mateus e o Luís Martins (padre, ainda a exercer…). A lista candidata às primeiras eleições legislativas, realizadas em 25 de Abril de 1976, foi encabeçada pelo Nuno Teotónio Pereira, seguido do subscritor destas linhas. Poder-se-ia pensar que o MES havia encontrado o seu líder. Puro engano. Ao contrário dos restantes partidos, sem excepção, a personalidade que encabeçava a lista por Lisboa nunca foi, no caso do MES, o líder do partido pela simples razão de que no MES nunca existiu um líder. O que hoje penso é que, por incrível que pareça, sempre assumimos, do princípio ao fim, o que poderia designar-se como uma obsessão pelo colectivo. Estávamos perante as primeiras eleições, verdadeiramente, livres e democráticas, após quase 50 anos de ditadura. Ainda hoje me interrogo como foi possível que tenhamos, no MES, encarado essas eleições, cuja transcendência política era inegável, como meros actos de pedagogia, mais do que actos destinados à disputa do poder. Ainda hoje me questiono acerca das raízes da concepção que permitiram à UDP (com o BE ainda tão longe!) ter obtido, nas eleições para a Assembleia Constituinte, menos votos do que o MES, a nível nacional, e feito eleger um deputado. Existem muitas evidências dessa atitude de participação «não interesseira» do MES, desde o discurso anti-eleitoralista, que emanava de uma desconfiança, de raiz ideológica, acerca da verdadeira natureza da democracia representativa que, na verdade, aceitávamos como um mal menor, até à ausência de sinais de personalização nas campanhas eleitorais nas quais nunca foram utilizadas sequer fotografias dos cabeças de lista pelo círculo de Lisboa. A participação nas campanhas, embora tenha utilizado todos os meios, à época disponíveis, nunca cedeu um milímetro à personalização. Após o fracasso da candidatura do MES à constituinte, ainda mais me parece estranho, a tão grande distância, a abdicação de personalizar na figura do Nuno Teotónio Pereira a campanha para as eleições destinadas a eleger a 1ª Assembleia da República. A sua participação como cabeça de lista pode ser interpretada, não me lembrando dos detalhes do processo decisório, como uma tentativa de credibilizar o MES jogando na refrega eleitoral a figura do seu mais proeminente dirigente. Mas, ao contrário do que aconselharia a mais elementar lógica eleitoral, a campanha não valorizou a figura do Nuno Teotónio Pereira o que acabou por constituir o haraquiri político eleitoral do MES. Lembro-me de ter ocupado o segundo lugar nessa lista e do desconforto que senti quando, chegada a hora de votar, numa secção de Benfica, no meio da multidão, comovido até às lágrimas, sozinho, pressenti a derrota inevitável. E essa derrota foi ainda mais pesada do que aquela que averbámos nas eleições para a Assembleia Constituinte. O Nuno Teotónio Pereira não merecia sair derrotado da aventura política do MES a quem, como escrevi, em 2004 , devemos todos, os jovens quadros dos anos 60 e 70, uma imensidade de ensinamentos, gestos de desprendida solidariedade e humanidade que jamais pudemos retribuir com a mesma intensidade e sentido de dádiva. Que viva! (Texto escrito pelo seu 93º aniversário com ligeiras alterações).

sábado, janeiro 29

CANADÁ

Canadá um país que é lider mundial em tantos indicadores de bem estar .... a contas com os negacionistas - a que se juntam toda a qualidade de arruaceiross - e nós num pacato dia de reflexão antes de umas pacíficas eleições legislativas que espero não levem os arruaceiros cá da terra para a área do poder... .
"O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, bem como a respetiva família, foram deslocados da residência oficial para um local não revelado devido a receios relacionados com os protestos antivacinas para a covid-19, segundo a agência Efe." (Dos jornais).

EM REFLEXÃO

sexta-feira, janeiro 28

VOTAR

O apelo ao voto é algo de natural em regime democrático. Ou, não é? Votar é a posição mais natural em regime democrático. Ou, não é? Está na moda escarnecer os políticos, cavar a desilusão, enegrecer o quadro da descrença. Mas as eleições vão ditar vencedores e vencidos. Se nós não votarmos, alguém vai "votar por nós". Se não votarmos o "buraco negro" do não dito, ou do "não inscrito", vai crescer. É a via indolor para a autocracia mediática ou para a autocracia ela própria. Mais vale prevenir que remediar. Mais vale que as sondagens sejam menos promissoras para o PS. Para estimular o voto no PS.

