Não me interessam os detalhes mais ou menos pitorescos da audição de Oliveira e Costa. O que me interessa é assinalar que esta audição prestigiou o parlamento. Durante muitas horas senti a sensação de viver num país democrático a sério. A um banqueiro indiciado pela prática de crimes, e por essa razão, em prisão preventiva, foi dada a oportunidade de se explicar, em público, respondendo a quase todas as perguntas dos deputados. Foram muitas horas de afirmações em defesa própria, e de exercício do contraditório, acerca de um assunto do qual, naturalmente, não conheço os meandros. Mas para além de algumas tentativas tacanhas de aproveitamento político-partidário, sem sucesso, esta audição foi um acontecimento prestigiante para a instituição parlamentar. Foi, do meu ponto de vista, um salutar exercício democrático. Seria mais uma injustiça insuportável que o único acusado do caso BPN fosse obrigado a manter o silêncio enquanto todos os restantes envolvidos, directa ou indirectamente, têm gozado da liberdade de expressar, publicamente, as suas opiniões. Desta forma se equilibraram, tanto quanto possível, os pratos da balança no inevitável julgamento da opinião pública. Do mal o menos …
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