quinta-feira, junho 30

MULHERES

Cassidy Hutchinson, former aide to Trump White House chief of staff Mark Meadows, is sworn in to testify as the House select committee investigating the Jan. 6 attack on the U.S. Capitol continues to reveal its findings of a year-long investigation, at the Capitol in Washington, Tuesday, June 28, 2022. (AP Photo/Jacquelyn Martin). Um depoimento demolidor acerca de Trump nos acontecimento de 6 de janeiro que pode mudar o seu destino politico, abrindo caminho para a sua incriminação. Eu vi boa parte e foi na verdade impressionante.

MULHERES

Natália Correia

terça-feira, junho 28

MULHERES

MARIA VELEDA - notável combatente republicana dos primórdios da luta pelos direitos das mulheres. Nascida na minha cidade e freguesia - Faro, São Pedro, 26 de fevereiro de 1871.

sábado, junho 25

Pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez, sempre!

Lembro-me de um discurso recorrente de minha mãe. Teria gostado de ter mais filhos, mas não os teve. As suas confissões, pelo menos aos meus ouvidos, nunca iam além de um lamento nostálgico pelas opções que, ao longo da vida, resolveu assumir. Sempre subentendi que esses filhos que, em vão, desejou foram evitados através de um processo que na linguagem popular se designa por “desmancho”. Não lhe posso perguntar já o que terá acontecido. Os tempos eram outros, mas o medo era o mesmo. Essas mulheres que, ao longo dos tempos, solitárias as mais das vezes, sofreram o risco da própria vida em práticas abortivas, quando não morreram mesmo, são criminosas aos olhos de três juízes do Supremo dos USA, tal como aos olhos de tantos outros que emergiram, aquando do referendo em Portugal, herdeiros dos inquisidores que, por entre o rosmaninho e as cinzas ainda fumegantes das fogueiras da inquisição, sempre proclamam, em nome da vida, a intolerância em vez da solidariedade. Que Deus lhes perdoe! Serei sempre pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez em nome da vida e da liberdade. É um voto que advém de uma convicção íntima e individual de que esse é o caminho para a solução mais eficaz do aborto clandestino com o dramático cortejo das suas consequências. Mas a minha posição não desdenha o debate, o diálogo, a busca do consenso, essa luta pela tolerância que se tornou, imaginem, nos nossos tempos uma prioridade entre todas as lutas das comunidades civilizadas e dos cidadãos lives.

sábado, junho 18

MULHERES

Sophia de Mello Breyner. "Há tempos num jantar perguntaram-me o que é que eu achava duma senhora fascista ( e desavergonhadíssima) que me odeia a amim e ao Francisco e que nos persegue com malcriações incríveis e calúnias. Eu respondi que a achava boa, inteligente, séria, culta e bem educada. Até os amigos da dita senhora tiveram de dar uma boa gargalhada. É o único sistema: rir de quem nos quer matar." (in Carta a Jorge de Sena de 22 de setembro, 1961).

segunda-feira, junho 13

René Char a Albert Camus – 13 de Julho de 1953

(…) “Je comprends votre fatigue. Je l’éprouve en ce moment. Ou le monde est fou, ou nous le sommes. Lequel est supportable? Finalement, l’âme est recuite, on vit contre un mur. Mais il faut durer, vous le savez comme moi. Durer seulement, et un jour peut-être … (…)»

Fernando Pessoa, nascido, na cidade de Lisboa, em 13 de junho de 1888

“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos. Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentidos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde.” “Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa, aliás, Bernardo Soares, Ajudante de Guarda-Livros na Cidade de Lisboa

sábado, junho 11

MISÉRIA MORAL

"Um tribunal de Londres autorizou o controverso plano do Governo britânico de enviar requerentes de asilo para o Ruanda, rejeitando o apelo de associações de direitos humanos" (in "Expresso") - Um recuo civilizacional num momento em que ocorrem tantos outros sinais de regresso à barbárie. Uma designada potência ocidental não se deixa ficar atrás da Rússia que condena e ataca. A miséria moral em todo o seu explendor.