quinta-feira, janeiro 27

VACINAR, VACINAR

Coisas importantes a quem já ninguém liga coisa nenhuma
Mais de 4,629 milhões de pessoas já receberam a dose de reforço da vacina contra a Covid-19, mais de 71 mil das quais esta quarta-feira, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde. Segundo o relatório diário da vacinação, 94% das faixas etárias dos idosos entre os 70 e 79 anos (910 mil) e com mais de 80 anos (609 mil) já foram vacinados com o reforço da imunização contra o coronavírus SARS-CoV-2. Mais de 1,099 milhões (87%) das pessoas entre os 60 e 69 também já levaram a dose de reforço, número que baixa para mais de um milhão no grupo etário dos 50 aos 59 anos (71%). Os dados da DGS indicam ainda que mais de 301 mil crianças entre os 5 e os 11 anos já iniciaram a vacinação contra a Covid-19 e que mais de 8,785 milhões de pessoas têm a vacinação primária completa em Portugal. No que se refere à gripe sazonal, o relatório refere que estão vacinadas perto de 2,552 milhões de pessoas, 3.978 das quais receberam a vacina na quarta-feira. “Relativamente ao dia anterior, foram registadas um total de 78.464 inoculações de vacinas contra a Covid-19 (esquema primário completo e reforço) e contra a gripe”, avançou a DGS.

DIA DA MEMÓRIA DAS VITIMAS DO HOLOCAUSTO

A 27 de janeiro de 1945 as tropas soviéticas chegaram ao campo de concentração de Auschwit e libertaram os sobreviventes. Tenho em casa uma brochura do meu velho professor de liceu Elviro Rocha Gomes, intitulada “Hitler – Quem foi e como chegou ao poder”, um libelo acusatório implacável do nazismo e do seu chefe. Essa brochura abre com os números do holocausto. Entre muitos outros: “250 mil ou talvez perto de 300 mil (mortos) só em 1944, em Auschwitz; 8 milhões de mártires, ao todo, em todos os campos de concentração.” Para que conste neste dia.
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COMBATER A EXTREMA DIREITA

Algumas notas finais acerca das eleições na fase derradeira da campanha eleitoral: um ponto tenho por adquirido, desde a juventude: não ser complacente, nem por ingenuidade, nem por interesse, com a extrema direita. Não como entidade politica abstrata que concorre a eleições democráticas, pois a tolerância (e a lei que lhe corresponde) é própria da natureza da democracia. Mas combater por todos os meios que a democracia coloca ao nosso dispor, desde logo com o voto livre, a intolerância, seja sob que forma for que é o cerne dos programas, e das práticas politicas, dos partidos populistas de extrema direita. A história está carregada de exemplos terríveis dos resultados nefastos da fraqueza dos democratas em enfrentar e combater as derivas radicais, em particular, de extrema direita populista e quantas vezes protofascista.
"Segundo António Costa, para o PS, o muro que o "separa da extrema-direita, não começa à porta do Conselho de Ministros". "O muro começa nos valores fundamentais no qual assenta a dignidade humana. Já vimos bem que nos Açores não foi preciso que a extrema-direita estivesse sentada no Governo Regional para condicionar a política do PSD. Não queremos que na República aconteça aquilo que acontece nos Açores. E, tal como não há almoços grátis, também não há viabilizações grátis de Governo", acrescentou." (Dos jornais)

terça-feira, janeiro 25

BRINCANDO COM COISAS SÉRIAS

"O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, adiantou hoje algumas das propostas que quer realizar "quando for ministro da Defesa" e reclamou que o seu partido "sempre defendeu" os ex-combatentes, sendo "o original" e não a cópia." (Dos jornais).

AS PALAVRAS

Tenho observado com frequência a pouca atenção que as pessoas dão às palavras. Explico-me. Um homem simples (com simples não quero dizer parvo, e sim não-eminente) tem uma opinião, critica uma instituição ou crença geral; sabendo que a maioria das pessoas não pensa assim, cala-se, na suposição de que não vale a pena falar, pois o que pudesse dizer não mudaria coisa alguma. Trata-se de um erro grave. Eu ajo de outro modo. Por exemplo, sou contra a pena de morte. Sempre que me aparece uma oportunidade, manifesto-me a respeito, não porque ache que, com isso, o Estado a vá abolir, mas porque estou convencido de que assim contribuo para o triunfo das minhas ideias. Pouco me importa que ninguém concorde comigo. O que eu disse não foi em pura perda. Talvez alguém repita minhas palavras e elas cheguem a ouvidos que as ouçam e as perfilhem. Quem sabe se futuramente algum daqueles que ora discordam de mim não se vai lembrar, numa ocasião propícia, daquilo que eu disse e convencer-se ou pelo menos sentir abalada sua opinião em contrário. - O mesmo vale para diversas outras questões sociais, das que exigem acção. Reconheço que sou tímido e não sei agir. Por isso limito-me a falar. Não acho, porém, que minhas palavras sejam em vão. Outro agirá, mas essas palavras – de mim, o tímido, - terão facilitado a acção e limpado o terreno. KAVAFIS, K. Reflexões sobre Poesia e Ética. SP: Ática, 1998

segunda-feira, janeiro 24

O ABSTENCIONISTA

Faltam 8 dias para o voto nas eleições legislativas. Ao contrário do voto nos partidos nos quais não voto, nem nunca votei, o pior é o não voto, ou seja, a ausência voluntária nas urnas. Após quase meio século de ditadura, com um ou outro simulacro de eleições sempre falsificadas, o abstencionista é um cobarde cujo desinteresse esconde uma vontade do quanto pior melhor, no tempo que é o nosso, um facilitador da tirania, ou seja, da supressão da liberdade.

ELEIÇÕES - OS DEFEITOS DO PS

Os defeitos do PS, e do seu governo, são criticáveis mas, até ao presente, são suplantados pelo facto de as suas políticas enfrentarem com coragem e determinação, simplesmente, os desafios do que, no presente, “tem que ser feito”. E, quer queiramos quer não, já não é nada pouco.

domingo, janeiro 23

JÁ SE VOTA ...

Hoje vai haver o voto em mobilidade algo que apesar de todas as criticas ao imobilismo do sistema eleitoral é um grande progresso. O Dr. RR ironizou quando o Dr. AC anunciou que iria votar em mobilidade por se encontrar em campanha eleitoral no Porto. Se for possível legalmente fazer sondagens à boca das urnas hoje teremos então um verdadeiro e mais aproximado retrato das intenções de voto nestas eleições. A esta hora já muita gente votou ...

sexta-feira, janeiro 21

CHILE

Nós por cá andamos em campanha eleitoral e covid, sondagens e arruadas, proclamações e dichotes, o normal numa campanha eleitoral normal em legislativas anómalas. Se, entre nós, a direita ganhar estas legislativas será porque a esquerda as perdeu e ficaremos nas antípodas politicas do Chile.
"O Presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, nomeou hoje um Governo com uma maioria de mulheres, um facto sem precedentes no continente americano." (Da imprensa)

quarta-feira, janeiro 19

EUGÉNIO DE ANDRADE NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO - um texto escrito aquando da sua morte

Tenho lá em casa um livro recente com uma dedicatória que lhe pediu a Manuela. Muitas vezes lhe pego, folheio e releio. Sei do peso das palavras mesmo quando as palavras na sua voz se tornam leves. Aprendi a fúria dos silêncios e a doçura das ausências. A amar quem nos ama e a fingir que se esquece quem nunca se esquece. Li há pouco os poemas que dedicou aos amigos mortos. Nunca desesperados, como que pacientes ralhetes, tão belos, sem rancores nem invejas. Eugénio de Andrade morreu. É a lei da vida. Vejo o mar desta janela. Toldado por nuvens ameaçadoras de chuva. O que me apetece dizer quando morrem em catadupa as velhas glórias do passado de todas as lutas mesmo que delas não partilhemos o sentido é o silêncio. Mas Eugénio de Andrade libertou as palavras das grilhetas que as prendiam, deixou que elas dissessem tudo o que entendessem, disse-nos, pacientemente, que as palavras não se querem aprisionadas pelo silêncio. Que viva!

domingo, janeiro 16

VOTO ANTECIPADO

Quando li hoje de manhã que Costa se tinha inscrito para o "voto em mobiliddae", ou seja, votar no próximo domingo (23), fora de Lisboa e uma semana antes da data formal do escrutíneo, como está previsto na lei, logo pensei com os meus botões que iria suscitar surpresa e perplexidade nos seus adversários. Foi o que aconteceu. Quando tanto se discute acerca dos anocronismos do nosso sistema eleitoral (que os há!) logo se tenta redicularizar um avanço desse mesmo sistema. Pois é simples de explicar e já foi adotado em eleições anteriores: quem quiser pode inscrever-se por estes dias para votar no próximo domingo (23/1) mesmo fora do local da sua mesa de voto habitual, sendo que o voto antecipado, mesmo depositado noutra mesa qualquer, será contado na sua. Uma vantagem e um passo importante para modernizar o sistema eleitoral que deverá ir ainda mais longe, para o que existem muitas ideias e propostas válidas. Eis uma boa oportunidade para divulgar esta modalidade e estimular que se adotem outras que tornem mais amigável a relação entre os cidadãos e os seus deveres de cidadania.