sexta-feira, junho 10

10 JUNHO

Hoje é dia 10 de junho, um dia como outro qualquer, salvo ter sido escolhido faz tempo, não vem ao caso a razão, para Dia de Portugal. Lembrei-me a propósito do dia 10 de junho de 1977, celebrado na Guarda, como este que hoje se celebra. O que me faz lembrar esse longínquo dia é o discurso que nele foi convidado a proferir Jorge de Sena. Estávamos no fim do chamado período revolucionário, haviam ocorrido as eleições presidenciais, tendo sido eleito Ramalho Eanes, e a voz de Sena, tão pouco chamada a ser ouvida fora dos meios literários e académicos, irrompia como uma fagulha que iluminava temas raramente trazidos à praça pública em eventos de natureza politica, ou afins. A partir desse dia passei a ler a obra de Sena de forma sistemática, em particular a poética, que sempre me inspirou. O discurso de Jorge de Sena, proferido em 10 de junho de 1977, contém tanta actualidade que até dói. Foi uma das suas últimas intervenções públicas em Portugal, senão a última, pois morreu em 4 de junho de 1978 em Santa Bárbara, Califórnia, onde vivia com sua mulher Mécia (já falecida, com a qual me correspondi longo tempo) e a sua vasta prole.

domingo, junho 5

DERROTAR A RÚSSIA

"O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu hoje que Moscovo atacará novos alvos se o Ocidente fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, dizendo que as atuais entregas de armas têm por objetivo "prolongar o conflito"". (Dos jornais digitais) A Federação Russa escolheu a guerra invadindo militarmente outro Estado, abrindo as portas a uma generalização de reivindicações da reconquistada de territórios, rotas, portos de mar ... perdidos em anteriores conflitos, nalguns casos muito antigos, encerrados por tratados de paz. De forma simples, sem prejuízo de se buscar a paz por todas as formas decentes: ou a Rússia é derrotada ou teremos uma guerra generalizada de consequências incalculáveis como, afinal, todas as guerras. Dizem alguns que é da natureza humana... mas continuo a acreditar nas vantagens da paz e da concórdia entre os povos e as nações.

sábado, junho 4

PORTUGAL - AS NAÇÕES QUE PERDURAM SÃO UM PROCESSO SEMPRE EM MARCHA

“Na era de 1166 [ano de 1128], no mês de Junho, na festa de S. João Batista, o ínclito Infante D. Afonso, filho do conde Henrique e da rainha D. Teresa, neto do grande imperador da Hispânia, D. Afonso, com o auxílio do Senhor e por clemência divina, e também graças ao seu esforço e persistência, mais do que à vontade e ajuda dos parentes, apoderou-se com mão forte do reino de Portugal. Com efeito, tendo morrido seu pai, o conde D. Henrique, quando ele era ainda criança de dois ou três anos, certos [indivíduos] indignos e estrangeiros pretendiam [tomar conta] do reino de Portugal; sua mãe, a rainha D. Teresa, favorecia-os, porque queria, também, por soberba, reinar em vez de seu marido, e afastar o filho do governo do reino. Não querendo de modo algum, suportar uma ofensa tão vergonhosa, pois era já então de maior idade e de bom carácter, tendo reunido os seus amigos e os mais nobres de Portugal, que preferiam, de longe, ser governados por ele, do que por sua mãe ou por [pessoas] indignas e estrangeiras. Acometeu-os numa batalha no campo de S. Mamede, que é perto do castelo de Guimarães e, tendo-os vencido e esmagado, fugiram diante deles e prendeu-os. [Foi então que] se apoderou do principado e da monarquia do reino de Portugal.” “Anais de D. Afonso, Rei dos Portugueses”, citado por José Mattoso, em “D. Afonso Henriques” que, de seguida, comenta: “Este texto mostra que o seu autor considerava a batalha [de S. Mamede, 24 de Junho de 1128] como o primeiro episódio da história portuguesa." In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”S. Mamede”

MULHERES

A minha mãe Tolentina, desafiante e determinada, sempre receosa do mal que pudesse acontecer aos seus, inventando como lhes acudir, acompanhar, incentivar. Uma saudade eterna.