MARIA CASARES

Terminei a leitura de um livro acerca da María Casares intitulado "La Única - María Casares", que me foi oferecido pelo filho Manuel no passado Natal. É um relato comovente da figura, vida e obra de uma refugiada da Guerra Civil espanhola, filha do último 1º ministro do governo repúblicano deposto pelo golpe de Franco, que partiu para Paris, com a mãe, logo em 1936, com a idade de 14 anos. Havia de tornar-se no ambiente terrivel de guerras, exílios e os mais hediondos crimes, numa atriz de mérito reconhecido que a grande custo aprendeu a lingua francesa de forma a ser aceite pelo público e critica. Viveu com Albert Camus uma paixão amorosa ardente e tumultuosa que durou desasseis anos até à morte trágica de Camus (janeiro 1960). Foi para mim um prazer esta leitura pela virtude da escrita e por me ter permitido fazer uma viagem a um outro lado da biografia de Camus em cuja vida e obra María Casares, falecida em novembro de 1996, tem uma influência marcante e que, no essencial, eu próprio desconhecia com tal detalhe.
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sábado, janeiro 15

EU VOTO PS

Amanhã vai ter inicio, ofialmente, a campanha eleitoral que levará ao voto nas eleições legislativas (antecipadas) de 30 de janeiro. Eu voto PS.
O meu voto, nesse domingo, não vai falhar como nunca falhou. Não vai mudar como nunca mudou. Até 1979 votei MES e, a partir desse ano, sempre votei no PS. Aliás em 1979 o MES, antes ainda da sua original imolação político/festiva, aconselhou, expressamente, o voto no PS ou na APU. O meu voto, desde esse apelo, nunca sofreu qualquer desvio em eleições legislativas. Alguns dos meus amigos alinharam nas “aventuras” de Pintassilgo ou de Zenha, do PRD ou UEDS, mas eu sempre votei no PS. É um voto pela liberdade e pela justiça. Não só alimentado pelas utopias que sempre estiveram presentes nos nossos sonhos por uma vida e um mundo melhores, mas também em defesa da concretização possível desses sonhos. É uma opção tomada em consciência, formada através de muitas experiências, que deram para compreender que os valores supremos a defender pelo voto são a justiça, a democracia e a liberdade. E o partido que melhor assegura a defesa desses valores, no nosso tempo, é o PS.

quinta-feira, janeiro 13

OS BRANDOS COSTUMES

Em Lisboa, nos arrabaldes de Belém, o Duque de Aveiro e alguns membros da família dos Távoras foram publicamente executados, em 13 de Janeiro de 1759, por estarem implicados no atentado contra o rei D. José. A sentença foi aplicada de uma forma tão brutal e selvagem que foi muito criticada pela opinião pública internacional. Na gravura vê-se o patíbulo com os condenados a serem sentenciados e os seus carrascos; magistrados com as suas varas encarnadas e tropas de infantaria, com os seus tradicionais uniformes brancos com granadeiros de gorro de pele à direita da bandeira regimental, assim como de tropas de artilharia com os seus uniformes azuis. A legenda da gravura enumera os condenados. (In Portal da História)

quarta-feira, janeiro 12

COSTA NÃO É MEDINA

O jogo das sondagens e uma questão pertinente. Um vencedor folgado nas sondagens pode desmobilizar o seu elitorado natural. No caso o PS ao surgir mais folgado nestas últimas sondagens poderia provocar o chamado "efeito Moedas". Da minha aobservação julgo que nestas eleições a situação se apresenta com substancal diferença: Costa não é Medina, é mais presente, enérgico e profissional e estas não são eleições autárquicas, mas legislativas. É o governo que está em jogo e a maior parte do eleitorado do PS não vai deixar de votar pelo efeito do excesso de confiança, pois não quer a direita no governo. O efeito "fadida do poder" não me parece suficiente para virar o jogo. Lembro-me das legislativas de 1991 - seis anos após Cavaco ter assumido o Governo - e ainda com recursos para investir, apesar da fadiga, ter ganho com maioria absoluta contra Sampaio. Veremos. "Em resposta ao PÚBLICO, o director-geral da Intercampus assinala o aumento do número de indecisos e explica como a liderança de um candidato nas sondagens pode causar a desmobilização do seu eleitorado pela ideia de que a vitória está garantida. O exemplo mais recente é a surpreendente derrota de Fernando Medina na corrida autárquica de Lisboa."